Aprovado em 26° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista-Tributário
Fiscal - Federal (RFB e AFT)“Diria que o tempo vai passar de qualquer jeito. Você pode passar esse tempo estudando e lutando ou acomodado […]”
Confira nossa entrevista com Arthur Geter de Melo Pereira, aprovado em 26° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista-Tributário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Arthur Geter De Melo Pereira: Meu nome é Arthur. Tenho 30 anos. Nasci na cidade do Rio de Janeiro, mas atualmente moro em Vila Velha, ES. Sou formado em Licenciatura em Matemática.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Arthur: Preferi não seguir na minha área de formação devido às condições de trabalho do professor, em geral, e da baixa remuneração da profissão. Apesar de gostar da área, senti que poderia proporcionar algo financeiramente melhor para minha família. Como os concursos da área fiscal geralmente aceitam qualquer formação, decidi focar nessa área.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Arthur: Consegui me planejar para viver de economias e focar somente nos estudos. Então, não trabalhava.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Arthur: Fui aprovado para Analista Tributário da Receita Federal na 26ª colocação da ampla concorrência. Ainda estudo para alcançar a aprovação para Auditor Fiscal. Atualmente (agosto de 2023), com foco em Auditor Fiscal do Trabalho.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Arthur: Era bem restrita ao ambiente de casa, com a família. Saía pouco e, na maioria das vezes, com minha esposa.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Arthur: Sim, minha família apoiou totalmente. Minha esposa procurava ao máximo que eu pudesse apenas estudar, principalmente no pós edital. Assim, no pós edital, ela fazia praticamente todas as tarefas domésticas e externas, como ir ao mercado.
Meu sogro, que mora próximo, também sempre apoiou. Nunca questionou o fato do genro não trabalhar. Pelo contrário, em alguns momentos recusava alguma ajuda minha, dizendo que não queria me atrapalhar porque eu deveria estudar.
Meus pais sempre me apoiaram. Foram eles que ao longo da vida me incentivaram a estudar. Meu irmão também, dado que já foi concurseiro e passou em vários concursos (EEAR, AFA, EFOMM).
Em relação aos amigos, não contei para todos. Todos que sabiam me apoiaram. Infelizmente, precisei “sumir” por um tempo para conseguir focar totalmente e voltar com a boa notícia da aprovação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Arthur: Estudei focado no concurso da Receita por 8 meses. Saber que existiam outros milhares de candidatos se preparando todos os dias, e que precisava competir com eles, ajudou a manter a disciplina. A vontade de ser aprovado, a remuneração do cargo e entender que ainda havia muito a aprender, tudo isso deve ser “mentalizado” para conseguir se manter focado. Até pouco tempo, meu papel de parede da área de trabalho do computador ainda era a tabela de remuneração de Analista da Receita. Agora é a de Auditor Fiscal do Trabalho (haha).
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Arthur: Usei principalmente os PDF. São minha preferência. Consigo reter melhor as informações por meio da leitura e são uma ótima fonte de consulta em casos de precisar voltar em determinado assunto. Além disso, os assuntos são mais aprofundados nos PDF.
Utilizei videoaulas em poucas ocasiões. Primeiro em Direito Administrativo, pois algumas aulas no PDF eram muito longas e senti que estava demorando demais na leitura, sem conseguir prestar atenção de forma adequada. Recorri aos vídeos, porque, apesar de não reter tanto o assunto, pelo menos teria um contato com a matéria. Utilizei também em Contabilidade, porque algumas aulas realmente são bem densas e é melhor ter o professor explicando e resolvendo exercícios.
Ao meu ver, as vantagens do PDF são a maior velocidade para avançar na matéria e o aprofundamento. A desvantagem é não ter um professor visualmente e, nas aulas muito longas, o estudo fica maçante. Para o vídeo é o oposto.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Arthur: Por meio de amigos que foram aprovados há alguns anos. Me incentivaram a estudar e me falaram para começar comprando um curso no tal “Estratégia”.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Arthur: Utilizei principalmente os PDFs. Acho bem completos. No início usei a Trilha Estratégica também, até conseguir me planejar sozinho. Foi fundamental, pois não sabia nem por onde começar.
