Aprovado no concurso da Receita Federal do Brasil para Analista-Tributário
Fiscal - Federal (RFB e AFT)“Aprovação em concurso não tem mistério. É HBC (Horas-Bunda-Cadeira). Não é corrida de 100 metros, é maratona. Persistência é a chave”
Confira nossa entrevista com Alberto Mario da Rosa, aprovado em 349° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista-Tributário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Alberto Mario da Rosa: Olá. Meu nome é Alberto Mario da Rosa. Tenho 47 anos. Nasci na cidade de Santa Maria-RS (no coração do Rio Grande do Sul!). Sou formado em Gestão Pública (EAD) pela Uninter. Tenho 2 pós-graduações: Engenharia de Software e Ciência de Dados (as 2 pós realizadas durante a pandemia). Torcedor do Sport Club Internacional :)
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Alberto: Atualmente sou Assistente Técnico Administrativo no Ministério da Fazenda (ATA), aprovado no concurso de 2009. Na época eu ainda não era formado, o que só ocorreu em 2015. Comecei a estudar para o concurso de Analista-Tributário pelo seguinte motivo: passando, realizaria praticamente o mesmo serviço que já realizo como ATA, só que recebendo um salário bem maior.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Alberto: Sim, conciliando o trabalho com o estudo. Na primeira metade da preparação (2018 a 2020) eu trabalhava com atendimento ao público. Então, entre um atendimento e outro (se o quantitativo de senhas agendadas para aquele dia estivesse baixo) eu aproveitava para ler algumas páginas dos PDF´s. Atenção: eu nunca deixei contribuinte esperando! Estudava quando não tinha contribuinte aguardando.
Na segunda metade da preparação (de 2020 pra cá) eu entrei para uma equipe de atendimento de CPF (Caixa Corporativa). Então eu tinha uma quantidade X de CPF´s para trabalhar por dia. Era a meta diária. Se eu terminasse em 5 horas aproveitaria as 3 restantes para ver os PDF´s.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Alberto: Passei no concurso de escriturário do Banco do Brasil, em 2000; e no de ATA do MF, em 2009. Não lembro a colocação. Não fiquei entre os 10 primeiros colocados :)
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Alberto: Nunca tive uma vida social muito intensa. Sou uma pessoa mais reservada. Mas quando me convidam para um churrasco nunca deixo de ir! O segredo é saber aproveitar o tempo. Organizando bem dá para estudar e fazer todas as coisas que a gente gosta. Mas, claro, com foco nos estudos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Alberto: Sim, entenderam e apoiaram. Uma vez li o artigo de uma concurseira (infelizmente esqueci o nome dela) em que ela dava dicas sobre estudo para concursos. E uma das dicas era: avise sua família, seus amigos, seus colegas de trabalho, que você vai ficar mais quieto, mais silencioso, para que eles não pensem que você está usando drogas :) E é verdade, como são muitas páginas de PDF´s para ler, muitos exercícios para resolver, muitas videoaulas para assistir, isso consome muito do maquinário mental. Esgota mesmo. O concurseiro precisa aprender a utilizar bem os recursos finitos que possui. Então a tendência é a pessoa ficar mais quieta, pensativa, durante a preparação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Alberto: Desde 2018. Meu foco sempre foi o concurso de Analista-Tributário da RFB. Em 2020 tive Covid. Seis meses depois da infecção experimentei a famosa “névoa mental”, por 2 semanas eu não conseguia aprender nada. Mas nada mesmo. Bateu o desespero. Qual a arma do concurseiro? O cérebro. E naquelas 2 semanas o meu cérebro tirou férias. Depois do terceiro dia eu simplesmente abandonei os estudos, torcendo para que a névoa mental desaparecesse. E desapareceu. Foi o maior período que fiquei sem estudar. O que me ajudou foi fazer uma planilha de controle de estudos. Eu estudava uma matéria por dia. A meta era ler, no mínimo, 100 páginas de PDF´s por dia. Batida a meta, partia para resolver exercícios de outras matérias.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Alberto: Usei o material do Estratégia para os PDF´s e videoaulas; e para resolver exercícios um site de questões. Livros, usei 2: o de Direito Tributário do Ricardo Alexandre e o de RLM do Sérgio Carvalho. Mas o material principal foi o do Estratégia. A vantagem do material do Estratégia é que ele é extenso, abrange todo o conteúdo. O que caiu na prova de Analista-Tributário estava no material. Com exceção das questões de SQL (conteúdo que não estava previsto no edital). A desvantagem do material do Estratégia é também uma das vantagens: são muitas páginas de PDF para ler! :)
