94 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário
TribunaisENTREVISTA: Isabel Salem – 94 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário
“Não deixe suas experiências passadas te definirem. Não é uma nota, uma reprovação, muito menos outra pessoa, que vai decidir se você vai conseguir alcançar seus objetivos. Isso só cabe a você. A aprovação pode parecer fora do nosso controle (e às vezes é), mas temos o poder de nos dar nossa melhor chance”
Entrevista aprovados Concurso TJ SP: Isabel Salem
Confira nossa entrevista com Isabel Salem, que fez 94 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Isabel Salem: Sou formada em Direito, tenho 29 anos e sou de São Paulo-SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Isabel: Quando iniciei a graduação, tinha o sonho de prestar concurso público. Queria aplicar o conhecimento que eu tive o privilégio de ter ao longo da vida para contribuir para a efetivação da Justiça. No entanto, por algum motivo, acabei me convencendo de que era difícil demais e eu não seria capaz. Concurso era só para quem era muito inteligente ou muito estudioso e eu não me encaixava nessas categorias. Nunca fui a melhor aluna da sala, nem a que mais estudava. Foi somente depois de anos trabalhando na iniciativa privada, com um pouco mais de maturidade, que eu percebi que não estava sendo justa comigo mesma ao me privar da chance de tentar.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Isabel: Durante o meu período de estudos, sempre trabalhei e ainda trabalho de 8h a 10h por dia na iniciativa privada.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Isabel: Ainda não fui aprovada. Espero ser em breve!
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Isabel: Como o concurso ainda não foi finalizado, ainda não posso dizer. Mas a sensação de conferir o gabarito e ver minha nota foi de alívio e gratidão. Alívio por ter a comprovação do que até então era só esperança: que os resultados da dedicação, do sacrifício são irrefutáveis – independentemente da aprovação, colocação, nomeação, a minha evolução nesse período é nítida. Gratidão por todos que me apoiaram e especialmente pela Isabel dos últimos meses por não ter desistido.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Isabel: Tendo em vista que minha preparação aconteceu em período de pandemia, a vida social não foi um grande desafio. Mesmo assim, não deixei de ver minha família e tive alguns (poucos) encontros com amigos, respeitando protocolos de saúde. Acredito que o período pós-edital requer um pouco de bom senso para saber que sacrifícios devem ser feitos, porém não a ponto de prejudicar sua saúde mental. A preparação emocional também é importante para o momento da prova.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Isabel: Eu moro com meu namorado. Ele me apoia muito, inclusive foi o primeiro a sugerir que eu tentasse prestar concurso público. Minha família também me apoia muito, apesar de terem um pouco mais de dificuldade de entender minha escolha.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Isabel: Acredito que vale a pena, sim. Meu sonho é a magistratura, mas a profundidade e extensão do conteúdo cobrado me deixaram um pouco insegura. Decidi começar por concursos de técnico ou analista de tribunais para primeiro sentir como eu me adaptava à rotina de estudos, como seria meu desempenho e até para tentar a oportunidade de experimentar a vida de servidor público antes de mergulhar nos concursos de carreira jurídica.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Isabel: Especificamente para o concurso TJ SP, foram 7 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Isabel: Para o TJSP, estudei por 3 meses antes do edital. Em uma reprovação anterior (no concurso do TRF3), eu tive percepção de que não houve tempo suficiente para passar pelos materiais por mais de uma vez, justamente por eu ter iniciado os estudos pouco antes da publicação do edital. Por isso, decidi fazer diferente para o TJSP. Eu montei um cronograma e assumi o compromisso de cumpri-lo. No dia a dia, posso, por algum imprevisto, não finalizar o que eu planejei para o dia, mas sempre deixo o domingo livre para poder compensar o que eu não finalizei ao longo da semana.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Isabel: Como toda escolha que eu faço, eu pesquisei muito. Notei que nas opiniões pela internet era consenso que o Estratégia tinha o material em PDF mais robusto.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Isabel: A base dos meus estudos são os PDFs do Estratégia. Li cada PDF cerca de 3 vezes. Assisti videoaulas para auxiliar em temas que tinha mais dificuldade e para revisar assuntos já estudados, especialmente as aulas ao vivo para o TJSP. Não economizei na resolução de questões (do PDF e do Estratégia Questões), inclusive de outras bancas e outros níveis, e refiz todas que eu errei. Também tenho metas diárias de leitura de lei seca. Por fim, algo que eu não recomendo para qualquer concurseiro ou qualquer concurso, mas deu muito certo para mim, é que, enquanto lia os PDFs eu fiz um resumo, que eu fui complementando ao longo do tempo com cada erro na resolução de questões. Esse resumo serviu como material de revisão no pós edital. Eu não consigo sequer estimar quantas vezes eu li, reli, grifei, circulei esse material. Porém, como é uma atividade que demanda muito tempo, eu só fiz porque eu sabia que se encaixava no meu cronograma.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Isabel: A organização é fundamental. Eu montei meu cronograma dividindo as horas que eu tinha disponíveis no dia pelas matérias, proporcionalmente à extensão, à importância da matéria na prova e ao meu desempenho na matéria nos simulados. Estudo de duas a três matérias por dia, todos os dias da semana. Tenho uma meta diária de questões e, a cada semana, vou aumentando o volume esperado. Embora não tenha calculado as horas, acredito que, para o TJSP, dediquei cerca de 70% do tempo à leitura e à releitura da matéria e 30% às questões. Quanto às horas de estudo, decidi me adaptar de forma gradual à rotina, então iniciei os estudos com 5 dias por semana e de 1h a 2h por dia. A cada semana, fui me desafiando a dedicar mais tempo e, nas últimas semanas antes da prova, cheguei a dedicar 7h por dia, 7 dias da semana.
