Aprovado no concurso PC SP para o cargo de Escrivão
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)
“Um acerto que posso apontar é ter, desde o começo, escolhido um bom curso preparatório para me guiar nessa preparação, pois sem isso teria perdido muito mais tempo procurando o conteúdo para estudar sozinho.”
Confira a nossa entrevista com Rafael Guilherme Silva Scheffler, aprovado no concurso PC SP para o cargo Escrivão:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rafael Guilherme Silva Scheffler: Tenho 32 anos, sou de Cascavel no Paraná, porém me mudei para São Paulo para fazer faculdade e já moro aqui há mais de dez anos. Me formei no ano de 2019 em Engenharia Civil e trabalhei durante seis anos como professor de Inglês para pagar a faculdade. Sou casado, conheci minha esposa durante a faculdade de Engenharia e nós temos três gatos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?
Rafael Guilherme: Eu comecei a estudar para concursos principalmente por influência da minha mãe, ela foi funcionária pública da área da saúde por quase trinta anos, ela era enfermeira e eu sempre tive muito respeito pela função dela e também muito orgulho de ter sido criado com o salário que ela ganhava ajudando pessoas através do serviço público. Durante a jornada para a prova objetiva eu achei recortes de jornais antigos que ela guardou, mostrando que ela passou em quatro diferentes concursos e isso me deu muito ânimo, passei a acreditar que isso está no meu DNA.
A escolha da carreira policial, mais precisamente da Polícia Civil, veio pela admiração pela instituição e pela possibilidade de, através do meu trabalho, dar uma resposta a pessoas que foram vítimas de crimes. Acredito que dever ser muito gratificante encontrar o autor de um delito, preparar um inquérito policial e entrega-lo ao poder judiciário para que seja julgado.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Rafael Guilherme: Nos primeiros três meses de preparação eu trabalhava e estudava normalmente, conseguia uma média de três horas diárias de estudo, pois eu morava a duas quadras do meu trabalho, ia e voltava andando, era uma rotina tranquila. No meio da preparação eu me mudei, fui morar com a minha esposa, passei a demorar duas horas para ir e voltar do trabalho e com isso ficou muito complicado estudar. Um dia, indo trabalhar muito triste e desmotivado, estava ouvindo um vídeo da professora Adriana Figueiredo falando sobre superação, sobre pessoas que deram um jeito de fazer acontecer, foi então que eu decidi pedir demissão e me dedicar aos estudos. Fiz as contas, descobri que tinha dinheiro suficiente para me manter até passar a prova objetiva e pedi demissão. Para minha surpresa, meu chefe, que também é meu amigo, me ofereceu um acordo, eu passei a trabalha apenas dois dias da semana e estudar integralmente cinco.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Rafael Guilherme: Este é o meu primeiro concurso e fui aprovado nas provas objetiva e discursiva da PCSP para o cargo de Escrivão de Polícia. Estou atualmente na trigésima terceira (33º) colocação entre os candidatos a escrivães da capital, estudando para a prova oral através do curso preparatório do Estratégia e muito confiante que vai dar tudo certo.
No momento meu foco é apenas em chegar à Acadepol e estudar muito lá para conseguir uma boa colocação no curso de formação, mas não descarto a possibilidade de no futuro ingressar em um curso superior de Direito, para um dia prestar o concurso de delegado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Rafael Guilherme: Minha preparação começou poucos dias antes do natal de 2021 e até o momento atual eu fiz apenas 3 pausas nos estudos. A primeira foi nas festas de fim de ano, que eu passei com a minha família; a segunda, que durou apenas 2 dias, foi no meu aniversário; e por fim uma pausa de uma semana após as provas do concurso. Fora isso eu só estudei e trabalhei, sem efetivamente ter uma vida social.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Rafael Guilherme: Meu maior apoio tem sido minha esposa, que é muito compreensiva e faz de tudo por mim, inclusive café. Antes de iniciar os estudos nós conversamos e eu expliquei que sem o auxílio e compreensão dela seria impossível, ela concordou em passar pelo processo junto comigo, porém não é fácil, ela sempre fala que não vê a hora de acabar o concurso para sairmos juntos. Já a minha família e amigos, com o tempo entenderam que meu “sumiço” é temporário e que é por uma boa causa.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Rafael Guilherme: Eu comecei meus estudos exatamente cinco meses antes das provas objetiva e discursiva do concurso, comecei a estudar em dezembro, o edital saiu em fevereiro e as provas foram em maio. No momento já são quase dez meses de estudo e tendo em vista que ainda passarei pela prova oral, acredito que terei pelo menos mais dois meses de estudo pela frente.