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Alberto: Através do algoritmo do Youtube.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Alberto: Sim, usei material de outro curso, mas não vou dizer qual. O que me incomodava é que o material, o pacote, era disperso. Não havia uma “estratégia” na montagem do material. Era como se os organizadores do curso tivessem negociado diretamente com alguns professores e dito “prepara os PDF´s e me envia por e-mail”. Cada matéria tinha uma identidade visual própria, que era aquela criada pelo(a) professor(a). Claro, eles colocavam o logo, o nome do curso nos PDF´s, mas ficava claro que não havia uma preocupação com a identidade visual. E isso é algo marcante no material do Estratégia. A identidade visual ajuda, e muito. O material foi preparado, foi pensado para ajudar o aluno.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Alberto: Não, meu foco era o concurso de Analista-Tributário da RFB.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Alberto: O estudo fica mais fácil, pois o que você precisa para fazer a prova está ali, no material. Eu usei alguns livros, principalmente nas matérias que eu sentia precisar de um outro enfoque, uma outra voz, dizendo a mesma coisa mas de maneira diferente. Mas os livros eu utilizei lá atrás, em 2018 e 2019. O diferencial do material do Estratégia é a qualidade dos professores. Como eu assistia algumas videoaulas de cada matéria (somente naqueles pontos mais pesados das matérias) na hora de ler os PDF´s em alguns momentos parecia que eu ouvia a voz do(a) professor(a) lendo o material.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Alberto: Devo ter baixado umas 20 planilhas diferentes de plano de estudos. Aí eu usava o que achava ser útil e criava a minha própria planilha. Mas eu não seguia ela à risca, ia adaptando, meio no instinto mesmo. Sempre com um alerta na mente: “não adianta estudar só as matérias “gostosas”, tem que estudar as matérias “chatas” também” :)
Por dia, nunca estudei menos de 4 horas líquidas. De segunda a sábado. No domingo eu descansava. E 2 matérias por dia, no máximo.
Nos dias de “desânimo” eu usava e abusava da técnica dos 15 minutos (Google → Técnica Pomodoro. Pesquisem!).
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Alberto: Sempre fiz as revisões no computador. Em um monitor eu deixava o PDF aberto e no outro o editor de texto. Criava um arquivo para cada matéria. Selecionava o que achava ser a parte fundamental e colava no editor de texto. Depois, na hora de marcar a revisão daquele PDF específico na planilha de estudos, eu usava o arquivo para reler o que havia separado. Mas refazia todos os exercícios do material.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Alberto: Resolver exercícios é tudo. Eu fiz todos os exercícios dos PDF´s e mais uns 2000 no site de questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Alberto: Sempre fui bem em Língua Portuguesa. O problema é como a banca, FGV, cobra a matéria na prova. Tive dificuldades para entender o raciocínio da FGV na elaboração das questões. A estratégia é o cansaço. Tem que cansar de fazer exercícios da banca. E quando cansar continuar resolvendo exercícios. Não existe matéria difícil, o que existe é matéria que a gente não estudou o suficiente. Contabilidade eu tive que começar do zero. Demorei para encontrar a melhor maneira de aprender Contabilidade. Até que descobri o Silvio Sande e Contabilidade foi a única matéria que dediquei mais tempo às videoaulas do que ao material escrito.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Alberto: A rotina na semana anterior à prova foi de sprint final. É a hora da entrega total. Claro, não pode descuidar do sono. Dormir é fundamental. Tirei férias. Moro numa cidade do interior do RS e a prova seria em Porto Alegre. Na quarta-feira (a prova seria no domingo) fui para a capital. Chegando lá fui para o hotel. Fiquei praticamente dois dias trancado no quarto revisando. O que me ajudou muito foi a Revisão de Véspera do Estratégia. Ajudou muito, muito. Os assuntos abordados na véspera pelos professores caíram na prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Alberto: Eu escrevo. Contos e romances de ficção. Então isso me ajuda muito na discursiva. A preparação para a discursiva é: não estude sozinho. Encontre um material adequado. Eu recomendo o do Estratégia Concursos :). Leia os PDF´s. Assista as videoaulas. E, mais importante, treine. Leia o Edital do Concurso e veja quais os temas (matérias) que serão cobrados na discursiva. Foque naqueles temas de bastante repercussão, com alterações importantes nos meses anteriores à prova. Treine a discursiva. Treine a sua caligrafia. Você precisa chegar na prova com a mão firme. O mundo ficou digital demais, muitos desaprendem a assinar o próprio nome. Então, não subestime a importância e dificuldade da prova discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Alberto: Meu principal erro foi no dia da prova. Eu já sabia que, na hora de preencher a folha de respostas, você não muda o gabarito. Isto é, você leu a questão, pensou, escolheu a alternativa. Já era, não muda. NÃO MUDA. Confia no teu subconsciente. O problema é que fez muito calor em Porto Alegre (principalmente na prova da tarde) e fiquei numa sala que não tinha ar condicionado. Levei 2 garrafas de água, uma para tomar antes da prova (no caminho, na espera da abertura dos portões, etc) e outra para tomar durante a prova. Certo, tomei essa durante a prova, mas o calor era tanto que tive que sair 3x da sala para encher a garrafa novamente. E isso me levou a cometer o erro de trocar as respostas de 3 questões antes de preencher o gabarito. Claro, as 3 estavam corretas. Então, fica a dica: nunca troquem a alternativa já escolhida. Essas 3 questões me custaram umas 60 posições na lista.
