“Meu primeiro conselho é que, antes de iniciar sua empreitada, você pesquise métodos de estudo para concurso e assista a muitas entrevistas com aprovados, para entender como funciona. Dessa forma, você deixará de cometer erros de concurseiros iniciantes, que, por vezes, não entendem a diferença entre estudar para a escola ou faculdade e estudar de maneira direcionada para concursos.”
Confira nossa entrevista com Karen Rezende dos Santos, aprovada em 01° lugar no concurso TRT-MG para Analista – AJ/Apoio Especializado/Psicologia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Karen Rezende dos Santos: Olá! Meu nome é Karen, tenho 34 anos e sou natural de Belo Horizonte/Minas Gerais, onde vivo. Sou formada em Psicologia pela Universidade Federal de Minas, desde meados de 2012 e trabalho como psicóloga do Sistema Socioeducativo de Minas Gerais, desde o início de 2015.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Karen: Meus primeiros concursos foram logo que eu me formei. Inicialmente, como havia saído da faculdade e tinha pressa em conseguir um trabalho – para não abusar mais da boa vontade dos meus pais, que me ajudaram até aquele momento – eu não tinha muito critério na escolha das provas para as quais eu estudava. As primeiras foram para a Polícia Civil e para o Hospital das Clínicas, da minha cidade, ou seja, campos muito distintos. No ano de 2014 eu fui aprovada no concurso da Secretaria de Estado de Defesa Social – hoje, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública – e, desde então, sou psicóloga do Sistema Socioeducativo. Minha função é atender adolescentes que estão acautelados provisoriamente, em razão da suposta prática de um ato infracional, e ainda aguardam sentença. Eu resolvi retomar os estudos para concursos, no início do ano de 2021, em razão da minha desmotivação com esse trabalho, ao qual já dediquei 8 anos da minha vida. Não é fácil atuar no âmbito do Executivo estadual e eu desejava migrar para o âmbito do Judiciário, onde penso que terei melhores condições de trabalho, além de salário mais digno e plano de carreira melhor.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Karen: Sim. Eu vivi o drama de conciliar trabalho com estudo para alto desempenho. Esse foi meu maior desafio e meu maior motivo de exaustão nesse processo. Eu trabalhava 09 horas diárias e ainda gastava cerca de 02 horas no deslocamento, considerando ida e volta. Houve variações na minha rotina ao longo do tempo de preparação, mas, em geral, meu dia começava às 04 horas manhã e eu estudava cerca de duas horas antes de sair para trabalhar. À noite, quando eu chegava, estava muita cansada e rendia muito pouco, então, raramente, estudava. Como eu dispunha de pouco tempo, os finais de semana eram preciosos e eu aproveitava para tirar o atraso, mantendo cerca de 08 horas líquidas sábado e domingo. Para otimizar o processo eu tirei férias regulamentares e férias prêmio do meu trabalho, o que foi fundamental para eu conseguir vencer os pontos mais importantes do edital até o dia da prova. Além disso, eu aproveitava cada brecha. Ao sair para trabalhar, colocava videoaula ou podcast e escutava no carro. Também respondia questões no horário de almoço do trabalho. Essas horas escondidas não devem negligenciadas, porque, no final das contas, fazem muita diferença. Não houve descanso até ser aprovada. A vida é dura para quem estuda e trabalha. Importante ter em mente que é só uma fase e que você será recompensado.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Karen: No concurso da Secretaria de Estado de Defesa Social, ao qual eu me referi acima, eu fui aprovada em 4º lugar. Também fui aprovada para o cargo de psicóloga no concurso do Hospital Risoleta Tolentino Neves, daqui de Belo Horizonte, porém não me lembro a colocação. Como eu já havia entrado em exercício como psicóloga do Sistema Socioeducativo, dispensei a vaga, na época. Por enquanto não pretendo estudar mais.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Karen: Eu tenho um modo de vida tranquilo e temperamento pacato, então não houve mudanças significativas nesse sentido. De toda forma, por vezes, eu optava por estudar em vez de sair ou ir à academia, por exemplo. Avalio que isso faz parte do processo, especialmente quando você deseja ser aprovado/a em um concurso do porte do que eu desejava. Eu me preparei para ser aprovada em primeiro, no máximo, segundo lugar, porque tinha ciência de que o TRT não chamaria muitos psicólogos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Karen: Sim. Eu tive a sorte de ter o apoio dos meus familiares, em geral. Na minha casa, pude contar com o suporte do meu esposo, por exemplo, que cuidava mais do que eu das coisas relativas à nossa casa.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Karen: Eu comecei a estudar matérias gerais para concursos da área judiciária, no início do ano de 2021. Para o concurso do TRT, especificamente, eu passei a estudar de maneira direcionada, depois do edital na praça. Sou uma pessoa disciplinada por natureza. De todo modo, acho que acreditar que eu estava à altura do desafio fez muita diferença. Eu conseguia visualizar essa vitória. E ela foi concretizada.