Aprovado nos concursos PF para Agente e PCDF para Agente e para Escrivão
Concursos PúblicosPolicial (Agente, Escrivão e Investigador)Confira nossa entrevista com Bruno Favoretto Silva, aprovado nos concursos PF para Agente, PCDF para Agente e PCDF para Escrivão:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Favoretto Silva: Olá. Meu nome é Bruno Favoretto Silva, sou natural de Goiânia-GO e tenho 28 anos. Sou formado em Engenharia Civil pela PUC-GO, pós-graduado em Engenharia de Avaliações e Perícias, e mestre em Engenharia de Estruturas pela Politécnica de Praga, República Tcheca – diploma já oficialmente revalidado pela USP. Fui bolsista CNPq por dois anos no Canadá durante a graduação, pelo programa Ciência sem Fronteiras e, depois de formado, trabalhei no interior do Paraná por um ano e meio como Tesoureiro e Gerente Financeiro. Tenho cidadania italiana, sou fluente em inglês, francês e espanhol, e já visitei mais de 30 países. Aos 14 anos, fui medalhista na Olimpíada Brasileira de Matemática e, recentemente, fui aprovado em três concursos públicos: PF Agente, PCDF Agente e PCDF Escrivão.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Bruno: Apesar de eu ter trilhado um belo caminho ao redor do mundo, eu senti um leve desconforto por não ter estabilidade e não criar raízes em um lugar específico. De 2013 a 2020, eu morei em nada menos que sete cidades diferentes: Ottawa-Canadá, Goiânia-GO, Cascavel-PR, Maringá-PR, Milão-Itália, Guimarães-Portugal e Praga-República Tcheca. Com tantos encontros e despedidas pelo caminho, eu senti que era hora de dar uma pausa e focar em um canto só, de preferência perto da família. Decidi, pois, retornar ao Brasil assim que terminasse o mestrado na Europa. Apesar de ter recebido boas propostas de doutorado no Velho Continente, optei por retornar para casa e tentar algo no meu país de origem. Cogitei por um breve período virar empreendedor ou seguir carreira acadêmica, mas os benefícios de um concurso federal sempre me cativaram. Foi quando comecei a pesquisar sobre as possíveis áreas de atuação. No início, tive bastante dúvida sobre ser Diplomata ou Perito Criminal Federal. São duas áreas que sempre me atraíram bastante. Mas, como um autêntico admirador de séries policiais como “Dexter” e “CSI”, optei por seguir a carreira policial. Portanto, em março de 2020, comecei meus estudos para a Polícia Federal. Já era esperado que não abririam vagas para Perito Criminal, então meu objetivo foi conseguir aprovação como Agente (o que acabou se concretizando), para depois almejar uma vaga de Perito. Foram exatos 14 meses de preparação (março 2020 a maio 2021), que acabaram rendendo aprovações em três ótimos concursos (PF Agente, PCDF Agente e PCDF Escrivão).
Bruno: Assim que eu finalizei o mestrado na Europa e retornei ao Brasil, dediquei-me exclusivamente aos estudos para concurso. O início dos estudos coincidiu exatamente com o início da pandemia e o lockdown no país (março 2020). Como o edital de Escrivão da PCDF já tinha sido lançado, eu já comecei a estudar no ritmo pós-edital: pelo menos seis horas líquidas por dia (de segunda à sábado) com simulados e redações aos domingos. Com o tempo, fui aumentando a carga horária gradativamente. Com a publicação do edital de Agente da PCDF, aumentei para oito horas líquidas diárias de estudo e, com o edital da PF, aumentei para dez horas líquidas diárias. Eu só pausava os estudos para comer, dormir, malhar e correr (nunca posterguei a preparação para o TAF).
