Aprovada no concurso TJ RS
“Eu gostava de colocar metas em meus estudos, e quando as cumprisse, estava liberada para fazer algo diferente e esfriar a cabeça (…). O importante é você ter um tempo para o descanso e para fazer as coisas que te dão prazer. Assim, quando você voltar ao estudo, sua cabeça estará descansada e você estará motivado para cumprir a próxima meta”
Confira nossa entrevista com Caroline Fontoura Rodrigues, aprovada em 5º lugar no concurso TJ RS para Oficial de Justiça:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Caroline Fontoura Rodrigues: Olá! Atualmente tenho 22 anos, sou de Canoas, Rio Grande Sul, e ainda estou cursando Ciências Contábeis.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Caroline: Meu irmão é Perito Criminal da Polícia Federal e meu pai é Auditor Fiscal aposentado da Receita Estadual do RS. Posso afirmar que crescer vendo meu irmão obtendo sucesso em sua vida profissional e observando seu estilo de vida foi o principal motivo para eu ter decidido que iria estudar para concursos.
Estratégia: Por que a área judiciária? Você tinha alguém na família que o inspirou? O que te fez estudar para esse concurso?
Caroline: Apesar de estar cursando Ciências Contábeis, identifiquei-me com a área judiciária e com seu papel dentro da sociedade. Não tive nenhuma inspiração dentro da família para seguir nessa área, mas tenho que agradecer à minha irmã Janaína, que me mostrou, na época, os rumores de que o edital para o concurso de Oficial de Justiça do TJRS estava próximo. Comecei a pesquisar sobre o cargo e me encantei.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Caroline: Tive o privilégio de não trabalhar durante minha preparação, mas conciliava os estudos para o concurso com minha graduação. Para isso fluir da melhor forma, eu tive que me organizar para não deixar os estudos da faculdade de lado, já que as matérias eram bem diferentes.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Caroline: Além do TJ RS, fui aprovada no último concurso do TRF-4 para o cargo de Técnico Judiciário Área Administrativa, porém fiquei em sexagésimo quinto (65) em minha microrregião. Eu já estudava para o TJRS antes mesmo de sair o edital do TRF-4, então, pude aproveitar o estudo de muitas matérias em comum.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Caroline: Sempre fui uma pessoa mais caseira, portanto, não foi difícil eu me isolar e focar toda minha energia aos estudos. Porém, não posso dizer que fui radical. Eu gostava de colocar metas em meus estudos, e quando as cumprisse, estava liberada para fazer algo diferente e esfriar a cabeça, o que é uma coisa importantíssima também. Geralmente eu saía para almoçar no meu restaurante predileto ou para tomar café em cafeterias. O importante é você ter um tempo para o descanso e para fazer as coisas que te dão prazer. Assim, quando você voltar ao estudo, sua cabeça estará descansada e você estará motivado para cumprir a próxima meta.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Caroline: Sou solteira, não possuo filhos e não namoro. Moro com meus pais, e minha família apoiou desde o início essa decisão. Nunca fui pressionada a estar mais presente às reuniões de família e também sempre tive suporte para o que eu precisasse, seja para impressão de apostilas ou qualquer outro tipo de material necessário.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Caroline: Eu acredito que tudo é experiência. Você pode começar a estudar para concursos menores para conhecer seu próprio estilo de estudo, para se habituar com a rotina e também para vivenciar um dia de prova. Porém, o bom senso há de prevalecer, não é por isso que você precisa sair correndo atrás de todos os editais que aparecerem.
Meu concurso dos sonhos está aguardando a minha formatura. Pretendo começar a estudar para os fiscos estaduais e para a Receita Federal.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovada?