Eu sempre fui uma pessoa disciplinada quando se trata de algo que eu quero muito. E para não perder o foco e a motivação, eu sempre faço o exercício mental de imaginar que vai chegar o dia que eu vou ter que sair de casa para lutar com uma pessoa muito grande e preparada, e cada matéria que eu estudo e entendo diminui a chance de eu levar uma “surra” e voltar para casa sem cumprir meu objetivo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Rafael Guilherme: Na minha preparação para as provas objetiva e discursiva eu utilizei basicamente quatro ferramentas: eu assisti videoaulas fazendo anotações em materiais impressos, respondi questões no aplicativo do Estratégia e fiz revisões periódicas. Já na reta final eu assisti todas as revisões transmitidas pelo Youtube e fui na revisão de véspera, que foi ótima, pois eu acertei duas questões a mais por causa dela.
Já na preparação para a prova oral eu estou utilizando o banco de dados de questões do Estratégia e respondendo elas de forma oral.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rafael Guilherme: Através de pesquisa online. Eu procurei pelo curso preparatório que mais aprova e encontrei muitos depoimentos de pessoas que passaram utilizando o Estratégia, então resolvi comprar o curso.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Rafael Guilherme: Como já utilizei o material do Estratégia desde o começo, não houve diferença entre antes e depois da utilização do material, porém as duas ferramentas que mais me ajudaram foram as videoaulas de qualidade (não tenho palavras para agradecer às professoras Adriana Figueiredo e Janaina Arruda pelas videoaulas), e o aplicativo de questões que utilizei quase todos os dias durante meses.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Rafael Guilherme: Primeiramente eu organizei as matérias quanto à frequência que eu deveria estudar cada uma delas, como não sabia quase nada de Direito, eu intercalei todas as outras matérias com Direito, então eu estudava Português, Direito Penal, RLM, Direitos Humanos, e assim por diante. Dessa forma eu direcionei metade do meu tempo de estudo para as matérias de Direito.
Outro ponto importante foi que sempre comecei e terminei um assunto antes de ir para o próximo, pois quando tentei fazer de forma diferente, acabei me perdendo, então algumas vezes eu fiquei mais de um dia inteiro estudando apenas uma matéria até acabar aquele assunto, revisar, fazer questões e ir para o próximo, de outra matéria.