Bruno: Nesses 14 meses de intensa preparação, eu fui aprovado em 100% dos concursos para os quais eu me dediquei: Agente da PF, Agente da PCDF e Escrivão da PCDF. No último concurso que fiz (Agente da PCDF), considerando a classificação pós-redação, eu fiquei entre os 100 primeiros colocados, dentre 90 mil inscritos. No de Escrivão da PCDF, fiquei entre os 300 primeiros, dentre 60 mil inscritos. Já no de Agente da PF, fiquei entre os mil primeiros classificados, dentre mais de 320 mil inscritos.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Bruno: É uma sensação inexplicável, uma mistura de alegria e alívio. Eu estava muito confiante na aprovação, tanto pelas notas nos simulados (sempre acima de 90 líquidos), quanto pela própria correção extraoficial da prova. Mas, ainda assim, acordar de manhã e ver o seu nome no Diário Oficial não tem preço. É muito bom quando o seu trabalho é recompensado. Para melhorar, eu tirei a maior nota na discursiva de Escrivão da PCDF (30,00 de 30,00) – o único a tirar nota máxima. Também tirei a terceira maior nota na discursiva da PF (12,60 de 13,00), e uma das maiores de Agente da PCDF (29,60 de 30,00), fruto de uma preparação de mais de 70 redações feitas durante os estudos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Eu não tinha muita escolha, pois comecei a estudar no início do lockdown no país. Aproveitei o tempo em casa para “arregaçar as mangas”. Fiquei sem beber, sem perder tempo em redes sociais e sem tirar o foco dos estudos. Foi um ano “respirando concurso” – quando não estava estudando, estava vendo vídeos relacionados às provas e às aulas do curso. Lembro-me que uma das poucas taças de vinho que tomei foi na ceia de Natal. No réveillon, parei os estudos por algumas horas para ver os fogos na TV, mas logo voltei a estudar novamente. Seja feriado, final de semana, ou até mesmo meu aniversário, eu não parei um dia sequer. Essa constância foi essencial para que eu evoluísse tanto em pouco tempo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Sou solteiro, sem filhos. Moro com meus pais e meus irmãos. A minha única preocupação era em bater a meta diária de estudos, nem que eu precisasse ficar até as 4h da manhã estudando. Comida sempre pronta, casa sempre limpa, boletos sempre pagos, roupas sempre estendidas – minha preocupação era única e exclusivamente passar nos concursos. Meus pais sempre me deram todo o conforto para que eu pudesse focar inteiramente nos estudos. Desde o início, me apoiaram e me deram todo o suporte para seguir nesse árduo objetivo. Inclusive, por muito tempo ficaram sem assistir à TV da sala (ou quando a assistiam, o faziam em baixo volume), para que eu não me desconcentrasse na sala de visitas (ambiente ao lado, onde eu estudava durante a semana). Eu tive todos os artifícios para fazer uma excelente preparação e me sentia na obrigação de ser aprovado, independente da concorrência.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Acredito que é necessário ter foco nos estudos. Não adianta querer estudar para cursos de áreas diferentes porque dificilmente se conseguirá êxito. Até mesmo conciliar PF com PRF foi difícil, imagine carreiras distintas. Para ser aprovado, não adianta ser bom e nem muito bom. Você tem que ser melhor que 99% da concorrência. Para isso, é necessário unir os esforços em prol de um único objetivo: no meu caso, a PF. Como os editais da PCDF vieram bem semelhantes ao da PF, acabei passando nos três. E minha preparação para a PF foi tão intensa, que consegui ser aprovado nos dois concursos da PCDF mesmo ficando três meses sem pegar em um livro sequer (parei de estudar na prova da PF em maio, e a PCDF veio ocorrer somente três meses depois, em agosto). Mesmo eu estando bastante contente com essas aprovações, meu foco ainda é ser Perito Criminal Federal. Portanto, já iniciei os estudos direcionados para Perito de Engenharia Civil. Portanto, minha ideia é tomar posse na PF como Agente e seguir estudando para Perito Criminal Federal.