Aprovada no Concurso Ministério da Saúde
Aprovada no concurso do Ministério da Saúde, Daniela Valladão conta um pouco sobre rotina de estudos e seus desafios
“Sabemos que não é fácil passar em um concurso público, não adianta mentir. Pode demorar um, dois, três anos, depende de cada pessoa, mas é muito recompensador! É um investimento para o resto da sua vida, por isso tenha muito foco e persistência que com certeza você será mais um aprovado. É questão de tempo e esforço”
Formada em Administração de Empresas pela Universidade Paulista, Daniela de Lana Valladão é uma das aprovadas no concurso do Ministério da Saúde para o cargo de Administrador. Com apenas 24 anos de idade, Daniela resolveu correr atrás de seu sonho, mesmo sabendo que o preço seria abrir mão da vida social e dos amigos.
Nascida em São Paulo e moradora da cidade de Brasília, Daniela conta que não foi fácil chegar à aprovação, mas que a ajuda da família e o apoio do namorado foram fatores essenciais na caminhada rumo ao sucesso. Acompanhe nossa entrevista e veja que para alcançar esse objetivo é necessário, principalmente, muito estudo, disciplina, organização e força de vontade.
Estratégia Concursos (EC): Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formada em que área? Trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Daniela Valladão (DV): Sou formada em Administração de Empresas pela Universidade Paulista (UNIP). Assim que terminei o colegial já quis entrar em uma faculdade. Como tinha dúvidas sobre o curso, com a ajuda do meu pai, optei por Administração, por ter um leque de oportunidades no mercado de trabalho. Comecei a estagiar em empresa privada logo no 1° ano. Ao todo estagiei em três empresas. Eu trabalhava e estudava, tinha uma rotina bem pesada.
Em meados de 2011, meu namorado se interessou em prestar um concurso público e iniciou sua “vida de concurseiro”. Ele me incentivou a estudar também visto que eu estava infeliz com o meu emprego, sem perspectiva de crescimento e muitas insatisfações com a iniciativa privada. Após pensar muito, resolvi melhorar a minha vida, larguei tudo para conquistar meu grande sonho: passar em um concurso público! Pronto, a partir daquele momento eu tinha sido picada pelo bichinho dos concursos. Comecei com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SP), logo depois o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT/10), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o Ministério da Justiça (MJ), o Ministério da Saúde (MS), o Ministério Público da União (MPU), dentre outros. Desses fui habilitada no TRE/SP e no MPU e recentemente aprovada dentro das vagas para Administrador no Ministério da Saúde, em Brasília.
EC: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
DV: Nossa, essa resposta daria um livro. Acho que a maior dificuldade que o concurseiro enfrenta é a questão da tal vida social! Na minha opinião, quando você escolhe estudar para concurso público você tem que adotar uma postura radical, pois seus “concorrentes” estão fazendo de tudo para passar na sua frente. No meu caso eu fui radical, abdiquei tudo pelo meu sonho. Minha vida era estudar, estudar, academia e estudar novamente. Sou a favor disso, pois considero como um projeto de vida, onde tem um prazo de término.
O ponto chave é a DEDICAÇÃO e a FORÇA DE VONTADE. Esqueci-me dos encontros de amigas, shoppings, carnaval com a galera, feriados prolongados e ano passado optei por passar o Natal e Ano Novo estudando. O resultado foi esse: a aprovação.
EC: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
DV: Em partes. A dica é: treinar é o segredo do sucesso. Mas claro que não é pra sair atirando para todos os lados. Eu, como me formei em Administração, focava em concursos que tivessem matérias que eu me identificava e já estava estudando, como: Administração Pública, Administração Geral, Administração Financeira e Orçamentária, Administração de Recursos Materiais, Arquivologia, além de Direito Constitucional e Direito Administrativo que é quase uma lei para o concurseiro saber “na ponta da língua”. O que não pode é perder o foco! Fazer provas para treinar é ótimo, eu mesma fiz isso, mas o edital do concurso tem que ter as mesmas matérias para o qual você esta se preparando.
EC: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
DV: Eu sempre optei pela praticidade, escolhendo bons livros e matérias em PDF de confiança. Com o passar do tempo você acaba elegendo um livro ou material como o seu “queridinho” para o estudo. Para o concurso que prestei, eu adquiri o curso do Estratégia do Professor Ali Mohamad Jaha que tratava de toda a legislação do SUS – assunto que eu nunca tinha visto e que julgava super complexo. O que me surpreendeu foi na redação dessa prova (que o tema era sobre legislação do SUS) e eu tirei uma excelente nota! Foi até fácil elaborar o texto, estava tudo na cabeça.
