“Não desista. É clichê, mas quando for aprovado seu único arrependimento será o de não ter feito mais, pois vale a pena. Quando pensar em DESISTIR, pense duas, três vezes no motivo que levou você a COMEÇAR.”
Confira nossa entrevista com Matheus de Souza Costa Galvão, aprovado em 23º lugar no concurso PM-RN para ALUNO OFICIAL PM:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Matheus de Souza Costa Galvão: Meu nome é Matheus de Souza Costa Galvão, natural da minha querida cidade Natal/RN. Tenho 23 anos e estou no último semestre do bacharelado em direito, pela UFRN. Desde que comecei a estudar o direito eu me apaixonei, tendo a certeza de que seria com isso que iria trabalhar. No decorrer da minha graduação algumas áreas do direito foram ganhando mais minha atenção, mas nunca deixei nenhuma de lado, nem repudiei alguma por inteiro. Sempre conciliei faculdade com círculos sociais, prática de esportes e treinos na academia. Tive um período mais extrovertido, mas sou majoritariamente reservado, caseiro, e gosto de ter por perto pessoas com quem realmente tenho intimidade e confio.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Matheus: Tomei a iniciativa de estudar para concursos por sentir a necessidade de, ainda na graduação, ter algo que me proporcionasse uma renda suficiente para arcar com minhas despesas enquanto estudava. A motivação para isso só aumentou à medida em que eu me inspirava em professores do meu curso e percebia que para chegar aonde eles chegaram, teria de realizar algumas provas. Além disso, sempre tive em mente que, como profissional no direito, pelo menos um concurso – a OAB – eu teria que prestar, e isso sempre me manteve estudando ao longo da graduação, apesar de não ser todo esse tempo destinado ao estudo para concursos, especificamente.
A área policial sempre me chamou atenção e me despertou curiosidade. Sempre vi as instituições de segurança pública com bons olhos e igualmente compreendia sua importância na sociedade. Sempre me cativou a ideia de poder atuar na linha de frente, numa atividade de emoção e adrenalina constantes, que lida com a complexidade do ser humano e com a estratégia e disciplina inerentes à atividade policial. Ao tomar conhecimento e ter amizade com colegas que também objetivavam desejos semelhantes, cada vez mais fiquei inspirado.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Matheus: Sim. A bem da verdade, trabalhava e estudava no primeiro e segundo anos da faculdade. Mas durante esse período eu ainda não estudava especificamente para concursos. Quando comecei a estudar para concursos, já tinha deixado o emprego e iniciado um estágio, com uma redução significativa de carga horária, o que me permitia estudar mais. Sempre foi uma rotina bastante corrida: aula pela manhã e à noite, em alguns semestres, e estágio à tarde. O tempo que sobrava eu gostava de estudar para faculdade mesmo, sem tanta preocupação específica com o estudo para concursos. Muitas vezes a única opção que eu tinha era estudar de madrugada, pois não abria mão de treinar na academia e ter um mínimo de lazer durante o dia. Quando tinha oportunidade, em janelas de horários, encaixava o estudo durante o dia. Durante os finais de semana eu nunca me privei de sair, em nenhuma época. Sempre saía com namorada ou amigos. Era sempre questão de planejamento: se fosse sair à noite, estudava manhã/tarde, ou de outra forma que fosse conciliável. Nunca abri mão de estudar aos finais de semanas e feriados, tenho em mente que são dias comuns, para serem aproveitados e para caminhar em direção dos seus objetivos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Matheus: Além de seleções públicas para estágio, durante a graduação, fui aprovado para os concursos do ITEP/RN, em 22º lugar, para Agente Técnico Forense, e na Polícia Civil da Paraíba – PCPB, em 189º lugar, para escrivão de polícia, ambos dentro das vagas. Por motivos pessoais, deixei de lado o ITEP/RN na fase do Curso de Formação Profissional e a PCPB na fase dos exames médicos. Recentemente, também logrei êxito no EOAB. Quanto a continuar estudando para concursos, ainda me pego estudando, por hábito, mas sem objetivo. Continuarei de forma séria caso sinta necessidade para tanto.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Matheus: Sempre consegui equilibrar tudo muito bem. Sou uma pessoa bastante caseira. Prefiro estar com quem gosto em qualquer canto simples do que ir a locais agitados. Durante alguns períodos, por opção própria, saía um pouco menos, mas nunca sem deixar de aproveitar. Ficava em casa, assistia um filme, saía para caminhar/correr ou conversar. Nem mesmo em rotina de pós-edital eu deixei de sair um final de semana sequer, sempre com amigos e família.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Matheus: Atualmente namoro. Sem filhos. Minha família sempre apoiou, desde me auxiliar a custear materiais até a me dar um pouco de privacidade e sossego, na maior parte do tempo, para continuar a empreitada. No começo notei que não existia uma grande confiança, mas com os resultados, ela foi aparecendo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Matheus: Sinceramente, meu estudo para este concurso foi em pouco tempo, e durante uma fase conturbada da minha vida. Estudei cerca de um mês e meio para essa prova, lembrando que já tinha bagagem anterior.
