Aprovada em 1° lugar (PCD) no concurso SEFAZ BA para o cargo de Agente de Tributos - Administração Tributária
Fiscal - Estadual (ICMS)“Fui aprovada num concurso da área fiscal vindo da área de saúde, estudando por um tempo relativamente curto, passando por um momento de vida difícil, em tratamento para uma doença neuromuscular, morando sozinha com um filho pequeno e já não era tão jovem (risos). Os problemas sempre irão aparecer, mas precisamos ter foco e jogo de cintura. É importante ter fé em Deus, ser feliz no percurso, manter a energia positiva e acreditar em você mesmo.”
Confira nossa entrevista com Juliana Maria Oliveira dos Santos, aprovada em 1° lugar (PCD) no concurso SEFAZ BA para o cargo de Agente de Tributos – Administração Tributária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Juliana Maria Oliveira dos Santos: Oi, pessoal! Meu nome é Juliana, sou Fisioterapeuta, tenho 39 anos e sou de Salvador/BA.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Juliana: Eu já tinha sido aprovada no concurso da EBSERH, em 2014, para o cargo de Fisioterapeuta Terapia Intensiva Neonatal. Um acaso do destino fez com que eu precisasse mudar minha rota e deixar minha área de atuação. Por conta de uma doença rara, neuromuscular e autoimune eu não poderia mais, pelo menos a curto prazo, trabalhar na minha área. A decisão de estudar para esse concurso veio quando eu estava internada. Eu precisava ocupar a minha cabeça com algo que eu pudesse tirar o foco da doença e que me trouxesse uma possibilidade de futuro melhor. No início, eu não tinha expectativa no resultado. O caminho até lá ajudou a manter a minha mente viva.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Juliana: Neste período eu estava afastada do trabalho para fazer o tratamento médico. Estava terminando o 1º ano do Mestrado em Ciências da Reabilitação, na Universidade Federal da Bahia. Então precisei conciliar o Mestrado, os inúmeros internamentos, exames, atividades de casa e cuidados com meu filho, que tinha 4 anos na época. Nos meses iniciais foi bem difícil porque a doença me consumia muito, então eu precisei começar bem devagar. Levei duas semanas assistindo vídeos sobre como organizar os estudos. Li tudo que saía sobre o cargo, fiz uma relação das possíveis matérias que viriam na prova, me matriculei no curso específico deste cargo no Estratégia Concursos, montei um cronograma de estudos para conciliar com minhas atividades e o seguia, sempre que a saúde permitia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Juliana: Além desse, fui aprovada em 6º lugar na EBSERH, em 2014, para o cargo de Fisioterapeuta Terapia Intensiva Neonatal. Não pretendo fazer concurso para outro local.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Juliana: Eu já não tinha muita vida social antes, porque a doença trazia uma alta fatigabilidade, o tratamento era à base de imunossupressão e ainda estávamos no final da pandemia da covid 19. A minha principal diversão era brincar com meu filho em casa.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Juliana: Antes de falar com minha família eu conversei com minha neurologista, Dra. Marcela Câmara, porque eu não poderia fazer algo que pudesse atrapalhar a evolução do meu tratamento. Tive total apoio dela e da minha família. Agradeço muito a todos eles. Inúmeras vezes a minha avó, minha mãe, meu padrasto e meus irmãos cuidavam do meu filho para que eu tivesse mais tempo para estudar, principalmente no pós-edital. Sem eles, especialmente sem a minha avó Valquíria, eu não teria conseguido.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Juliana: Foram 9 meses de preparação entre o início dos estudos e a prova (05 de junho de 2022), sem considerar um pequeno período de interrupção. Decidi que iria estudar para esse concurso no final de agosto de 2021 e iniciei efetivamente os estudos no início de setembro de 2021. No final de dezembro de 2021 eu tive uma piora na saúde, então precisei diminuir muito o ritmo. Fora isso, parei completamente os estudos por aproximadamente 1 mês e meio para procurar apartamento e enfrentar uma mudança de domicílio por causa da minha separação conjugal.
