Aprovada no Concurso PRF
“Confie na sua capacidade! Se alguém conseguiu, então não é impossível e você também consegue. É só uma questão de tempo e dedicação!“
Confira nossa entrevista com Caroline Ferron Silva, aprovada em 5° lugar no concurso da Polícia Rodoviária Federal para o estado de Rondônia (provas objetiva e discursiva):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Caroline Ferron Silva: Sou engenheira Química, formada desde 2013 pela Universidade Federal do meu estado (UFES). Completei 29 anos um dia depois do resultado da PRF. Sou de Vitória (ES), mas escolhi Rondônia como lotação.
Estratégia Concursos: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Porque a área Policial?
Caroline: Eu trabalhava embarcada logo que me formei, mas vi que o confinamento e a privação de liberdade não tinham tanto a ver com meu perfil. Então resolvi sair e buscar algo mais “normal” e estável.
Comecei a estudar para concursos no início de 2014. Nessa época eu não estava disposta nem madura o suficiente para abdicar de vida social e meus finais de semana. Com isso, só fazia concursos de nível médio.
Depois de realizar alguns, fui convocada para trabalhar no banco do meu estado (Banestes), onde estou até hoje. Mas sempre tive vontade de trabalhar em algum órgão federal.
Com o passar dos anos, eu me senti um pouco sem propósito, queria poder contribuir mais para a sociedade. Como sempre fui uma pessoa muito ativa, me encontrei na área policial, após ouvir as experiências de amigos que atuam na área.
Estratégia Concursos: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Caroline: No início, quando realmente comecei, eu só estudava, mas não tinha disciplina. A quantidade de horas efetivas e a qualidade do estudo ficaram um pouco comprometidas.
Já para esse concurso, eu estava trabalhando no banco, 6h por dia. Mas tirei 34 dias de férias uma semana antes de sair o edital, após ouvir boatos de que ele estava pra ser lançado. Retornei ao trabalho logo após o natal e segui mantendo os dois, até a sexta que antecedeu a prova.
Estratégia Concursos: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Caroline: Já fiz muitas provas de concurso. Não lembro exatamente quantos, mas deve ser em torno de 15 e 90% deles eram concursos de nível médio. Dos concursos que fiz, fiquei em primeiro lugar no concurso para o cargo de Agente Administrativo do Ministério da Fazenda, para o interior do meu estado, mas não tomei posse pois, na época, julgava que não valeria a pena pelos custos de morar fora da casa dos meus pais.
Além dele, fui aprovada (mas fora das vagas) nos seguintes concursos: para o cargo de técnico em logística de transportes da Petrobras em 2015 (5º lugar da Ampla Concorrência – AC); para agente administrativo da PRF em 2014 (12º lugar da AC); para técnico em informações geográficas e estatísticas do IBGE em 2015 (14º lugar da AC).
Por fim, fiz o concurso para cadastro reserva de técnico bancário do Banestes em 2015 (Banco do Estado do Espírito Santo), emprego que ocupo desde o agosto de 2017 (passei na posição 79). Depois que entrei no banco eu parei de estudar. Mas no início do ano passado fiz o concurso para Oficial do Bombeiros do ES, porém não me classifiquei. Fui muito bem nas básicas (37/40), mas como não estudei nada das específicas, não classifiquei para a redação.
Estratégia Concursos: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Caroline: Fiquei totalmente atônita! Não sabia direito o que fazer, o que significava cada um dos valores. Demorei alguns segundos até descobrir qual era a minha nota da discursiva, pois a da objetiva eu já sabia. Mas o melhor de tudo, foi que o resultado saiu na véspera do meu aniversário, depois de mais de uma semana aflita, sem saber o que aconteceria com o concurso e sem previsão de quando liberariam as notas.
Meu melhor presente de aniversário foi ver meu nome no DOU do dia do meu aniversário.
Estratégia Concursos: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Caroline: Para o concurso da PRF, eu resolvi me dedicar com todas as forças. Parei de sair com os amigos, suspendi os seriados e filmes e diminui os acessos em redes sociais.
Como comecei a estudar em setembro de 2018, ainda sem edital, acabei fazendo uma viagem no feriado de 12 de outubro. Mas foi o único período no qual eu não estudei. Com exceção desses 3 dias da viagem, eu estudei todos os dias, de 12/9/18 até a véspera da prova. Não fui 100% radical, não deletei as redes sociais, só que naturalmente eu fui largando de mão.
Diminuí a frequência de postagens no Instagram. Abria mais para resolver as questões que os professores postavam do que para qualquer outra coisa.
