Aprovado em 2° lugar (cotas) no concurso SEFAZ MT para o cargo de Fiscal de Tributos Estaduais
Fiscal - Estadual (ICMS)“Aos iniciantes, saiba que a caminhada é longa e árdua, mas a recompensa é incrível, então siga em frente. Não ache que será fácil, mas saiba que no futuro seu esforço de hoje será recompensado […]”
Confira nossa entrevista com Thalles Wander Bastos Da Silva, aprovado em 2° lugar (cotas) no concurso SEFAZ MT para o cargo de Fiscal de Tributos Estaduais:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Thalles Wander Bastos Da Silva: Olá, meu nome é Thalles Bastos, tenho 33 anos, sou Engenheiro Mecânico e natural do Rio de Janeiro.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Thalles: Minha esposa foi quem me apresentou a carreira de Auditor Fiscal, no início de 2018. Foi quase um ano tentando me convencer a estudar para concurso e, mais especificamente, para o cargo de Auditor. Até que, em outubro de 2018, fui convencido que seria uma boa decisão estudar para área fiscal. Então combinamos que eu começaria os estudos em janeiro de 2019, e foi isso que aconteceu.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Thalles: Sim, eu trabalhei e estudei durante o período de janeiro de 2019 até março de 2022, quando pedi demissão do meu emprego para me dedicar exclusivamente aos estudos. Minha esposa mais uma vez foi fundamental, pois combinamos que ela manteria a casa até sermos aprovados no concurso.
Durante o período que trabalhava, nos mudamos para perto do trabalho para conseguir mais horas líquidas de estudo. Eu começava a estudar às 04h da manhã e estudava até às 07h.
Ao voltar do trabalho, começava estudar às 18:30h e terminava às 21:30h. Essa era minha meta, mas algumas vezes não era possível de cumprir.
Após o pedido de demissão, em março de 2022, conseguia estudar, em pré-edital, 9h líquidas (de segunda a sexta), 8h líquidas (sábado). Já em pós-edital, e especificamente para MT, estudava 10h líquidas (de segunda a sexta), 8h líquidas (sábado) e 6h líquidas (domingo).
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Thalles: Em junho de 2022, fui aprovado para o cargo de Auditor Fiscal de Tributos Estaduais do Amazonas em 22° lugar.
E, agora, em setembro de 2023, fui aprovado para o cargo de Fiscal de Tributos Estaduais do Mato Grosso em 18° lugar (AMPLA CONCORRÊNCIA) e 2° lugar (COTA NEGRO).
Certamente, com essa aprovação em MT, estou aposentando as canetas e deixando essa vida de concurseiro para trás.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Thalles: Durante a preparação para concursos, precisei abdicar de muitos encontros familiares e saídas com amigos. As raras vezes em que eu conseguia comparecer, eram em eventos no sábado após o estudo, e apenas no período de pré-edital, em que eu não estudava domingo.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Thalles: Desde o início entenderam o projeto e o apoiaram sim, mas compreender de fato que a ausência em determinados eventos era por algo maior no futuro, é complicado para quem está de fora do mundo dos concursos. Mas com o passar do tempo, começaram a compreender a ausência de melhor forma.
Esse problema não tive com minha esposa, pois como foi ela que me incentivou a entrar neste mundo dos concursos, tinha a total compreensão de cada planos e sonhos que precisamos adiar por um período. Em diversas festas de amigos e eventos familiares, ela foi sozinha. Ou então ia na frente e eu chegava depois.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Thalles: Creio que a aprovação em um concurso dá-se de forma cumulativa, então, faço essa contagem desde o início dos estudos, em janeiro de 2019. Porém, ao ser publicado o edital, início de março de 2023, até a data da prova, início de junho, foram 3 meses de dedicação exclusiva a esse concurso, estudando de domingo a domingo.
Para manter a disciplina, eu procurei seguir uma rotina diária, de forma que eu sempre (ou na maior parte do tempo) tinha o horário de cada atividade ao longo do dia. Com isso, eu sabia se estava atrasado ou não na minha meta diária.
Por fim, eu sempre pensava em um dia de cada vez. Não iniciei o pós-edital pensando que eu deveria estudar durante 3 meses todos os dias. Meu pensamento era que eu apenas precisava cumprir minha meta daquele dia.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Thalles: Sempre usei os PDFs do Estratégia para o estudo da teoria. Achava vantagem esse tipo de material, por ser mais rápido e dinâmico o progresso no estudo.
A exceção foi a matéria de Estatística, a qual assisti somente as videoaulas, pois me identifiquei com a didática do professor e imaginava que deveria fazer e refazer muitos exercícios para me sair bem. Valeu a pena. A desvantagem é que para revisar, por esse tipo de material é mais difícil, daí minha revisão já era direto por questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Thalles: Minha esposa quem me apresentou, no mesmo período em que tentava me convencer a estudar para concurso, já apresentava como eu poderia estudar com o material do Estratégia, que em sua visão era o melhor do mercado, e que posteriormente pude comprovar e testificar que ela tinha razão.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Thalles: Eu fazia ciclo de estudos, estudando, no início, as 6 matérias do ciclo básico da área fiscal: Direitos Constitucional, Administrativo, Tributário, Contabilidade Geral, RLM e Português. Estudava 6h líquidas por dia e as dividia em atividades de 1,5h cada, então geralmente estudava de 3 a 4 disciplinas por dia, e deixava um tempo para as revisões.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Thalles: Fiquei 1 ano e 4 meses utilizando o método de revisões de 24h, 7 dias e 30 dias. Acho um bom método para se aprofundar, mas ele limita o avanço. Se pudesse voltar no tempo, não utilizaria este método pelo custo-benefício. Procuraria avançar nas matérias e a cada 3 aulas, voltaria para a terceira anterior e faria questões do PDF, como forma de revisão.