A vontade de voltar a trabalhar, de voltar a “ser produtiva” e de ter a possibilidade de dar um futuro melhor para meu filho ajudaram a manter a disciplina. Eu precisava passar num concurso que fosse para continuar em Salvador/BA, que o trabalho fosse na área administrativa (por causa das minhas limitações físicas), de preferência que fosse bem remunerado e que aceitasse a minha área de formação.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Juliana: Utilizei o curso específico do Estratégia Concursos para o cargo. Por alto, 55% do tempo da minha preparação foi assistindo videoaulas, 30% resolvendo questões apenas da FGV, 10% lendo lei seca e 5% treinando discursivas. Levei muito tempo nas videoaulas porque eu não tinha base na área fiscal. Tentei utilizar os pdf’s, mas além de ser mais cansativo para mim, imprimi-los ficaria custoso, visto que eu não conseguia ficar muito tempo lendo na tela. Nos dias de muita fadiga, eu ficava deitada escutando o Estratégia Cast.
Já no pós-edital, além de resolver inúmeras questões da banca FGV, o que fez a grande diferença na minha preparação foi ter participado da 1ª Mentoria VIP de LTE do Estratégia Concursos, com o Prof. Eduardo da Rocha e Prof. Rafael Rocha. Eles corrigiram minuciosamente todas as discursivas que enviei e me deram dicas maravilhosas. Sabemos que a prova de LTE e a discursiva tiveram grande peso na pontuação.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Juliana: Pesquisando na ferramenta de busca na internet. Vendo a organização e a quantidade de aprovados no site, não tive dúvidas.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Juliana: A qualidade dos materiais é incrível, mas acredito que a maior relevância do Estratégia esteja nos recursos humanos. Os professores são os melhores do mercado, e como eu basicamente só assistia videoaulas, eu me sentia tendo aulas particulares. Era como se eles tivessem dando aula exclusivamente para mim. Em alguns momentos, eu enviava dúvidas através da área do aluno e não demorava mais que dois dias para a equipe responder. Show! Utilizei o Sistema de Questões e gostava bastante dos vídeos com as correções. Além disso, escutei muito o Estratégia cast.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Juliana: No meu plano inicial tinha as 6 principais matérias, sendo que Contabilidade eu precisei estudar todos os dias. No pré-edital, eu não conseguia estudar mais que 4h líquidas por dia. No pós-edital, precisei intensificar porque eu tinha ficado um tempo sem estudar. Fazia 6-7 horas líquidas. Nos melhores dias, cheguei a 8 horas líquidas. Na semana antes da prova, a ansiedade não permitiu que eu fizesse menos de 9-10 horas líquidas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Juliana: Comecei a fazer resumos, mas abandonei depois que percebi que eu perdia muito tempo com eles. Não fiz simulado. A principal técnica de revisão que utilizei foram as questões. Eu anotava tudo o que eu errava e isso acabou virando meu material de revisão.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Juliana: Basicamente o que precisamos para passar numa prova de concurso é marcar as alternativas corretas. Então, a resolução de exercícios, na minha opinião, é o que tem de mais importante na preparação.
Não lembro quantas questões eu fiz, mas tenham certeza que foram inúmeras. Como eu tinha pouco tempo até a prova, eu resolvi exclusivamente questões da banca FGV. Eu precisava conhecer a linguagem e entendimento dela.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Juliana: Tive dificuldades em várias disciplinas, especialmente por ter vindo de outra área, mas Contabilidade, sem dúvidas, era a mais difícil, além de ter um conteúdo gigantesco. Superei estudando ela todos os dias. Além disso, eu tive o melhor professor: Silvio Sande!!!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Juliana: Eu queria ter diminuído o ritmo de estudos na semana que antecedeu a prova, até para não gastar energia demais e correr o risco de ir muito cansada para a prova. Como eu tive pouco tempo de estudos, eu sempre sentia que faltava estudar algo. Com isso, a ansiedade não permitiu que eu fizesse menos de 9-10 horas líquidas nesta semana. Esperei, durante toda a minha preparação, que o Estratégia fizesse a Revisão de Véspera Presencial. Era meu sonho estar perto e conhecer os professores, que viraram meus ídolos. Apesar da Revisão de Véspera Presencial não ter acontecido, participei da revisão de véspera pelo canal do Estratégia no Youtube. Por sinal, Prof. Jhoni Zini falou vários itens de Estatística que caíram na prova. Foi maravilhoso!