A respeito da vida social, eu não saía. Em alguns momentos, quando já estava muito saturada, eu saia com uma amiga do cursinho (Jess, minha nenis, te amo!) para beber uma cerveja, para espairecer um pouco. Mas, até nesses momentos, a gente acabava se pegando resolvendo questões.
Além disso fui no casamento de duas amigas de faculdade, mas controlando sempre pra voltar cedo, pois tinha aula no dia seguinte. Eram eventos que eu não podia deixar de ir, então compensava estudando o restante do final de semana.
Além de me preparar para a prova teórica desde o início dos estudos, eu entrei no funcional para me preparar para o TAF e também para aliviar um pouco o stress dos estudos.
Estratégia Concursos: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Caroline: Não sou casada, não tenho filhos, não namoro e moro com meus pais. Eu diria que, o fato de ter que me preocupar apenas com os estudos, foi o que permitiu que eu conseguisse ir tão bem, apesar de não ter estudado durante tantos meses. Meus pais foram fundamentais para a minha aprovação. Eles não entravam no meu quarto e às vezes até esqueciam que eu estava em casa.
Além disso, durante os estudos, eu comia o que tinha de mais prático e não lavava nem meu prato ou arrumava minha cama, para não gastar tempo. Minha mãe fazia isso tudo por mim. Mas, o fato mais marcante foi na reta final, a três meses da prova, meus pais me propuseram pagar meu Uber de volta do serviço (do trabalho para a casa de ônibus eu gastava em torno de 20 minutos a mais do que de Uber. Mas chegava desgastada, toda suada e cansada) para que eu tivesse meia hora a mais para estudar a tarde, antes de ir para o presencial.
Esse tempinho pode parecer pouco para alguns, mas com a proximidade da prova, qualquer minutinho era essencial. Eu achei tão lindo a atitude deles que me marcou demais, me senti amparada quando já estava uma pilha, por conta da proximidade da prova.
Estratégia Concursos: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Caroline: Depende. Se você está começando e já sabe qual o cargo dos seus sonhos, acho que vale a pena estudar para algum concurso “escadinha”, mas que seja na área de atuação que deseja. Por exemplo: quero fazer magistratura, mas antes tento técnico ou analista de algum tribunal, no sentido de ganhar experiência e base para a prova para juiz.
Se você já é concursado ou já estuda a certo tempo, acho que só compensa estudar para concursos de uma mesma área, como a área policial ou tributária, por exemplo. Assim você se especializa nas matérias mais cobradas para aqueles concursos.
Estratégia Concursos: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Caroline: Estudei por pouco menos de cinco meses. Comecei o cursinho presencial, aqui na minha cidade, no dia 12 de setembro e estudei até a véspera da prova.
Estratégia Concursos: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Caroline: Sim. No início do presencial ainda não tinha saído o edital. Eu ia às aulas e, no tempo livre, fazia resumo das matérias e resolvia muitas questões (mas sem aquela pressão de ter o edital publicado) . Eu criei uma rotina, então mantinha a disciplina naturalmente. Virou hábito acordar, fazer funcional, trabalhar, estudar e ir ao cursinho à noite.
Estratégia Concursos: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Caroline: Usei muito o meu caderno do cursinho presencial, que fiz aqui em Vitória. Mas tivemos férias em meados de dezembro e, nessa época, estudei trânsito, direitos humanos e informática do Estratégia. Eram matérias nas quais eu estava atrasada e julgava que poderia ficar apertado para ver no presencial. Nessas matérias eu assistia todas as videoaulas, imprimia os slides e ia fazendo comentários neles, grifando aquilo que os professores falavam que iria cair na prova.
Como eu não tive muito tempo, só lia os PDF’s de algumas matérias que já tinha visto no presencial (para dar uma refrescada na memória ou aprofundar um pouco mais), só para verificar os pontos que eu havia esquecido ou precisava melhorar.
As aulas presenciais foram bem legais, visto que sou uma pessoa visual. Então, elaborar um caderno me ajudava a memorizar. Eu conseguia ir à aula e absorver grande parte do que tinha sido falado ali mesmo, em sala.
No entanto, o presencial tem as desvantagens de ter algumas pessoas que param a aula com perguntas não pertinentes e a questão de ter que tirar um período de férias por determinação do sindicato.
Desde o início, as videoaulas foram maravilhosas. Eu conseguia acelerar quando o professor falava devagar, além de já ter os slides em mão (o que me fazia seguir um ritmo mais acelerado), mas sempre respeitando o meu tempo, Quando não entendia, voltava e assistia novamente aquela parte para adquirir total conhecimento..
