Aprovado em 3º lugar no concurso ISS BH para Auditor Fiscal de Tributos Municipais
Fiscal - Municipal (ISS)“A persistência é fundamental. Haverá momentos em que virão o desânimo e o cansaço, mas a consistência fará com que a aprovação chegue, cedo ou tarde. No mais, é escolher a área que mais se amolda ao seu perfil, dedicar-se aos estudos e fazer muitas questões para chegar afiado no dia da prova”
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Confira nossa entrevista com Lucas Xavier Pereira Cruz, aprovado em 3º lugar no concurso ISS BH para Auditor Fiscal de Tributos Municipais:
Estratégia: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Lucas Xavier Pereira Cruz: Sou natural de Ubá/MG, mas moro em Brasília/DF desde pequeno. Tenho 27 anos, sou engenheiro mecânico de formação e graduando em ciências contábeis e atuariais, ambos pela Universidade de Brasília.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Lucas: Não, nunca atuei na engenharia. Após me formar no meio de 2017, fiquei alguns meses ainda pensando sobre qual rumo profissional tomar. Comecei a estudar por me identificar bastante com a área pública e, também, por entender que não me interessava realmente pela engenharia.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Lucas: Inicialmente eu estudei para a carreira administrativa, para ter uma renda própria e tranquilidade para, se quisesse, estudar para outra carreira no futuro. Acabei optando pela área fiscal porque, em 2019, havia a previsão de saírem vários editais de fiscos municipais (o que acabou se concretizando, de fato, apesar de eu não ter sido aprovado neles).
No fim, acabei gostando da área, sendo inclusive o motivo pelo qual ingressei novamente na UnB para cursar ciências contábeis. Aprendi a gostar bastante de contabilidade e direito tributário, realmente me encontrei no curso e na área.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Lucas: Até tomar posse na AGU, em novembro de 2019, era dedicação integral aos estudos. Após a posse, conciliava com o trabalho.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Lucas: Na época em que estudava para carreiras administrativas, cheguei a ser nomeado em cargos de nível médio na FUB (Fundação Universidade de Brasília) e na Apex-Brasil, mas optei por assumir como Analista Técnico-Administrativo na AGU, onde fui aprovado em 5º lugar.
Após começar a estudar para a carreira fiscal, fiquei no cadastro reserva no ISS Uberlândia, na SEFAZ/ES, na CGU e no ISS Aracaju, onde devo ser nomeado por agora. Fiquei nas vagas na PF, na PRF, no ISS BH e na SEFAZ/AM.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Lucas: Com a pandemia e após a prova da SEFAZ/DF, ficamos um bom tempo sem edital de fisco (e de outras áreas também), e cheguei a ficar alguns meses sem estudar, focando mais no trabalho e na faculdade.
Com a previsão da prova da PF para o início de 2021, retomei os estudos por meio desse edital, pois tinha uma semelhança razoável com a área fiscal, de modo que teria uma motivação para estudar e, ao mesmo tempo, não me distanciaria muito das matérias de fiscal.
No fim das contas acabei passando na PF e na PRF, mas optei por não fazer o curso de formação para me manter estudando para auditor fiscal.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Lucas: Conheci em 2017, por indicação de uma amiga, na época em que eu ainda nem estudava para concursos.
Estratégia: Qual diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Lucas: Para mim, o que faz mais diferença no material do Estratégia são as disciplinas de legislação tributária. Além disso, em todas as demais disciplinas o material é de excelente qualidade, mantendo o alto nível de estudo para qualquer edital.
Estratégia: Recomendaria o Estratégia para um amigo que está começando os estudos?
Lucas: Com certeza. O Estratégia foi fundamental nas minhas aprovações.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Lucas: Em regra, usei os PDFs pela flexibilidade no estudo, acho que rendia mais. Entretanto, lá no início da minha preparação, eu fiz todo o curso de Direito Constitucional por videoaulas e, apesar de ser um tanto ineficiente, acho que foi importante para que eu consolidasse bem essa disciplina naquele momento, pois eu nunca tinha estudado Direito na vida.
Houve também uma ou outra disciplina que peguei por videoaulas e valeu à pena. Acho que essa é uma decisão muito pessoal. Creio que não haja um jeito certo de se estudar, cada um deve fazer aquilo com o que se sente mais confortável. A única coisa que creio ser inegociável no estudo para concursos é fazer muitas questões. Fora isso, são decisões muito pessoais.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Lucas: Antes de começar a trabalhar, a dedicação era praticamente exclusiva, então estudava de 6 a 8 horas por dia, a depender do nível de cansaço e tudo mais. Após a posse, o tempo rodava em torno de 1 a 3 horas diárias.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Lucas: De início, claro, tive que ver toda a teoria. Na época, tinha o hábito de fazer resumos em Word de cada disciplina, para consultar depois, se necessário.
Agora, falando especificamente da preparação para o ISS BH, fiz basicamente uma revisão por meio de questões, pois já havia estudado todos os aspectos teóricos algumas vezes. Basicamente, eu fazia as questões dos PDFs e colocava em um pequeno documento Word os assuntos que eu precisava relembrar, pois acabava esquecendo ou errando nas questões. Esse método me ajudou a passar por todo o conteúdo do edital de maneira eficiente, ao mesmo tempo em que praticava questões anteriores.