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Bruno: Meu estudo começou direcionado para Escrivão da PCDF, pois o edital já estava na praça e a prova poderia sair a qualquer momento (foi suspensa devido ao Covid e a data ficou em aberto). Com isso, iniciei pelas matérias da PCDF. Com o edital de Agente da PCDF, continuei com as mesmas matérias, pois eram quase todas iguais às da PF. Quando lançaram o edital da PF, em janeiro de 2021, eu já havia estudado tudo, com exceção de um ou outro tópico. Portanto, como os editais eram bem semelhantes, eu considero que todo meu tempo de estudo (14 meses) foi direcionado à PF e PCDF. Eu cheguei a estudar algumas específicas da PRF, porém eu sentia que conciliar os quatro concursos seria uma dificuldade ainda maior. Segui com minha preparação PF/PCDF do início ao fim, e deixei a PRF de lado (nem cheguei a estudar trânsito para não sobrecarregar ainda mais).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Não, já iniciei no ritmo pós-edital, pois comecei a estudar em março/2020. O edital de Escrivão da PCDF foi lançado em dezembro/2019 e a prova viria a ser em março/2020. Por minha sorte, a prova foi suspensa e tive tempo suficiente para ser aprovado. Já comecei os estudos a mil por hora, sem perder tempo. Para manter a disciplina, eu montei uma carga horária de matérias com metas diárias, semanais e mensais, com muitas revisões e simulados. Dia após dia, uma luta diferente, até que, no final de um ano, o avanço foi assustador. Eu colocava um limitador de tempo em redes sociais como Instagram e Facebook, para não perder muito tempo em coisas fúteis que não acrescentariam nos estudos. Do mesmo modo, fixei horários para corrida, natação e musculação, para manter a constância e disciplina na preparação para o TAF. Por mais que as academias tenham ficado fechadas por um tempo, sempre procurei alternativas para manter o preparo físico. Nunca posterguei a preparação física.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso?
Bruno: Eu usei o material do Estratégia Concursos desde o início. Primeiramente, estudava o PDF e fazia as questões nele contidas, depois assistia às videoaulas para fixar o conteúdo e revisava pelos resumos e mapas mentais disponíveis na plataforma. Com o passar do tempo, também assinei uma plataforma para resolver mais questões, e a do Missão para fazer mais simulados. Não comprei livros, não participei de aulas presenciais e não fiz resumos de próprio punho. Acredito que, para se ter maior efetividade nos estudos, é necessário utilizar materiais diretamente focados para passar na prova. Não adianta montar uma biblioteca particular com inúmeras doutrinas e livros se você não marcar a bolinha correta no cartão-resposta. Gostei bastante dos PDFs do Estratégia, pois eles englobam todo o conteúdo programático no edital de maneira focada e sem enrolação. Eu considero que o bem mais precioso que temos é o tempo – se não o utilizarmos de maneira eficaz, estaremos em grande desvantagem. E concursos dessa magnitude demandam uma preparação eficiente e direcionada. Portanto, minha dica é sempre priorizar o PDF em detrimento do livro. Nunca cogitei fazer um cursinho presencial, pois o tempo gasto no trânsito poderia ser facilmente revertido em estudos; e as aulas rendem muito mais quando gravadas, pois é possível aumentar a velocidade da aula e assistir apenas aos tópicos de seu interesse no horário que quiser.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Pesquisei sobre os melhores cursinhos na internet. Percebi que o Estratégia estava entre os que mais aprovavam alunos. Conversei com alguns amigos concurseiros, que também me indicaram o Estratégia, e meu irmão também utilizou a plataforma por um período – todos me deram um feedback positivo. Portanto, não tive muitas dúvidas e aproveitei a promoção na época, tornando-me um aluno vitalício. Talvez uma das melhores escolhas que fiz durante toda minha preparação, e pretendo continuar com o Estratégia na preparação para Perito Criminal Federal.