Aprovado no concurso Receita Federal para Auditor-Fiscal
Fiscal - Federal (RFB e AFT)“Não se trata do quanto você quer, se trata do quanto você está disposto a desistir para alcançar seus objetivos […]”
Confira nossa entrevista com Philipe Willian Netto Brasil, aprovado em 83° lugar no concurso Receita Federal para o cargo de Auditor-Fiscal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Philipe Willian Netto Brasil: Me formei em Ciências Contábeis na UFRJ e estou cursando MBA de Auditoria Tributária também na UFRJ. Tenho 25 anos e nasci e moro atualmente na cidade do Rio de Janeiro.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Philipe: Meu primeiro estágio foi em um pequeno escritório de auditoria, o que me fez descobrir que me tornar auditor era o que eu desejava para minha carreira profissional.
Depois desse estágio, comecei a procurar vagas de trainee em firmas de auditoria, ao mesmo tempo em que comecei a estagiar no setor de vendas de um grupo farmacêutico, organização que infelizmente não me proporcionava oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
Após 2 anos tentando vagas como trainee e sendo sempre recusado por “não ter o perfil ideal”, fiquei sabendo, durante o discurso do meu professor de Auditoria 1 no meio da aula da graduação, que era possível trabalhar como auditor da Receita Federal ganhando mais de 20mil e que para isso era necessário “somente” realizar uma prova.
Duas semanas depois, após a minha cirurgia de septo plastia, comecei a estudar.
Ou seja, o que me levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos foi a minha insatisfação com a minha situação profissional da época e a possibilidade de trabalhar como auditor.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Philipe: Passei por duas organizações durante a minha preparação para concursos, a primeira foi o meu último estágio e a segunda foi a ANP, onde estou trabalhando atualmente.
No estágio, devido à pandemia da COVID-19, estava de teletrabalho, fato que facilitou bastante o processo de estudos e me permitiu ter mais tempo para estudar.
Na ANP, como era presencial, usava todo o tempo que não estava trabalhando para estudar, seja tempo em transporte público, horário de almoço, consultas médicas e etc.
Não foi fácil, mas como eu sabia o que queria e o que eu estava disposto a fazer para conseguir, o estudo passou a virar um hobby na minha vida, era a parte do meu dia que eu mais gostava.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Philipe: Dentro das vagas imediatas, o único concurso em que fui aprovado, antes desse, foi o da ANP, em 1º lugar, onde exerço atualmente o cargo de “Regulação de Novas Atribuições V”.
Para cadastro de reserva, fui aprovado em alguns como CRMV-RJ e Agenersa-RJ.
Parei de estudar após a prova da Receita, meu objetivo é, e sempre foi, desde que comecei a estudar para concursos me tornar Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e só vou retornar aos estudos para concursos caso acabe por não tomar posse neste cargo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Philipe: A preparação ficava em primeiro lugar, mas caso eu conseguisse cumprir a meta programada para o dia, eu me permitia alguns minutos/horas de folga com a minha família e amigos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Philipe: Sim, apesar de não entenderem completamente os sacrifícios que foram/são necessários para o alcance de meus objetivos.
Meus pais me ajudaram bastante, principalmente na reta final, levando marmitas, me ajudando com meu filho, me ajudando com algumas tarefas de casa e entre outras coisas.
Meus amigos sempre torceram por mim e me apoiaram entendendo o tempo que tinha que ficar isolado e longe deles.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Philipe: Comecei no dia 5 de maio de 2021 e a prova foi 19 de março de 2023, ou seja, 1 ano, 10 meses e 2 semanas.
Para me manter focado passei a utilizar várias formas de motivação.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Philipe: Usei todos os materiais que o Estratégia disponibilizou. Dentre eles é possível citar PDFs, videoaulas, Passo Estratégico, mapas mentais, resumos, plataforma de questões e entre outros.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Philipe: Logo assim que descobri o cargo que queria, fiz uma pesquisa no google e vi que existiam vários cursinhos como o Estratégia.
O Estratégia era muito bem recomendado e como eu não sabia como estudar e nem o quê estudar, escolhi o Estratégia Concursos principalmente pela ferramenta que chamavam de “Trilha Estratégica”.
Além de existir a possibilidade de reembolso caso eu não gostasse do material, a Trilha era exatamente o que eu precisava: um roteiro de estudos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Philipe: Somente utilizei o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Philipe: O Estratégia me proporcionou tempo, organização e conteúdo; a única coisa que precisei fazer foi seguir as dicas e estudar.
Achei os materiais do Estratégia muito relevantes e detalhados, sem dúvida foram de fundamental importância na minha preparação.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Philipe: Inicialmente comecei com 6 matérias, conforme fui avançando fui acrescentando outras até chegar em 20 disciplinas.
Eu não cronometrava meu tempo de estudo, usava todo o meu tempo disponível para estudar. Mas se tivesse que colocar em horas líquidas eu diria que, durante a época em que fiquei desempregado, uma média de 7-9horas líquidas por dia; já enquanto trabalhava, de 5-7 horas líquidas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Philipe: Eu utilizava todas as ferramentas do Estratégia, inicialmente utilizava somente o que estava na Trilha. Conforme o estudo foi avançando, fui adicionando mais revisões e fui utilizando cada vez mais do material disponível para, conforme a minha margem de acertos nas questões e o peso da disciplina em relação ao concurso que estava estudando, revisar o conteúdo já estudado de forma a aumentar a quantidade de conteúdo absorvido.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Philipe: A resolução de questão é essencial na preparação do concurseiro, não adianta saber o conteúdo se não tem o costume de realizar questões de concursos. O estilo da banca também faz parte do processo seletivo, não é só conteúdo que elas cobram, elas também gostam de testar a “inteligência emocional” do candidato, habilidade de decisão durante a prova, além disso o fator tempo também é muito crucial em provas de concursos. Esses itens você só aprende a lidar realizando questões e simulados.
