Aprovado em 7° lugar no concurso SEFAZ RR no cargo de Auditor Fiscal de Tributos Estaduais
Fiscal - Estadual (ICMS)“Estudar para concurso é em grande parte saber gerenciar o tempo, porque é IMPOSSÍVEL saber tudo. E é difícil ensinar isso…para mim foi na tentativa e erro. É importante estar com percepção e autoconhecimento aguçados para fazer esse ajuste fino”
.
Confira nossa entrevista com Bruno Mendes, aprovado em 7° lugar no concurso SEFAZ RR no cargo de Auditor Fiscal de Tributos Estaduais:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Bruno Mendes: Sou natural de Três Corações, MG, e moro hoje na capital Belo Horizonte. Tenho 34 anos, formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Bruno: Sim, trabalhei por quase 10 anos no mercado antes de me aventurar nos concursos! Durante todo esse período, trabalhei em uma multinacional e tinha uma remuneração boa. Mas nunca fui feliz de verdade na profissão, o mundo corporativo às vezes é cruel conosco. Foi quando meu irmão, recém-aprovado no TCE-MG, me falou “Bruno, saiu um concurso que vale a pena para você. São poucas matérias e o salário é bom, topa?”. Era o TCE-RJ, e estávamos em janeiro de 2020. O que aconteceu em março daquele ano todo mundo sabe né…rs. Mas aí eu já tinha começado (que é talvez a parte mais difícil!)
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Bruno: Minha primeira área de estudos foi Controle, por influência do meu irmão. Pulei para a área fiscal por ser uma área próxima. E pela quantidade de editais que começaram a sair da área Fiscal. Não foi uma decisão fácil, pois tinha medo de perder o foco. Mas no final das contas, se mostrou uma decisão acertada!
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Durante meu primeiro ano de estudos, eu trabalhava na iniciativa privada e estudava nas poucas horas vagas. Não foi lá um estudo muito intenso. Estávamos no auge da pandemia e ninguém sabia quando seriam retomados os concursos. Mas foi bom, que devagar, fui formando uma base. A partir de janeiro de 2022, saí do trabalho, que já não fazia mais sentido para mim, e comecei a focar nos estudos em tempo integral.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Há 1 mês atrás, eu ainda não havia sido aprovado em nenhum! Eis que na véspera da prova de RR, chegando em Boa Vista, descobri que havia sido aprovado em 55° lugar para Auditor Fiscal no SEFAZ ES (resultado pré-recursos). Já juntei a alegria e a confiança e fui com tudo para cima da prova de RR.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Sim. Entre fevereiro e maio deste ano, logo após a reprovação no TCE-RJ, resolvi que iria estudar para o TCU. O edital estava super quente! E é um baita desafio estudar em edital…vai sair ou não? Cada fofoca tem o poder de desequilibrar a gente. Mas durou só esses poucos meses. Em maio, com o edital do SEFAZ CE e ES na praça resolvi mudar a estratégia e fui com tudo. Na ocasião, eu tinha quase todo o edital do TCU coberto de maneira superficial. Então eu sabia que os próximos passos eram mergulhar no Direito Tributário, que eu nunca havia estudado, e no restante do tempo me aprofundar nas disciplinas comuns.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? Qual o diferencial que encontrou em nosso material? Recomendaria para um amigo que está começando os estudos?
Bruno: Já conhecia há tempos, desde um concurso do BACEN que tentei em 2013. Fiz meio que brincando, fui bem mal. Mas desde então eu sempre me lembrava do Estratégia como uma referência em concursos. Quando voltei a assinar recentemente, tive a grata surpresa de ver como os materiais tinham ganhado em profundidade nesses 8 anos que se passaram.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Bruno: Definitivamente os PDFs foram minha base. Raramente assistia às aulas. No período em que trabalhava, salvei as videoaulas como áudio e ia ouvindo no carro na ida e volta do trabalho. Mas esses outros materiais sempre foram pra mim um apoio extra. Para memorizar e revisar os PDFs eram os materiais que mais funcionavam para mim. Além de, é claro, fazer questões. Milhares de questões. Fiz cerca de 20 mil questões nesse período. A única matéria que procurei aprofundar para além do material dos PDFs foi Direito Tributário: meu irmão (sempre apoiando!) me deu um livro de presente e eu devorei.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: Enquanto trabalhava, creio que uma hora por dia, em média. Tinha dia que estudava mais, e tinha dias que passava sem estudar. As vezes abria, no meio do dia, o aplicativo de questões e resolvia algumas, “pra passar o tempo”. Depois de sair do trabalho, ficava de 8h da manhã até as 9h da noite por conta de estudar. Na prática, a gente não rende o dia todo. No período em que eu media horas líquidas, estava fazendo uma média de 6 horas líquidas por dia. Depois parei, aquilo me deixava mais ansioso. Voltei para velha estratégia de sentar e estudar.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Bruno: Durante meus estudos, tentei conciliar de várias maneiras. Até que cheguei a um modelo que funcionou bem para mim: dependendo da importância e complexidade da disciplina, estudava 1, no máximo 2 disciplinas por dia. Com cerca de 20 disciplinas a serem estudadas, a cada 2 semanas eu fechava um ciclo e iniciava novamente.
