Aprovado no concurso PCDF em 42º lugar para o cargo de agente
“Eu sempre fui um aluno medíocre na escola e na faculdade, sempre estive na média. Se hoje eu estou aqui para contar o meu relato, é porque você também pode. A única coisa que eu fiz foi estudar (MUITO). Fuja de fórmulas mágicas e técnicas mirabolantes, nada vem de graça! É difícil ficar ausente por tanto tempo e dedicar-se horas a fio, mas garanto para vocês que, ao ver o seu nome na lista de aprovados, faz tudo valer a pena”
Confira nossa entrevista com Bruno Ali, aprovado no concurso PCDF em 9° lugar na prova objetiva para o cargo de Agente (concurso em andamento):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Ali: Tenho 32 anos e sou de Ribeirão Preto/SP. Sou formado em engenharia civil, mas nem cheguei a exercer a profissão.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Bruno: É até uma história curiosa; após formado, trabalhei como UBER, pois terminei a faculdade durante um período de crise na área da construção civil. Certo dia, peguei um passageiro (Francisco, que depois viria a ser um grande amigo) e, durante a conversa, ele me disse que havia acabado de ser aprovado em um concurso (não me recordo qual). Dizia que estudar havia sido a melhor decisão da vida dele, apesar dos pesares. Aquilo mexeu comigo de certa forma e, depois desse dia, comecei a pesquisar sobre as possíveis áreas e cargos.
O que me fez decidir, de fato, foi a estabilidade financeira, já que havia começado minha trajetória profissional nesse cenário de instabilidade.
Logo de cara tive maior afinidade com a área fiscal ($afinidade$) e passei a estudar exclusivamente com foco na Receita Federal.
Após ter visto e revisto todo o conteúdo diversas vezes, e ainda sem previsão de prova, resolvi tentar outros concursos com matérias afins.
A área policial veio, então, como uma alternativa que, após conhecer mais a fundo, me identifiquei mais do que eu esperava.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Após aquela conversa dentro do UBER, quando, de fato, tomei a decisão de estudar, resolvi trabalhar mais alguns meses para fazer um pé-de-meia e focar 100% nos estudos.
Tive grande ajuda financeira da minha família também, o que me proporcionou “apenas” estudar.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Eu fui aprovado para agente da PF e agora fui aprovado para agente da PCDF, estou na 9 colocação na prova objetiva.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Bruno: No dia da prova, eu saí bem chateado. Lembro de achar a prova bem difícil e o tempo bem curto. Eu tinha certeza de que havia ido muito mal. Ainda no hotel, fiquei acordado até muito tarde corrigindo a prova e fiquei extremamente surpreso em como meu desempenho havia sido bom. Senti, ali mesmo, que havia saído um peso enorme das costas, uma sensação indescritível de alívio e felicidade. Só quem é concurseiro sabe das dificuldades que é estar nessa vida.
Quando saiu o resultado definitivo, veio a confirmação.
Sempre imaginei como seria quando passasse e sempre lia relatos de outros aprovados. Hoje posso dizer que a sensação de dever cumprido é ainda melhor do que os relatos fazem parecer.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Fui bem radical durante a minha preparação. Meu tempo de estudo era sagrado e levado como se fosse meu emprego.
Se eu não batesse minhas metas durante a semana, eu estudava no final de semana, natal ou ano novo.
Separava apenas o domingo para ficar com minha namorada e, eventualmente, fazia algo com meus amigos.
Meu convívio social resumia-se as aulas de jiu jitsu. Não recomendo esse radicalismo, mas, como sempre fui um aluno mediano na escola, sentia que a minha chance em ser aprova residia em um cenário no qual eu estudasse mais que as outras pessoas. Hoje vejo que não foi saudável e nem tão necessário assim.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Tenho uma namorada (Rafaela) e moro com meus pais e irmãos.
Sempre tive apoio total de todos eles e 100% de cooperação. Não tenho do que reclamar nesse sentido, apenas a agradecer.
