“É a referência de concurso fiscal em todo o país, quando eu procurava como estudar na internet, todo mundo indicava o material do Estratégia. Logo quando peguei as aulas de direito e contabilidade, em que eu era totalmente leigo, percebi que dava pra entender o assunto e comecei a gostar da ideia de estudar pra essa área”
Confira nossa entrevista com Roberto Burity, aprovado em 1° lugar (PCD) no concurso SEFAZ AL para o cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Roberto Burity: João Pessoa, 26 anos, Engenheiro Civil.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Roberto: Cheguei a estagiar na área de Engenharia Civil, mas não me identifiquei com o trabalho. Desde o colégio sempre gostei muito de estudar as matérias de exatas como matemática, física, e ainda no 3º ano do curso de Engenharia comecei a buscar concursos que fossem mais relacionados com essa área.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Roberto: Olhando as matérias básicas eu via que tinha mais relação com as exatas do que as outras áreas, visto que caía sempre a parte de raciocínio lógico e contabilidade. E também logo quando comecei a estudar direito tributário eu me identifiquei bastante com o assunto.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Roberto: Eu passei ainda no último ano do curso de Engenharia Civil (2019) como assistente administrativo da UFPB. Nessa época eu já estudava pra concurso de área fiscal, mas me dediquei um tempo ao estudo para assistente administrativo da UFPB, pois já fazia Eng. Civil lá e sabia que seria bom sair do curso com um salário certo que me ajudasse a ter um conforto financeiro. Desde então concilio o trabalho com os estudos. Felizmente, o trabalho na UFPB é bem pontual (muito trabalho em certas épocas, mas pouco trabalho em outras), o que ajudou muito para conseguir conciliar.
Estratégia: Quem pode concorrer às vagas PcD?
Roberto: DECRETO Nº 3.298 (deficiência física, auditiva, visual ou mental) + jurisprudência do STF (monocular)
Estratégia: Como você se enquadra nas vagas PcD?
Roberto: Eu tenho uma má formação congênita do membro superior, permanente (pois não cabe cirurgia de correção), que limita a movimentação dele. Por exemplo, não consigo levantar o braço acima da altura do ombro nem rotacioná-lo, e também há uma considerável deformidade estética.
Estratégia: Você achou mais fácil estudar sabendo que a nota de corte vai ser mais baixa do que pra ampla concorrência
Roberto: Existem pontos positivos e negativos da nota de corte ser mais baixa. Você tem um otimismo e uma expectativa maior, sabendo que suas chances são melhores. Mas a pressão também aumenta. Você vê conhecidos e amigos passando em concursos na ampla concorrência e pensa “caramba, e eu não consigo nem passar nas vagas de pcd”.
Estratégia: Qual o % de vagas destinado a PcD normalmente pela sua experiência
Roberto: Entre 5% e 20%, varia muito de estado para estado. Lá no DF se eu não me engano tem na lei orgânica que todo concurso tem de ter 20%.
Estratégia: Mesmo sem vagas destinadas pra deficiente, você ainda assim procuraria fazer algum concurso?
Roberto: Claro, se abrisse ISS João Pessoa, SEFAZ PB ou TCE PB com uma vaga de ampla eu era o primeiro a me matar de estudar para conseguir. Mas um detalhe que pouca gente sabe também é que mesmo sem vaga para deficiente você pode se declarar como deficiente, pois, se vierem a realizar novas chamadas, deve ser respeitado o percentual mínimo de vagas para deficientes mesmo sem nenhuma vaga reservada.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Roberto: – Assistente administrativo na UFPB 3º Lugar PCD (5 vagas)
– Engenheiro Civil da prefeitura de Juazeiro do Norte (1 vaga) – Não assumi
– Auditor Fiscal -Sefaz AL – 1º Lugar PCD (5 vagas)
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Roberto: Sim, eu passei quase o primeiro ano todo estudando as matérias básicas (raciocínio lógico, português, administrativo, constitucional, tributário e contabilidade), quando saiu o edital do concurso de Alagoas 2020 comecei a focar mais nas específicas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Roberto: É a referência de concurso fiscal em todo o país, quando eu procurava como estudar na internet, todo mundo indicava o material do Estratégia. Logo quando peguei as aulas de direito e contabilidade, em que eu era totalmente leigo, percebi que dava pra entender o assunto e comecei a gostar da ideia de estudar pra essa área.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Roberto: Sempre funcionei melhor com os PDFs. Mas recentemente comecei a usar mais as revisões da hora da verdade e o sistema de questões para revisão final, junto aos simulados do reta final.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Roberto: No começo quando ainda fazia Engenharia Civil tinha que conciliar os estudos da universidade com os concursos, daí estudava entre 10-30 horas por semana. Ao longo da pandemia, tive altas e baixas de motivação, praticamente sem editais da área fiscal, teve semanas que eu não tinha motivação nenhuma de estudar e muitas vezes até fiquei parado perdendo tempo.
