“Eu gostei muito do grande leque de opções que o Estratégia dá. Tem PDF, curso extensivo, curso de revisão, aulão, etc. Como fiquei um período só estudando, senti essa necessidade de ir trocando de material, inclusive, na medida em que ia revisando os conteúdos”.
Confira nossa entrevista com Beatriz Mena, aprovada em 4º lugar na capital para Escrevente Técnico Judiciário do TJSP:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Beatriz Mena: Tenho 28 anos, nasci e vivi em São Paulo praticamente toda minha vida. Desde uns 12 ou 13 anos eu falava para todo mundo que queria fazer direito, mas não tinha nenhum familiar próximo na área. Contudo, por uma frustração em um processo que minha mãe ingressou eu acabei me desiludindo com a advocacia e justiça, então quando terminei o ensino médio, decidi prestar vestibular para o curso de economia.
Eu fui aprovada no curso da FGV entre os 5 primeiros e ganhei uma bolsa integral, então acabei me matriculando lá. Durante a graduação minhas notas eram boas, mas eu não me animei com as oportunidades de emprego. No meu último ano, tranquei o curso de economia e estudei para o vestibular de Direito. Comecei a estudar Direito na USP no início de 2016, mesmo ano em que me formei em Economia. Me formei em direito em 2020, em uma colação de grau bem sem graça pela internet em razão da pandemia.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Beatriz Mena: No meu segundo ano de faculdade comecei a estagiar no Tribunal de Justiça de São Paulo, em um gabinete de segundo grau, e simplesmente adorei o trabalho, ler os processos, preparar as minutas de decisões. Mas também gostei bastante da rotina bem regrada, os horários de entrada e saída sendo bem respeitados, a tranquilidade que a estabilidade traz, etc. Acabei estagiado no TJSP por dois anos, o período máximo permitido pela Lei do Estágio.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Beatriz Mena: Em 2018 e 2019 eu cursava a faculdade de direito, estagiava no TJSP e tentei conciliar isso com o estudo para concursos. Prestei os concursos do TRT2 e 15 e do TRF3, mas não cheguei nem perto da aprovação.
Ao longo de 2020 e 2021 eu fiz estágio e depois entrei em um trabalho integral. O fato de estar trabalhando de casa (home-office) me ajudou muito, pois conseguia estudar de manhã antes do trabalho e à noite, sem perder o tempo do deslocamento. Nesse período eu estudei para OAB e depois comecei a estudar para concursos de tribunais, mas sem ter nenhum edital em vista, pois em razão da pandemia, os concursos estavam bastante restritos.
Esse estudo me ajudou a formar uma base legal para concursos e o fato de estar trabalhando me permitiu guardar uma reserva financeira. Então, quando saiu o edital o TJSP eu decidi que iria apostar todas minhas fichas nele. Eu pedi demissão do meu emprego no dia seguinte da publicação do edital, cumpri duas semanas de aviso prévio e no dia 14 de agosto de 2021 eu já estava estudando em tempo integral.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada?
Beatriz Mena: Até o momento nenhum. Eu pretendo trabalhar por um período no TJSP, guardar dinheiro e depois me dedicar para concursos jurídicos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Beatriz Mena: No período “pós-edital” eu mantive uma vida social, mas logicamente com algumas restrições. Eu sempre buscava sair durante a noite, período em que eu já estava cansada depois de ter estudado. Também optava por opções de lazer mais calmas, assistir TV com o meu namorado, sair para comer, às vezes uma caminhada. Evitava bebidas ou ficar acordada até tarde, pois isso poderia prejudicar meu próximo dia de estudos.
Nunca tive o hábito de tirar um dia inteiro de descanso, sempre estudei nos fins de semana, então não estranhei isso no “pós edital”, mas buscava estudar menos no domingo, por exemplo, fazer apenas um simulado, corrigir, e descansar o resto do dia.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiroa? De que forma?
Beatriz Mena: Em 2021 eu fiquei noiva, mas ainda não tinha me casado. Durante o período da minha preparação eu morava com meus pais e irmão. Todos me apoiavam bastante nessa trajetória, tive muita sorte com relação a isso, pois tenho certeza de que não conseguiria o mesmo desempenho sem a ajuda de todos.
Minha família deu muito suporte, pois consegui ficar exclusivamente estudando, sem ter que me preocupar com as tarefas domésticas, além disso, respeitavam meus horários de estudo, proporcionando um ambiente silencioso.
Também me deram bastante apoio emocional, acreditando em mim, mas deixando claro que caso não conseguisse, não seria o fim do mundo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Beatriz Mena: Estudei três meses para o concurso do TJSP, que era o período do pós-edital. No início de cada um dos meses eu fazia um calendário com minha programação diária, que consistia em estudar duas matérias por dia, uma antes do almoço e outra depois. Então ao longo da minha preparação eu buscava olhar para atividade do dia e não ficar pensando muito sobre o “todo”. Quando estava mais cansada procurava me motivar com pequenas recompensas, do tipo, se eu terminar tal conteúdo, vou parar mais cedo hoje.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Beatriz Mena: Desde 2018, que foi quando eu comecei a estudar para concursos, eu tentei de tudo.
No primeiro concurso que prestei fiz um curso só em videoaulas, que não eram separadas em blocos por conteúdo. A principal desvantagem para mim foi o tempo gasto, eu não consegui assistir nem metade do curso, e o que não deu tempo, eu não tive absolutamente nenhum contato. Além disso, ficar só escutando e anotando às vezes era cansativo, dava bastante sono. Lógico que a vantagem era receber o conteúdo sem muito esforço, algo mais passivo, que dá para ser feito depois de um dia cheio ou durante uma caminhada.
