Aprovado no concurso TJ-MA
“Leia depoimentos. Perdi a conta de quantos li, até por isso fiz questão de escrever este. É bom ver que existem pessoas que passam por problemas muito maiores que os seus e chegam lá. Se eles conseguiram, você também consegue”
Confira nossa entrevista com Nirondes Tavares, aprovado em 1º lugar no concurso TJ-MA para o cargo de Analista Judiciário (Analista de Sistemas):
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Nirondes Tavares: Sou graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Maranhão, com mestrado na mesma área e instituição. Cursei ainda Gerenciamento de Projetos pela FGV. Tenho 38 anos e sou de natural e resido em São Luís do Maranhão.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Nirondes: Desde 2006 trabalho como terceirizado na rede pública. Já passei por diversos órgãos e contratantes. Cada mudança de gestão trazia um pouco de insegurança. Por várias vezes escutei: “Está insatisfeito? Vai estudar para concurso!”. Em 2016, comecei a estudar para concursos em busca de estabilidade e melhoria salarial.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Nirondes: Consegui conciliar estudos e trabalho. A minha área de atuação também ajudou muito (desenvolvimentos de sistemas), pois em boa parte da preparação conseguia montar meus horários de estudos e trabalho separados.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Nirondes: Dos mais recentes aos mais antigos: Analista de Sistemas do TJ-MA (1º lugar); Auditor Fiscal Tributos – Área TI do ICMS-BA (10º lugar); Analista de Informática da CM-SLZ (2º lugar); Analista de Sistemas da UFMA (4º lugar); Analista de Sistemas da SEGEP-MA (4º lugar).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Nirondes: Na verdade, a ficha foi caindo aos poucos. Não chega a ser uma sensação de euforia, mas um alívio depois de tanto tempo dedicado aos estudos. Foi como receber uma recompensa.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Nirondes: Variou muito. Como a trajetória foi longa, teve época de dar uma acelerada, reduzindo as saídas, teve época de ser um pouco mais liberal, folgando os finais de semana. Mas no geral, acabei abrindo mão de parte convívio social com a família e com os amigos para poder me dedicar mais aos estudos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Nirondes: Sou casado desde 2007 e moro apenas com minha esposa, mas almoço com minha mãe todos os dias. Toda família, inclusive irmãs, sempre me apoiaram, dando a liberdade e o sossego que precisei para me dedicar aos estudos. Além disso, sempre me motivaram e nunca fizeram nenhum tipo de cobrança ou pressão. Isso ajudou bastante.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Nirondes: É uma decisão muito relativa e pessoal. Por um lado, assumir um cargo “escada” te dá uma certa tranquilidade. Por outro lado, essa tranquilidade pode virar comodidade e impedir que você continue se dedicando da mesma forma. Ainda não decidi se vou me aposentar dos estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Nirondes: Desde 2016 estudo para a área fiscal (abrangência geral). Em 2018 começou a despencar TI nesses concursos (antes dificilmente cobrava). Como tenho formação em TI, isso acabou contribuindo ampliar o leque de possibilidades de concursos. Quando saia um edital de interesse, bastava adaptar o ciclo de estudos e acelerar o ritmo. Assim acabei estudando para a área fiscal e passando para analista de sistemas.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Nirondes: Sim. A maior parte da preparação foi sem edital. A dica é escolher algumas matérias base e focar nelas e quando sair o edital, partir para revisar os assuntos que já estudou e aprender os assuntos que são novos para você, que devem ser bem poucos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Nirondes: Através de sites de busca e redes sociais.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Nirondes: Lia o PDF uma vez para compreender por alto o assunto e montar um material de revisão. Depois era bateria e mais bateria de questões e revisões pontuais. Na reta final, as próprias questões eram uma forma de revisão. Naturalmente o índice de acertos é baixo no início, mas depois vai melhorando.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Nirondes: Quando o assunto era novidade, tinha que dar prioridade para ele. Mas depois que já tinha visto todo o conteúdo pelo menos uma vez, passava a estudar apenas por questões e resumos.
