Aprovado no concurso TCU no cargo de Auditor Federal de Controle Externo - Área Controle Externo
Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM).
“A sensação de conseguir chegar do outro lado é tão reconfortante, que vale a pena todo o esforço. Se por acaso as renúncias forem tão grandes, e você não tiver disposição para tanto, pode começar devagar. Mas lembre-se sempre, o segredo principal é a constância”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Morgado, aprovado no concurso TCU no cargo de Auditor Federal de Controle Externo – Área Controle Externo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rodrigo Morgado: Olá. Sou o Rodrigo Morgado, tenho 29 anos e sou natural do Rio de Janeiro. Formei em Engenharia de Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia, em 2017, e atualmente sou Auditor Federal de Controle Externo pelo Tribunal de Contas da União.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rodrigo: Fui militar por 10 anos. Ao longo dessa trajetória, senti necessidade de uma maior previsibilidade em minha vida, em especial após ter sido submetido a diversas transferências entre estados, dada a necessidade do serviço. Percebi então o quanto julgava importante me manter fixo em determinado local, de modo a poder construir rotinas, amizades e relacionamentos de modo definitivo, além de ter um lar no qual pudesse morar por quanto tempo quisesse, sem maiores preocupações, devido a mudanças indesejadas.
Outros fatores também contribuíram para minha decisão de estudar para concursos. Almejei ser melhor reconhecido profissionalmente. Em especial, no tratamento nas relações de trabalho, por parte das chefias – o que em alguns casos era complicado. Mas também no âmbito de uma maior remuneração e da progressão mais rápida na carreira.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Rodrigo: Sim. Era difícil conciliar a jornada dupla, pois a rotina de trabalhos em que estava imerso me deixava constantemente ansioso. Inclusive, trabalhava muito, pois tinha muitos prazos de entregas, e algumas demandas que recebia já vinham com ameaça de punição, caso não as entregasse no prazo.
Se eu fosse prezar pelo meu conforto imediato, como válvula de escape da ansiedade em minha rotina, nem estudaria. Mas a força de vontade era tanta em melhorar de vida, que eu flexibilizei bastante minha forma de estudo, para aproveitar ao máximo o limitado tempo que tinha disponível.
Nos dias úteis, acordava mais cedo para estudar, antes de me arrumar para o trabalho. Nisso, revisava conteúdos escritos por pouco mais de uma hora no computador, em casa. Na sequência, ligava em alto volume alguma aula disponível no portal do aluno do Estratégia, ou algum vídeo de lei seca, o qual ficava rolando enquanto me arrumava para o trabalho e em paralelo ouvia o respectivo conteúdo. O mesmo áudio também continuava em reprodução no trajeto para o serviço, conectado no carro, enquanto demorava ao menos uma hora para ir e para voltar ao longo do trajeto congestionado da Avenida Brasil do Rio de Janeiro.
Ao chegar em casa, tentava ler os PDFs resumidos do Estratégia pelo computador. Mas não demorava muito, já estava cansado. Nesse momento, ia me deitar, mas não para dormir, e sim para assistir às videoaulas pela TV, ao conectá-las via HDMI ao computador pelo qual acessava os vídeos do portal do aluno.
Aos finais de semana, o estudo era contínuo, sábado e domingo, o dia inteiro. No geral, não tinha dia livre.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Rodrigo: Já tive uma fase de concursos, nos idos de 2011/2012, com aprovações em concursos militares – no IME (duas vezes), na AFA, na EFOMM e na EEAR – e em concursos civis, na Engenharia Civil pela UFRJ (2 vezes), UERJ e UFF.
Mais recentemente, prestei concurso para o TCE-RJ e para a CGU, no cargo de Auditor. O primeiro foi após um ano de iniciados os estudos para concursos de controle. Não passei, mas serviu de experiência de prova. No segundo, bati na trave, pois não tive a discursiva corrigida por apenas uma questão que fiz a menos que o mínimo necessário na fase objetiva.
Trabalhar no TCU é a concretização de um grande sonho de vida. Almejo trabalhar no órgão até a aposentadoria. Não pretendo prestar concurso para outro lugar.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Rodrigo: Eu praticamente não tinha vida social fora de casa. Isso perdurou por todo o período de preparação.
Não é algo que eu recomendaria a alguém que está na luta dos estudos, mas o contexto no qual estava imerso contribuiu para isso.