Uma coisa que gosto muito são os resumos e mapas mentais disponibilizados com as aulas. Minha preferência sempre foi usar esses resumos prontos, pois eu não precisava passar tempo fazendo resumos.
Durante o pós edital, usei também o PDF resumido, para ter contato com alguma matéria que precisava aprender rápido. Foi bem útil.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Arthur: Estudava várias por dia, mas não tão fixo. Gosto de flexibilidade. Uma média de 3 ou 4 por dia. Hoje em dia estudo mais matérias, com menos tempo para cada. Com o passar do tempo os métodos vão se aperfeiçoando.
Em pré edital uma média de 4h líquidas por dia, em 6 dias na semana. Em pós, 5h líquidas em 7 dias na semana. Para meu corpo e minha mente são os ideais. Não consigo estudar 7h ou 8h líquidas / dia e manter por um bom tempo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Arthur: Minhas revisões são principalmente por questões. Além disso, utilizava resumos e mapas mentais, geralmente já prontos. Em poucos casos, resumos que eu mesmo elaborei. Não faço simulados. Prefiro resolver muitas questões da banca examinadora que fará a prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Arthur: Para mim, a resolução de questões é o mais importante de tudo! Nas questões é que se percebe o que e como a banca cobra os assuntos. No pós edital eu contei (haha), fiz aproximadamente 7.500 questões. Em pré edital estimei pouco menos de 10.000.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Arthur: Direito administrativo, porque eu achava a leitura um pouco entediante. Superei aumentando a carga horária da matéria.
Contabilidade, porque é uma matéria enorme e com muitos detalhes. Fazer muitos exercícios me ajudou a chegar em nível para fazer prova, mas ainda não é uma das minhas melhores matérias.
E Tecnologia da Informação, que, por ser uma disciplina recentemente nova em concursos, ainda não tem uma cobrança padronizada pelas bancas. Assim, é difícil montar um material teórico completo. Por isso, precisei recorrer à internet algumas vezes.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Arthur: Na semana que antecedeu a prova eu diminuí o ritmo de estudos, tentando relaxar mais, pois estava muito ansioso. É o momento de fazer apenas revisões e olhar as decorebas da banca. No dia pré-prova, assisti à revisão de véspera do Estratégia no Youtube, comi comidas leves e dormi cedo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Arthur: Comprei um curso específico para discursivas, mas não acho que tenha sido o diferencial. Meu conselho sobre a discursiva é estudar para a objetiva. Estudando normalmente as disciplinas aumenta-se a chance de saber o assunto que vier na discursiva, já que é um assunto das disciplinas do concurso, que também estão na prova objetiva. O único diferente da discursiva é saber estruturar o texto. Sabendo estruturar / como escrever o texto, o diferencial é saber a matéria.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Arthur: Errei ao não considerar o tamanho específico de cada matéria, quando passei a fazer o planejamento sozinho. Por isso, fui finalizando algumas matérias enquanto ainda estava no início ou metade de outras.
Acertei ao decidir fazer a prova apenas quando me senti preparado. Não “tentei” a prova. Eu fiz porque achava que tinha chance de brigar. Essa foi minha primeira prova e primeira aprovação, já em uma boa colocação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Arthur: Sinceramente, não lembro se já pensei em desistir. Mas passar em um concurso era meu plano A, B, C, D… Tinha um plano Z que era o último dos últimos casos. Então, fiz o máximo para não ter que usá-lo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Arthur: Diria que o tempo vai passar de qualquer jeito. Você pode passar esse tempo estudando e lutando ou acomodado. Se você desistir, daqui a alguns anos vai olhar para trás e pensar: “o que será que teria acontecido se eu tivesse estudado todos esses anos?”. Siga em frente!