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Juliana: Geralmente a prova discursiva é um ponto importante em todas as provas, mas na minha ela teve um peso muito maior. Ela foi capaz de mudar a classificação e reprovar muitos que tinham tido nota alta na prova objetiva. A discursiva era a prova que eu tinha mais medo. Medo de não saber o que a FGV iria cobrar, medo de cansar para escrever e de não dar tempo para terminar. Então, no último mês antes da prova eu fazia 3-4 discursivas por semana, acredito que esse treino foi essencial. Além disso, ter participado da 1ª Mentoria VIP de LTE do Estratégia Concursos com o Prof. Eduardo da Rocha e Prof. Rafael Rocha foi o grande diferencial. Eles corrigiram minuciosamente todas as discursivas que enviei e me deram dicas incríveis.
Fora do Estratégia, participei de uma Oficina de Discursivas. Lá foram propostos vários temas e, com certeza, me ajudou muito no treino e a elevar a nota na prova discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Juliana: É difícil falar em erros quando o objetivo é atingido. Talvez o maior erro tenha sido na perda de tempo inicial ao tentar fazer resumo de todas as aulas.
Como acertos eu listaria, primeiramente, a escolha de um excelente curso preparatório. Além disso, ter resolvido muitas questões da FGV, ter treinado para a discursiva, ter tido boas horas de sono e ter conseguido tirar o foco dos problemas da vida.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Juliana: Nossa! Sim! Um momento especial foi quando faltavam uns 15 dias para a prova, eu estava cansada e acreditava que eu só estaria melhor preparada se tivesse tido mais tempo para estudar. Na Mentoria VIP de LTE nós tínhamos muitos encontros e, num deles, Prof. Da Rocha foi inspirado por Deus e falou sobre nossa capacidade de conseguir a aprovação, mesmo aqueles que tinham começado a estudar a menos tempo. Falou que o importante era relembrar o que nos fez começar e não desistir. Lembro que chorei bastante, relembrei todo o processo que enfrentei e os momentos que precisei me afastar do meu filho para estudar… desistir seria como não levar isso em consideração e eu não tinha o direito de jogar “tudo fora”. Pelo meu filho, Heitor, eu precisava prosseguir.
Além disso, eu me motivava com uma música da banda Rosa de Saron e com a vinheta de abertura das aulas ao vivo do Estratégia (risos). Era um estímulo e um momento de descontração, porque meu filho não podia escutá-la que começava a dançar. Algo que eu usava para me motivar era assistir os depoimentos dos aprovados. Ali eu tinha a confirmação de que era possível acontecer a tão almejada aprovação e é por isso que aceitei contar um pouquinho da minha trajetória. Muitos aprovados “desconhecidos” me ajudaram com suas histórias, nada mais justo que eu pudesse retribuir e passar adiante essa “corrente do bem”.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Juliana: Primeiro, precisamos ter consciência da realidade. O estudo para concursos é sofrido, é muito desgastante e solitário. Apesar de termos anjos no caminho, como nossos familiares e bons professores, é algo que só nós podemos fazer por nós mesmos. É preciso compreender que o tempo de estudo é importante, mas a qualidade desse tempo é o diferencial. Sono de qualidade e hidratação são grandes aliados da memória. Não existe fórmula secreta. Caso existisse, talvez eu não estivesse aqui dando esse depoimento… fui aprovada num concurso da área fiscal vindo da área de saúde (trabalhei como fisioterapeuta hospitalar por 16 anos), estudando por um tempo relativamente curto, passando por um momento de vida difícil, em tratamento para uma doença neuromuscular, morando sozinha com um filho pequeno e já não era tão jovem (risos). Os problemas sempre irão aparecer, mas precisamos ter foco e jogo de cintura. É importante ter fé em Deus, ser feliz no percurso, manter a energia positiva e acreditar em você mesmo.