Matérias mais importantes e com mais detalhes a serem “decorados”, eu abusava de resumos (que eu mesmo criava), flashcards e questões. Outras matérias de menor importância, bastavam os grifos que eu fazia no PDF e uma bateria de questões.
Uma coisa que os professores falam e que eu fazia bastante também, era ter um caderno de questões que errei. Em muitos momentos a revisão se concentrava basicamente nos erros.
Estudar para concurso é em grande parte saber gerenciar o tempo, porque é IMPOSSÍVEL saber tudo. E é difícil ensinar isso…para mim foi na tentativa e erro. É importante estar com percepção e autoconhecimento aguçados para fazer esse ajuste fino.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: A pedra no meu sapato era Direito Civil. Muito detalhe para decorar e muito conceito que era abstrato demais para mim. Para piorar, o peso nas provas que fiz era pequeno, não valia a pena sentar a estudar toda a matéria no detalhe. A solução foi combinar Lei Seca + Exercícios. A Lei Seca me dava a base e os exercícios, combinados com comentários e professores e usuários, me ajudavam a fixar e entender melhor.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Casado e sem filhos. Minha esposa também tá nessa vida de concurseira, foi fácil pra ela me entender e me apoiar. Meus pais e meu irmão sempre estiveram apoiando também. Nesse sentido, me considero privilegiado. Sei que muita gente, além de enfrentar a dificuldade natural do concurso, ainda tem que ficar se justificando o dia inteiro para a família.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Bom, assim que comecei a estudar veio a pandemia né… eu sempre tive vida social bem intensa, mas com todo mundo em casa não tinha nem tentação para ficar resistindo. Além disso, de alguma forma me lancei de corpo e alma no projeto. Queria ser aprovado e queria ser aprovado rápido.
Não diria que fui radical. Continuava vendo a família. E quando a pandemia arrefeceu, via meus amigos mais próximos de vez em quando. Mas por óbvio o convívio social diminuiu.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Bruno: Quando eu for chamado para RR, ou eventualmente para ES, ficarei satisfeito e deixarei a vida de concurseiro. São cargos excelentes. A vida continua e há outros projetos que eu e minha esposa queremos investir. Mas enquanto não há nomeação, sigo estudando: meus próximos projetos são ISS BH e TCU. Acredito que serão as últimas provas que farei!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Bruno: Complicado falar em tempo de estudo. Em teoria, SEFAZ ES eu estudei somente 2 semanas (após tomar uma surra no SEFAZ CE). Para o SEFAZ RR, estudei os 2 meses entre o edital e a prova.
Mas na prática, foi 1 ano estudando em paralelo com o trabalho, formando uma base, e mais meio ano estudando em tempo integral me aprofundando em matérias comuns aos concursos que estava fazendo.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Bruno: Como dizemos aqui em Minas…é bão dimais da conta!
É gratificante, pessoalmente falando. É bom demais ver toda a família e amigos mais próximos felizes também. E é um alívio (ver as incertezas e inseguranças indo embora)!
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo
Bruno: Eu adorava dizer para minha esposa que nas últimas semanas que antecedem a prova eu iria pegar mais leve para estar descansado. Mas era impossível para mim! Na prática eu pisava no acelerador e me concentrava em aparar as arestas. Na véspera então, passo o dia inteiro no quarto de hotel revisando. É a hora de botar na cabeça aquelas milhares de regrinhas e decorebas que a gente sabe que pode cair. Tem gente que se sente bem descansando. Eu definitivamente prefiro estudar. Me deixa mais seguro. Nas últimas provas eu estudei inclusive antes de entrar na sala da prova e no intervalo entre prova da manhã e da tarde. Sempre tentando pegar mais alguma coisinha.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Não gosto de falar em erros…tudo é aprendizado e adaptação. Mas um desses aprendizados que me vem à cabeça foi quando resolvi, para a prova do SEFAZ CE, me aprofundar na leitura da teoria e deixei as questões um pouco de lado. E foi justamente quando resolvi investir tempo em cadernos de questões com filtros bem pensados e a revisar periodicamente os erros nas questões, que o jogo virou para mim.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: Não quero me gabar aqui, mas não pensei em desistir em momento algum. Coloquei na minha cabeça com tanta certeza que o projeto iria dar certo e minha motivação para mudar de vida era tanta, que esse foi o motor da minha caminhada.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Eu estava infeliz no trabalho e queria ter uma vida melhor. Queria um bom salário, qualidade de vida e estabilidade. E queria proporcionar isso à minha esposa (que jamais cobrou qualquer coisa de mim!). Parece simples e mundana essa motivação, mas ela tinha uma força enorme.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Três palavras resumem a mensagem que eu quero deixar:
- Motivação: É ela que vai te sustentar e garantir que você vai seguir em frente.
- Flexibilidade: mudar a estratégia quando necessário, mudar a área quando for oportuno.
- Autoconhecimento: para conseguir identificar sua real motivação e para saber quando a flexibilidade é uma sábia decisão e quando é apenas uma forma de se sabotar.