“Tenha foco, dê o seu melhor e não desista. Dias ruins e problemas pessoais todos temos, o importante é ser resiliente e levantar a cabeça para continuar, independe do que aconteça”
Confira nossa entrevista com Caroline Sambinelle , que 94 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Caroline Sambinelle: Eu me formei em Direito no final de 2020, tenho 26 anos e moro em Jandira – SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Caroline: Entre março de 2019 e dezembro de 2020 eu fiz estágio com uma juíza, no Fórum João Mendes, e me apaixonei pela vida de escrevente e pelo ambiente de trabalho. Sempre recebi muito incentivo do pessoal com quem trabalhei e assim surgiu o meu sonho de retornar ao TJ como servidora.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Caroline: Eu me dediquei inteiramente aos estudos para o concurso do TJ.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Caroline: Este é o primeiro concurso que eu prestei e, segundo o gabarito oficial preliminar, acertei 94 questões.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Caroline: A lista de aprovados/classificados ainda não saiu, mas a minha reação ao conferir o gabarito preliminar foi ficar em choque, pois esperava acertar em torno de 80 questões. Já conferi o gabarito mais de 10 vezes e ainda me pego conferindo se está correto vez ou outra.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Caroline: Eu adotei uma postura mais radical devido ao pouco tempo que tinha para estudar até a prova, então, por muitas vezes, abdiquei do convívio com os meus pais e meu namorado. Passei dias trancada no quarto estudando, com a porta fechada.
Após o edital, houve apenas 3 dias em que eu parei para fazer algo diferente com a família ou com o namorado, mas mesmo nesses dias eu não deixei de estudar. Sempre buscava fazer alguma tarefa da Trilha ou assistir a alguma videoaula.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Caroline: Eu tenho namorado, não tenho filhos e moro com os meus pais. Os três entenderam o processo e me deram todo o apoio psicológico, suporte físico e material para eu poder focar 100% nos estudos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Caroline: O TJ-SP sempre foi o meu sonho de concurso. Ao longo da caminhada de estudos, evitei pensar qual seria o meu plano B caso não passasse nesta prova, pois tentei ter o foco 100% voltado a este concurso. Mas, caso não desse certo, com certeza tentaria outro concurso, especialmente os voltados à área do Direito, em que sou formada.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso do TJSP?
Caroline: Em março deste ano eu ouvi falar que o edital do TJ estava próximo de sair. Rapidamente procurei um cursinho para estudar, portanto estudei a partir de março deste ano.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Caroline: Cheguei a estudar sem o edital na praça, mas confesso que antes do edital não consegui avançar muito. Tive muita dificuldade de entrar no ritmo e senti que só consegui avançar de verdade em raciocínio lógico. Quando eu me deparava com alguma matéria que eu tinha dificuldade, perdia dias tentando entender e decorar o conteúdo e isso me atrasou na Trilha pré-edital. Mas o que mais me incentivou a estudar antes do edital, foi ter a certeza de que ele estava prestes a sair.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Caroline: Conheci na internet, pesquisando os maiores cursinhos para o TJ e analisando quais as vantagens cada um oferecia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Caroline: A base do meu estudo foi o PDF para todas as matérias, que funcionou muito bem, principalmente nas matérias de Direito e matemática. Outras matérias que eu tinha mais dificuldade, como informática e raciocínio lógico, as videoaulas foram essenciais. Português, apesar de ter uma boa base, eu não conseguia sair da média de 5 erros por simulado, então passei a usar as aulas ao vivo da professora Adriana, que fizeram total diferença no meu desempenho. O segredo, para mim, foi identificar quais as matérias que eu tinha mais dificuldade e investir o tempo de assistir às videoaulas para essas matérias. Para as demais, o PDF do curso foi mais que suficiente.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Caroline: Para fechar o conteúdo, eu segui a Trilha Estratégica do zero ao topo no pós-edital. Eu tentava sempre seguir a ordem das tarefas estabelecidas na semana, dedicando mais tempo àquelas nas quais eu tinha maior dificuldade.
