“Caso não tenha certeza de como estudar e se planejar, procure um profissional. Não é despesa, é investimento. Encare como trabalho. O estudo é algo extremamente importante, que pode te fazer mudar de vida. Conscientize quem está ao seu redor sobre isso”.
Confira nossa entrevista com Victor Araújo, aprovado em 1º lugar para Auditor Fiscal no concurso da SEFA PA:
Estratégia: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Victor Araújo: Sou natural de Fortaleza (CE), tenho 25 anos e sou formado em Ciências Contábeis.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor Araújo: Nunca trabalhei como contador, pois já entrei na faculdade pensando em prestar concurso público. Vários fatores criaram em mim interesse pelo mundo dos concursos, e, particularmente, na área fiscal: a presença de outros servidores na família para falar a respeito, identificação com a atividade de tributação do Estado (desde que eu comecei a entrar em contato, Direito Tributário sempre me encantou). Também é inegável que a remuneração e a estabilidade atraíram meu interesse.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Victor Araújo: O que eu gosto bastante na área fiscal é que o escopo dela é bem amplo. Então, com pequenas adaptações, dá para se preparar, por exemplo, para a área de controle ou para concursos específicos de Contabilidade (no meu caso). Mas confesso que, no início, o que me fez tender para essa área foi influência da família mesmo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Victor Araújo: Eu tive o privilégio de “só estudar”, e sou muito grato à minha família por me proporcionar isso.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Victor Araújo: Certo, desde o início, foram 4 aprovações:
Analista de Gestão (Contabilidade) – CEGÁS (2016) – 11º lugar
Fiscal de Tributos – Cascavel/CE (2021) – 1º lugar
Perito Criminal (Ciências Contábeis) – PEFOCE (2021) – 1º lugar
Auditor Fiscal de Receitas Estaduais – SEFA PA (2022) – 1º lugar
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Victor Araújo: Essa era a regra. No início, eu nunca me sentia preparado para um concurso. Tinha muito medo de uma reprovação. Iniciei meus estudos de fato em 2018, quando me formei, e minha disciplina passava por muitos altos e baixos. A maturidade vem com o tempo, é normal. E, como manter o foco por muitas horas é bem difícil, o quanto mais eu consigo me manter afastado de celular, redes sociais e compromissos na hora do estudo, mais eu rendo. Celular, sem dúvida, é o que mais atrapalha.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor Araújo: Conheci por recomendação de outros concurseiros que conheci nessa jornada.
Estratégia: Qual diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Victor Araújo: Muitos materiais diferentes e de qualidade. Além da diversidade de professores.
Estratégia: Recomendaria o Estratégia para um amigo que está começando os estudos?
Victor Araújo: Como primeira opção, sem dúvida.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso?
Victor Araújo: As vídeo aulas são um ótimo pontapé para quem está começando. Mas os PDFs, para mim, são a forma mais eficiente de aprender um monte de coisas em um tempo razoável.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Victor Araújo: Eu fazia essa contagem mais no início, como forma de criar disciplina. Mas, com o tempo, eu passei a não gostar muito dessa prática. Acredito que, em um pré-edital, sejam por volta de 4h líquidas por dia e, em um pós-edital, por volta de 6 horas líquidas por dia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Victor Araújo: Estudava alternando as matérias durante a semana. Primeiro um PDF de matemática financeira, depois um de tributário, contabilidade em seguida. Ao final de todas as matérias daquele ciclo eu reiniciava contabilidade. Comecei com 9 matérias e depois fui adicionando mais à medida que pegava o jeito. Depois de 4, 5 semanas eu revisava o que estudei naquele período.
Fazia resumos no início, mas perdia muito tempo com eles, porque sou detalhista.
No início, eu preciso mais da teoria para entender como a matéria funciona. À medida que o conhecimento vai se solidificando e a teoria, acabando, o foco é nos exercícios.
