“Não tem segredo não, é autoconhecimento e estudos.”

Confira nossa entrevista com Antonio Henrique Berno Zanutto, aprovado em 14° lugar no concurso Receita Federal para o cargo de Analista-Tributário da Receita Federal:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Antonio Henrique Berno Zanutto: Sou formado em Engenharia de Computação e Matemática Aplicada pela Unicamp e Mestrado em Engenharia Biomédica pela Washington University in St Louis. Tenho 34 anos, nascido em Presidente Prudente e morei dos 0 aos 17 anos em Santo Anastácio, cidade super secreta do interior de São Paulo que só quem mora lá sabe que a cidade existe.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Antonio: Um coração partido. Ano passado estava em um relacionamento que não me fazia bem, terminei e continuei morando com ele na mesma casa, porque eu não tinha condições financeiras de procurar um outro lugar para morar. Neste momento me caiu a ficha “poxa, o que raios eu estou fazendo com a minha vida? Como eu cheguei a esse ponto?”.

Essa tragédia me motivou a buscar uma fonte fixa e suficiente de renda, então eu procurei na iniciativa privada, que não oferecia nem algo muito fixo, nem algo muito suficiente. Nesse momento saiu o edital do concurso da RFB e eu pensei, ok, bora lá.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Antonio: Não. Durante a minha preparação eu só estudei. Isso é uma sorte que eu tive se for comparar com vários outros candidatos. Meu pai foi meu maior suporte neste momento, ele me disse para morar com ele durante o tempo de estudos e falou para eu não me preocupar com nada além dos estudos. Parte do sucesso dessa aprovação vai para ele, um beijo pai :)

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Antonio: Eu fui habilitado no concurso de Técnico Administrativo da Unicamp, não fiquei dentro das vagas. Pretendo continuar estudando para outros concursos da área fiscal, vou fazer o ISS São Paulo e o ISS Rio de Janeiro que estão logo aí no mês de Setembro. Meu objetivo de curto e médio prazo é ser aprovado como Auditor Fiscal.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Antonio: Errr… não tinha não, era só estudo mesmo.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma? 

Antonio: Eu recebi muito apoio da minha família, especialmente do meu pai.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Antonio: Estudei por dois meses e meio direcionados ao concurso da RFB. Foi uma rotina intensa de estudos, aonde estudava 10 horas por dia, inclusive aos finais de semana.

Durante meu período de estudos, eu não pensava tanto na aprovação, ou no concurso ou no desespero com a quantidade de matérias. Eu estabelecia objetivos razoáveis de acordo com o tempo que eu tinha (por exemplo, estudar dois capítulos por dia) e seguia um ritmo constante.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? 

Antonio: Durante os estudos eu utilizei os pdfs, as aulas gravadas e os simulados do Estratégia. As aulas gravadas são ótimas como lubrificante de conteúdo, especialmente para quem tem zero idéia do assunto ou da matéria, no entanto, elas são lentas comparadas aos pdfs e à absorção do conteúdo – por ser uma forma de estudo mais passiva – acaba sendo menor.

Os pdfs são fantásticos, especialmente os exercícios de fixação. Recomendo uma leitura do material, e então ir para os exercícios. Faça todos e compare com o gabarito, depois, revise os exercícios que você errou através da leitura dos exercícios comentados.

Eu também recomendo que você faça um teste de leitura com a tela do computador e com o material impresso e veja qual funciona melhor para você. Meu rendimento aumentou muito quando eu comecei a imprimir todo o material.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Antonio: Com uma pesquisa no Google. Pesquisei por material de estudos para o concurso da Receita Federal e várias opções apareceram. Fiquei algumas horas pesquisando qual a melhor opção de compra e acabei concluindo pelo Estratégia. À época, o Estratégia estava com uma excelente promoção para a assinatura premium, que acabava saindo apenas 100 reais mais caro que o pacotaço da RFB. Resolvi por comprar a Assinatura Premium e fiquei muito feliz com a minha compra. 

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? 

Antonio: Eu não tenho nenhuma outra experiência como comparativo, dito isso, eu gostei bastante do material do Estratégia, acho ele bem completo e com dicas realmente estratégicas para a preparação. Pontos especiais para os vídeos de reta final, os simulados semanais e as tabelas falando os tópicos mais frequentes em cada matéria.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? 