Além disso, usei meu livro de Administração Financeira Orçamentaria do professor Sérgio Mendes – que também julgava a matéria mega complexa e hoje é minha aliada nos editais –, juntamente com as suas aulas em PDF do Estratégia. Um ponto chave foram os “mementos”, que inteligentemente o professor Sérgio organizava toda a matéria em quadros autoexplicativos no final de cada aula, e que são meus maiores tesouros. As outras matérias eu já tinha uma base muito boa, então continuei estudando pelos mesmos matérias em PDF do Estratégia (Direito Administrativo, Direito Constitucional, Português, etc).
Relativo às desvantagens não observei nenhuma. Adoro meu método de estudo e me adequei bem a ele, o custo-benefício é muito bom.
EC: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria?
DV: Têm duas palavras que define essa pergunta: PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO. Bom, quando o edital que eu aguardava saiu no site da banca organizadora, a primeira coisa que eu fiz foi abrir o “Word” e começar a separar cada matéria. Depois eu separei em tópicos os assuntos, e depois por qual material eu ia estudar cada item, pois não se pode deixar de estudar um item sequer.
Agora, falando de como eu estudava o conteúdo em si, eu digo uma coisa: desde já temos que treinar nosso cérebro a se acostumar em ver todas as matérias do edital de uma só vez em um curto espaço de tempo (no dia da prova temos apenas 4 horas e meia em média para fazer a prova, a redação e ainda passar o gabarito). Por exemplo, se o concurso em questão tem 10 matérias, eu intercalo cinco em um dia a as outras cinco e outro dia, de segunda à sábado. Construía um calendário com os dias e horários que devia me dedicar para cada uma delas de acordo com o grau de dificuldade. Estudava em média de 8 a 10 horas diárias. Sábado eu deixava para fazer redações, dava uma desacelerada e Domingo descansava integralmente.
Sobre os resumos, eu simplesmente adorava fazê-los! Ainda faço nos meus estudos atuais! Adoro mesmo, sempre que termino um capítulo de determinado livro, lá vou eu desenhar, fazer fluxos, mapas mentais e reescrever frases importantes. Faço no computador ou à mão mesmo. Agora na última semana antes da prova, não pode parar os estudos totalmente, mas é bom ir com mais calma. É nessa hora que os resumos e mapas mentais têm grande valia!
EC: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
DV: Parece meio clichê, mas é verdade, só tem uma maneira de superar certas dificuldades: ENFRENTANDO-AS. E foi o que eu fiz. A matéria que eu tinha muita dificuldade era Administração Financeira e Orçamentária (AFO). Em um primeiro momento, quando via que essa matéria estava no cronograma já pensava duas vezes se ia encarar ou não. Foi quando eu decidi fazer o concurso do Tribunal Regional do Trabalho que para a minha surpresa caía AFO. Como eu não queria perder essa oportunidade, resolvi enfrentar meus medos e mergulhar na matéria de vez! Passava noites a fora desmembrando cada capítulo do livro, fazendo esquemas, muitos exercícios, perguntando diretamente ao professor. Com o tempo fui adquirindo um bom conhecimento da matéria e hoje ela não é mais uma dificuldade e sim uma vantagem competitiva! A questão está em se adquirir uma rotina de estudos, elegendo as matérias que se têm mais dificuldades e encará-las de frente. Testando os conhecimentos adquiridos e fazendo centenas de exercícios – literalmente! E se errar, volte na matéria, estude novamente, faça mais exercícios. Esse é o ciclo.
EC: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
DV: Bom, eu tenho experiências boas e ruins relativo a esse assunto. Acima de tudo tem que se ter razoabilidade e bom senso. Cada pessoa tem que respeitar seu corpo e sua mente para não passar dos limites.
Tenho uma experiência não muito boa com o concurso TJDFT em 2012: eu resolvi fazer o concurso, mas tinha muitas matérias novas e pouco tempo até a prova. Mesmo assim, resolvi tentar. Vivi esse período (dois meses) a base de energético, dormia menos de 6 horas, e consequentemente não absorvia as informações. O resultado disso tudo não é difícil de imaginar. Por outro lado, depois disso aprendi uma lição: devemos controlar a nossa ansiedade e respeitar nossos limites.
Se você está com sono no meio da tarde, tire uma soneca de 30 minutos, tome um café forte (meu melhor amigo!), e logo em seguida volte a estudar. É melhor isso do que estudar a tarde toda com sono e não aprender nada.
A minha rotina de estudos sempre foi intensa até a última semana antes da prova, o que eu modifico na ultima semana é que eu faço exercícios e revejo meus mapas mentais, resumos e mementos. O que eu tinha de informação para absorver eu já absorvi. Na última semana é hora de revisar, tirar as últimas dúvidas que ficaram no meio do caminho e tentar manter a calma. Digo tentar, porque sempre fico muito nervosa na véspera das provas. Não tem jeito.
EC: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
DV: Meu maior erro foi querer ver resultados imediatíssimos e fazer loucuras de concurseiros. Como por exemplo, tentar virar a noite estudando, ficar em casa sentada na cadeira da escrivaninha 12 horas seguidas, exagerar em bebidas energéticas, ou seja, vícios ruins que só prolongam a sua aprovação.
