Aprovado em 11 concursos
“A jornada de concursos é longa, então evite um esforço além do seu limite para não esgotar e abandonar os estudos. Inicie com pouco tempo e vá acostumando seu cérebro aos poucos. Depois, estabeleça um foco ou eixo de concursos parecidos. Evite sair fazendo tudo que aparece, fique especialista naquele tipo de concurso e na banca também, sempre que possível. Por fim, o segredo do sucesso é a constância no objetivo”
Confira nossa entrevista com Anacleto Lucena, aprovado em 11 concursos, incluindo PF (Perito – 2º lugar), PCDF (Agente), PRF, TCE PR (Analista) e TCE PE (Auditor):
Estratégia Concursos: Olá! Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Anacleto Lucena: Sou o Anacleto Lucena, tenho 32 anos, Natural de Recife/PE, Sou formado em Ciências contábeis pela UFPE.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Anacleto: No ano de 2006, ainda com meus 17 anos, terminei optando por colocar para segunda entrada meu ingresso na UFPE, o que só aconteceria em novembro de 2006 (por causa das greves). Diante desse lastro temporal, minha mãe me falou sobre os concursos públicos e me matriculou em um cursinho da minha cidade, ainda com 17 anos (rsrs). Posso dizer que deu certo, pois em Agosto de 2006, aos 18 anos e 3 meses, já tinha tomado posse para auxiliar em administração na prefeitura do Recife. Após essa primeira aprovação, peguei gosto pelo mundo dos concursos, fiz o concurso para Técnico do TJPE em 2007, para PCPE (papiloscopista) em 2006 e em 2007/2008 ainda fiz para Assistente em Administração da UFPE; nessa época estudava por apostilas em banca de revistas e com as anotações do cursinho que fiz em 2006. Diante de tudo isso, posso dizer que minha mãe foi minha grande incentivadora a iniciar a preparação para concursos públicos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Anacleto: Eu sempre trabalhei enquanto estudei para concursos. Nos primeiros, ainda fazia faculdade de Ciências Contábeis. Enquanto eu era aux. em adm. da prefeitura do Recife( 2006 a 2009), a carga horária diária era de 6 horas( das 12hs30min – 18hs30min), com faculdade à noite. Então, organizava a preparação para concurso público pela manhã com os estudos da faculdade, e o restante do dia estava ocupado no trabalho e na faculdade. Realmente era bastante puxado. Já na minha fase de preparação para o Tribunal de Contas do Paraná, Perito Criminal de PE, Perito Criminal Federal e TCE/PE, digamos que entre 2016 e 2018, apenas trabalhava, seja em plantão, quando era Agente da PCDF, seja no expediente, quando tomei posse como Perito Criminal Estadual de Pernambuco. Costumava dizer que o tempo de estudo para concurso se arruma, seja no caminho do trabalho, quando ouvia letra de lei, horário do almoço, quando aproveitava para revisar algo ou fazer questões, ou até um feriado ou final de semana.
Estratégia: Você já foi aprovado em outros concursos? Se sim, qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Anacleto: Nessa Jornada, de 2006 a 2018, colecionei algumas aprovações com nomeações:
Assistente Administrativo – Prefeitura do Recife – 2006 – 48º lugar – nomeado
Papiloscopista da PCPE – 63º – nomeado
Assistente em Administração UFPE – nomeado
Técnico TJPE – nomeado
Agente da Policia Federal 2012 – aprovado dentro das vagas – eliminado no TAF
Agente da Policia Rodoviária Federal 2013 – 335º salvo engano – nomeado
Agente da PCDF 2013 – 264º – nomeado
Perito Criminal PCPE 2016 área 01(contábeis) – 1º lugar – nomeado
Analista de Controle TCE PR 2016 – 18º lugar – nomeado – cargo atual
Perito Criminal Federal área 01 (contábeis)– 2º Lugar – nomeado
Auditor de Controle do TCE/PE – 42º lugar – aguardando nomeação
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Anacleto: Então, durante a fase de preparação para esses concursos mais radicais – TCE PR, TCE PE e perito da PF – eu liguei o modo mais radical. Priorizava passeios mais do dia para evitar perder noites de sono. Já para os outros concursos, fui mais flexível nessa fase de preparação.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Anacleto: Atualmente estou solteiro, sem filhos e moro sozinho desde 2014 quando fui tomar posse na Polícia Civil do Distrito Federal. Minha família, principalmente minha mãe, apoiou meus estudos. Tive a sorte de, entre 2016 a 2018, quando fiz os concursos mais casca grossa de minha jornada, ter uma namorada que me apoiou muito na época. Aliás, considero um fator muito importante ter alguém do seu lado que te apoie nessa jornada, pois a vida de concurseiro não é nada fácil, a abdicação é alta e muitas pessoas não entendem.