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Karen: Eu usava todos os instrumentos que o Estratégia oferecia. Gostava de mesclar os métodos para dinamizar a minha rotina de estudos. Os PDFs são completíssimos, mas as videoaulas proporcionavam mais leveza aos meus estudos. Elas eram uma espécie de oportunidade de “descanso” quando eu já estava exausta de fazer leitura. De toda forma, eu estudava ativamente, realizando marcações e anotações, enquanto o professor falava. Os podcasts são muito úteis para escutar no carro. Por fim, destaco a importância da resolução de questões. Tenho certeza de que isso foi decisivo para a minha aprovação.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Karen: A minha irmã já estudava para concurso, quando eu comecei, e me indicou. Isso foi em 2012, se não me engano.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Karen: Não. Comecei logo pelo Estratégia. Cheguei a fazer outros cursinhos, posteriormente, aos quais também tenho elogios, porém considero o Estratégia mais completo.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Karen: Sim. O Estratégia me dava sensação de segurança na minha preparação. E confiar no material escolhido é fundamental.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Karen: Nos dias de semana, em que eu dispunha de cerca de duas horas de estudo apenas, eu estudava apenas uma matéria por dia. Nos fins de semana, feriados e férias eu estudava umas três matérias e fazia blocos de, aproximadamente, duas horas e meia para cada uma delas. Ademais, eu tentava resolver questões de todas as matérias todos os dias.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Karen: Isso sempre foi um gargalo para mim. Tentei vários métodos de revisão. No final das contas, o que funcionou melhor foi deixá-las para o fim de semana, quando eu dispunha de mais horas líquidas para me dedicar aos estudos. Eu tinha um caderno com pontos mais problemáticos dos conteúdos, o qual eu usava para rever o que considerava mais obscuro ou difícil de memorizar. Também gostava de revisitar as questões que havia errado anteriormente, lendo os comentários de professores e outros concurseiros.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembbra quantas questões fez na sua trajetória?
Karen: Considero absolutamente central. É a primeira dica que eu dou para colegas concurseiros. Use e abuse das questões! Por meio delas, você fica mais perspicaz e malicioso de um ponto de vista pragmático. Elas ajudam a perceber quais aspectos são levados mais em conta pelas bancas. Além disso, eu acho que as questões contribuem para você ganhar mais agilidade na resolução de provas. Eu fiz mais de 15.000 entre 2021 e 2022
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Karen: Acho que as disciplinas ligadas à área do Direito sempre me deixaram um pouco insegura, por causa da necessidade de memorizar alguns pontos. Por vezes, as bancam lançam mão da letra da lei e trocam ou tiram uma palavra ou outra para induzir o candidato a erro. É muito cruel.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Karen: Eu mantive minha rotina normal, dando prioridade às revisões. Estava com a consciência tranquila de que havia dado o máximo de mim. No dia anterior, eu assisti à revisão de véspera, ao vivo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Karen: Para a prova discursiva eu comprei um curso a parte. Busquei dar a ela a devida importância, já que valia 40% dos pontos da minha prova. Fiz o curso teórico e redigi uns 10 textos relativos a assuntos diferentes e em voga na contemporaneidade, conforme orientação da professora. A prova discursiva é uma incógnita, porque há muitas possibilidades de temas a serem exigidos. Assim, é muito importante ter claro como estruturar bem uma redação, além de ler bastante, para ter o máximo de repertório sobre assuntos diversos.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Karen: Acredito que, se eu tivesse começado a assistir às entrevistas com aprovados antes, eu teria evitado o amadorismo inicial e feito um estudo mais objetivo, além de ter desperdiçado menos tempo. Quanto aos acertos, ressalto a determinação, disciplina e intensa resolução de questões.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Karen: Jamais! Eu sabia exatamente onde queria chegar!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Karen: Meu primeiro conselho é que, antes de iniciar sua empreitada, você pesquise métodos de estudo para concurso e assista a muitas entrevistas com aprovados, para entender como funciona. Dessa forma, você deixará de cometer erros de concurseiros iniciantes, que, por vezes, não entendem a diferença entre estudar para a escola ou faculdade e estudar de maneira direcionada para concursos. Por fim, acredite no seu projeto e aceite que as privações inerentes a essa fase são passageiras.