No começo da minha preparação eu estudava em média três horas por dia, porém quando pedi demissão comecei estudando quatro, depois cinco e aumentando gradativamente até chegar a estudar doze horas por dia faltando quinze dias para a prova, isso entre estudo ativo e estudo passivo (assistindo vídeos deitado no sofá sem anotar nada, quase que descansando). Outro ponto importante foi fazer simulados todos os domingos, cronometrados e com o máximo de condições similares as do dia da prova, e corrigi-los logo em seguida, estudando os pontos em que eu tivesse errado.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Rafael Guilherme: Sempre que terminava de estudar um assunto, eu sentava com as anotações em algum lugar quieto, lia com muita calma relembrando todos os detalhes estudados e então fazia, pelo menos, trinta questões sobre o assunto, para então me começar um novo. Já os simulados eu fazia todo domingo, trancado no meu escritório com o cronômetro ligado e simulando o máximo de condições de prova possíveis.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Rafael Guilherme: Na minha trajetória certamente resolvi mais de mil questões. A resolução de questões possui diversas funções importantes, primeiramente faz com que o candidato acostume-se com a linguagem e o modo utilizados pela banca para formular questões, também faz com que o candidato aprenda a resolver questões de forma mais célere, habilidade fundamental para a prova e por fim faz com que o candidato relembre as matérias estudadas e identifique quais matérias devem ser alvo de revisão.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rafael Guilherme: Eu foquei minha preparação nas matérias de Direito, pois pelo fato de ser formado em Engenharia, tive pouquíssimo contato prévio com a matéria e é um estudo muito extenso. Portanto, metade do meu tempo de estudo foi direcionado às matérias de Direito.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rafael Guilherme: Eu criei meu cronograma de estudos para acabar uma semana antes da prova, pois sabia que a última semana seria focada apenas em revisões. Na última semana eu assisti todas as revisões do Estratégia transmitidas pelo Youtube, fazendo pausas para descansar, o que deu basicamente doze horas de estudo por dia. Um dia antes da prova eu fui assistir à revisão de véspera do Estratégia, o que me garantiu duas questões corretas extras na prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rafael Guilherme: Como no meu concurso a prova discursiva continha questões das mesmas matérias da prova objetiva, quanto ao conteúdo eu não fiz nada de especial, apenas estudei as matérias, porém quanto à forma de responder as questões, eu estudei com a professora Janaina Arruda como estruturar uma resposta, conectivos e aspectos práticos da prova discursiva como o que fazer em caso de errar uma palavra e ter que reescreve-la. Por fim acertei 96,75% da prova, errando apenas uma crase na prova toda.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Rafael Guilherme: No concurso de 2022 não haverá a etapa do TAF, porém estou me preparando para a prova oral utilizando o banco de questões do preparatório para a prova oral do Estratégia e fazendo duas arguições simuladas toda semana, toda segunda com dois amigos que fiz durante o concurso, o Nicola e o Octávio, também candidatos ao cargo de escrivão, e em outro dia da semana com a minha esposa sendo a banca.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rafael Guilherme: No começo, por ser meu primeiro concurso, demorei um pouco para entender como eu deveria estudar, levou pelo menos um mês para eu entender que deveria estudar um assunto por completo para ir para o próximo, que revisões não são perda de tempo, que imprimir o material e fazer apenas anotações e não anotar tudo em um caderno economiza muito tempo e que eu deveria focar nas matérias que mais caem, pois eu não iria ter tempo de estudar o edital todo antes da prova. Não vejo tudo isso como erros, pois no final das contas deu certo. Porém um acerto que posso apontar é ter, desde o começo, escolhido um bom curso preparatório para me guiar nessa preparação, pois sem isso teria perdido muito mais tempo procurando o conteúdo para estudar sozinho.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rafael Guilherme: Não, em desistir nunca. Cheguei a ficar extremamente desmotivado, pois no meio da preparação eu estava tendo pouquíssimo tempo para estudar e tinha a sensação de que estava estagnado. A partir do momento em que eu resolvi pedir demissão e passei a trabalhar apenas dois dias da semana, eu passei a não ter um plano B, o único plano é passar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rafael Guilherme: Para quem está começando agora eu diria três coisas que eu aprendi nos últimos meses: primeiro, que apesar de dezenas de milhares de pessoas se inscreverem para fazer a prova, menos de 10% estudou com qualidade, então se você se dedicar, estará competindo com poucos pela sua vaga; segundo que quem alcançou, baixou a cabeça e silenciosamente fez o que tinha que ser feito, não tem atalho, é bunda na cadeira; terceiro que quando você ver seu nome no diário oficial como um dos aprovados, mesmo que seja apenas em uma das fazer do concurso, todo o esforço terá valido a pena. Obrigado Estratégia pela oportunidade de contar a minha experiência.