Aprovado em 8° lugar no concurso SEDU-ES para o cargo de Agente de Suporte Educacional
Concursos Públicos
“[…] Estudar primeiramente as matérias mais comuns em concursos, sem ter escolhido ainda qual prova vai fazer. Limitar-se a marcar no material os pontos que precisará revisar depois, sem perder tempo escrevendo resumos e desenhando mapas mentais […]”
Confira nossa entrevista com Patrick Rios de Souza, aprovado em 8° lugar no concurso SEDU-ES para o cargo de Agente de Suporte Educacional:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Patrick Rios de Souza: Eu me chamo Patrick, sou formado em Engenharia Civil, tenho 28 anos, nasci em São Paulo e, atualmente, moro no Espírito Santo, onde decidi me estabelecer.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Patrick: Sempre fui bom aluno na escola e na faculdade, era disciplinado e ia bem nas provas. Quando terminei o curso de graduação, o mercado de trabalho na minha área não estava em um bom momento e eu não tinha os contatos necessários para conseguir um emprego na esfera privada. Detestava as conversas sobre networking e empreendedorismo. Meu perfil se enquadrava melhor aos concursos públicos, então decidi não parar de estudar.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Patrick: Já passei pelas duas experiências. Tive períodos em que apenas estudei e outros em que trabalhei e estudei. Enquanto não trabalhava, a rotina era menos cansativa e mais produtiva. Já quando estava trabalhando, precisava encaixar os estudos em qualquer brecha que surgia no dia a dia. Eu me programava para estudar à noite, após o trabalho, mas depois acabei percebendo que, por mais estranho que pareça, meus estudos rendiam mais durante as longas viagens de ônibus da ida e da volta do trabalho. Tentava pegar ônibus vazio para estudar sentado, mas às vezes tinha que ler o material em pé, segurando o celular numa mão e a barra de apoio do ônibus na outra. Esses eram os momentos mais produtivos, porque ao chegar em casa, à noite, eu já estava cansado do trabalho.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Patrick: No final de 2019 fiz minha primeira prova, era o concurso do CRF-ES para o cargo de Assistente Administrativo, 3165 inscritos de ampla concorrência e passei em 1° lugar. Trabalhei no CRF-ES por dois anos, conciliando os estudos, mas não surgiram muitas oportunidades, por causa da pandemia. No início de 2022, larguei o emprego sem ainda ter passado em outro concurso, pois algumas provas se aproximavam e eu queria me dedicar ao máximo. O resultado foi que passei nos concursos de nível médio da FAMES (3° lugar), da SEDU-ES (8° lugar) e do CRN-4 (1° lugar). Meu desempenho na SEDU-ES me deixou muito feliz porque, num concurso de 25623 inscritos, consegui a maior pontuação da prova objetiva. Acabei optando por tomar posse no CRN-4, devido ao salário, benefícios e carga horária, e é onde estou trabalhando no momento. E agora foi publicada no Diário Oficial do ES a minha nomeação para o cargo de Analista do Executivo – Engenheiro Civil (32º lugar), no concurso promovido pela SEGER-ES. Vou fazer os exames e me preparar nos próximos dias para tomar posse.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Patrick: Sempre fui muito reservado, não saía de casa mesmo antes de começar os estudos. Os sacrifícios não ocorreram na vida social. Senti falta foi de jogar videogame, de ler livros e, principalmente, de escrever. Não podia dedicar qualquer tempo a essas atividades sem me sentir culpado por não estar estudando.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Patrick: Todos me apoiaram. Minha mãe não se importou por eu ter ficado um tempo sem ajudar nas contas da casa, embora isso pesasse minha própria consciência. Meus colegas do trabalho não acharam loucura quando lhes perguntei o que achavam de eu pedir exoneração, porque confiavam no meu potencial de passar em outras provas.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Patrick: É difícil dizer em que momento me ocorria a transição para uma prova específica. Eu passava muito tempo estudando disciplinas que eram comuns a quase todos os concursos e, nas semanas próximas de uma prova, tentava ler o mais rápido possível o conteúdo específico.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Patrick: Eu estudava exclusivamente por PDF, pois era a maneira mais rápida de passar por todo o conteúdo. E como eu fazia muitas provas em sequência, a velocidade do estudo era importantíssima para eu conseguir migrar de um concurso para outro.