“Se é isso mesmo que você quer, vá até o fim. Confie no processo, no plantio. Faça uma autocrítica do seu desempenho e dos seus métodos de estudo. Seja flexível!”
Confira nossa entrevista com Julio Moreira Sampaio, aprovado em 1º lugar no concurso SEFAZ AM para Auditor Fiscal de Tributos Estaduais:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Julio Moreira Sampaio: Sou de Itaipé, interior de Minas Gerais. Tenho 29 anos e sou formado em Engenharia de Materiais.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Julio: Nunca cheguei a atuar como engenheiro. Antes de me formar, fui aprovado em concurso do nível médio do IBGE, que prestei por visualizar poucas chances de empregabilidade no mercado privado naquele momento, dentro e fora da minha área de formação.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Julio: Eu já não estava satisfeito há muito tempo com o cargo de nível médio que ocupava à época. Não me agradavam as funções nem a remuneração. Por entender que eu poderia exercer uma função de maior impacto na sociedade e receber uma remuneração bem maior, optei pela área fiscal.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava?
Julio: Deixei o meu cargo para estudar exclusivamente, desde o início.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado?
Julio: Fui aprovado para o cargo de técnico do IBGE, em 2º lugar, em 2016. Depois que comecei a estudar para a área fiscal, fui reprovado nos concursos para auditor fiscal da Sefaz CE e da Sefaz ES, tendo obtido a minha primeira aprovação na área fiscal no concurso para analista da Sefaz SC, em 4º lugar. Por último, obtive a aprovação para auditor fiscal da Sefaz AM, em 1º lugar.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Julio: Não, já comecei no pós-edital da Sefaz CE, em junho de 2021.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Julio: Eu sinceramente não me lembro, desde há muito tempo, quando penso em concurso, penso em Estratégia.
Estratégia: Qual diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Julio: A confiabilidade, a atualidade e o foco no que é mais importante para fins de prova.
Estratégia: Recomendaria o Estratégia para um amigo que está começando os estudos?
Julio: Sem dúvidas. Não só recomendaria, como recomendo, na prática.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Julio: Eu comecei usando quase que exclusivamente videoaulas. Depois de ter visto toda ou quase toda a matéria assim, comecei a me aprofundar pelos PDFs e também a usar como fonte de consulta. Fazer muitas questões e ler lei seca também me ajudou bastante, principalmente quando eu voltava no material escrito ou na lei seca após errar ou ter dificuldade em alguma questão.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Julio: Entre 6 e 7 horas líquidas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Julio: De fato, o conteúdo é muito extenso. Eu comecei estudando em torno de 5 ou 6 matérias, e, conforme eu concluía as videoaulas de alguma, eu adicionava outras. A respeito de resumos, nunca cheguei a fazer, mas costumo fazer pequenos esquemas ou mapas mentais dos assuntos mais importantes ou de entendimento mais difícil pra agilizar a revisão. Para assuntos ainda mais complexos, eu faço uma anotação resumindo em poucas linhas o raciocínio que me fez entender aquilo, meio que para “congelar” o entendimento e não ser necessário construí-lo quase que do zero novamente. Sobre o plano de estudos, nunca segui um plano fechado, sempre deixei bem flexível. Estudava, entre o que faltava estudar/melhorar, o que mais sentia vontade na hora, sem deixar de lado aquilo que eu menos gostava de estudar, é claro.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)?
Julio: Eu acho que, com poucas exceções, toda matéria, no início, representa uma dificuldade, só que temporária. Algumas duram mais. As que duraram mais para mim foram contabilidade, auditoria e AFO. Ainda tenho muito a melhorar nessas e em outras, mas a barreira maior já caiu. Nas matérias em que a dificuldade era agravada por uma rejeição interna, como auditoria e AFO, eu tentei colocar na minha cabeça que elas deveriam ser as minhas melhores matérias. Conforme eu ia aprendendo mais, a percepção da matéria mudava, porque ninguém odeia alguma coisa em que se é bom. Já no caso de contabilidade, eu nunca tive problema “pessoal” com a matéria, no sentido de ter algum bloqueio ou rejeição. No entanto, a matéria é muito extensa e parecia que eu nunca ia lembrar de algumas coisas ou entender o mecanismo de outras. Nesse caso, a melhora veio com a persistência, dedicando mais horas à matéria e insistindo na resolução de questões e na esquematização das partes mais importantes.
