Aprovada em 9° lugar no concurso TJ-GO para o cargo de Analista Judiciário - Oficial de Justiça
Tribunais
“[…] Acredito muito que somos aprovados no momento certo, no cargo que era pra ser nosso, então, por mais difícil que seja, o conselho é acalmar o coração, se preparar e esperar sua vez!”
Confira nossa entrevista com Marina Borges de Freitas, aprovada em 9° lugar no concurso TJ-GO para o cargo de Analista Judiciário – Oficial de Justiça:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Marina Borges de Freitas: Sou formada em Direito (2018), tenho 29 anos de idade e sou natural de Juiz de Fora/MG.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marina: Acho que eu sempre quis a carreira pública mesmo que nem sempre tenha me dado conta disso. Meu caminho nos concursos não foi linear. Fui aprovada em meu primeiro concurso em 2018, quando ainda cursava a faculdade de Direito, como agente de atendimento ao público da prefeitura da minha cidade. Na pandemia, eu mudei minhas rotas, comecei o mestrado, encantei-me com a carreira acadêmica e deixei a trajetória dos concursos de lado.
Foi no final de 2022, quando meu noivo se mudou para Goiânia em função da nomeação no concurso de seu sonho, que eu me mudei com ele e comecei a trabalhar como comissionada no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Ali o sonho dos concursos voltou a habitar meu coração e a vontade de integrar aquele Tribunal como concursada aflorou em mim. Retomei os estudos e no início de 2024 e fui nomeada a técnica administrativa do Instituto Federal de Goiás (IFG).
Depois disso, comecei a estudar ainda mais, queria muito ser aprovada em um concurso na minha área, por isso, continuei firme nos estudos. E, no final de 2024, foi nomeada a Oficial de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). Retornaria ao Tribunal que amei trabalhar, agora concursada!
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Marina: Nunca fui dedicação exclusiva aos estudos. Em 2018, além de ser servidora da Prefeitura, era professora de cursinhos jurídicos em minha cidade e ainda concurseira. Quando retomei os estudos, no final de 2022/início de 2023, conciliava com o mestrado e, logo em seguida, com o cargo de assessora do TJGO.
Acredito que não ser dedicação exclusiva aos estudos alivia um pouco a pressão de passar rápido, entretanto diminui suas horas de estudos. Para tanto, eu aproveitava para estudar finais de semana, feriados, de madrugada… não tinha tempo ruim (rs). Além disso, eu excluía os aplicativos das redes sociais durante a semana para evitar distrações.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Marina: Além dos três que tomei posse, Agente de Atendimento ao Público da Prefeitura de Juiz de Fora (2018), Técnica Administrativa do Instituto Federal de Goiás – IFG (2024) e atualmente Oficial de Justiça do Estado de Goiás (2025), também estou aprovada como Analista do concurso do TRF1, aguardando o resultado final (2025), além de ter sido aprovada como Procuradora da Universidade de Rio Verde – UNIRV (2024).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Marina: Sempre fui adepta do equilíbrio. Durante a preparação, não deixava de encontrar amigos e familiares, mas tentava estudar um pouco mais durante a semana para compensar finais de semana que eu tivesse ficado mais tempo fora de casa. E à medida que as provas iam chegando, eu começava a recusar mais os convites.
Além disso, em qualquer lugar que eu estava, eu levava materiais de estudo; mesmo em viagens de lazer, eu estudava no caminho, de noite no hotel… se eu saísse para comer com os amigos, lia algo no caminho do uber ou fazia questões, levava materiais de estudo quando visitava meus pais… sempre dava um jeitinho de não parar totalmente os estudos ainda que diminuísse o ritmo em alguns momentos.
Outra estratégia adotada por mim era ir mais tarde para os eventos sociais e aproveitar esse tempo já pronta antes de sair de casa para estudar um pouco mais e fazer mais umas questões.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Marina: Ter o apoio das pessoas que eu amo foi essencial. Meus pais e meu irmão sempre me incentivaram muito, investiram nos meus estudos e apoiaram todas as minhas decisões. Meu noivo, igualmente, me apoiou incondicionalmente. Depois que me mudei para morar com ele, retomei meus estudos graças ao seu incentivo, ele que foi responsável pelo meu recomeço nos estudos. Ele me apoiou, incentivou a fazer provas que eu cogitei não fazer, não me deixava desistir, dirigia de madrugada para eu chegar a tempo em provas em outras cidades, fazia cafés para meus estudos de madrugada, me presenteava com cursinhos e materiais… hoje sei que a conquista não é só minha, mas igualmente do meu noivo, dos meu pais e do meu irmão!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Marina: Recomecei a estudar de verdade para concursos no final de 2022/início de 2023, acredito que foi meu início de verdade. O curto período que tentei estudar antes do mestrado, acabou me levando a outros caminhos. O meu propósito era ser aprovada em um concurso jurídico e, por isso, o meu foco foi todo esse. Quando o edital do TJGO para Oficial de Justiça saiu, eu direcionei o estudo ao edital, mas já estava obtendo os primeiros resultados e tudo mostrava que a minha nomeação estava próxima.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Marina: Eu gostava de pegar conteúdos inéditos por aulas, então assistia aulas de conteúdos que ainda não tinha estudado. Eu sempre fazia resumos a mão, não consegui abrir mão da boa e velha dupla papel e caneta (rs) e assim ia construindo um bom material para as minhas revisões. Eu revisava por meio dos resumos e também por meio de PDFs, de acordo com a minha disponibilidade de tempo. E, apesar de não gostar, eu vencia minha resistência e também fazia questões quase que diariamente e lia a lei seca do conteúdo estudado no dia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marina: O Estratégia é um dos mais famosos, senão o mais famoso, material para concursos. Ouvia falar muito bem dos seus materiais não só nos perfis do Instagram que eu seguia, mas também por colegas concurseiros também.