Evitei fazer resumos pela falta de tempo, mas em Direito eu optei por usar um caderno de lei seca. Nele eu fazia anotações dos pontos mais importantes do PDF e grifava com cores específicas os pontos mais importantes. Para matemática e raciocínio lógico eu fiz resumos digitados e colei na parede do meu quarto, para sempre dar uma olhadinha, principalmente nas fórmulas. Nas outras matérias, eu convertia o PDF em docx. e usava o recurso de comentários para fazer muitas anotações com os meus entendimentos e grifava tudo que era importante.
Dei prioridade para ler todos as aulas e, somente após isso, fazer o máximo possível de questões, que são fundamentais para compreender o assunto estudado, verificar quais pontos precisa melhorar e como estou evoluindo. Em Direito, optei por revisar bastante através do meu caderno de lei seca, que já estava grifado e com anotações pontuais.
Simulados foram importantes para avaliar a minha evolução e perceber qual era a ordem de resolução de questões que mais se encaixava no meu estilo. Os mapas mentais do Estratégia também foram sensacionais para fazer a revisão na reta final.
Estudei em média 10 a 12 horas por dia, mas já passei 14 horas estudando.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Caroline: Tinha mais dificuldade em informática, raciocínio lógico e português. Em informática foi fundamental assistir às videoaulas e testar todas as funcionalidades estudadas no meu computador, para poder aprender na prática. Raciocínio lógico e português também superei com videoaulas e muitos exercícios.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Caroline: Apesar de não ser indicado, eu estudei pesado até o último dia antes da prova e creio que isso acabou me ajudando a não ficar tão ansiosa, porque estava com a cabeça muito ocupada. Acabei me atrasando nas Trilhas e tomei a decisão de, pelo menos, fechar todo o edital, então usei a última semana para estudar as matérias que faltavam (basicamente normas da corregedoria, JEC, JEFP e Jecrim), adaptando as tarefas restantes, e isso me ajudou a não perder 4 questões da prova. No último dia, assisti à revisão de véspera pelo YouTube na velocidade 2x e sempre pausava para reler meus resumos, mapas mentais, anotações, leis secas e fórmulas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Caroline: Meu maior erro foi insistir em entender ou decorar uma matéria específica e perder dias de estudo por causa disso. Só com o tempo eu percebi que não adianta insistir mais do que algumas horas na mesma matéria, pois conforme você vai avançando no conteúdo e fazendo exercícios, o que foi estudado anteriormente vai sendo absorvido espontaneamente.
Meu maior acerto foi não desistir de estudar o edital inteiro. Mas também incluo a capacidade de perceber em quais matérias eu precisava focar mais e fazer o máximo possível de exercícios.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Caroline: O mais difícil foi o cansaço físico, dormir aproximadamente 6 horas por dia, e ficar sem o convívio com os meus pais e namorado. Para seguir em frente, o meu maior combustível era pensar que faltava pouco tempo para a prova chegar e que depois dela, eu poderia descansar o quanto precisasse.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Caroline: O que mais me motivou foi justamente a possibilidade de realizar o meu maior sonho profissional e conseguir um emprego que possa melhorar a minha qualidade de vida e a dos meus pais. Além disso, o fato de ter havido a unificação da capital e do interior me impulsionou para dar o meu melhor nos estudos, pois eu tinha consciência de que o próximo concurso para o TJ-SP demoraria muito para acontecer.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Caroline: Para quem está iniciando os estudos agora, eu aconselho a buscar concursos na área em que você se sinta mais confortável e motivado, que realmente seja o seu sonho de vida. Quando decidir o que prestar, tenha foco, dê o seu melhor e não desista. Dias ruins e problemas pessoais todos temos, o importante é ser resiliente e levantar a cabeça para continuar, independe do que aconteça. Se precisar parar e descansar (todos precisam), faça isso e não se cobre tanto. Antes de ser funcionário público, você é ser humano e tem os seus limites. Mas não desista, nem se dê por derrotado antes da prova, o jogo só acaba quando termina!