Sempre foram compreensíveis com meus horários e minhas capacidades em participar de afazeres e confraternizações.
Minha namorada e minha família sofreram junto comigo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Acredito que essa é a melhor estratégia a ser seguida. Meu foco continua sendo a Receita Federal, mas estudar com uma aprovação na manga tira um peso enorme das costas.
Esse, para mim, é o melhor caminho a ser seguido, desde que já tenha visto e revisto o seu edital dos sonhos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Bruno: Estudei um pouco mais de 5 meses. Como eu já estudava para área fiscal, precisei incluir apenas algumas poucas matérias específicas da área policial.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Durante três anos estudei sem edital na praça (ainda estou esperando o concurso para auditor da RF).
Como eu disse antes, sempre levei o estudo como um trabalho. Eu, assim como todos, passava por dias de indisposição e pensava: se eu tivesse um emprego, eu poderia ficar em casa? Se a resposta fosse não (quase 100% das vezes era apenas preguiça), eu estudava forçado.
Senti que quanto mais eu “lapidava” minha mente dessa forma, mais fácil ficava aceitar que aquela era minha realidade. Infelizmente, não existe fórmula mágica. O que existe, apesar de clichê, é força de vontade.
Procurava sempre imaginar como seria um futuro no qual eu estivesse aprovado. Isso sempre me motivava. Imaginar como minha vida mudaria, como eu poderia viajar e fazer tudo que sempre quis, proporcionando o mesmo para todos aqueles que sempre me apoiaram.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Sempre foquei, desde o começo, nos PDF’s do Estratégia. Assistia videoaulas apenas para sanar dúvidas pontuais que não ficaram claras com o uso do material escrito.
Acredito que a maior vantagem do PDF é a eficiência. Você consegue ver muito mais informações em um menor espaço de tempo, além do fato de que a leitura te deixa “desconfortável” de certa forma, te força a prestar atenção na informação. O estudo por videoaulas, para mim, me deixava preguiçoso e disperso, por ser um método muito passivo de estudo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Já naquela mesma viagem de UBER, o Francisco me indicou o material do Estratégia. Ainda bem que confiei na informação que ele me passou e pude estar aqui hoje dando este relato.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Eu estudava por ciclos. Fazia de 5 a 8 matérias por dia, dependendo do dia. Acredito que o meu maior erro foi fazer resumos no começo da preparação. Ficavam gigantescos e, praticamente, copiava todo o PDF. Tinha esse sentimento de que não memorizaria se não escrevesse. Após largar esse vício, percebi que, pelo menos para mim, não influenciava em nada na retenção, apenas prejudicava no avanço.
No começo, meu foco era 100% voltado para teoria, fazia apenas os exercícios do PDF. Quando finalizava a matéria, ia para o site de questões e só voltava para a teoria quando tinha alguma dúvida.
Quanto à carga horária, estudava 9 horas por dia, de segunda a sábado, e 3 horas no domingo.
Meu plano de estudos sempre foi bem simplista. Eu distribuía meu tempo disponível de estudo em uma tabela, inserindo maior tempo de estudo para matérias que tinham maior peso e/ou eram mais extensas, ou então para àquelas que eu tinha maior dificuldade.
Não tinha nenhuma fórmula mágica, era muito do meu “feeling”, por isso acredito que o concurseiro precisa ser 100% honesto consigo mesmo e reconhecer suas forças e fraquezas.
Tem dificuldade em matemática? Estude mais matemática. Não tem para onde correr.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: Sempre tive muita dificuldade em direito administrativo, achava uma matéria insuportável.
O jeito foi correr atrás do prejuízo e estudar, dia após dia, até aprender.
Resolvi alocar uma porção maior da minha carga horária e tentar ver um pouco todos os dias.
Em algum momento as coisas começam a fazer sentido e as decorebas acabam ficando naturais. A partir daí, então, comecei a gostar e percebi que o meu desgosto vinha do meu desconhecimento.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Como eu já vinha de um estudo muito intenso para a área fiscal, minha rotina não teve grandes mudanças.