Iniciei os estudos em 1º de março de 2020. Tinha acabado de sair de um relacionamento sério de um ano, recém transferido para o Rio de Janeiro, com a eclosão da pandemia de COVID-19. Naquela época, evitava sair na rua, exceto para o trabalho. Vivia em casa.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Rodrigo: Meu círculo social na época era mais voltado à minha família, em especial à minha mãe, que morou comigo durante toda a época de preparação, e forneceu grande parte do suporte do qual eu precisava. Ela me ajudava nas tarefas de casa, me acalmava em momentos de estresse e me dava forças quando eu duvidava da minha capacidade. Foi uma peça fundamental para essa conquista, sou extremamente grato a ela.
Fora isso, resumi meu círculo de amizades a poucas pessoas, extremamente especiais, as quais sabiam dos meus estudos e entendiam perfeitamente que eu não teria condições de vê-las presencialmente com frequência – então muitas das vezes, se contentavam a fazermos rápidas chamadas de vídeo para colocarmos o papo em dia.
Fora isso, minha preparação para concursos não era uma informação de conhecimento geral. Eu só a compartilhava com amigos próximos, os quais eu teria certeza de que torceriam por mim, e manteriam isso em segredo. Então, naquela época, nada de divulgar no trabalho, nem de postar em redes sociais. Era segredo até o último momento.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Rodrigo: Estudei durante 2 anos e 3 meses. O grande diferencial para eu conseguir manter a disciplina durante o período de estudos foi o fato de que meu grande foco, desde o início, era o concurso do TCU. Eventualmente, fiz outros concursos na área de controle, mas apenas porque tinham editais muito parecidos ao primeiro. De tal modo que para estudar para eles, eu não precisasse me desvencilhar das matérias que já vinha estudando até então.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Rodrigo: Nunca assisti às aulas presenciais. Tudo foi pelo digital. Em minha trajetória de estudos junto ao Estratégia, tinha preferência por usar os PDFs, em especial na versão resumida, com a grande vantagem de poder grifar as partes de teorias e exercícios de maior relevância ou dificuldade de entendimento, para depois empregá-los em minhas revisões.
Contudo, também curtia as aulas por vídeo, apesar de ter uma tendência natural a desfocar, caso estivesse junto ao telefone, em paralelo. Daí, minha regra era: se fosse para eu assistir aos vídeos, deixava o telefone em outro quarto, no modo silencioso.
Nesse contexto, eu também gostava muito de assistir aos vídeos do Estratégia referentes à revisão completa das disciplinas em uma única aula, além dos vídeos de projetos de jurisprudências, em especial aqueles ministrados em conjunto pelos professores Herbert Almeida e Nelma Fontana. Também adorava os vídeos de revisão de véspera, sempre recheados de grandes dicas de revisão.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodrigo: Por indicação de amigos concurseiros.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Rodrigo: Não. Estudei pelo Estratégia desde o princípio.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Rodrigo: Eu senti que o Estratégia não vende apenas um mero produto. O material é sempre refinado e atualizado. Está sempre em complementação, com a criação de novas ferramentas de aprendizado e revisão. Além disso, é sempre conectado a canais de transmissões dos professores nas redes sociais – com a disponibilização, pelos mesmos, de aulas regulares ao vivo de revisões e resoluções de questões, além de muitos arquivos de resumos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Rodrigo: Eu não contava tempo de horas líquidas, pois julgava ser uma burocracia desnecessária, que mais iria me atrapalhar do que ajudar. Tinha por meta estudar durante todo o período possível, não ficava um dia sequer sem o fazer.
Estudava várias matérias em paralelo, por meio de um ciclo de estudos – no início, fazia a leitura das matérias de conhecimentos gerais. Depois, fui incluindo as mais específicas. Conforme terminava as disciplinas, as mantinha em revisão, sem mais tanto dispêndio de tempo para estudá-las. Então, nessa lacuna de tempo que surgia, incluía novas matérias no ciclo. Ele sempre variava quanto à quantidade de matérias inclusas.
Contudo, não trocava tão rápido de uma matéria para outra no mesmo dia. Gostava de estudar duas matérias por dia útil de semana. Nos finais de semana, cerca de quatro ou cinco matérias por dia, a depender da complexidade.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Rodrigo: Minhas revisões eram muito baseadas nos grifos que fazia nos PDFs nas primeiras vezes em que os estudasse. Para não desfocar nas revisões, as marcações que eu fazia eram sempre bem objetivas: grifava o mínimo possível. E sempre confirmava se aquele material grifado ainda continuava atualizado a cada vez que voltava para revisá-lo.
Nas revisões, também usava muito os mapas mentais. No geral, eram muito bem elaborados e completos. E ainda assistia com alguma regularidade aos vídeos de revisão de uma única aula das disciplinas.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Rodrigo: Não tenho uma contagem de quantos exercícios eu fiz nessa trajetória, mas eram muitos. E sempre que sentisse dificuldade relevante em alguma questão, separava ela, para revisá-la depois.
