“Tenha em mente a razão pela qual você quer estudar. Não vou mentir, é um caminho difícil, solitário e doloroso. Sem uma motivação firme, você não conseguirá (…). Tenha uma motivação firme e um bom material, e não desista até chegar aonde quer”

Confira nossa entrevista com Mariana de Souza Beltrão Guerra, aprovada em 1° lugar (feminino) no concurso da Polícia Penal de Pernambuco:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Mariana de Souza Beltrão Guerra: Tenho 24 anos, sou natural de Recife e graduada em Direito pela Universidade de Pernambuco.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?

Mariana: Desde sempre quis fazer concurso público. Entrei no curso de Direito com essa mentalidade. Nunca pensei em estudar especificamente para a área policial. Porém, como se tornou uma área promissora nos últimos anos, decidi focar meus esforços. Além disso, sempre admirei o trabalho da polícia e me identifico bastante com a profissão.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?

Mariana: Em 2020, ano em que comecei os meus estudos, eu estagiava no Ministério Público Federal. Quando tomei a decisão de estudar e de passar o mais rápido possível, decidi sair do estágio e focar todos os meus esforços nos estudos. Embora fosse um estágio de apenas 4 horas, eu tinha pressa em ser aprovada, então decidi estudar em dedicação exclusiva. Minha mentalidade era a de terminar a faculdade estando já aprovada em um concurso público, objetivo que se concretizou.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Mariana: Já fui aprovada em 5 concursos públicos.

– Escrivão da Polícia Civil do Pará;

– Investigador da Polícia Civil do Pará;

– Agente da Polícia Civil do Rio Grande do Norte;

– Escrivão da Polícia Civil de Alagoas (2º lugar); e

– Polícia Penal de Pernambuco (1º lugar feminino).

Futuramente, pretendo continuar estudando. Mas, por enquanto, minha dedicação está voltada para o Curso de Formação Policial.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Mariana: Minha vida social mudou bastante. A prioridade sempre era o estudo. Estudava de domingo a domingo. Porém, nos domingos, saía à tarde/noite para ir à missa e estar com meu namorado. Eventualmente, quando havia algum compromisso importante da família ou dos amigos, eu comparecia.

Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?

Mariana: Não sou casada e não tenho filhos. Minha família compreendeu minha decisão e me apoiou. Meus pais são servidores públicos e sempre foram meus maiores apoiadores nessa jornada. Quanto aos meus amigos, apenas compartilhei que estava estudando com os amigos mais próximos. Quanto menos pessoas soubessem dos meus estudos, melhor.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Mariana: Estudei por cerca de um ano. Os concursos nos quais fui aprovada ocorreram em um pequeno intervalo de tempo, cerca de 7 meses entre o primeiro e o último. Desse modo, quando passei no primeiro, passei também nos demais.

Para manter a disciplina, eu sempre tinha em mente aonde queria chegar. Acordava todos os dias e sabia muito bem aonde eu queria chegar: ser aprovada e ter estabilidade. Cumprir o meu dever e atingir meus objetivos. Não poderia descansar até chegar lá. Pensar desse modo me motivou durante todo esse tempo.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)

Mariana: Utilizei, em regra, PDFs. Quando eu sentia uma dificuldade maior em alguma disciplina, me utilizava das videoaulas. Ambas as formas são vantajosas, mas o PDF me permite ter um estudo mais rápido.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Mariana: Conheci o Estratégia ainda na universidade, por indicação de amigos. Assinei a plataforma quando estava no 4º período e, desde então, sempre renovei a assinatura. Inclusive, o Estratégia me ajudou muito também nos estudos no curso de Direito.

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?

Mariana: Não. O Estratégia foi meu primeiro e único material. Sempre estive muito satisfeita com o material, razão pela qual nunca mudei.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)

Mariana: Montava meus planos de estudo de acordo com os editais. Buscava colocar no meu ciclo de estudos as disciplinas principais, que cairiam em quaisquer concursos para a área policial. Estudava duas ou três disciplinas por dia.

No começo, estudava poucas horas líquidas, cerca de 4h, pois eu ainda não tinha um bom controle de disciplina. Ao fim dos estudos, quando comecei a ser aprovada, estudava de 7h a 8h líquidas por dia.

Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)

Mariana: Geralmente, eu fazia minhas revisões por questões e pelos grifos que fazia no PDF com o marcador digital. Isso me possibilitava reler apenas as partes mais relevantes. A depender da disciplina, fazia também resumos, especialmente quando havia uma riqueza de detalhes nos conteúdos (por exemplo, medicina legal).

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Mariana: É praticamente impossível ser aprovado sem a resolução de questões. Não apenas para testar o conhecimento do aluno, mas para que o aluno se ambiente às “pegadinhas” das bancas e ao modo de cobrança. As questões sempre foram essenciais para mim e estavam todos os dias no meu cronograma. Durante a minha preparação, fiz cerca de 7.000 questões.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Mariana: Tinha mais dificuldade em raciocínio lógico, informática, contabilidade e medicina legal. Para superar essas dificuldades, a primeira coisa necessária é o enfrentamento, ou seja, não se paralisar e seguir em frente. Já houve momentos, por exemplo, em que eu quis desistir do estudo de contabilidade. Porém, eu precisava entender aquilo e acertar as questões. Costumava ter o seguinte pensamento: “minha aprovação depende disso aqui. Eu vou entender, custe o que custar”. E assim, dia após dia, fui melhorando nessas disciplinas. Cerca de alguns meses depois, contabilidade havia se tornado uma disciplina bem mais fácil. E o mesmo vale para as demais disciplinas.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Mariana: Nas semanas que antecediam as provas, eu estudava os assuntos que precisava revisar, ou que ainda não havia conseguido estudar direito. Fazia também muitas questões, lia meus resumos, etc. No pré-prova, estudava até cerca das 20h00min. Revisando sobretudo alguns detalhes que eu não poderia me dar ao luxo de esquecer no dia seguinte.

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Mariana: Houve prova discursiva em todos os concursos que eu fiz. Eu considero que me preparei bem para essa etapa. Costumava fazer uma redação por semana, geralmente no domingo de manhã. Escolhia algum tema que achava pertinente e fazia a redação, sempre cronometrando o tempo. Ao final, relia e procurava identificar erros de português, incongruências, etc.

No concurso da Polícia Civil de Alagoas e da Polícia Penal de Pernambuco, obtive, respectivamente, o 2º e o 1º lugar graças à prova discursiva.

Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?

Mariana: Os exercícios físicos sempre fizeram parte da minha rotina. Então, não tive propriamente uma preparação para o TAF. Apenas mantive meus treinos de corrida e meus treinos na academia. O único exercício que precisei treinar de forma específica foi a barra fixa. O restante, eu já costumava atingir normalmente os índices exigidos. Por isso, considero que a atividade física é essencial para os concurseiros da área policial. Além do TAF, a profissão exigirá bastante condicionamento físico.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Mariana: Meu principal erro, no começo, foi não marcar minhas horas líquidas, pois me acomodei com o pensamento de que tinha o dia inteiro para estudar. Apenas quando comecei a contabilizar minhas horas tive um avanço significativo no meu rendimento.

Quanto aos acertos, cito a manutenção da rotina, de domingo a domingo. A rotina é essencial para qualquer concurseiro.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Mariana: Nunca pensei em desistir. Uma vez que comecei, eu só pararia quando fosse aprovada. Não havia outra alternativa. Quando estudava as disciplinas mais difíceis, que citei acima, não vou negar que por vezes eu me desesperava. Mas, como eu não podia desistir, eu respirava fundo e continuava. É um constante exercício de autocontrole. Com o tempo, aprendi a lidar bem com isso e minha motivação cresceu.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Mariana: Tenha em mente a razão pela qual você quer estudar. Não vou mentir, é um caminho difícil, solitário e doloroso. Sem uma motivação firme, você não conseguirá. Torne essa motivação forte o suficiente para te fazer acordar cedo e dormir tarde; para te fazer permanecer em casa enquanto seus amigos vão a festas; para te fazer permanecer com os livros enquanto passa um filme ou uma série na televisão. Tenha uma motivação firme e um bom material e não desista até chegar aonde quer. Termino com uma frase que meu pai, servidor público estadual, sempre me disse no período em que eu estava estudando: Se estudar, passa.

Deus abençoe e sustente vocês.