Nunca fiz resumos ou mapas-mentais. Já adquiria esses materiais prontos. Mesmo sabendo que criando os meus materiais seria uma forma mais efetiva de se aprender e reter a matéria, não achava que o custo-benefício era favorável para mim. Logicamente, para outras pessoas isso pode ser o melhor. É algo bem pessoal.
Eu só fiz simulados para minhas primeiras provas, que foram SEFAZ CE e SEFAZ RR. Depois disso, sempre procurava fazer o máximo de questões de concursos anteriores, mas não fazia mais simulados.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Thalles: A resolução de questões é fundamental em todas as etapas do estudo. Como iniciante, para testar se realmente entendeu a parte teórica; como intermediário, para solidificar o conhecimento; e como avançado, para realmente reconhecer os detalhes e pegadinhas que as bancas costumam fazer.
Quando se está no nível avançado, provavelmente o estudo já estará sendo realizado somente via resolução de questões.
Ao longo da preparação, resolvi 40.971 questões, dentre site de questões e PDFs.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Thalles: Tive mais dificuldade com TI, Contabilidade e também com a trinca: Direitos Civil, Penal e Empresarial.
Para superar a dificuldade, aumentei a carga horária dedicada a TI, além de adquirir materiais específicos para essa matéria. Em contabilidade, assisti videoaulas dedicadas a assuntos específicos de maior dificuldade. Já no caso da trinca, usei flashcards no Anki, o que me ajudou bastante.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Thalles: Na semana que antecedeu a prova, só estava revendo minhas questões favoritas, exclusivas do pós-edital de MT. Não buscava mais informações novas, apenas consolidar o que já tinha visto em algum momento ao longo desses últimos três meses.
Em relação a carga horária, mantive a rotina normal até a sexta-feira antes da prova. Já no sábado, estudei só até às 17h e depois só descansei.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Thalles: Contratei um serviço de acompanhamento em que a discursiva estava incluída. Então escrevi muitas discursivas (cerca de 4 por semana) seja de concursos anteriores, seja de questões inéditas elaboradas por professores, e as enviava para correção, de modo a reconhecer os pontos fracos e aperfeiçoá-los nas próximas.
Para a discursiva o conselho é escrever o máximo de temas possíveis.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Thalles: O principal erro foi demorar demais para sair do ciclo básico, tanto pelo fato de usar o método de 24h, 7 dias e 30 dias, quanto por, no início, sempre querer ler todos os comentários (dos professores e do fórum de alunos) nos sites de questões. Isso fez com que avançasse de forma mais lenta.
Como principal acerto, posso citar a organização e disciplina no estudo. Desde que comecei, sempre me mantive focado e tendo a certeza que a aprovação era questão de tempo. E mantive a mente preparada para estudar o tempo que fosse preciso até a aprovação. Estava disposto a ficar 5, 6, 7…. anos estudando até ser aprovado.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Thalles: Nunca pensei em desistir. Mas teve um episódio que foi muito difícil e neste momento pensei que a aprovação demoraria ainda mais tempo do que eu imaginava.
Quando pedi demissão, em março de 2022, estava fazendo o pós-edital do Pará. Nos dias 20 e 27 daquele mês, realizei as provas e fui eliminado. Já na semana seguinte, tinha a prova da SEFAZ SE. Seriam três finais de semana seguidos de prova. Viajei para Sergipe na sexta-feira, estudei esse dia todo por lá. A noite, quando fui ver o local de prova, vi que não estava inscrito no concurso por falta de pagamento da inscrição. Vi na minha pasta que tinha o comprovante de pagamento pelo PicPay do dia 25/01/22, mas acontece que no dia seguinte a empresa tinha estornado o valor na minha conta e não tinha visto. Então, chamei um amigo concurseiro, que é advogado e que estava em Aracaju para realizar a prova e entramos com um Mandado de Segurança, que no dia seguinte foi indeferido pelo juiz. Por fim, não pude fazer esta prova e aquele domingo (03/04/22) dentro do quarto foi o pior dia nessa jornada.
Acontece que para minha surpresa, na minha próxima prova, um mês depois (08/05/22), tive a primeira aprovação dentro das vagas, que foi na SEFAZ AM (22° lugar).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Thalles: Aos iniciantes, saiba que a caminhada é longa e árdua, mas a recompensa é incrível, então siga em frente. Não ache que será fácil, mas saiba que no futuro seu esforço de hoje será recompensado.
Aos intermediários, entendam que a pior parte já passou. Aquela sensação de começar uma matéria que você nunca viu na vida e não sabe de nada já ficou para trás. Agora, provavelmente você está perto do 80% de acerto em seu aproveitamento, parabéns e siga caminhando.
Aos avançados, acredite que você, provavelmente, não vai se achar preparado para o concurso que lhe trará sua primeira aprovação dentro das vagas. Quanto mais você estuda e evolui, mais você vê o quanto ainda pode melhorar e parece que os aprovados ainda estão muito a sua frente. Cada reprovação, por mais dolorida que seja, fará você crescer e ter mais bagagem. Então tenha certeza que sua aprovação virá, e neste momento você olhará para trás e verá que valeu a pena cada minuto de sua dedicação e esforço.