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Bruno: Editais extensos como o da Polícia Federal requerem boa preparação e bastante organização. Como eu estudava dez horas líquidas por dia, consegui encaixar todas as dez matérias do edital da PF na grade de estudos. Eu estudava duas horas de informática e duas horas de contabilidade de segunda a sábado. Nas segundas e quintas, eu estudava mais duas horas cada de estatística, direito administrativo e direito constitucional. Nas terças e sextas, eu acrescentava duas horas cada de estatística, direito penal e direito processual penal. E nas quartas e sábados, eu completava com duas horas cada de português, leis especiais e raciocínio lógico. Aos domingos, simulado e redação. Ao todo, englobava as dez matérias ao mesmo tempo. No início, foquei mais na leitura de PDFs; no final, na resolução de questões e simulados.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: Eu tive mais dificuldade em contabilidade, por ter sido meu primeiro contato real com a matéria, mas nada que eu não pudesse superar. Quando eu percebi que estava errando mais questões de contabilidade do que todas as outras matérias juntas, optei por intensificar minha carga horária em contabilidade. Passei a ler e reler todos os CPCs e revisar todos os meus erros praticamente todos os dias, até eu conseguir fixar na minha cabeça e não errar mais. Imprimi os CPCs e colei na parede do meu quarto; assim, eu já tinha contato com eles ao acordar. Depois de tanto estudar e revisar o conteúdo, comecei a melhorar o índice de acertos. O importante é não desistir quando a matéria está difícil; pelo contrário, deve-se enxugá-la ao máximo, até não errar mais.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Toda minha preparação foi estressante. Eu mal via a luz solar, não tinha descanso. Meus pais e irmãos tiveram que me aturar por uns meses, não foi fácil. Continuei com minha rotina intensa até a véspera da prova. Não parei um minuto sequer. Na véspera, foquei em decorar algumas fórmulas de estatística e outros conceitos que poderiam ser cobrados; e revisei tópicos de maior importância. Só parei para descansar após a prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: No início dos estudos, eu estava fazendo de duas a três redações por semana. Após uns meses, reduzi para uma redação por semana. No total, foram mais de 70 redações feitas. Dentre elas, pelo menos umas 20 foram corrigidas por profissionais qualificados. Eu sempre tive facilidade em escrever e expor minhas ideias, e isso se intensificou após a minha tese de mestrado, que foi concluída meses antes do meu estudo para concursos. Portanto, desde o início eu já quase “fechava” as redações, e isso se concretizou nas provas – tirei nota máxima na prova de Escrivão da PCDF (30,00 de 30,00). Na prova de Agente da PCDF, tirei 29,60 de 30,00. E na prova de Agente da PF, tirei 12,60 de 13,00. Mas, mesmo com minha confiança na escrita, nunca posterguei a preparação e sempre busquei temas diferentes para desenvolver minhas ideias, tanto é que eu já tinha trabalhado todos os assuntos que caíram nas provas.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Bruno: Comecei a me preparar para o TAF assim que comecei a estudar. Sempre reservei pelo menos uma hora diária de atividades físicas – esse tempo foi intensificando à medida que se aproximava da prova física. Para isso, tive acompanhamento profissional de nutricionistas e professores de academia. Fazia barras duas vezes por semana, natação três vezes por semana, corrida de três a quatro vezes por semana, e salto horizontal duas vezes por semana. Musculação todos os dias de segunda a sábado. Para a avaliação médica, procurei dar uma pausa nos suplementos para evitar qualquer alteração nos exames laboratoriais. Para o psicotécnico, procurei manter a calma e responder da maneira mais fidedigna possível.