Aprovado em 292° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista Tributário
Fiscal - Federal (RFB e AFT)“No fim, a principal motivação para seguir foi saber que o concurso público é um dos melhores caminhos para um trabalho digno no Brasil: bem remunerado e com respeito aos direitos trabalhistas.”
Confira nossa entrevista com Paulo Rodrigo Silva De Campos, aprovado em 292° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista Tributário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Paulo Rodrigo Silva De Campos: Meu nome é Paulo, tenho 29 anos, nasci e vivi a vida toda em Santo André, SP. Sou bacharel em Direito e mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Paulo: Depois de acabar o mestrado, no comecinho de 2022, eu tive que repensar o que eu queria fazer da minha vida. Quando eu entrei no mestrado, em 2019, meu plano era seguir carreira acadêmica: entrar no doutorado, depois pós-doutorado, depois tentar um concurso público de professor. Entretanto, esse mercado de trabalho está bastante concorrido, em função dos cortes no orçamento da educação e das poucas vagas disponibilizadas. Eu percebi que não conseguiria seguir por esse caminho, e, então, comecei a pensar em outros. Foi nesse momento em que um amigo e minha namorada me introduziram no mundo dos concursos públicos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Paulo: Sim, eu trabalhava e estudava. Foi bastante complicado conciliar porque meu trabalho, como revisor, exige bastante atenção. No começo eu acabei tendo uma queda de produtividade no trabalho, já que estava usando bastante da minha energia nos estudos. Com o passar do tempo fui me acostumando e consegui conciliar melhor as duas tarefas.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Paulo: Eu fui aprovado para o cargo de Oficial de Promotoria do Ministério Público de São Paulo. Foi um concurso que eu prestei no final da faculdade, e fui chamado quando estava no mestrado. Eu não assumi o cargo porque na época minha intenção era seguir carreira acadêmica. Agora que fui aprovado no concurso da Receita Federal, não pretendo mais prestar concursos, pelo menos no curto prazo. Estou bastante satisfeito com a carreira na qual fui aprovado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Paulo: Tive que limitar bastante a vida social durante o período de estudos, especialmente nas tarefas do dia a dia. Na minha experiência, foi necessário manter uma rotina muito rígida de estudo e trabalho durante a semana, e, assim, quaisquer compromissos (como pequenos favores a familiares e amigos) acabavam atrapalhando.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Paulo: Sim, tanto minha família, quantos meus amigos e minha namorada entenderam e apoiaram minha caminhada. Meus pais me apoiaram com incentivos e motivação, além de materialmente. Minha namorada foi minha principal incentivadora. Sempre conversava com ela sobre os percalços, as dificuldades, e também sobre as pequenas vitórias, como a felicidade de acertar questões difíceis.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Paulo: Eu estudei durante um ano, no período entre março de 2022 e março de 2023, quando a prova foi realizada. Eu passei os primeiros dois meses me organizando, decidindo quais matérias estudaria primeiro, quais materiais utilizaria, quantas horas estudaria por dia, coisas assim. A partir do meio de maio, passei a estudar de verdade. Utilizei uma tabela no Excel para contabilizar as horas líquidas de estudo e estabeleci metas de estudo diário. Comecei com três horas líquidas por dia, e, na reta final, estava fazendo seis horas. Encarava cada dia como um desafio, e foi assim que mantive a disciplina: pensando em completar cada dia.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Paulo: Eu usei o curso escrito do Estratégia em todas as matérias do Edital, além das aulas resumidas e dos resumos. Como tinha pouco tempo, preferi privilegiar o material escrito ao invés do material gravado. Foi através das aulas em PDF que aprendi o conteúdo. A vantagem foi que conseguia ler as aulas mais rápido do que veria os vídeos. A desvantagem foi que aprender algumas matérias do zero, como contabilidade, sem depender das videoaulas foi bem difícil.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Paulo: Através da indicação do meu amigo Daniel, que me orientou em toda essa jornada de concurseiro. Para mim o Estratégia virou sinônimo de estudo para concursos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Paulo: O material escrito do Estratégia foi a base da minha aprovação, já que estudei todas as matérias do Edital com ele.