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Anacleto: Eu considero a vida de concursos públicos como uma escada com vários degraus. Algumas pessoas, como eu, precisam iniciar a sua subida lá de baixo, pois precisam trabalhar para se sustentar, então iniciam em concursos mais tranquilos. Outros podem iniciar os estudos já para os concursos fins, pois possuem uma família que segura as pontas. Conheci alguns aprovados na academia da PF que o cargo de Perito Criminal Federal era o seu primeiro emprego. Diante disso, considero que vale sim fazer outros concursos, mesmo que não seja seu cargo sonhado. O que não acho válido é sair fazendo todo tipo de concurso sem qualquer foco, o famoso atira para todo lado. Eu fui subindo minha escada até chegar ao meu sonhado cargo no Tribunal de Contas. Para ser sincero, meu sonho de infância era ser Policial Federal, porém a maturidade me levou a decidir pelos Tribunais de Contas como concurso final. Considero o melhor lugar da administração pública para se trabalhar. Hoje, só pensaria em sair do TCE PR para tomar posse como Auditor do TCE PE, nomeação que deve sair nos próximos meses.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Anacleto: Vou me limitar a responder sobre a preparação para o TCE PR, TCE PE e Perito PF – Iniciei minha preparação no final de 2015(novembro), fiz a prova do TCE PR em setembro de 2016, Auditor do TCE PE em setembro de 2017. Durante esse tempo, não fique 10 dias seguidos sem estudar. Depois da prova do TCE PE, pausei até junho de 2018, até que saiu o edital de perito PF, então estudei mais 3 meses para fazer a prova. Evidentemente que a experiência adquirida ao longo da minha jornada foi muito importante para encurtar o caminho de cada preparação específica.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Anacleto: Estudei sim sem edital na praça. Normalmente eu pesquisava os concursos que estavam para sair, buscava as informações e focava em um. Mas claro que o foco não era o mesmo de quando estava com edital na praça, mas conseguia manter um foco interessante, sobretudo quando eu não dominava boa parte do possível conteúdo programático. Eu costumava estabelecer uma meta de quantidade de horas, mesmo na fase do pré edital e isso me ajudava porque sempre tinha aquela determinada obrigação.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Anacleto: Eu conheci a Estratégia em 2012 quando saiu o edital da Polícia Federal. Naquela época, já não mais estudava por apostilas de banca de revistas (rsrs) e sim pelos enormes LIVROS! Isso mesmo! rs. Daí, quando saiu o edital de Agente da PF fui procurar algum material de Economia e recebi uma recomendação de um amigo sobre o Estratégia Concursos. Na época lembro que entrei no site, baixei a aula gratuita do assunto e achei a metodologia fenomenal, porque era um material direcionado, completo e possuía uma ótima quantidade de questões ao longo do PDF. Na ocasião, comprei o curso e já testei com sucesso a metodologia do Estratégia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Anacleto: Eu posso dizer que fui me adaptando e evoluindo com o passar do tempo. Iniciei os estudos com as apostilas de banca de revista, cheguei a fazer um curso presencial em 2006 de alguns meses na minha cidade. Depois passei para a fase dos livros e fiz a transição para o PDF a partir de 2012, no concurso de Agente da PF, quando utilizei o PDF do Estratégia para a disciplina de economia. Eu gostei tanto da metodologia que, em 2013, quando saiu o edital da PRF e PCDF, resolvi retornar aos estudos, estimulado pelo meu primo Eduardo. Após ficar traumatizado na eliminação do TAF, para Agente da PF em 2012, utilizei 100% o PDF do Estratégia e me surpreendi por conseguir ser aprovado dentro das vagas nos dois concursos usando apenas os PDFs. Sobre vídeos aulas, não era muito adepto, apenas utilizava como ferramenta subsidiária para facilitar um aprendizado de algumas matérias quando o PDF não funcionava bem. Eu acreditava que a vídeo aula me tomava muito tempo e, como sempre trabalhei na preparação, não dispunha de muito.