O principal acerto foi não desistir. Um pouco menos de um mês antes da prova completei 47 anos. Uma coisa é estudar para um dos concursos mais concorridos do Brasil quando você está com 25, 26, 27 anos. Toda uma vida pela frente. Outra é quando você já dobrou o Cabo da Boa Esperança :)
Aprovação em concurso não tem mistério. É HBC (Horas-Bunda-Cadeira). Não é corrida de 100 metros, é maratona. Persistência é a chave.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Alberto: Não, nunca pensei em desistir. Só tive os momentos de baixa, de um pouco de desânimo, mas isso é normal. Pensei várias vezes em como seria se eu não conseguisse uma vaga. Esse sempre foi meu objetivo, a aprovação. Não queria ficar entre os 10 primeiros colocados, queria apenas uma vaga. Parece pouco ambicioso, mas não é. Sempre fui muito dispersivo. E tenho uma dificuldade imensa em terminar os projetos. Mas, já trabalhando na Receita Federal, em um cargo de nível médio que, infelizmente, não é valorizado como deveria ser, sempre tive esse desejo, esse impulso em conquistar um cargo mais valorizado, melhor remunerado. Sempre tive total apoio da minha esposa, Vand. Eu gosto de jogos de computador. E naqueles períodos em que a gente precisa descansar a mente, lá ia eu jogar um PUBG, um Euro Truck Simulator. E quando a Vand via que eu estava jogando, vinha a pergunta “Não está estudando?” :) E a resposta, invariável “Só uma partida, pra relaxar”.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Alberto: 5% dos aprovados são formados por gênios (autistas ou não, que tomam Ritalina ou não, etc). Aquelas pessoas que passam em todos os concursos. Nível NASA mesmo :) Os 95% restantes são pessoas que persistiram. Que tiveram suas dúvidas, os momentos de baixa, de desânimo. Isso é normal, acreditem! O caminho para a aprovação não é uma subida suave. É uma montanha com 50 graus de inclinação! O segredo é descobrir como subir essa montanha. As estratégias. Algumas funcionam bem para alguns, mas não para outros. Cada um precisa descobrir sua própria estratégia. O caminho é difícil, mas vale muito a pena. É dedicação, é sacrifício, é muito mais agradável deitar na cama e assistir as séries favoritas no streaming. Mas, pensa comigo, não é melhor sacrificar um pouco do tempo AGORA e assistir as séries favoritas no streaming DEPOIS da aprovação?
Para quem decidiu começar os estudos, um conselho: estude sempre. Eu estudei todos os dias da semana, com exceção do domingo. Nos demais dias, sempre, sempre estudei. Minha meta era de 4 horas diárias. Mas em vários dias não atingi a meta. E todos nós passamos por aqueles dias realmente ruins. São dias que você precisa ter a sabedoria para entender que não adianta insistir. Nesses dias, largar tudo. Vai tomar um banho, fazer um chá e assistir sua série no streaming. Mas, no dia seguinte, força total, foco total na aprovação.
Outra dica: resolva provas da banca. Da banca que vai elaborar a prova do teu concurso. Baixe as provas e faça uma simulação de prova, em sua casa. Estou falando sério. Você precisa aprender a utilizar o tempo para resolver a prova. Determinar a ordem das matérias que serão respondidas. Não deixe a discursiva por último (se ela for realizada junto com a objetiva).
E, por último, deixo a fórmula secreta da aprovação.
HBC.
Horas-Bunda-Cadeira. É isso. Não desistam!
Concurso a gente não faz pra passar. Concurso a gente faz até passar!