A maior mudança foi largar, quase que totalmente, a teoria e focar 100% na maior quantidade possível de exercícios da banca.
A véspera da prova foi de descanso. Como viajei quase 700km para fazer a prova, acabei chegando em Brasília bem cansado. Fiz amizade com um pessoal, no hotel, que também ia fazer o concurso e fomos jantar no shopping e conversar para descansar a cabeça.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: Só é possível aprender a escrever bem, escrevendo. Contratei um pacote de correções e fazia uma dissertação por semana, utilizando os temas que eram passados.
Se você já vem se preparando com antecedência, acredito que uma redação por semana é mais do que suficiente, desde que seja feita a correção por um terceiro competente.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Bruno: Eu procuro correr 3x por semana (essa tem sido minha maior dificuldade, nunca gostei de correr) e comprei uma barra para poder treinar em casa. Basicamente minha preparação resume-se a isso, por enquanto.
Assim que tiver o resultado da discursiva, vou começar a pegar mais firme.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Eu acredito que tive dois grandes erros. O primeiro foi fazer resumos extensos logo no início. Como não tinha nenhuma experiência, eu não sabia, ao certo, o que era ou não importante e, por causa disso, acabava copiando quase que todo o material.
O segundo foi ter muito “apego” a cada palavra. Eu acabava tendo um avanço muito lento no material por conta de um receio de não decorar tudo o que eu lia. Hoje vejo que poderia ter reduzido o tempo da minha preparação de forma substancial.
Minha dica para os iniciantes: não se apeguem a cada palavra e a cada informação. É impossível decorar tudo. A memorização virá de forma gradual, principalmente ao resolver questões sobre o assunto. Busque sempre um entendimento do todo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: Com certeza o mais difícil foi a batalha diária de estudos. Faça chuva ou faça sol, eu estava na frente do meu computador, lendo e fazendo exercícios. Posso falar, com tranquilidade, que foi a coisa mais difícil que eu já fiz na vida.
Todos os dias eu tinha aquele sentimento: “ah, um dia só não vai fazer diferença”; e precisava de muita força de vontade para não escutar essa voz.
O problema é que, quanto mais você falha, mais propenso estará a falhar.
A primeira lei de Newton diz: “um corpo em movimento, tende a permanecer em movimento”, por isso o começo é sempre tão difícil, começar a movimentar-se é desgastante, mas, com o tempo, fica cada vez mais fácil, desde que você não interrompa constantemente esse ciclo.
Pensava em desistir todos os dias desde o primeiro dia da minha preparação. Levantar da cama e saber que eu teria que estudar, muitas vezes, era extremamente doloroso. A voz que te convida a seguir pelo caminho mais fácil sempre estará lá, cabe a você ignorá-la e visualizar a linha de chegada.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Inicialmente, a minha motivação foi 100% financeira, buscando a tão sonhada estabilidade. Após um tempo, quando a tão sonhada aprovação parecia nunca chegar, foi o orgulho que me fez continuar. Era inadmissível desistir depois de tanto tempo e esforço empregados e, mesmo que por muitas vezes eu tentasse, os puxões de orelha da minha namorada me faziam continuar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Chega a cair uma lágrima ao responder essa última pergunta, digo isso pois perdi as contas de quantos relatos de aprovados eu já li e essa era a minha parte preferida. Estar aqui, dando o meu relato, sabendo que chegou a minha vez, é indescritível.
Eu sempre fui um aluno medíocre na escola e na faculdade, sempre estive na média. Se hoje eu estou aqui para contar o meu relato, é porque você também pode.
A única coisa que eu fiz foi estudar (MUITO).
Fuja de fórmulas mágicas e técnicas mirabolantes, nada vem de graça!
É difícil ficar ausente por tanto tempo e dedicar-se horas a fio, mas garanto para vocês que, ao ver o seu nome na lista de aprovados, faz tudo valer a pena.