Além das aulas, o que julgo ter feito “A” diferença na minha aprovação, foi resolver questões. Eu era assinante de dois sites de questões, um deles que eu já abria o caderno de questão direto da aula do Estratégia (bem direcionado para o conteúdo que havia acabado de estudar).
Além dos sites, eu usei dois livros de questões: um só de trânsito e o outro de bolso, com todas as matérias. Eu aproveitava o trajeto de casa para o trabalho e, vice-versa, para resolver as questões neles.
Por fim, um outro fator que foi determinante para a aprovação, foram os simulados. Neles eu testava meu conhecimento e avaliava o que precisava melhorar. Fazia um por semana, desde que o Estratégia começou a lançá-los.
Na semana que antecedeu a prova, eu fui procurando simulados para fazer. Fiz um por dia, sempre respeitando a duração de prova prevista no edital, sem consultas, fazendo prova à caneta, tentando simular ao máximo como seria a minha prova real.
Estratégia Concursos: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Caroline: Conheci o Estratégia na época que fiz o concurso para Engenheiro do MPOG em 2015. Foi o único cursinho que encontrei para as matérias específicas. Lembro que estudei bem, mas foi uma das primeiras provas estilo Cespe que fiz, então acabei não passando.
De lá para cá, eu dei uma parada nos estudos. Mas ao retomar agora para a PRF, reencontrei o Estratégia através das aulas online no YouTube e gostei demais da qualidade dos materiais. Então, quando saiu promoção na BlackFriday, comprei o curso da PRF (mesmo que já estivesse fazendo as aulas do presencial, sabia que o Estratégia tinha muito o que me acrescentar).
Estratégia Concursos: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Caroline: Eu descobri nesse caminho, que minha memória é fotográfica. Gosto de ouvir e anotar, fazendo esquemas e mapas mentais. Então, geralmente, eu tinha uma matéria a noite no presencial, mas durante a tarde, eu resolvia questões ou fazia resumos da matéria que tinha visto no cursinho no dia anterior, para fixar o conteúdo.
Além disso, usei diversas técnicas de acordo com o tipo de conteúdo. Para as matérias da área penal, eu anotava no caderno e fazia esquema em umas folhas grandes de um cavalete, que comprei e deixei na frente da minha cama. Logo, toda vez que eu passava por ele, eu via a matéria e acabava gravando de tanto ver.
Para as resoluções, eu preferi estudar a maioria pela “lei seca” e ao final de cada uma, fazia mapa mental (inclusive com desenhos). Mas, as mais “capetosas”, com mais dados para serem memorizados, eu passava para o cavalete e pedia meus pais para ficarem me perguntando, para ver se eu tinha apreendido.
Sobre resumos, eu fiz de português, constitucional e administrativo. Fora essas matérias, eu fiz os esquemas citados anteriormente. Mas com o lançamento do edital, ficava difícil fazer resumo pois me tomava muito tempo.
Montei meu plano de estudos baseado na estratégia que tracei para a prova: focar nas matérias que tinham mais questões e nas que tinha mais afinidade, a fim de gabaritá-las. Como trânsito e resoluções corresponderiam a 30% da prova, usei minhas férias inteiras só para trânsito, além das matérias que via no presencial.
Dentre as matérias que eu considerava que mais “dominava”, estavam português, matemática e física, que eu acreditava que corresponderiam a 25% da prova. Como eu tinha uma base boa, só resolvia questões dessas matérias, mas mais esporadicamente, só para não esquecer.
Meu foco foi 35% teoria (realizada através do presencial ou videoaulas) e 65% exercícios (fiz em torno de 8 mil questões do Cespe durante esse período, considerando os dois sites de questões. Fora os simulados e as questões dos livros).
Feito isso, aproveitei meus desempenhos nos simulados para avaliar o que precisava melhorar. Lembro que no primeiro simulado do Estratégia pós-edital, eu só consegui marcar uma questão de informática. Quando terminei trânsito, foquei em pegar as aulas que eu julgava mais importantes de informática ou que eu tinha menos afinidade por não lidar tanto no meu dia a dia (deixei de fora correios eletrônicos e Windows, pois era mais provável acertar questão deles do que de malwares, por exemplo).
Durante as férias, eu fiz um controle mais rigoroso de horas estudadas, com um planner semanal. Eu tentava manter em torno de 8h/dia, em média. Claro que havia dias que eu consegui chegar até 11h de efetivo estudo (raríssimo, consegui só 2x) e tinha dias que não conseguia passar das 7h. Sempre que via que não estava rendendo, parava e tentava dar uma cochilada ou até mesmo dormir e acordar mais cedo no dia seguinte, para estudar.