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Paulo: Eu estudei todas as matérias do Edital ao mesmo tempo, priorizando aquelas que cairiam em outros concursos, já que meu intuito era usar esse concurso de Analista para me iniciar na jornada de concurseiro. Eu organizei as matérias em uma tabela, e fazia rodadas de estudo de uma hora para cada matéria. Quando passava por todas as matérias, completa um ciclo, e começava tudo de novo. Comecei com três horas diárias, depois evolui para quatro, cinco, e, bem no final da preparação, conseguia fazer seis horas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Paulo: Eu fazia as revisões através de questões. Não prestei nem um simulado, nem escrevi nem um resumo. Eu respondia as questões pares do próprio material do Estratégia, e, depois de avançar algumas aulas, voltava, consulta o Resumo fornecido pelo Estratégia, e respondia as questões ímpares.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Paulo: Os exercícios foram o segundo pilar da minha aprovação. Durante toda a preparação, eu preferi resolver exercícios ao invés de escrever resumos. Não sei exatamente quantas questões fiz no total. Sei que, entre os meses de janeiro e março de 2023, fiz aproximadamente 5.000 questões. Era o momento de reta final de preparação, e eu basicamente só lia resumos do Estratégia e resolvia questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Paulo: As duas matérias em que tive mais dificuldade foram Contabilidade e Fluência em Dados. Em Contabilidade eu me dediquei de maneira mais ampla, procurando aprender a matéria inteira. Foi um grande desafio, já que eu não sabia absolutamente nada a respeito do assunto. Realizei muitas questões, e, especificamente nessa matéria, assisti as videoaulas do professor Silvio Sande nos assuntos mais difíceis. Já Fluência em Dados foi uma matéria que eu só estudei depois do Edital. Como as aulas eram muito longas, e não havia certeza de qual conteúdo seria cobrado, nem de como ele seria cobrado, eu preferi me focar em exercícios, usando os resumos para adquirir alguma noção do assunto.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Paulo: A semana que antecedeu a prova foi minha semana de estudos mais intensos. Foi uma das poucas semanas em que eu bati as metas de estudo diário todos os dias. No dia pré-prova, eu assisti a Revisão do Estratégia do começo ao fim, fiz anotações, e depois fiquei torcendo para que aquelas perguntas caíssem.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Paulo: Eu aconselho os colegas a se atentarem ao tipo de texto requerido pela banca. Muito da preparação para a prova objetiva que eu via por aí se focava na escrita de redações e textos mais longos. Entretanto, na minha prova, caíram quatro questões bastante objetivas. Questões que não exigiam a capacidade de escrita de um grande texto, cobrando mais o conhecimento necessário e a capacidade de responder sucintamente.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Paulo: Meu principal erro foi não acreditar que seria possível passar já neste primeiro concurso. Como eu tinha colocado na cabeça que essa seria uma jornada de dois ou três anos, acabei perdendo o foco em diversos momentos. Afinal, se eram dois ou três anos, eu podia fazer as coisas no meu tempo, sem pressa. Era uma forma de eu não me comprometer com o estudo. Aos trancos e barrancos, fui avançando. Em janeiro, quando percebi que eu talvez tivesse a chance de passar nesse concurso, nem que fosse aprovado fora das vagas, consegui me concentrar e focar bem mais. Esse foi um acerto, assim como o fato de eu ter mantido a calma na reta final e, especialmente, no dia da prova.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Paulo: Sim, em diversos momentos pensei em desistir. Pensei em trocar de concurso, pensei em abandonar a área de concursos públicos, pensei em trocar de emprego, trocar de país, todo tipo de pensamento cruzou minha cabeça. No fim, a principal motivação para seguir foi saber que o concurso público é um dos melhores caminhos para um trabalho digno no Brasil: bem remunerado e com respeito aos direitos trabalhistas.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Paulo: Meu conselho é: acreditem em vocês mesmo e estudem muito. Procurem utilizar o tempo de vocês da maneira mais inteligente e eficaz possível. Procurem entender o próprio processo de aprendizado, já que cada pessoa aprende de maneiras diferentes. Tire um tempo longo para se preparar, e teste vários métodos de estudo diferente até encontrar o seu. Quando encontrar, siga com ele até que ele não seja mais útil. Se esse momento chegar, não tenha medo de mudar de método. O importante é seguir estudando.