Ao todo, nesses 679 dias foram mais de 135 mil questões realizadas, contando simulados, PDFs e plataformas de questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Philipe: As disciplinas em que possuía mais dificuldade foram as de interpretação, como Português.
Muitas horas de estudo, videoaulas e questões da banca específica responsável pelo concurso.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Philipe: Em toda a minha preparação, a última semana foi a semana em que menos estudei; usei para relaxar, estava esgotado mentalmente, não consegui alcançar a porcentagem de acertos que gostaria nos simulados e nem nos PDFs.
Assisti as transmissões do Estratégia, como a Hora da Verdade e a revisão antecipada, acho que tomei a decisão certa, pois consegui alguns pontos graças as dicas dos professores.
Além das transmissões, fiz algumas poucas questões e revisão de alguns pontos principais pelos BIZUs disponibilizados pelo Estratégia.
No dia anterior à prova, tive aula da pós-graduação e nos intervalos e após a aula assisti à Revisão de Véspera do Estratégia.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Philipe: Sempre fui péssimo em redação, seja na escola ou na faculdade. Sendo assim, como sabia que era uma das minhas fraquezas, dediquei uma atenção especial à discursiva.
Inicialmente, comecei a treinar discursiva pela Trilha Estratégica. Depois, vi que muitos professores recomendavam no pré-edital fazer ao menos 1 redação por semana. Entretanto, como essa era a minha fraqueza e no último concurso, realizado em 2014, foi responsável por mais de 20% dos pontos do certame, decidi realizar 2 redações por semana. Já no pós-edital, quando eles divulgaram que a prova discursiva seria responsável por 30% da nota, decidi aumentar a quantidade de realização de redações para 4 por semana. Por fim, nas últimas 2 semanas antes da prova passei a fazer uma redação por dia, menos na véspera da prova porque tive aula da pós.
Ao todo, fiz 191 redações durante a minha preparação para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Philipe: Os meus principais erros foram não ter pesquisado mais sobre ferramentas e técnicas de estudo antes de começar a estudar, a maior parte das coisas tive que aprender na “marra”, tais ferramentas teriam me feito aprender de forma muito mais eficiente, principalmente no início da minha preparação.
Os principais acertos foram não ter desistido de estudar, ter priorizado o estudo das minhas matérias que tive mais dificuldade, testado as ferramentas e técnicas de estudo conforme fui conhecendo-as e não ter subestimado a prova e o conteúdo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Philipe: Eu pensava em desistir todos os dias e todos os dias eu tomava a decisão de continuar estudando, porque eu sabia o que eu queria.
Utilizei muitas motivações para continuar na trajetória, desde séries, wallpapers, filmes, podcasts e até imaginar como seria a minha carreira na Receita Federal.
Mas se for para citar três principais motivações cito o meu filho, porque quero ser um bom pai e um exemplo para ele; outra motivação é que desde criança quero fazer a diferença, mudar o mundo e acredito que na Receita possa começar a fazer isso; e por último é possível dizer que a enorme quantidade de rejeições que tive na carreira privada me fez ter mais motivação para me esforçar ao máximo em me tornar um excelente profissional de carreira no serviço público.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Philipe: Não se trata do quanto você quer, se trata do quanto você está disposto a desistir para alcançar seus objetivos.
Todos que passaram em concursos de alto nível tiveram que desistir de coisas importantes ao longo da jornada para alcançar seus objetivos, muitas coisas das quais não estávamos dispostos a desistir quando começamos a estudar.
Eu, por exemplo, fiquei longe de amigos e parentes que não vejo há anos desde que comecei a estudar, além disso, quando comecei a estudar minha ex não estava grávida, mas quando parei meu filho já estava com 1 ano, praticamente não aproveitei o primeiro ano de vida do meu filho e a gravidez, hoje tento aproveitar todo tempo que ainda tenho para ficar com ele enquanto posso.
A competição não é justa, algumas pessoas precisam desistir de mais coisas do que outras para alcançar os mesmos objetivos. Você pode aceitar as coisas da forma que são ou se esforçar para mudar e ser a sua própria melhor versão, que é um dos objetivos que tenho na minha vida.
Aprenda a lidar com a frustração de errar ou não conseguir entender um conteúdo, porque é isso que falta para o alcance da sua meta.
O processo é a parte mais importante, depois que você se apaixonar por ele as conquistas virão de forma natural. A jornada é a fase em que você precisa conhecer a si mesmo, uma competição contra você mesmo, o objetivo é melhorar a cada dia e é uma fase bastante solitária.
Tenham uma boa alimentação, pratiquem atividades físicas e durmam bem, no mínimo 7 horas por dia. O seu cérebro faz parte do seu corpo, ele precisa ser bem cuidado para que você possa acessar a sua memória de longo prazo. Por fim, façam o estudo e as revisões de forma ativa. É cansativo e bem mais trabalhoso, mas vale a pena.