Estratégia Concursos: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Caroline: Penal e suas matérias relacionadas (processual e leis extravagantes) eram novidade pra mim. Nunca tinha estudado antes, então eram matérias que exigiam uma maior atenção. Apesar de não achar que fossem tão difíceis, era muito fácil cair em alguma pegadinha durante as questões. Com isso acabei dedicando um maior esforço nelas do que em matérias como constitucional e administrativo (que já havia estudado outras vezes para outros concursos).
Mas com relação a dificuldade, acredito que o mais complicado de estudar foram as resoluções, pois haviam muitos termos que nunca havia ouvido falar (além dos valores que tivemos que guardar e da quantidade de alterações sofridas, que geravam uma certa insegurança na hora de pegá-las para estudar).
Apesar das dificuldades, eu gostava de estudar todas as matérias do edital. Não tinha uma que eu falasse que não gostava ou que empurrasse com a barriga para depois. Então acho que isso me ajudou a não negligenciar nada e até mesmo a conseguir aprender, pois não criava bloqueio a respeito de uma ou outra disciplina.
A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Caroline: Foi bem pesada a minha reta final. Eu já havia voltado a trabalhar e tinha que tocar os projetos no serviço e, ao chegar em casa, virar a chave e voltar para os estudos. Porém, o apoio dos meus pais nessa fase foi fundamental, me ajudando com coisas pequenas, mas que me davam algum tempinho a mais para estudar.
Durante as duas últimas semanas antes da prova, eu não peguei matéria nova, só fazia exercícios e simulados. Fui para o concurso sem ter visto todos os crimes de penal, mas foquei principalmente nos crimes contra a administração pública e os demais crimes mais combatidos pela PRF, para tentar minimizar o risco de cair algum crime que eu não houvesse estudado.
Apesar disso, caiu o crime de tráfico de pessoas (que eu não consegui ver antes) e foi a única questão que errei de penal. Acredito que se tivesse mais uma semaninha, teria garantido mais essa questão, pelo menos.
Sobre a véspera de prova, eu havia visto o primeiro dia de revisão de véspera do Estratégia e tinha achado sensacional, mas fiquei com medo de ficar o sábado inteiro no hotel vendo vídeo e ficar meio bitolada para a prova. Então resolvi ir em um aulão de véspera presencial, em Porto Velho (lotação escolhida), de um cursinho de lá.
Estratégia Concursos: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Caroline: Eu sempre li muito (literatura ficcional e biografias), então, quando ia fazer prova discursiva, essa vivência da leitura me ajudava a ter criatividade para responder os tópicos e também me dava certa habilidade para usar a língua.
Entretanto, mesmo sabendo que escrevia bem, eu tinha muito medo de cair um tema que eu não dominasse ou que caísse algum estudo de caso que eu não soubesse responder. Então fui praticando a discursiva durante os simulados. Acredito ter feito em torno de 15 simulados durante essa preparação, fiz pelo menos umas 10 discursivas (na semana anterior a prova eu só resolvia as objetivas porque não tinha tempo para resolvê-las e fazer a discursiva), mas não tive oportunidade de pedir para algum professor corrigir. Eu passava para o meu pai ler e me falar se ele achava que eu tinha respondido os tópicos, se a estrutura estava legal, pois alguém de fora consegue olhar com mais objetividade para isso.
Meu maior conselho quanto as discursivas é praticar e praticar. Com o passar do tempo vai ficando mais fácil e natural, as ideias vão fluindo com mais facilidade e rapidez, além de se habituar com as conjunções e expressões utilizadas para realizar a coesão e a coerência do texto.
Estratégia Concursos: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Caroline: Comecei a me preparar para o TAF no inicio de setembro, mas sempre fui uma pessoa ativa, então foquei muito na corrida (que era algo que eu sempre tive dificuldade) e nas barras (pois nunca tive tanta força na dorsal).
Até fazer a prova escrita, eu fiz treinamento funcional 3x na semana e corria 2x, além de participar de provas de corrida de 5 km esporadicamente. Depois da prova, comecei a focar mais ainda no TAF, pois sabia que minha nota era boa o suficiente para classificar, além de cuidar de pequenas disfunções com um fisioterapeuta (tive discinese escapular, por causa da postura durante os meses de estudo). Treino com meus amigos que fizeram prova comigo em Rondônia, sempre um puxando o outro para todo mundo passar.