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Anacleto: Então, nos primeiros concursos, como não eram muitas matérias, basicamente eu separava a semana e dividia entre as disciplinas. Nessa época costumava fazer muitos resumos e estudava em torno de 4 horas por dia. Utilizando essa mesma metodologia, atrelado a rotina de trabalho em plantão, já não funcionava bem para os concursos com muitas matérias. Lembro que fiz uma prova para Auditor do ISS de Goiânia, no início de 2016, e percebi que minha metodologia não mais funcionava. Cheguei na prova sem lembrar de muita coisa que havia estudado, não consegui fazer mais resumos e tive um insucesso. A partir daí, vi um depoimento do Mestre Alexandre Meireles e sua metodologia do ciclo de estudos, conjugado com as revisões constantes, sem muitos resumos, principalmente devido a quantidade de disciplinas desses concursos mais casca grossa (em torno de 20 disciplinas). Já no primeiro após usar essa metodologia, para Auditor do TCE SC, embora não tenha sido aprovado, percebi que com poucos meses já tinha evoluído bastante. A partir desse último, sempre estudei por ciclo de estudos com revisões e mantinha a média de 6 a 8 horas por dia. A partir de então, passei em todos os concursos que fiz: Perito PCPE, TCE PR, Perito PF, TCE PE.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Anacleto: Em Português eu tinha uma certa dificuldade desde a época da escola, melhorei muito após fazer um curso na minha cidade em 2006 com um professor muito bom! Também tive dificuldade em Contabilidade Pública e Análise de Informações, então intercalei os PDFs com vídeo aulas, fato que abriu minha mente para essas disciplinas.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Anacleto: A reta final sempre foi muito estressante sim, mas quando chegava na semana da prova eu diminuía muito a carga, evitava ficar me testando com matérias ou questões muito difíceis e cuidava bem da alimentação. Véspera de prova normalmente tirava para descanso. Eu acho que isso me ajudava muito no dia da prova, pois sempre cheguei com a cabeça boa.
Estratégia: (Se não houve prova discursiva, pularemos esta pergunta) No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Anacleto: O estudo para discursivas deve se dar quando o concurseiro já dispõe de uma carga de conhecimentos interessantes, principalmente quando for sobre tema específico do cargo. Eu dava muita importância as discursivas, sempre buscava fazer um curso com correção das peças técnicas, principalmente no TCE PR, onde se exigia um parecer de 60 linhas e quatro questões de 15 linhas, tudo sobre um tema específico do cargo. Aconselho treinar muito as peças técnicas e com correção, sempre que possível. É um diferencial enorme! Sei de muitos colegas que perderam cargos TOPs por causa de ausência de maturidade teórica nas peças técnicas. Se sua redação for sobre temas da atualidade, considero importante estar antenado a tudo que acontece e treinar bastante, com correção também. As discursivas costumam ser um calo no sapato para o concurseiro, sobretudo devido ao nervosismo na hora da prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Anacleto: Creio que meu maior erro foi não estabelecer uma rotina de revisão. Precisei levar muita paulada para perceber o quão é importante. Meu maior acerto foi sempre manter uma linha muito focada de preparação. Se era uma fase boa para policial, só fazia concurso de Polícia. Quando veio a fase de concursos de controle, só fiz concurso de controle. Um outro acerto foi me tornar especialista na banca CESPE. Indico a todos que fiquem especialistas na banca, considero essencial.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivava a seguir em frente??
Anacleto: Eu pensei em desistir quando fui reprovado no TAF de Agente da PF em 2012. Fiquei muito mal na época. Apenas com a ajuda do meu primo Eduardo, retomei o brilho nos olhos para os estudos. Além disso, eu sempre procurava alimentar meu objetivo/sonho: lia sobre o cargo, perguntava como era o trabalho e utilizava isso para me manter sempre motivado.
Estratégia: Qual foi a sensação ao ver seu nome na lista de aprovados?
Anacleto: Posso dizer que tirando o nascimento do meu irmão mais novo, não me recordo de outro momento mais feliz em minha vida ao ver meu nome na lista de aprovados. E olhe que foram muitas vezes que isso aconteceu, mas lembro perfeitamente de como foi cada dia.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Anacleto: A jornada de concursos é longa, então evite um esforço além do seu limite para não esgotar e abandonar os estudos. Inicie com pouco tempo e vá acostumando seu cérebro aos poucos. Depois, estabeleça um foco ou eixo de concursos parecidos. Evite sair fazendo tudo que aparece, fique especialista naquele tipo de concurso e na banca também, sempre que possível. Por fim, o segredo do sucesso é a constância no objetivo.