No pré-edital estudava cerca de 4 disciplinas por dia. No pós-edital, conforme o dia da prova ia chegando, fazia baterias curtas de todos os assuntos, todos os dias.
A quantidade de disciplinas também não é um valor exato. Eu quebrava matemática em 3: raciocínio lógico, matemática financeira e estatística; contabilidade em 3: geral, custos e ADC; informática em 5: governança e gestão, engenharia de software, desenvolvimento de sistemas, banco de dados e redes e sistemas operacionais.
Mas no geral, estudar todos os dias, mesmo que pouco, é uma forma de manter o assunto “fresco” na cabeça. Quando passava algumas semanas sem ver o assunto, já esquecia.
Fazia resumos digitados no Evernote. Na primeira leitura, fazia um resumo bem objetivo e preliminar. Praticamente uma estrutura de tópicos. Depois, incrementava com questões e comentários. Isso ajudou muito na revisão, pois conseguia facilmente inserir as “lacunas de conhecimento” encontradas nas questões, formar a “jurisprudência da banca”, anotar as “pegadinhas” e buscar por um assunto específico.
Estudava cerca de 6 horas líquidas por dia no pré-edital. No pós-edital nem conferia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Nirondes: Dificuldades sempre surgem. Não necessariamente em toda uma disciplina, mas às vezes em um assunto específico dentro da disciplina. Acho que não sei nem dizer quantas nem quais. Alguns exemplos: DFC (Contabilidade), Contabilidade Pública, Economia, Matemática Inferencial. A solução é analisar primeiro o custo benefício daquele assunto. Às vezes ele nem é tão importante assim e dá pra ficar no conhecimento superficial. Mas se for importante, tem que ser persistente e estudar ele todos os dias, se necessário.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Nirondes: Eu sempre dizia pra mim mesmo que na véspera da prova iria descansar, mas nunca consegui. No pós-edital, monto um “resumo do resumo” e até na porta da sala os leio. Mas o ritmo a partir da última semana é menor.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Nirondes: Na prova do ISS-SLZ, para Auditor Fiscal, a discursiva me jogou de 51º para 106º. Na prova do ICMS-BA me jogou de 6º pra 12º, não me reprovando por 0,75 pontos. Para a prova do TJ-MA resolvi dedicar mais tempo e estudo para as discursivas, até porque o peso dela era quase o mesmo de toda a objetiva. Busquei várias provas anteriores da mesma banca para o mesmo cargo e inventei algumas questões. Acabou que deu certo e tirei a nota máxima na discursiva.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Nirondes: O erro clássico do concurseiro é, no começo, estudar de forma desorganizada: sem métodos, sem resumos, sem revisões e às vezes até ler livros inteiros como se fosse um livro de romance. Comigo não foi diferente. Mas outro grande erro foi especular demais e dar atenção para notícias que às vezes tiravam meu foco e acabavam nem se concretizando. O ideal é viver cada dia de uma vez e adaptar seus métodos e planos de estudo conforme as coisas vão acontecendo. Nunca ficar com medo de mudar algo só porque já faz daquele jeito há muito tempo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Nirondes: A parte mais difícil é a incerteza. Imaginar que pode passar boa parte da sua vida estudando e não conseguir chegar em lugar nenhum. Imaginar que, ao invés de estudar, você poderia estar focando na sua carreira de trabalho ou mesmo abrindo um negócio. Mas não pensei em desistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Nirondes: Era essa frase: “Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer” (Albert Einstein).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Nirondes: Melhor que aprender com os próprios erros é aprender com os erros dos outros. Pesquise, leia e reflita. Busque ajuda, se necessário. E adapte-se sempre. Não siga métodos rígidos, pois o que funcionou para um não necessariamente vai funcionar para outros.
Leia depoimentos. Perdi a conta de quantos li, até por isso fiz questão de escrever este. É bom ver que existem pessoas que passam por problemas muito maiores que os seus e chegam lá. Se eles conseguiram, você também consegue.
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