A resolução de questões foi extremamente importante para eu ter um maior conhecimento da forma de abordagem de assuntos pelas bancas, com a revisão de conteúdos e a autoavaliação da performance nos meus estudos.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rodrigo: Análise de Dados e Direito Civil.
Na primeira matéria, não havia na época um acervo tão extenso de exercícios anteriores da banca que assumiu o concurso do TCU, com foco no edital divulgado. Por isso, a dificuldade. Nesse caso, aprendi a mesma matéria por vários pacotes do Estratégia, cada um com um professor diferente. Justamente para verificar as diferentes formas de abordagem do conteúdo, e também para fixá-lo melhor. Ou seja, na insuficiência de questões de concursos anteriores, foquei extremamente na parte teórica da disciplina.
Quanto ao Direito Civil, inseri o conteúdo da matéria em flash cards digitais, para ficar sempre revisando pelo celular. Esses eram mais complicados de se montar, pois eu perdia muito tempo na elaboração. Por isso empreguei tal abordagem apenas nessa disciplina.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rodrigo: Tinha pedido férias para o período imediatamente antes da data do concurso. Nesse momento, como não estava enrolado com obrigações do trabalho, ninguém me achava. Fiquei praticamente incomunicável.
Próximo à data da prova, procurei assistir a todas as aulas que os professores do Estratégia disponibilizaram, na máxima velocidade possível. Por exemplo, a revisão de pijama que o Herbert Almeida havia ministrado em vídeo para a CGU às vésperas do concurso, coloquei para assistir poucas horas antes da prova discursiva do TCU. Que sorte! A primeira questão discursiva cobrada era parecida com alguns tópicos comentados no vídeo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rodrigo: Em minha preparação para a discursiva, usei diversas fontes de informação. Contratei uma mentoria específica, acompanhei os ciclos de rodadas de questões discursivas que o Estratégia disponibilizou, li minuciosamente todas as apostas que outros colegas que também haviam passado na prova objetiva compartilharam em um grupo de debate que temos em conjunto, li com bastante afinco as leis mais importantes do edital e estudei em conjunto com outros dois amigos, dos quais um também passou pro TCU, e o outro pro TCE AL. Inclusive, fiz um levantamento dos tópicos inéditos no edital, os quais não tinham sido cobrados em editais de concursos similares recentes, e então aproveitei para estudar com muita atenção essa relação de matérias não triviais.
Como já tinha bastante hábito de escrita, não foquei em redigir manualmente respostas às questões discursivas com as quais me deparava nos meus estudos. Já partia para decorar as respostas das questões discursivas e com isso memorizar a fundamentação de mais tópicos de conhecimentos em menos tempo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rodrigo: No início, como me sentia despreparado, tinha muita pressa em aprender. Achava que sair correndo para ler os PDFs, sem revisar nem estudar por questões, me garantiria um maior acervo de conhecimento em menos tempo. Ledo engano. Eles são fundamentais.
Um grande acerto na minha trajetória foi tê-la compartilhado apenas com as pessoas mais próximas. Acredito muito na questão de energia – quando estamos correndo atrás de coisas grandiosas para as nossas vidas, e divulgamos isso abertamente, podemos nos frustrar ao nos depararmos com pessoas que não torcem genuinamente por nós. Algumas podem inclusive atrapalhar. Outro acerto foi ter desativado minhas redes sociais. Minha rotina já era corrida o suficiente, não queria gastar meu tempo em distrações diversas.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rodrigo: Nunca pensei em desistir. Pensei por algumas vezes em tirar férias dos estudos. Mas na mesma hora, me imaginava sendo transferido para um lugar longe e isolado, em um futuro não muito distante, em virtude de demandas do meu trabalho. Na mesma hora, voltava correndo e revogava as férias que eu mesmo havia me concedido – então elas não demoravam nem um final de semana.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Essa jornada é extremamente árdua. Mas quanto maior é a dificuldade, maior é o valor que a conquista do cargo dos sonhos tem. Afinal, o que está em jogo aqui não é algo trivial. É a chance de mudar de vida, a oportunidade de poder proporcionar oportunidades incríveis às pessoas que amamos.
A sensação de conseguir chegar do outro lado é tão reconfortante, que vale a pena todo o esforço. Se por acaso as renúncias forem tão grandes, e você não tiver disposição para tanto, pode começar devagar. Mas lembre-se sempre, o segredo principal é a constância.