Em relação à montagem do planejamento, eu contratei uma pessoa especializada para fazer essa parte, pois me sentia inseguro de não estar fazer as coisas direito.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma disciplina?
Victor Araújo: Contabilidade (supreendentemente) era a disciplina que eu mais errava no início. O Prof. Silvio Sande que me salvou. Se você tem muita dificuldade em uma matéria, recomendo que vá atrás de um bom professor, pois vai fazer muita diferença.
Em relação às demais disciplinas, eu demorei um pouco para me acostumar com o estudo e a revisão dos Direitos (exceto tributário), porque são matérias que envolvem muita leitura.
Estratégia: Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?
Victor Araújo: Moro com meus pais e minha irmã. Eles sempre me apoiaram e grande parte do motivo de eu chegar aonde cheguei tem muito a ver com eles. Algumas atitudes foram essenciais, como preservar o silêncio na casa durante o dia, evitar de me pedir para resolver coisas durante o horário de estudo, organizar as tarefas domésticas de forma que eu fique com aquelas que possam ser feitas à noite, etc.
Comecei a namorar depois entrar na vida de concurseiro. Tudo é uma questão de entrar em acordo e explicar a situação: o celular me atrapalha muito, então a gente costumava se falar mais à noite e eu a via nos fins de semana.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Victor Araújo: Acredito que abdicar do convívio social é a forma mais rápida de odiar a rotina (cansativa e solitária) de um concurseiro. Sempre saí com os amigos e a família, dando prioridade para fazer isso nos fins de semana. No pós-edital, o tempo de estudo aumenta, então eu selecionava melhor os momentos de lazer.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Victor Araújo: Essa decisão é muito individual. Eu acho que não vale a pena estar estudando para a área policial e mudar o foco porque saiu o edital do concurso do INSS, por exemplo. Ficar pulando de pós-edital em pós-edital não é uma boa estratégia. Mas acho válido sim fazer concursos com o mesmo escopo (ex: área fiscal e concursos para contador)
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Victor Araújo: Essa não é uma pergunta fácil. Porque eu estudei para a área fiscal desde 2018. Nunca me sentia preparado e quando saiu o edital da PEFOCE, em 2021, eu achei que tinha condições de estudar tudo. Dito e feito, passei no concurso, mas não me dei bem com a área de segurança pública. Larguei a PEFOCE no meio do curso de formação (início de janeiro), e o edital da SEFA PA já estava na praça. Conversei com o rapaz que me assessorou no planejamento para a PEFOCE, e decidimos que o foco seria a SEFA PA. Estudei por um pouco mais de dois meses e consegui a aprovação!
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Victor Araújo: Não parece que é verdade. Ainda não caiu a ficha completamente, mas é uma felicidade que vem aos poucos. Sensação indescritível!
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova?
Victor Araújo: Eu vou me cansando bastante com o ritmo do pós-edital. Na semana anterior à prova, já não conseguia mais absorver muita coisa. Então, estudei menos e mais focado em vídeo aulas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação, quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Victor Araújo: Erros: insistir, no início, em coisas que engessavam os estudos e o deixavam mais demorado (os resumos, por exemplo).
Acertos: revisar as matérias que eu já estava mais craque de forma mais célere, baseado em questões.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Victor Araújo: Em vários momentos pensei em desistir. O apoio da família em momentos como esse foi fundamental. Também fiz terapia durante um período, o que me ajudou bastante. O mais difícil é a jornada solitária e cansativa, bem atípica.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Victor Araújo: O sonho de ser servidor público e a inexistência de alternativas parecidas no mercado privado.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor Araújo: Caso não tenha certeza de como estudar e se planejar, procure um profissional. Não é despesa, é investimento.
Encare como trabalho. O estudo é algo extremamente importante, que pode te fazer mudar de vida. Conscientize quem está ao seu redor sobre isso.
Minha saúde mental foi posta à prova nessa jornada, talvez a sua também seja. Se isso acontecer, procure ajuda profissional antes de pensar em desistir. Foi fundamental para mim.