Aprovado no concurso TCU no cargo de Auditor Federal de Controle Externo - Área Controle Externo
Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM).
“Reflita internamente se concurso é o que você quer. Se for, molde toda sua vida para esse fim. Se dedique verdadeiramente, senão será perda de tempo”
Confira nossa entrevista com Gabriel Fioretti, aprovado no concurso TCU no cargo de Auditor Federal de Controle Externo – Área Controle Externo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gabriel Fioretti: Meu nome é Gabriel Fioretti, sou formado em Estatística pela ENCE/IBGE. Tenho 30 anos e nasci no Rio de Janeiro.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabriel: Foram diversos motivos, mas vou selecionar 3 principais. Um primeiro motivo foi a estabilidade, cresci vendo alguns familiares sendo demitidos e vi a dificuldade que é quando isso acontece. Outro ponto foi poder já iniciar com um salário alto, acima de 20 mil, bem superior ao que eu teria inicialmente depois de formado. E um último motivo foi a identificação com as atividades do cargo de auditor, eu queria um trabalho mais dinâmico e de grande responsabilidade.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gabriel: No início eu fazia faculdade e estudava para concurso. Eu costumava brincar que a faculdade estava atrapalhando meus estudos (haha). Depois, por alguns meses depois de formado, só estudei. Mas desde a aprovação no primeiro cargo eu trabalhei e estudei, até a aprovação no TCU.
Eu sempre tive a preferência de estudar de manhã, então eu acordava 3 horas da manhã, estudava até a hora de trabalhar, depois do trabalho eu jantava e logo depois ia dormir, lá pras 19 ou 20hrs. No final de semana eu pegava um pouco mais leve, para ter um descanso, mas acordava 4 horas para não desregular o sono.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado(a)? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Gabriel: Fui aprovado inicialmente no TCE-PE, para Analista, concurso de 2017. Porém, só foram chamar em 2023, então acabei assinando o termo de desistência. Depois fui aprovado para a CGM-Niterói, em 2018, cargo que exerci até ser nomeado para o TCU, em 2023. Estou na lista de outros, como SEFAZ-AM e TCE-GO, mas não irei assumir.
Às vezes penso em continuar estudando para Conselheiro Substituto, mas por enquanto estou bem satisfeito no TCU.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Gabriel: Durante toda minha trajetória eu fiquei bem focado, acabei tendo que me afastar bastante da família e dos amigos. Em alguns anos eu devo ter saído no máximo umas 4 vezes.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Gabriel: Entender verdadeiramente acho que só os concurseiros entendem. Amigos e família entendem do jeito deles. Porém, esse é um excelente momento para ver quem realmente gosta de você, fique de olho nessas pessoas e não esqueça delas depois de aprovado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Gabriel: Tirando lá no início quando eu queria fazer prova para Receita Federal, eu nunca fiquei muito tempo focado em nenhum concurso. O foco vinha geralmente no pós edital, porque aí já tem uma garantia maior de que vai rolar a prova. Eu focava em uma área, estudava as matérias comuns e ia agarrando as oportunidades que surgiam.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Gabriel: O principal material é o PDF. Ele é extremamente eficiente. Mas existe espaço para as outras ferramentas também. Eu usava videoaula quando tinha dificuldade na matéria ou quando já estava esgotado mas queria render um pouco mais. Usava áudios para ouvir no trânsito. Revisava eventualmente pelo Passo Estratégico, sem deixar de lado minhas marcações no PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabriel: Conheci o Estratégia buscando na internet e através de sugestão de amigos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Gabriel: Me acostumei com um material direto, que dá para aprender muito em pouco tempo.
Usei também o Passo Estratégico, para revisões, e a Trilha Estratégica, para ter um direcionamento nos estudos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Gabriel: No início, a maior parte do tempo eu estudava teoria por PDF e fazia revisões. Também fazia exercícios do PDF. Eu comecei com as matérias mais básicas primeiro, depois fui acrescentando as demais. É sempre importante ver com frequência todas as matérias, para ficar fácil acessar aquele conteúdo na mente.
