Aprovado em 5° lugar no concurso PRODEST-ES para o cargo de Analista de TI - Desenvolvimento de Sistemas
Engenharias e TI“[…] Não tenha a expectativa de passar na primeira, nem na segunda e, de preferência, em nenhuma – apenas espere um desempenho melhor do que na prova anterior. Um dia esse desempenho será suficiente para, pelo menos, colocar seu nome na fila; dizem que “a fila anda”, e o tempo joga a seu favor”
Confira nossa entrevista com Adler Oliveira Silva Neves, aprovado em 5° lugar no concurso PRODEST-ES para o cargo de Analista de TI – Desenvolvimento de Sistemas:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Adler Oliveira Silva Neves: Sou graduado em Sistemas de Informação, estou cursando um MBA em Inteligência Artificial, tenho 28 anos e sou capixaba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Adler: Meu pai foi funcionário público e desde criança ele me dizia para buscar algo estável mais do que salários altos. Enquanto estudava para um mestrado que foi interrompido pela pandemia e não concluí, percebi que amigos de internet meus ganhavam mais do que os concursos que olhava. Como revés ao salário ligeiramente mais alto de um mercado aquecido (que pode “esfriar” a qualquer momento), as empresas pelas quais eles passavam não ficavam com eles mais do que 5 anos. Quando você coloca como objetivo que você quer poder ser dono da casa que habita, fica difícil assumir um compromisso longo, de 20, 30, 40 anos sem ter o mínimo de certeza de que você não será demitido.
Com as palavras do meu pai se mostrando ainda muito relevantes, descartei completamente empregos na iniciativa privada; o mais próximo que chegaria dessa instabilidade seria de empresas públicas.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Adler: Era analista de TI no banco Banestes e estudava uma pós-graduação MBA online em Inteligência Artificial. Não tinha pressa em passar em lugar específico, num concurso específico que o edital está aberto, apenas o vago direcionamento “analista judiciário, com especialidade em TI”, então o tempo que sobrava descansava primeiro e depois, se sobrasse tempo, estudava algum tópico teórico complexo de português e alguma parte dos conhecimentos específicos que não sabia tão bem assim, limitado a não cansar. Essas disciplinas foram as que errei mais, logo é no que devo focar para uma próxima oportunidade. Quando veio a prova, algumas pessoas até disseram que não me viram estudando, que fui “seco” sem treinar uma única questão, e consegui a nota que obtive.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Adler: Dos concursos mais recentes para os mais antigos: 5ª lugar no concurso para Analista de TI da Prodest de 2024 (Ibade); 23º no concurso para Analista de TI do Banestes de 2021 (FGV); e 2º lugar no Processo Seletivo Simplificado Prodest de 2021 (comissão própria, somente títulos) para Técnico de Nível Superior (Desenvolvedor de Soluções de Inovação).
Como estudar continuamente é uma necessidade hoje em dia, então sim. Já até sei que meu foco de estudos deve mudar para legislação, o menor número de acertos que obtive – nisso, o Estratégia é muito bom, pois me permite baixar videoaulas e apostilas, carregar no celular e ter sempre em mãos (mesmo sem internet) o conteúdo para dar uma olhadinha de vez em quando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Adler: Nunca fui de ficar saindo de casa sem algo para fazer, como ir ao expediente de trabalho, a um médico, resolver alguma pendência bancária, etc… mas os estudos não conflitaram com as poucas vezes que saía. Inclusive, fiz uma viagem no fim de semana anterior ao da prova.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Adler: Meus pais me apoiaram levando ao local de prova, preparando um lanchinho em embalagem transparente para a prova, e cobrando inscrição e aprovação. O restante da família geralmente só ficava sabendo da aprovação depois de uns meses que assumi a vaga. Amigos geralmente não falavam muito.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Adler: Simplesmente não estudei direcionado a este último concurso em específico; vinha mantendo um ritmo lento, não necessariamente com um contato constante com os materiais nos últimos dois anos. A prática da matemática, lógica, português, legislação e parte dos conhecimentos específicos podem fazer parte do cotidiano; se você encarar cada oportunidade diária de escrever uma mensagem e saber a decomposição sintática da mensagem que você escreveu, você não apenas garante que o outro lado terá uma tarefa de decodificação da mensagem facilitada, seu chefe fica mais satisfeito com um aumento na qualidade das suas entregas, mas você também está exercitando a norma padrão.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Adler: Videoaulas e o PDF. A videoaula é boa para localizar os tópicos que você precisa aprender pela primeira vez, e o PDF é bom quando você sabe o contexto e só quer ter a certeza de que o que você lembra está correto.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Adler: Indicação do meu pai, que foi baseada numa estatística sobre a proporção de convocados sendo alunos de cada preparatório. Mais do que conseguir as primeiras posições, o importante é colocar seu nome na fila, alto o suficiente para ser chamado dentro da validade do concurso – ser parte da 1ª chamada é legal, mas desnecessário quando chegar na hora de pensar em aposentadoria.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Adler: Eu percebi que tinha um caminho: saber que precisa estudar é fácil, difícil é saber como. O raio-X pré-edital e da banca ajudam muito a direcionar os esforços, e a saber qual parte tem que ser bem estudada e qual eu posso me preocupar em saber só os princípios norteadores para eliminar alternativas e, caso chute, seja um chute educado.