Antonio: Para ser honesto, eu não montei um plano de estudos detalhado e elaborado, eu apenas estudava as matérias que eu conseguia estudar a cada dia. Estudava uma matéria por vez, do começo até o fim e estudava algo em torno de 10 horas líquidas por dia.

Estratégia: Como fazia suas revisões? 

Antonio: Minhas revisões eram através de simulados ou rever as questões/exercícios que eu tinha errado. Nos casos de tópicos que meu índice de acertos continuava baixo, eu relia toda a matéria daquele tópico.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Antonio: Resolver exercícios é bastante importante para fixação do conteúdo e para ter um termômetro do que se aprendeu. Se a nota média da resolução dos exercícios estiver abaixo de 70%, é um forte indicativo que você deve reler o material e tentar aprender melhor aquele conteúdo. Acredito ter feito mais de mil exercícios ao longo do meu tempo de estudos para esse concurso.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Antonio: Toda a parte de Direito, Legislação, Contabilidade e Administração Geral e Pública era nova para mim. Vindo de ciências exatas, eu não tinha nenhuma base nessas matérias. Para superar isso, eu precisei admitir total ignorância e começar do zero, fazer muitas pesquisas no Google dos termos que eu não sabia e construir uma base. Com o tempo, eu me habituei ao vocabulário e aos termos rebuscados do Direito e o estudo começou a fluir mais naturalmente.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Antonio: Fiz questão de diminuir a frequência dos estudos para não fundir os circuitos antes ou na hora da prova. Fiz alguns simulados, assisti a alguns vídeos da transmissão da reta final do Estratégia e fiz coisas não relacionadas a estudo. Fui dormir cedo no dia antes da prova para poder acordar com tempo para comer bem e andar até o local da prova, a longa caminhada ajudou bastante a aliviar a tensão acumulada.

A propósito, se livre de todas as amarras no dia da prova. Vá com roupa feia, porém confortável. Não vá com seu carro, ao invés disso, pegue Uber, transporte público ou ande. Não leve muita coisa, nem nada de valor. Lembre do essencial, das comidinhas e da água. O que importa é você fazer a prova nas suas melhores condições, todo o resto é distração.

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Antonio: Eu me preparei através dos simulados do Estratégia, que tinham também perguntas discursivas. Além de responder as discursivas do simulado de Analista, eu também respondia as discursivas do simulado de Auditor Fiscal.

Um conselho é que você não coloque uma referência da qual não tem certeza. Por exemplo, na prova que eu fiz, havia uma pergunta sobre o IPTU de imóveis alugados por instituições religiosas. Eu tinha certeza de que não era devido, no entanto, eu não lembrava a fonte (se era a constituição, jurisprudência, previsão legal), então, na prova eu escrevi assim: “A instituição religiosa não deve recolher o IPTU. Entende-se que a imunidade religiosa alcança o IPTU na condição de locatário, mesmo quando a instituição é apenas contribuinte de fato, e não de direito.”

Note que a minha resposta começa respondendo exatamente a pergunta que foi feita, depois, como eu não sei a fonte, coloco algo genérico e justifico mencionando a existência de imunidade religiosa e trazendo os conceitos de contribuinte de fato e de direito. Várias justificativas eram possíveis aqui nesta questão, bastava fazer algum sentido com o tema e não dizer nada errado que o candidato provavelmente conseguiria nota máxima.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Antonio: Meu principal erro foi não ter começado a estudar pelos pdfs antes, fiquei umas 3 semanas em videoaulas e simulados, só então que eu passei para os pdfs e senti uma tremenda melhora no ritmo.

Meu principal acerto foi estudar com estratégia, usando o material do Estratégia. Eu tracei um plano que funcionava para mim, abri mão de algumas disciplinas, estudei os tópicos com maiores porcentagens de incidência, me preocupei com entender o conteúdo, não gastei tempo com memorizações.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Antonio: Não pensei não. Se você ocupar todos os neurônios da sua mente com os estudos, você não vai ter tempo de pensar em desistir ;)

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Antonio: Não tem segredo não, é autoconhecimento e estudos.