Em compensação, quando tava perto de sair o edital do ISS Aracaju, voltei a focar mais e consegui estudar cerca de 30h por semana. Em 2020, comecei estudando pro TCDF, 30h, e à medida que foi chegando perto da prova, consegui aumentar para 40h por semana. Finalmente, quando saiu Sefaz-CE, remarcação do ISS Aracaju, SEFAZ AL, SEFAZ ES e SEFAZ RR, eu realmente entrei em um ritmo de estudos mais frenético, estudando cerca de 60-80 horas por semana nas últimas 2 semanas de cada concurso.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Roberto: Eu no começo usava muito a trilha estratégica, que me ajudava a guiar para manter o assunto em dia. Mas eu odiava ter que fazer revisão e sempre era muito desorganizado com minhas anotações. Já tentei usar post-its, resumos nos cadernos, marcar os pdfs com marca texto, fazer resumo no word, mas nenhum desses métodos me dava vontade de reler e revisar depois, e acho que esse era meu principal problema.
Nesses últimos concursos especificamente, comecei a fazer resumos bem gerais das matérias apenas com o principal de cada aula de conhecimentos gerais e resumos bem detalhados das matérias específicas que tinham maior peso. Acredito que me ajudou muito, pois os resumos eram bem mais concisos, resumidos em um único pdf e eu conseguia dar uma lida geral de uma matéria completa em menos de 1h, e assim dava pra fazer todo dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Roberto: Direito Civil, Empresarial, Penal…
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Roberto: Solteiro, sem filhos, namoro há 6 anos, moro com os pais. Meus pais apoiaram, mas tinham um certo receio se eu conseguiria manter o ritmo de estudos e não perder boa parte da minha vida estudando e depois se arrependesse, queriam que eu trabalhasse com engenharia no começo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Roberto: Normalmente eu saía no fim de semana. Nas semanas que antecediam as provas (cerca de 3 últimas semanas) eu evitava sair. Mas também se fosse aparecesse algo muito importante não via problemas em sair também não.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Roberto: Se a área for próxima sim. Eu fiz TCDF e melhorei bastante na área de direito administrativo e orçamento, que eram pontos fracos. Me ajudou muito pro SEFAZ CE que o conteúdo era bem amplo, inclusive eu gostei bastante da área e venho direcionando meus estudos agora para o TCU.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Roberto: Entre o SEFAZ-CE e o SEFAZ-AL acredito que foram 2 meses. Ainda parei uma semana para focar no ISS ARACAJU, que foi 2 semanas antes, mas não foi bom o resultado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Roberto: Sempre é maravilhosa, fiquei muito feliz, vi minha mãe chorar de orgulho, apesar de que ainda fico pouco receoso de comemorar antes da nomeação.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Roberto: Eu sempre gostei de fazer uma revisão geral nos últimos dias até as últimas horas. Não curto muito essa ideia de “o que tinha pra estudar já estudou”. O estudo de véspera pra mim é essencial e dá mais confiança para você durante a prova. Quando você vê as questões que você viu no dia anterior ou até momentos antes da prova, chega você marca com ânimo e dá força pra ler as próximas questões.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Roberto: Eu confesso que nunca foi meu forte. Foi o que me eliminou no Ceará (se eu tivesse feito o mínimo lá provavelmente estaria dentro das vagas). Então não sou muito parâmetro pro assunto. Mas o que me ajudou muito pra Alagoas foi ler e reler todos os dias meus resumos das matérias específicas a ponto de tentar decorar os mínimos detalhes. No fim, a gramática é importante, mas não chega nem perto do conhecimento do conteúdo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Roberto: Os erros foram ter tido altos e baixos. Ser constante é essencial para a aprovação. É melhor estudar 20h toda semana do que estudar 60h uma semana e passar outras duas sem estudar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Roberto: Desistir não, mas cheguei a não ter nenhuma vontade de estudar e ficar protelando.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Roberto: Foi me ver no futuro com uma vida tranquila, sem muita pressão, tendo tempo pra minha família. E me ver saindo de casa com um futuro certo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Roberto: Ter paciência, terminar todo o conteúdo fazendo as questões dos PDFs, não esperar que você vai lembrar de tudo. É sempre muita informação, você vai ter que revisar todas as matérias 3, 4, 5x até ela fixar de vez na sua cabeça.