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Marina: Eu sempre escolhia uma disciplina por dia ou, no máximo, duas. Sei que não é algo muito comum. Mas, para mim, funcionava muito bem. Eu escolhia a disciplina e estudava de um a três temas por dia, dependendo da complexidade. Pra mim, sempre funcionou muito bem escolher uma disciplina. Estudar várias no mesmo dia acabava não sendo proveitoso. Quando eu começava a render em uma matéria já estava na hora de trocar… por isso, preferia escolher uma disciplina só por dia. Ao final do dia, eu fazia questões e lia a lei seca do que eu havia estudado.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Marina: No meu método de estudo eu produzia muitos resumos, então acabava tendo um bom material para minhas revisões, além disso, fazia questões para consolidar o que havia estudado. Quando as provas se aproximavam, eu começava a assistir a sequência das aulas do “Hora da Verdade” disponibilizadas pelo Estratégia, além da revisão de véspera. Essas aulas sempre me garantiam questões definitivas nas provas. Além disso, também fazia os simulados para entender o nível que eu me encontrava de preparação para aquela prova em específico e ainda conseguia saber quais pontos mais importantes eu deveria lapidar antes de realizar a prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Marina: Eu atingi a marca de 6.406 questões no meu aplicativo de questões até a minha aprovação, mas além dessas questões, também realizei vários simulados.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Marina: A disciplina que eu tinha mais dificuldade era Direito Processual Civil, inclusive foi a matéria que fui pior na minha prova objetiva. Entretanto, foi a disciplina cobrada na prova discursiva e eu consegui uma excelente nota!
Para tentar contornar minha dificuldade, eu dedicava mais tempo de estudo para disciplina, não só com a parte teórica, mas também na realização de um maior número de questões.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Marina: Na semana pré-prova de Oficial de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), eu segui a programação de praxe que eu estava acostumada. Tinha visto todas as “Hora da verdade” disponibilizadas pelo Estratégia, assisti a “Revisão de Véspera”, recusei um convite de amigos para sair para dar o último “gás” no final de semana anterior e realizei o maior número de simulados que consegui. Eu sempre estudava bastante até a véspera, e relaxava mesmo no dia da prova, dia que eu acordava mais tarde, tomava um café com calma e chegava cedo ao local de prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marina: A prova discursiva do meu concurso foi uma única questão de Direito Processual Civil, na qual tínhamos que respondê-la em até 30 linhas. Eu sempre tive mais facilidade em provas discursivas do que em objetivas, então encontrei mais facilidade nessa etapa do concurso.
Eu acho que, para provas discursivas, nada melhor do que assistir aulas. E como esse é o método de estudo que eu mais gosto, acredito que isso contribuiu para a facilidade que eu sempre senti nessa fase.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Marina: Mesmo que pareça clichê, eu acho que o meu maior acerto é o maior acerto de todo mundo que estuda para concursos: sair da inércia. A gente acaba se boicotando por muito tempo, acreditando que precisamos esperar as melhores condições para começar e isso acabou nunca acontecendo. Acredito que iniciar os estudos é o mais importante. E depois, à medida que você pega o ritmo, você aumenta o tempo diário e começa a abrir mão de algumas coisas, mas no início você pode usar apenas o tempo que tem e depois você vai se adaptando. A verdade é que a gente sente o momento que precisamos abrir mão das coisas para conseguir estudar mais, ocorre de maneira natural.
O meu maior erro foi demorar a entender que nem tudo que serve para outros concurseiros vai servir pra mim também. É super importante a gente ver os métodos que deram certo para outras pessoas, pegar dicas, mas é importante entender que nem tudo se aplica à sua realidade, e está tudo bem também. Eu tentei por muito tempo fazer resumos no computador, por exemplo, pois sempre ouvi que era o melhor, pois você podia levar para qualquer lugar, não perdia os arquivos.. e realmente, era verdade, mas não adiantava, eu não absorvia bem dessa forma, sentia falta de ter resumos, anotar no caderno… Outro exemplo foi o horário de estudo, só ouvia relatos de pessoas que acordavam bem cedo e começavam a estudar, mas eu nunca consegui, entretanto tinha mais facilidade de dormir tarde e ficar até tarde estudando, então eu fazia dessa forma (rs), estudar de madrugada se tornou uma rotina mesmo quando eu trabalhava de noite e só chegava em casa às 22h. Outras vezes eu saía com os amigos, optava por não beber e chegava em casa tarde e ainda assim estudava um pouco antes de ir dormir. Recomendo isso? Não necessariamente (rs), cada pessoa tem que ver o que se adapta melhor na sua realidade
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Marina: Isso inclusive fez parte do meu discurso, já que fui escolhida para ser a oradora da cerimônia de posse. Eu tenho certeza que todo mundo que estuda para concursos já pensou em desistir. É uma rotina cansativa, que traz muita insegurança e ansiedade, então a tentação de desistir é algo que, infelizmente, está muito presente nessa trajetória. São nesses momentos que o apoio de quem amamos faz a diferença. São os nossos apoiadores, nossos maiores alicerces que nos fazerem entender que desistir não é o melhor caminho.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marina: Acredito que a mensagem mais incentivadora é aquela que mais me incentivava “não é se você for aprovado, mas sim quando”. Quando você persevera e não desiste, você tem certeza que irá passar, a dúvida é apenas quando. Acredito muito que somos aprovados no momento certo, no cargo que era pra ser nosso, então, por mais difícil que seja, o conselho é acalmar o coração, se preparar e esperar sua vez!