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Patrick: Conheci enquanto pesquisava por materiais no Google e também me deparei com muitas pessoas indicando os cursos do Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Patrick: A maior vantagem que tive ao estudar com o Estratégia, foi poder trocar de curso livremente na Assinatura. Eu baixava o material completo de um curso, estudava o máximo que conseguia até o dia da prova, fazia a prova, me desmatriculava do curso, me matriculava no curso seguinte e repetia o ciclo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Patrick: Meus primeiros planos de estudos continham as matérias que mais se repetiam nos concursos, como Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Informática, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Administração. Quando não estava trabalhando, estudava em diversos momentos espalhados pelo dia. Não tinha horário fixo. Mas nos períodos em que estava trabalhando, as horas líquidas diminuíram drasticamente, muitas vezes se limitando à duração da viagem do transporte público: duas a três horas por dia, tentando manter a tela do celular estável entre as acelerações e desacelerações do ônibus. Quando uma nova prova se aproximava, eu substituía as minhas matérias por aquelas que eu ainda não tinha estudado.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Patrick: Na maior parte das vezes, eu não tinha tempo para revisar o material. Fazendo várias provas em sequência, eu corria para tentar ler o conteúdo completo. Mas quando podia revisar, eu passava rapidamente pelas páginas já lidas do PDF, observando os títulos e parando em alguns pontos que eu sentia que precisava reler.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Patrick: A resolução de questões é muito importante para entender de que forma os assuntos costumam ser abordados pela banca. Eu não contabilizava as questões que respondia, porém, tenho certeza de que seja um número abaixo de outros alunos aprovados. Meu maior enfoque era na teoria, respondendo apenas algumas questões de cada assunto para conhecer a banca, sem me preocupar em completar todas as questões do material de estudo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Patrick: Eu tinha mais dificuldade nas disciplinas em que precisava memorizar números, como, por exemplo, quantos anos poderia durar uma penalidade ou, nas matérias específicas de engenharia civil, qual a espessura mínima de certo tipo de laje. Essa dificuldade foi resolvida da seguinte maneira: eu pulava as partes decorebas do conteúdo e dedicava mais tempo para estudar as outras coisas, então torcia para cair na prova pouco do que eu não sabia e muito daquilo em que eu era bom. O objetivo não era fazer o estudo perfeito, era chegar competitivo no dia da prova.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Patrick: Na semana anterior e até o portão da escola se abrir para os candidatos entrarem, eu fico na calçada e com o celular na mão, tentando vencer o máximo possível de conteúdo teórico. As pessoas podem me ver estudando de última hora e pensar que estou despreparado. O que, em parte, é verdade. Na tática de me inscrever em todos os concursos, não fico totalmente preparado para nenhum deles.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Patrick: Meu principal erro foi não ter conhecido o mundo dos concursos mais cedo. Se, desde o início do curso de Engenharia Civil, eu já tivesse o objetivo de passar em concursos, veria as disciplinas da graduação com outros olhos e sairia da faculdade já com um bom desempenho no conteúdo específico das provas de nível superior. O principal acerto, embora não recomende isso para as pessoas, foi ter “atirado para todos os lados”. Acabou dando certo para mim. Toda vez que abria inscrição para algum concurso no ES, eu me inscrevia e pagava a taxa mesmo sem saber se ia ter tempo de estudar. Faltei a várias provas, mas fui competitivo na maioria das que fiz.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Patrick: Nunca cogitei desistir, pois pensava nos estudos como o único caminho para alcançar o cargo que queria. Desistiria de qualquer outra coisa antes de desistir de estudar. Além disso, localizar meu nome completo na classificação do concurso era uma das maiores motivações. Eu gostava da competição, convencia meus colegas mais inteligentes a estudarem também e me sentia um atleta em preparação durante os estudos. Quanto maior a concorrência, mais motivado eu me sentia.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Patrick: Eu aconselharia a dormir sempre de 7 a 8 horas e não tentar converter horas de sono em horas de estudo. Obter um bom material escrito e não em vídeo. Estudar primeiramente as matérias mais comuns em concursos, sem ter escolhido ainda qual prova vai fazer. Limitar-se a marcar no material os pontos que precisará revisar depois, sem perder tempo escrevendo resumos e desenhando mapas mentais. Quando já estiver bem nas matérias básicas, fazer algumas provas de nível médio (acrescentando as matérias necessárias aos seus estudos). Escolher uma carreira como a fiscal, de tribunais, policial, administrativa ou outra de sua preferência. Fazer um curso de nível superior, se a carreira assim o exigir. Focar nas matérias específicas da carreira sem se esquecer de revisar as matérias básicas de vez em quando. Apreciar a competição, treinar disciplinado como um atleta e levar as derrotas na esportiva.