Por outro lado, meu maior acerto foi ter escolhido materiais de boa qualidade, com ótimos professores prontos para te ajudar. Além disso, investi em uma academia. A atividade física é uma grande aliada na nossa aprovação. É preciso ter uma pausa nos estudos, se movimentar, cuidar da saúde!
EC: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?
DV: Com certeza o mais difícil nessa caminhada foram as pressões psicológicas que nós, concurseiros, sofremos. Elas são criadas na nossa própria cabeça e também pelos outros – como eu já ouvi que estava sonhando alto demais!
No meu caso, a ideia de ficar em casa estudando para algo não palpável até então foi muito questionado no começo. Sofri muitas resistências. Eu sou de São Paulo, de uma família tradicional, onde todos trabalham desde cedo. Eu fui a “ovelha negra” da família e fiz o caminho inverso. Hoje moro em Brasília com meu namorado, os dois concursados!
Contudo, passei por muitas situações que muitos irão se identificar, como por exemplo, quando você encontra alguém conhecido na rua ou na academia (aproveitando a pequena pausa dos estudos) e te faz aquela pergunta: “Tá sumida em? AINDA está estudando pra concurso? Como você consegue?!”. Pra mim, o pior de tudo isso é a palavra “ainda”, pois eu tenho a seguinte interpretação: “AINDA não desistiu dessa ilusão?” Pois é, isso aconteceu algumas vezes…
Em relação à família, hoje em dia, tenho a aceitação de todos, mas também sofri resistências no começo. Hoje posso contar com cada um deles, amo cada um.
Em relação aos amigos, muitos se afastaram, não me compreenderam. O bom disso é que ai nós entendemos quem são os verdadeiros amigos. Os outros na verdade nunca foram, conscientize-se disso.
O que fica? A família. A sua família sempre vai te apoiar, por mais que eles não acreditem de início na ideia, eles sempre vão te apoiar. Sempre. Em tudo. Agradeço minha mãe (que sempre estava ali para comprar meus marca-textos e folhas de sulfites a qualquer hora do dia), meu pai (que me ajudava a comprar os livros e materiais online a qualquer custo), minha tia (que pagava minhas taxas de inscrições, muito caras por sinal), meu primo (que almoçava comigo na sexta feira, e era o único momento que eu tinha para por a conversa em dia), minha avó (que sempre tinha um café fresquinho e um doce para os momentos de ansiedade) e meu avô (que não está mais presente aqui, mas sei que estava torcendo por mim onde quer que ele esteja). Além disso, devo minha aprovação também ao meu namorado, Alexandre, que foi o grande incentivador para eu iniciar meus estudos para concursos. Ele foi uma espécie de “coach”: puxava minha orelha quando eu estava desligada nos estudos, me ajudava a escolher os materiais, fazia redações e provas comigo para treinamento, passávamos os finais de semanas estudando e revisando o edital. Muito obrigada a todas essas pessoas. Sem elas eu não seria ninguém. Amo todos vocês!
EC: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para um concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
DV: Meu humilde conselho para quem está iniciando os estudos é: SEJA PERSISTENTE. Você tem que saber que existem algumas coisas que todos os concurseiros irão passar, passam, ou já passaram algum dia: ser reprovado (pronto, depois da reprovação você percebe que precisa mudar algo, ou então intensificar nos estudos); vontade de desistir (é normal, mas passa… pense no cargo, na remuneração, na estabilidade, nos benefícios); deboches de amigos (é normal também, e isso você tem que agradecer, pois só faz te dar mais motivação para estudar e mostrar que você é capaz); pressões de familiares (converse, converse e converse, quando eles perceberem que você decidiu isso pra sua vida, eles te apoiarão com certeza).
Agora em se tratando de por em prática o plano de estudo, eu aconselho fazer um cronograma de estudos com base nas matérias do edital, com a carga horária de acordo com a complexidade de cada matéria. É importante também reservar um tempo para a resolução de exercícios da banca examinadora e um tempo para corrigir e rever o que errou.
E o mais importante: ter uma ROTINA de estudos. Se der pra estudar 6 horas em um dia e 2 horas em outro, estude, mas não pare, a rotina faz o nosso cérebro raciocinar melhor.
Dormir bem também é crucial na sua aprovação. Quem dorme bem, retêm mais informações, e o corpo e a mente agradecem. E hora de descanso é hora de descanso. Assim como hora de estudar é hora de estudar. É preciso seguir essa regra básica a risca.
Bom, sabemos que não é fácil, não adianta mentir. Pode demorar um, dois, três anos, depende de cada pessoa, mas é muito recompensador! É um investimento para o resto da sua vida, por isso tenha muito foco e persistência que com certeza você será mais um aprovado, é questão de tempo e esforço!
Assessoria de Comunicação