Depois, quando já tinha fechado a maioria das matérias, a maior parte do tempo eu usava fazendo exercícios, abrangendo todas as aulas da matéria. Depois de fazer muito deles, eu via os temas em que eu tinha o menor percentual e revisava apenas essas aulas. Naqueles temas que eu já estava com percentual alto eu não perdia muito tempo revisando.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Gabriel: Após ler a teoria, eu revisava 1 dia, 1 semana e 1 mês depois. Eu tinha um calendário com o que eu tinha que revisar em cada dia.
Resumo é um ponto meio polêmico, há quem ame e há quem odeie. Eu considero o resumo útil, mas em situações específicas. Ele é bom para decorebas, como fórmulas e percentuais. E é bom quando você já errou um ponto específico várias vezes, já revisou, já fez de tudo, nada adianta. Nesse caso pode ser bom fazer um resumo desse ponto específico para fixar a matéria. Agora fazer resumo de tudo indiscriminadamente eu considero inviável em um concurso de alto nível, você demoraria pra sempre escrevendo, o conteúdo é grande demais.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Gabriel: Fazer exercícios é fundamental, do início ao fim. Eu chutaria que fiz uns 100 mil, mas não tenho esse valor contabilizado. É através deles que você aprende uma matéria oculta dos editais, mais conhecida como ‘jurisprudência da banca’ (haha). Por isso, se possível, foque nos exercícios da banca que fará sua prova. Se tiver poucos, não tem jeito, faça de outras.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gabriel: Contabilidade foi difícil, pelo tamanho da matéria e nível de detalhes. Sem falar dos exercícios enormes de conta, em que se errar um detalhe já era.
Auditoria Governamental também foi difícil, porque parece que existem infinitas normas para falar da mesma coisa e você tem que decorar o jeito que cada uma aborda. É uma matéria de ‘palavras-chave’.
Para superar uma matéria difícil, sugiro escolher ela para começar o dia, porque a mente ainda tá fresca. Tente PDF, tente videoaula, faça exercício, tire dúvidas no fórum. Use a criatividade para inventar um jeito (haha). Não ligue de gastar mais tempo com as dificuldades, é assim mesmo, cada um tem uma fraqueza.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabriel: Eu já cometi o erro de estudar ao extremo na semana pré-prova, cheguei tão cansado que errei um monte de bobeira. Passei a fazer estudos mais tranquilos, como assistir Hora da Verdade e Revisão de Véspera.
Porém, isso é pessoal, tem gente que se dá bem estudando ao extremo nessa semana. Teste o que funciona.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gabriel: Para a discursiva, o mais difícil é saber o conteúdo. A forma de escrever não é tão complicada. Então eu só estudava especificamente discursiva no pós edital, comprando correções e treinando, sem perder muito tempo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabriel: Principal erro: ter colocado na cabeça que exercício físico é perda de tempo. Deixar de se exercitar pode funcionar para entregar um trabalho semana que vem, mas não funciona numa meta de longo prazo.
Principal acerto: ter criado uma configuração mental que não me permitiu desistir no caminho. Concurso é uma montanha-russa. Seja forte quando estiver lá em baixo. Isso não significa alcançar a meta todos os dias, significa dar o seu melhor todos os dias, mesmo que em alguns dias seu melhor seja não estudar.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Gabriel: Sim, perdi a conta de quantas vezes pensei em desistir. Me perguntava: ‘para que eu fui me meter nisso??’ Começam a vir aqueles pensamentos: ‘Ah, o que eu tenho hoje nem é tão ruim…’ Só que eu não conseguiria conviver com a minha própria mente sabendo que eu desisti.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabriel: Eu gostaria de dar 3 dicas:
1) Reflita internamente se concurso é o que você quer. Se for, molde toda sua vida para esse fim. Se dedique verdadeiramente, senão será perda de tempo.
2) Compre um bom material, direcionado para concurso.
3) Tenha paciência. A aprovação não vem da noite para o dia. Se você estiver fazendo tudo certo, é só questão de tempo.