Caroline: Comecei os meus estudos para o TJRS em agosto de 2018, porém, logo que saiu o edital do TRF-4, dediquei-me mais a ele. Assim que fiz a prova, pude voltar a focar para o TJRS.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Caroline: Sim, fiquei por 13 meses estudando sem nem previsão, com apenas rumores de que estava prestes a sair. A disciplina foi mantida pois eu sabia que estava em vantagem, já que muitos outros estudantes começam seus estudos apenas após a saída do edital.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Caroline: O Estratégia Concursos foi o primeiro curso com o qual eu tive contato. Conheci fazendo pesquisas na internet a respeito dos cursos mais famosos e com maior número de aprovados.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Caroline: A minha estratégia era assistir às videoaulas no primeiro contato com a matéria, posteriormente eu apenas revisava lendo a lei seca, ou seja, artigo por artigo, e também por apostilas que continham as explicações dos professores. Sempre gosto de ressaltar a importância da resolução de questões, seja para a fixação do conteúdo ou para conhecermos o estilo de cobrança da banca.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Caroline: Eu estudava 3 matérias por vez, quando esgotava uma, colocava outra no cronograma. Fiz assim até ter estudado todas as matérias e esgotado o conteúdo do edital.
Não costumava fazer resumo, achava demorado e pouco eficiente em comparação aos grifos no material impresso, os quais eram bem mais práticos e simples de serem feitos.
Aliei os exercícios com a leitura da teoria, fazia assim: revisava primeiramente por questões, para ter uma noção de como eu estava naquela matéria, para somente depois partir para uma leitura mais direcionada ao assunto que eu estava com um percentual de acertos menor.
Montei meu plano de estudos assim que escolhi o material a ser usado. Calculei quantas aulas eu teria que ver para fechar o edital e quantas eu poderia assistir por dia. Eu não me baseava por horas líquidas estudadas, mas sim pela quantidade de aulas e questões feitas. Eu gostava de estudar pela manhã, bem cedinho e à tarde.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Caroline: Pode parecer estranho, mas todas as matérias de Direito foram tranquilas para mim. A dificuldade que eu tive foi em relação ao estilo de cobrança da banca organizadora do concurso, que era a FGV. Tive que dedicar mais tempo à Língua Portuguesa e às particularidades das questões da banca.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Caroline: A rotina foi basicamente a mesma de toda a preparação, não sigo o estilo de diminuir o ritmo porque chegou a semana da prova. Na véspera o dia foi de descanso, voltado para as revisões mais importantes e pontuais.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Caroline: Não sei apontar se houve erros, mas tenho certeza que, se por acaso houve, eles me conduziram aos meus acertos. No início não sabemos direito por onde e nem como começar, mas só há uma maneira de saber: começando. Comece e as coisas irão se mostrando para você. Uma dica é não ser perfeccionista e não esperar o momento certo, pois ele nunca chegará. O momento é agora.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Caroline: O mais difícil é, sem dúvidas, manter a mesma motivação que você tinha lá no início, quando era tudo novidade. Depois de um tempo tudo começa a ficar monótono e você começa a se perguntar se realmente vale a pena “perder” esse tempo da sua vida. Momentos em família e com os amigos não voltam, mas temos que ter em mente que o estudo (direcionado para o concurso) não será algo permanente, e que logo vamos ter tempo e condições para aproveitarmos tudo o que deixamos passar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificadas?
Caroline: Uma sensação de dever cumprido que transborda o coração, é nessa hora que você percebe que todo plantio tem sua colheita. Todo estudo é recompensado e toda abdicação vale a pena.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Caroline: Pode parecer clichê, mas preciso dizer que o primeiro passo é acreditar em si mesmo e no seu potencial. Nunca duvide que você é capaz de fazer qualquer coisa. Nada para uma pessoa determinada e comprometida.
Eu lembro que ao começar a minha trajetória, quando assistia aos vídeos de aprovados sendo entrevistados, ficava pensando comigo mesma: “nossa, essa pessoa deve ser um gênio”, “eu não tenho toda essa inteligência”. Essa comparação é autodestrutiva, pois nos tira o poder de ação, colocando-nos em um estado de paralisia.
No início, a caminhada pode parecer enorme, e realmente é. O segredo é você saber o seu porquê. Você quer dar conforto a sua família? Você quer alcançar a independência financeira e estabilidade? Use isso como combustível para os dias em que você não está se sentindo bem, para quando tem vontade de desistir ou está achando que não é para você.
Como eu disse anteriormente, nada pode parar uma pessoa que se comprometeu a realizar tal missão. Alinhe os seus porquês, faça um planejamento e o siga à risca.
E por último: faça o básico e o faça bem feito. Use um material atualizado e de confiança, não é necessário baixar mil e um PDFs de professores diferentes e com didáticas nada parecidas. O simples funciona.