Prepare-se com o melhor material e com quem mais aprova em Concursos Públicos em todo o país.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Isabel: Tive muita dificuldade em informática, especialmente porque é uma matéria que parece “infinita”, qualquer coisa pode ser cobrada e não basta trabalhar com computador e utilizar as ferramentas previstas no edital no dia a dia. É preciso memorizar cada “botão” que, apesar de você sempre utilizar, passa totalmente despercebido. O que me ajudou muito foi investir ainda mais em questões para essa matéria e entender que, apesar das possibilidades serem intermináveis, a banca tem um certo perfil, no qual podemos focar.
Também me surpreendi muito com português nos simulados. De início, achei que, por ler e escrever muito, português seria uma matéria “dada”. Foi só depois de fazer simulados e ver que meu desempenho não era ideal, que vi que precisava dedicar mais horas à matéria. Diferentemente das demais matérias, não tive muita facilidade com os PDFs de português, então decidi assistir as videoaulas da professora Adriana Figueiredo e minha vida se divide em antes e depois dessa decisão. Gabaritei português com muita segurança, sem me basear naquilo que “parece” ou “soa” correto ou incorreto, mas conhecendo as regras e as estratégias de resolução de questões da banca.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Isabel: O ritmo que eu estava seguindo antes da última semana foi muito intenso. Dormi muito pouco e comecei a errar questões fáceis por puro cansaço. Foi aí que eu percebi que na última semana eu precisava desacelerar. Desacelerar, mas não parar, é claro, porque a última semana é fundamental para reforçar a memorização. Na véspera, decidi fazer um pouco dos dois: assisti a Revisão de Véspera do Estratégia na velocidade 2x no YouTube e dediquei o resto do dia ao descanso.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Isabel: Algo que eu aprendi com essa prova é que eu preciso evoluir na minha estratégia de resolução da prova, distribuição de tempo. Eu fiz muito simulados, mas não simulei efetivamente as condições de prova. Eu terminava os simulados muito antes do tempo de prova e não conferia as questões. Na prova, eu resolvi tentar conferir todas as questões e acabei não tendo tempo para conferir as matérias de exatas, as que mais exigiam essa revisão. Acabei errando uma questão fácil de matemática por falta de atenção.
Meus maiores acertos foram meu cronograma, meu resumo e a constante revisão das matérias. Não conto com a minha memória como um ponto forte, então invisto muito na repetição para fixar o conteúdo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Isabel: O mais difícil, sem dúvida, foi o cansaço. Tive dias que estudei 7 horas e trabalhei 9 horas, até comia na frente do computador. Quando a gente está cansado, qualquer revés faz a gente pensar em desistir. Às vezes era um simulado que eu não fui tão bem, ou ver que meu desempenho em alguma matéria tinha caído. O que me fez continuar firme era pensar que eu mereço me dar uma chance de passar. O resultado pode vir ou não vir, mas pelo menos eu tenho certeza de que eu tentei.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Isabel: Pensar que cada dia de estudo me deixa um dia mais próxima do serviço público.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Isabel: Não deixe suas experiências passadas te definirem. Não é uma nota, uma reprovação, muito menos outra pessoa, que vai decidir se você vai conseguir alcançar seus objetivos. Isso só cabe a você. A aprovação pode parecer fora do nosso controle (e às vezes é), mas temos o poder de nos dar nossa melhor chance.