Estratégia: Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro?
Julio: Sou solteiro, sem filhos e, entre o meu pedido de exoneração e a aprovação nesse último concurso, morei com meus pais. Graças a Deus, sempre tive apoio da minha família, que me ajudou me passando tranquilidade, respeitando minha rotina de estudos e também me apoiou financeiramente, quando precisei.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Julio: Eu optei por ficar mais recolhido, dedicando inclusive os fins de semana e feriados para o estudo. Não deixei, é claro, de comparecer nos momentos importantes das vidas dos meus familiares e amigos, sempre estive presente. Fiz assim porque sabia que me sentiria bem com essa opção, mas para outras pessoas pode ser uma escolha desastrosa. Acho que depende do autoconhecimento de cada um.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Julio: Apesar de algumas pessoas obterem aprovações muito próximas em concursos de áreas diferentes, entendo que elas são exceções. Para estudantes avançados, acho que é menos prejudicial, mas, para iniciantes, vejo como um grande erro. Sobre os próximos concursos, ainda penso em fazer os para auditor fiscal da Sefaz MG e da Sefaz MT, que é meu principal objetivo no momento.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Julio: É difícil de falar o tempo estudado para um concurso específico, porque o conhecimento é cumulativo. De qualquer forma, posso falar que entre o início dos meus estudos para a área fiscal e a primeira aprovação, para analista, foram 6 meses e meio de estudo (aprox. 1150h líquidas). Quando obtive a segunda aprovação, para auditor fiscal, eu tinha 11 meses de estudo (aprox. 1700h líquidas).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Julio: Foi uma sensação maravilhosa. Uma mistura de sensação de dever cumprido e de alívio.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Julio: A reta final eu uso para revisar o máximo de matéria possível, principalmente as partes mais decorebas, e para refazer questões que errei no pós-edital. Sobre a véspera, eu sigo estudando, revisando o que puder.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Julio Moreira Sampaio: Meu maior erro no início da minha caminhada foi fazer poucas questões. O aumento na quantidade de questões resolvidas melhorou meu rendimento significativamente. Outro erro era o preciosismo. No início, eu achava que deveria saber tudo de cada matéria. Depois eu percebi que algumas coisas caem muito pouco e, se caírem no meu concurso, não vão fazer muita diferença, então deixei de lado. Sobre o último concurso, errei em não planejar direito a reta final. Por erro na alocação de tempo, deixei de revisar muita coisa importante que, por sorte, só apareceu minimamente na prova.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Julio: Para mim, o mais difícil era a incerteza sobre quando e se eu iria ser aprovado. Nunca cogitei desistir, mas tive muitas dúvidas, por diversas vezes, se um dia eu iria ser aprovado, se era capaz de ser aprovado em um concurso de alto nível ou se isso era só para pessoas fora da curva. Nesse sentido, o psicológico pode ser uma das maiores dificuldades. Com relação ao que eu fiz para seguir em frente, na verdade, eu não tinha muita opção. Já tinha pedido exoneração do meu cargo anterior, então eu insistiria até passar em algum outro concurso, mesmo que fora da área fiscal, se não obtivesse êxito num período razoável. Ver minha evolução também me ajudou demais. Enquanto eu estava evoluindo, não tinha motivo para me preocupar demais. Quando chegasse a estagnação, aí seria mais difícil, mas até agora não chegou. Ainda tenho muito a aprender e a melhorar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Julio: É inegável que a remuneração é uma grande motivação, mas, além dela, o desafio de ter sucesso em algo considerado difícil me motivava bastante.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Julio: Se é isso mesmo que você quer, vá até o fim. Confie no processo, no plantio. Faça uma autocrítica do seu desempenho e dos seus métodos de estudo. Seja flexível! Não queira seguir por um caminho que não está dando certo para você. Busque e aceite orientação e conselhos, mas nunca delegue a responsabilidade pela aprovação, porque ela é só sua.