Em ambos os casos eu estudava por um ciclo de estudos, priorizando as matérias com maior peso na prova, de modo que eu pudesse rodar o ciclo pelo menos duas vezes na semana.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Lucas: Acho que Direito Civil e Direito Empresarial eram as maiores dificuldades, devido ao conteúdo muito extenso e por terem muito “decoreba” envolvido. Busquei priorizar as partes dessas disciplinas que percebi serem mais recorrentes em prova, fugindo um pouco dos decorebas (como a parte de contratos, em Direito Civil, por exemplo). Assim, creio que consegui tornar o estudo um pouco mais eficiente e manter um bom desempenho.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Lucas: Namoro há pouco mais de três anos e moro com meus pais. Tive um grande apoio de todos eles, com certeza. Desde o início recebi incentivo, e o amparo que me deram foi fundamental.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Lucas: Até 2020 eu dedicava um tempo para sair, me exercitar e tudo mais, acho que é importante. Entretanto, a pandemia me levou para um isolamento social mais severo. Por morar com meus pais, eu tinha muita preocupação com me infectar com o coronavírus e acabar transmitindo para eles; por isso, realmente abdiquei um pouco mais do convívio social, o que acabou me rendendo um pouco mais de tempo para estudar e trabalhar.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Lucas: Acho que é muito importante fazer outros concursos, desde que sejam dentro de sua “área alvo”. Como disse anteriormente, eu mesmo prestei vários concursos para fiscos municipais e estaduais. Creio que a experiência adquirida com isso ajuda nas provas seguintes e, além disso, acredito que isso aumenta as chances de aprovação.
Com o nível de preparação de todos os candidatos, qualquer pequeno deslize em uma prova pode significar uma colocação fora das vagas e, como os editais são parecidos, basta uma prova “que se encaixa” melhor com seus estudos, que a aprovação virá.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Lucas: Especificamente para o ISS BH, iniciei minha preparação após a prova do ISS Aracaju, em outubro de 2021. Nesse período, cheguei a fazer a prova da CGU também, mas o foco era somente no ISS BH. Além disso, tirei três semanas de férias na véspera da prova para “dar um gás” final na preparação.
Para a SEFAZ/AM, eu aproveitei muito da preparação para BH, tirando um tempo maior para a leitura da legislação estadual e revisando os demais itens do edital por questões.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Lucas: Foi uma sensação de alívio, recompensa e, claro, muita felicidade. Quatro anos de estudo depois, alcançar a tão sonhada aprovação na área fiscal.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Lucas: Como mencionei, eu estava em férias na reta final, o que ajudou a ter tempo para fazer as revisões e a não me ocupar com outras obrigações. Nos dias de véspera, assisti algumas revisões da Hora da Verdade e a Revisão de Véspera, não tive muito tempo para descanso.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Lucas: Pelo pouco tempo que tinha para estudar, acabei não fazendo uma preparação específica para as discursivas. Como as questões versavam somente sobre a legislação local, tentei ficar bem afiado nas normas municipais para garantir uma pontuação satisfatória e não sair das vagas na discursiva, como aconteceu na prova do ES.
Entretanto, se houver tempo, claro que recomendo uma preparação melhor, se possível praticando com vários temas possíveis, para não ser surpreendido na data da prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Lucas: Como erros, acho que posso destacar que meu estudo, no início, era um pouco ineficiente e preciosista demais. Perdia muito tempo preparando esquemas e revisando conteúdos de baixa incidência nas provas. É claro que nenhum estudo é perdido e isso pode até ter ajudado a consolidar alguns pontos das disciplinas, mas poderia ter alcançado isso mais rapidamente.
Como acertos, posso destacar a opção por fazer várias provas e a preparação focada em questões que fiz a partir do meio de 2021, que rendeu minhas aprovações nos fiscos.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Lucas: Não pensei em desistir, mas fiquei bastante desanimado após o resultado da SEFAZ/DF, em 2020, quando fiquei fora do cadastro. Era o concurso que mais desejava passar, por ser no local onde moro, e tinha uma expectativa boa de, pelo menos, me classificar para a prova discursiva.
Com o resultado negativo, não tinha outra opção senão me manter focado no objetivo e ter em mente que viriam outras provas pela frente.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Lucas: Como citei anteriormente, trabalhar com a área pública foi o principal motivo pelo qual iniciei no estudo para concursos. Ao longo desse período, tomei muito gosto por contabilidade e direito tributário, fatores que, por si só, já me serviam de motivação para alcançar o cargo de auditor fiscal. Para BH, especialmente, havia o fato de morar perto da família, no estado em que nasci, sem ficar tão longe de Brasília.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Lucas: A persistência é fundamental. Haverá momentos em que virão o desânimo e o cansaço, mas a consistência fará com que a aprovação chegue, cedo ou tarde. No mais, é escolher a área que mais se amolda ao seu perfil, dedicar-se aos estudos e fazer muitas questões para chegar afiado no dia da prova.