Em meio a vários problemas, arrumava sempre algum tempo para me dedicar ao concurso. A disciplina vinha quando eu pensava nos boletos e na qualidade de vida que queria ter, querendo urgentemente conquistar minha independência financeira, e também priorizando continuar residindo no meu Estado e preferencialmente na minha cidade querida, Natal/RN, fatores esses que, juntos, somados à minha predileção pelo exercício da atividade em questão, poucos concursos permitem.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Matheus: Felizmente minha base adquirida na faculdade foi boa, pelo menos para as disciplinas exigidas no certame. Durante a graduação sempre li boas obras. Quando direcionei o estudo propriamente para concursos, utilizava sempre os PDFs. As videoaulas eram utilizadas somente quando eu estava fazendo alguma atividade que não me permitia ler, mas me permitia escutar ou prestar atenção em algo, como quando estava caminhando ou fazendo uma pedalada.
As vantagens dos PDFs é avançar mais rápido no conteúdo, sem dúvidas. Além disso, minha leitura rende bem mais que minha escuta, revelando que, para mim, era o método mais adequado, somado a outras técnicas que empreguei durante o processo.
As videoaulas também me auxiliaram quando não poderia estar lendo, mas dificilmente faziam me avançar significativamente no conteúdo. Porém, não posso dizer que não me ajudaram.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Matheus: Conheci o curso há bastante tempo, quando comecei a procurar um pouco mais sobre concursos e sempre o Estratégia aparecia como uma das referências.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu diferença na sua preparação?
Matheus: Sim, o Estratégia me permitiu encontrar todo o conteúdo que eu precisava dentro de um mesmo arquivo. Isso poupou bastante tempo da minha preparação. As questões comentadas e a explicação dos professores foram fundamentais. Os PDFs me ajudaram muito. A metodologia de explicar e trazer, em seguida, questões selecionadas e comentadas, disponibilizando, também, um sistema de questões – com ótimos comentários – foram, para mim, um diferencial.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Matheus: Meu plano de estudos mudava quase toda semana. Sempre fui adequando com base nas necessidades e dificuldades que sentia. Era uma autoavaliação diária.
Sempre fui adepto de estudar várias matérias no mesmo dia. No mínimo, estudava duas matérias. Dependendo de quais fossem, três. Excepcionalmente e em alguns períodos de preparação, quatro ou cinco.
Quanto ao tempo de estudo, eram cerca de três a quatro horas líquidas por dia. Já tentei estudar bem mais, mas meu melhor rendimento era quando fazia essa faixa de tempo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Matheus: Estudei de diferentes formas. Para esse concurso, especificamente, adotei um novo método e montei meu próprio material, com meu resumo e questões. Para essa prova, não me preocupei com simulados. Fiz um por acaso, que me enviaram.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Matheus: As questões são fundamentais para revisar a matéria e apreender/materializar pontos que talvez contenham lacunas no raciocínio construído. Fazer questões é imprescindível. Saber quais e como fazê-las, igualmente.