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Sempre haverá erros. Não importa o quão preparado você estiver, nunca será tão perfeito ao ponto de não cometer erros. O que importa é sua flexibilidade para contorná-los e percebê-los o mais rápido possível para que possa corrigi-los o quanto antes. O meu primeiro erro foi não montar um caderno de erros logo no início. Quem me deu essa dica foi a minha coach Ana Carolina, com a qual trabalhei por alguns meses como aluno Platinum do Estratégia. O caderno de erros foi essencial para que eu pudesse organizar de maneira mais eficiente os meus pontos fracos e os tópicos em que eu estava com mais dificuldade. Após montar esse caderno e estudá-lo com frequência, meu índice de acertos subiu assustadoramente. Outro erro que cometi foi tentar, por algum tempo, conciliar PF e PRF. Eu pensava que seria possível passar nos dois concursos, porém as provas vieram com uma semana de diferença entre uma e outra, e os editais vieram bem diferentes (enquanto a PF priorizava informática, contabilidade e exatas, a PRF priorizava trânsito e direito). Em janeiro de 2021, resolvi abandonar a PRF e focar exclusivamente na PF. Resultado: aprovado na PF e nos dois da PCDF. Talvez se eu tivesse tentado abraçar a PRF também, poderia ter morrido na praia e não ter passado em nenhum. Portanto, foco é primordial na preparação, não adianta querer abraçar o mundo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: Nunca pensei em desistir. Pelo contrário, sempre tive a sensação de que uma vaga seria minha. E eu lutei por ela até a última gota de suor. O mais difícil, na minha opinião, foi manter a alta performance por tanto tempo, sem poder aproveitar a família como eu gostaria. Como eu disse anteriormente, já comecei os estudos no ritmo pós-edital. Quando publicaram o edital da PF, eu já estava esgotado. A prova estava marcada para final de março, e eu já estava no limite, até que a prova foi adiada para final de maio. Eu tive que juntar forças para continuar na pegada por mais dois meses, e consegui. Mas por pouco eu não chuto o balde e dou uma relaxada antes da hora. Junta ao fato de que eu não pude aproveitar a família nesse período, o estresse foi acumulando de forma muito intensa. As minhas sessões semanais de terapia com a psicológa foram bem importantes nessa caminhada. Além disso, não foi nada fácil manter um bom preparo físico junto com os estudos. Por mais que eu estivesse bem fisicamente, eu não podia deixar de correr ou de treinar para não perder condicionamento para o TAF. Mas apesar de todas as dificuldades, eu sempre vislumbrava o uniforme da PF, o distintivo, o brasão da instituição e os benefícios que o cargo proporciona. Quando se tem um sonho, não há dificuldades que te incapacitam de conquistá-lo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Minha principal motivação foi honrar o nome da minha família e mostrar para eles que podemos vencer qualquer batalha, independentemente dos desafios. Não importa se tem outras 320 mil pessoas querendo sua vaga; se você está preparado, ela será sua. O sonho de fazer parte da instituição mais respeitada do Brasil – a Polícia Federal – me motivava a ser cada dia melhor. Sempre tive o desejo de servir à sociedade e contribuir para um futuro melhor para nossa nação, seja no combate ao tráfico, seja na proteção de nossas fronteiras e biomas. O futuro que eu sempre quis propor para minha família enfim poderia se concretizar. A estabilidade e os benefícios que o cargo oferece são maiores que qualquer obstáculo que poderia surgir pelo caminho. Portanto, não importa o quão árdua foi a missão, tudo valeu muito a pena, principalmente por ter sido ao lado das pessoas que mais amo, minha família. Ver o sorriso no rosto dos meus pais ao ver meu nome no Diário Oficial é muito gratificante.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Nunca desista dos seus sonhos. Por mais que a trajetória pareça difícil e cansativa, vai valer a pena. O caminho é tortuoso, você terá que abdicar de muitas coisas e ter muita resiliência. E é nessas horas que você percebe quem é seu amigo de verdade e quem de fato torce pelo seu sucesso. Fique perto de quem te quer bem – afinal, quem está ao seu lado nas trincheiras importa mais que a própria guerra. Portanto, não se decepcione caso se sentir muito sozinho por fazer o que a maioria não está fazendo, por estudar enquanto os outros festejam. Tente não falar para os outros que está estudando; suma por um tempo e deixe que seu sucesso fale por você. Não se distraia com futilidades de redes sociais, elas só te fazem perder tempo. No final, é você quem dita seu ritmo. Você é do tamanho do seu sonho e tem tudo para conquistá-lo.