Estratégia Concursos: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Caroline: Meu maior erro foi excesso de confiança em matemática. Por ser da área e sempre ter gostado muito da matéria, resolvi poucos exercícios, principalmente os de geometria espacial. Julgava que na hora conseguiria fazer. Acabei fazendo a parte de matemática meio de qualquer jeito na prova (especialmente aquelas dos blocos. Perdi a paciência, porque a prova estava extensa e elas estavam me tomando muito tempo). Com isso, acabei inventando uma lógica da minha cabeça, que não deu muito certo. Matemática que era a disciplina que achei que fecharia, foi a disciplina que zerei. Acertei metade e errei a outra metade, por negligenciar e achar que já estava tudo dominado.
Meus maiores acertos foram a estratégia traçada, de quais matérias dar prioridade, além de focar muito em questões. Já estava tão acostumada com a banca, que na prova tinha questão que me fazia rir, de tão previsível, típica do Cespe.
A compra do cavalete também ajudou muito, por passar sempre por ele, olhar e assimilar. além de usar meus pais como “banca”, para testar o quanto eu havia aprendido da matéria.
Estratégia Concursos: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Caroline: O mais difícil foi estudar com dor de cabeça. As dores de cabeça começaram assim que saiu o edital, totalmente psicológicas, me faziam tensionar demais a região do trapézio, criando fibroses (que meu fisioterapeuta disse nunca ter visto iguais). Eu vivia a base de paracetamol + cafeína, para tentar diminuí-las o suficiente para conseguir estudar.
As dores caminharam comigo até o dia da prova ,mas graças a Deus, na prova só precisei tomar remédio para dor depois de metade do tempo (sendo que o normal era tomar até 3 comprimidos por dia). Durante esse período, em nenhum momento pensei em desistir!
Diante disso, fui conhecendo o órgão e me apaixonando cada vez mais por ele e pela maneira como atua. Me identifiquei com seus valores e suas missões e sempre que via uma PRF de uniforme, conseguia me enxergar no lugar dela. Sempre que me sentia esgotada, via vídeos motivacionais da PRF para dar aquele up e voltar com tudo.
Estratégia Concursos: Qual foi sua principal motivação?
Caroline: Por ocupar cargo técnico – de nível médio, mesmo possuindo nível superior, as vezes nos vemos fazendo coisas que são básicas e que nos fazem pensar se não poderíamos estar utilizando melhor nossos conhecimentos. Essa insatisfação, no que diz respeito ao quanto eu usava do que já havia aprendido, me fez sair do comodismo de já ser concursada e correr atrás de algo melhor, que tivesse mais a ver comigo e com meu perfil.
Além disso, o fato da PRF trabalhar nas duas vertentes: combate ao crime e fiscalização do trânsito, fez com que eu me identificasse demais com o órgão que, além do beneficio de ter cargo único, possibilitaria um trabalho mais perto da população (que era algo que eu estava buscando, sentindo falta).
Estratégia Concursos: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Caroline: Primeiro de tudo: nunca acredite no que falam, de que precisa de X anos de estudo para passar no concurso Y. É tudo mentira. Passar no concurso dos seus sonhos só depende do quanto você está disposto a abrir mão de tudo para conquistar esse objetivo. Quanto mais você se dedicar, mais rápido conquistará a aprovação.
Segundo: um conselho que sempre dei aos meus amigos, não brigue com a banca, ela é a toda poderosa e quem dá a palavra final é sempre ela! O que quero dizer é que, ao invés de ficar brigando com a questão, procurando pelo em ovo, caçando picuinha para considerar a questão errada, tente entender o que a banca espera de você, qual o real foco dela ao te perguntar aquilo e qual o estilo de pegadinha que ela costuma fazer. Ao resolver as questões como o Cespe, que costuma trocar sempre uma palavrinha, muitas vezes a última do enunciado, eu ia lendo período por período e ticava o final dele, caso estivesse tudo ok, para garantir que nada passasse batido.
Terceiro: resolva questões! Sempre que puder, sempre que sentar no ônibus, que for dormir, que estiver no intervalo da série da academia ou esperando para ser atendido. Aproveite todos esses períodos “mortos” para aprender algo novo, porque essa questão aparentemente inocente que você está resolvendo quando está de bobeira, pode vir na sua prova e decidir o seu futuro.
E, por fim, afaste-se de pessoas que falam coisas que te coloquem para baixo, que já viram o edital todo, que é tudo muito fácil, que queira diminuir o seu esforço ou aumentar seu desespero, mesmo que sem querer. Esses comentários, aparentemente inocentes, tem o poder de afetar demais nosso psicológico, que já fica sensível durante essa maratona de estudos.
Confie na sua capacidade! Se alguém conseguiu, então não é impossível e você também consegue. É só uma questão de tempo e dedicação!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: comunicacao@estrategiaconcursos.com.br
Abraços,
Thaís Mendes