Antes, a minha métrica era tópicos do edital pelo qual passei. Agora, minha métrica principal é o percentual de acerto. Por exemplo: houve um concurso recente para analista judiciário com ênfase em TI que acertei 86% nos conhecimentos específicos, mas não fui para a 2ª etapa por falta de pontos na parte de legislação. Como resposta a isso, vou deixar de focar tanto em português, matemática e específicas por um tempo para estudar melhor a parte de legislação. Com o tempo, minhas chances tendem apenas a aumentar.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Adler: Não cheguei a montar formalmente um plano de estudos, mas sei o que geralmente cai no concurso, e o que eu preciso focar mais, nem parar para estudar. Quando aparece a oportunidade no cotidiano de aplicar o visto superficialmente, consultava alguma fonte para ver se a memória estava íntegra e fazia certo. A fixação do praticar é melhor do que apenas estudar.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Adler: Meu ponto de revisão era algum pós-prova, ou as ocasiões que fiz algum simulado. O mais valioso dessas experiências nem é o fazer da questão, mas o debriefing da correção. Quando você recupera a justificativa mental que usou para escolher aquela alternativa e busca junto ao material alguma justificativa melhor que ainda não conhecia, e encontra o motivo pelo qual errou ao ponto de se sentir confiante de escrever uma discursiva sobre o assunto, o erro tende a não ser repetido.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Adler: É de total relevância: se a banca me julga pela quantidade de acertos, e eu consigo dizer que “geralmente faço 80% em português, 95% em matemática e lógica, 40% em legislação, e 85% das específicas”, o que eu devo chegar no próximo concurso melhor preparado? Escrevendo assim, a resposta parece óbvia, mas demora uns 8 simulados e uns 3 concursos para conseguir ter essa percepção de “onde estou”.
Entretanto, por vezes, o mais difícil nem são as questões, mas você ficar se cobrando para responder mais rápido, ler mais rápido, decidir mais rápido, e aprender a responder certo apesar desse estado mental.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Adler: Geralmente tinha problemas com português e legislação. Em concursos anteriores, legislação era uma quantidade ínfima de questões, logo achei melhor despriorizar, estudando os princípios apenas para não zerar o grupo de questões. Para português, embarquei parte do estudo com o uso correto do idioma no cotidiano. Hoje em dia, a prova de português não é um problema para mim. Como provas para remuneração maiores vem exigindo mais acertos em legislação, é hora de mudar os esforços maiores para esta outra.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Adler: Apesar de não ter direcionado os estudos para esta prova em específico, eu costumo abolir qualquer estudo nos últimos 7 dias que antecedem a prova. Aprendi com provas anteriores que meu rendimento é melhor sem revisão de véspera.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Adler: Existe um pecado capital na vida de concurseiro: falar da boca para fora que quer aquele concurso de salário alto (porque estudar muito para salário baixo “não compensa”), esperar o edital sair para começar a estudar, crescer uma falsa confiança de que vai acertar tudo na prova à medida que estuda, dar aquele gás nos estudos quase beirando o burnout na véspera da prova, ir dormir tarde demais no dia antes da prova, não preparar o lanchinho para durante a prova, e, depois da prova, largar tudo porque não passou de primeira e o próximo edital só daqui a 4 anos ou mais. Eu quase cometi ele, com exceção de que após sair destruído da minha primeira prova, eu queria saber como iria num concurso menos difícil, ainda que pagasse menos.
Os acertos são basicamente o oposto, que acaba sendo uma metodologia ágil, que é desejar o salário alto, mas não deixar de fazer a prova dos salários não tão altos, estudar com base no “edital médio” típico da vaga, saber exatamente minha performance com base em provas e simulados, descansar a mente na semana pré-prova, dormir bem para a prova, ter algo doce para comer durante a prova e sair da prova pensando mais no menor esforço para ir melhor num próximo concurso que será de outro órgão, outra banca, etc.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Adler: Sim. Quem nunca?! A principal motivação para seguir vem, na realidade, de um medo. Crises são cíclicas, se repetem e vão acontecer. Muitas pessoas perderam o emprego nas crises de 2008 e 2012. Muitas pessoas perderam o emprego na privatização de estatais. Muitas pessoas perderam o emprego durante a pandemia. Muitas pessoas vem perdendo o emprego após a desaceleração do mercado de TI após a pandemia. E se uma dessas crises eventualmente levar minha fonte de sustento? Se apenas no serviço público não terei essas surpresas infelizes, então apenas no serviço público que devo focar minha evolução profissional.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Adler: Recomendo, a quem está iniciando os estudos, fazer uma prova para conhecer como você reage ao ambiente da prova e, diante daquele ambiente, quais disciplinas você precisa se preparar melhor. Não tenha a expectativa de passar na primeira, nem na segunda e, de preferência, em nenhuma – apenas espere um desempenho melhor do que na prova anterior. Um dia esse desempenho será suficiente para, pelo menos, colocar seu nome na fila; dizem que “a fila anda”, e o tempo joga a seu favor.