Fiz curso presencial no segundo semestre de 2019, inclusive para o TJSP. Eu gostei bastante do curso para aprender lógica, matéria que eu nunca tinha tido contato antes. A aula presencial permite uma interação muito boa com professor, então para matérias que temos mais dificuldade, é excelente. Contudo, quando temos mais facilidade é ruim ficar escutando a dúvida dos outros ou o passo mais devagar do professor. Além disso, às vezes o professor faltava, ou tinha algum feriado e a aula era cancelada, o que incomodava. No pós-edital eu não quis fazer curso presencial por medo de que o ritmo fosse lento e pela questão da pandemia, pois é desconfortável ficar horas seguidas de máscara.
Os PDF são muito bons para ter um contato mais aprofundado com a matéria, ou para revisar (ex: ler somente as partes destacadas). Na minha preparação para o TJ eu estudei bastante por PDF a parte de informática, achei muito legal ter as imagens das telas do computador e conseguir revisitar o conteúdo com facilidade.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Beatriz Mena: Conheci pelo Youtube, assistindo aulas gratuitas.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Beatriz Mena: Cheguei a usar outros materiais e minha principal crítica é o fato de as aulas em vídeos não serem divididas em blocos de conteúdo. Nos outros materiais se você procura um vídeo de um assunto específico, dificilmente consegue achar, mas no Estratégia vem tudo separado, muitas vezes incluindo até os artigos de lei que serão trabalhados. Acho essa divisão essencial, pois assim não preciso assistir todos os vídeos, somente aqueles que tive mais dificuldade ou que quero fixar.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Beatriz Mena: Sim, mas não cheguei nem perto da aprovação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Beatriz Mena: Eu gostei muito do grande leque de opções que o Estratégia dá. Tem PDF, curso extensivo, curso de revisão, aulão, etc. Como fiquei um período só estudando, senti essa necessidade de ir trocando de material, inclusive, na medida em que ia revisando os conteúdos. Outro diferencial é a qualidade de professores, o Estratégia tem professores com uma didática tão boa, que o estudo nem fica tão pesado.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Beatriz Mena: Antes de montar meu plano eu entrei no curso do Estratégia eu fui contando quantas aulas tinham, quantas páginas tinham em cada PDF, quantos vídeos por conteúdo, etc. Então me programei para estudar o edital todo em 2 meses e revisar no último mês. Se em uma semana eu atrasava, tentava redistribuir o conteúdo, priorizando sempre as matérias com mais peso no edital. Eu estudava duas matérias por dia, uma antes do almoço e outra depois do almoço. No domingo eu costumava fazer simulados ou deixava o dia para “tirar o atraso” da semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Beatriz Mena: Para as matérias de direito, fazia revisão lendo a lei-seca (e as vezes escrevendo alguns trechos mais complicados) e fazendo questões.
Para as demais matérias minha revisão era basicamente fazer questão e assistir vídeos de revisão no Youtube. Também usei simulados para revisar, principalmente no último mês.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Beatriz Mena: As questões são fundamentais para estar afiado para a prova, saber o tipo de pegadinha que a banca faz, qual parte da matéria tem incidência maior, etc.
Além disso, as questões eram uma forma de deixar o estudo menos monótono, pois é mais ativo. Para o concurso do TJSP fiz exatamente 7.941 questões na plataforma de questões, sem contar com os simulados.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Beatriz Mena: Sem dúvidas, informática. Acabei superando com muita insistência. Eu assisti dois cursos completos de informática para o TJSP, diversas aulas em vídeo pelo Youtube e praticamente fiz todas questões da VUNESP sobre os assuntos que estavam no edital.
A dificuldade que eu tinha e o peso da matéria no concurso me motivaram a dar mais atenção para Informática, por isso tive paciência de assistir dois cursos e constantemente revisar pelos PDFs.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Beatriz Mena: Cerca de dez dias antes da prova eu entrei em uma rotina de revisão. Lembro que dividi praticamente uma matéria por dia, sendo que algumas matérias precisaram de dois dias (como Processo Civil), e outras, só um período. Li bastante lei-seca e voltei nas minhas anotações. A noite eu assisti as revisões do Estratégia, que foram muito boas, pois os professores eram mais descontraídos, contavam piadas, resolviam exercícios. Na véspera da prova eu descansei o dia todo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Beatriz Mena: Nos dois primeiros concursos que prestei, certamente meu erro foi ter subestimado os concursos. Achei que não seria tão difícil por estar cursando Direito e que poderia passar sem ter uma preparação tão específica e focada. Logicamente, com pouco estudo não consegui um resultado legal e me frustrei bastante, me senti inferior.
Outro erro foi ficar me comparando com colegas que estavam na iniciativa privada. Durante minha preparação, em muitos momentos olhava conhecidos e amigos com carreias melhores que a minha, salário legal, e me sentia triste por não ter isso, o que gerava ansiedade e pressão para passar no concurso. Na minha preparação pós-edital para o TJSP consegui deixar isso de lado e realmente compreender que escolhi uma trajetória diferente e que não faz sentido a comparação. Essa mudança de mentalidade fez toda a diferença.
De acerto eu diria que foi dar foco total para o concurso do TJSP, deixar outras coisas de lado e estudar só aquele edital.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Beatriz Mena: Não pensei em desistir. Eu me identifiquei tanto com o trabalho no TJSP quando estagiei lá e tão frustrada quando tentei a advocacia, que eu não via outra opção para minha carreira.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Beatriz Mena: Eu diria para procurar uma carreira/área que você realmente se interessa e tem vontade de trabalhar. Acho que somente pelo dinheiro ou estabilidade, nas primeiras dificuldades, há uma chance grande de acabar desistindo. Mas se você encontrou uma carreira que se identifica, o sonho te dá motivação para seguir a rotina e perseverar.