Pelo meu método de preparação, não tenho como afirmar quantas questões fiz durante minha trajetória.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Matheus: Sem soberba, não tive nenhuma dificuldade acentuada em alguma matéria. Todas eram igualmente difíceis. Sempre foquei em identificar as dificuldades de cada uma e atacá-las.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Matheus: Na semana anterior à prova, assim como no dia pré-prova, foquei em fazer revisão utilizando o material que montei. Fiz isso conciliando aulas na faculdade e o estágio, mantendo a academia (numa intensidade um pouco menor) e também com a preocupação de descansar bem.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Matheus: Por gostar e praticar cotidianamente a escrita, não tive dificuldades com isso. Minha preocupação era com eventuais conteúdos que pudessem ser exigidos e que eu não conseguisse expô-los de forma suficiente para os parâmetros da banca. Tendo em vista isso, foquei em ler sobre temas atuais. Aconselho, a quem quiser melhorar: entender os critérios da banca, entender a estrutura do texto proposto e adquirir bagagem sobre temas atuais e relevates, com pensamentos embasados e críticos.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Matheus: Meu TAF já foi concluído. Foi uma etapa em que fiquei apreensivo, pois estava distante do exigido quando saiu o resultado da prova objetiva e também quando saiu a convocação para a prova física. Por gostar bastante de conteúdos de educação física, consegui planejar o que fazer para melhorar. Foquei em perder uma determinada quantidade de peso e melhorar meu condicionamento, para a corrida, e força, para a flexão de braços na barra fixa.
Para a etapa do exame psicotécnico, até pensei em me preparar melhor, mas confiei que o meu “eu” fosse adequado ao perfil procurado, e, assim, não me preparei.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Matheus: Acertos: metodologia e materiais adequados. Feixe de conteúdos estudados delimitados de forma correta. Preparação física dentro dos limites do corpo.
Erros: poderia ter estudado um pouco mais, com maior esforço para cobrir um pouco mais de conteúdo. Também poderia ter revisado um pouco mais. E, na preparação física, errei bastante no começo, por excesso de treino, de modo que meu corpo reclamou bastante durante a preparação, ficando doente e machucado por algumas vezes, situação em que fui percebendo meus limites, adaptando-me e contornando os problemas.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Matheus: Desânimo e ausência de vontade de estudar: todo dia. Pensar em desistir, não. Minha principal motivação sempre foi conquistar minha independência financeira, conquistando mais liberdade.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Matheus: Conselhos: Procure um material adequado e completo. Foque em aprender a estudar. A técnica adequada para alguém pode não ser a melhor para você. Existem inúmeras técnicas que funcionam. Você irá ouvir falar de várias técnicas “milagrosas”, mas não dá para colocar todas na sua rotina de estudos, portanto, construa um senso crítico para ver o que é melhor para você. Adquira experiência de prova, e saiba como fazer uma. Conheça sua banca e o que ela cobra. Saiba o que é mais cobrado dos conteúdos do seu edital. Saiba a profundidade com a qual é preciso estudar um conteúdo ou outro. Só pule para o ponto “b” depois que entender o ponto “a”.
Mensagem: Não desista. É clichê, mas quando for aprovado seu único arrependimento será o de não ter feito mais, pois vale a pena. Quando pensar em DESISTIR, pense duas, três vezes no motivo que levou você a COMEÇAR. Imagine-se ocupando o cargo, usufruindo da sua remuneração e como será a sua vida depois da aprovação. Aprenda a curtir o processo. Sacrifícios são necessários, mas quando são exagerados eles tornam o caminho insustentável. Portanto, não abra mão do lazer, da família, amigos, namorada(o)/cônjuge, mas com responsabilidade e compromisso com seu objetivo.
Exige-se sacrifício. Se fosse fácil, não teria graça. Novamente: vale a pena! Todo o sucesso para os amigos concurseiros. Um abraço de quem entende essa luta.