“Depois de ter feito a minha primeira prova de auditor, eu tomei dimensão do tanto que eu deveria estudar para ser aprovado algum dia. Na época eu fiz um cursinho presencial e vi que não ia me levar a nada, então fui atrás dos nomes dos melhores classificados nas provas recentes e ver o que eles fizeram, na época eram aprovados da Sefaz/GO, SC e RS, todos alunos do Estratégia; eu não tive dúvidas de que iria me tornar um coruja a partir de então.”
Confira nossa entrevista Victor Villar, aprovado em 1° lugar nas cotas do concurso ISS Aracajú para o cargo de Auditor:
Estratégia: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Victor Villar: Sou de Aracajú, Sergipe. Tenho 27 anos e sou formado em Ciências da Computação.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor: Eu trabalhei relativamente pouco. Durante quase toda a faculdade eu não consegui estagiar. Aqui na minha cidade o mercado de TI é muito por indicação e quando finalmente consegui um estágio faltava menos de 1 ano pra me formar, então não tive muito tempo para aprender sobre minha profissão. Quando me formei consegui um emprego através de uma indicação, mas, apesar de estar disposto, não me sentia realizado, nem com o ambiente de trabalho, nem com a função. Então durei uns 8 meses no emprego pra perceber que eu deveria ir atrás de algo melhor, mas sem desistir da minha área. Foi quando me informei melhor sobre o mundo dos concursos para TI. Como parte da minha família é concursada, fui atrás e descobri que dava pra tentar a carreira sem abrir mão do diploma. Foi quando me decidi.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Victor: Eu nunca soube o que fazia um auditor fiscal, mas eu tinha uma noção de que existia esse cargo porque meu avô era auditor. Felizmente, apesar de não ter tido a oportunidade de conhecê-lo, ele pôde nos dar muito conforto na vida, e foi com isso em mente que escolhi a área. O que mais pesava pra mim na época da decisão era que eu não queria ter uma carreira que fosse só sentar em uma mesa e programar pelo resto da vida, atrelado a isso eu também pensava no retorno financeiro que me daria maior bem-estar.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Victor: Graças a Deus eu tive o privilégio de poder abdicar do trabalho para me dedicar inteiramente aos estudos. Antes de tomar a decisão eu conversei muito com minha mãe, minha principal investidora, e ela me deu essa segurança para trilhar esse caminho, devo tudo a ela.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Victor: Eu faço prova pra auditor desde 2018, a primeira que fiz foi Sefaz/SC, fiz apenas para entender como era, levei uma surra. Depois fiz para auditor no RS, na BA, no DF, em AL (as duas vezes), no CE e fiz para auditor da Barra dos Coqueiros/SE. Eu sempre ia bem nas objetivas, mas a discursiva sempre me reprovava. Então de fato essa é a minha primeira aprovação.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Victor: Quando eu comecei a estudar estava tendo o boato de que iria sair o edital de auditor para Sergipe, então estudei desde o início sem edital na praça. Conforme o tempo ia passando, eu ia adaptando meus estudos pros concursos que iam surgindo, então eu sempre estava estudando. Foi quando fui pego de surpresa com o concurso de Aracaju, e apostei todas as fichas. Eu sempre fui um cara disciplinado, então quando tive a segurança de que poderia me dedicar integralmente aos estudos eu assumi essa responsabilidade como uma profissão.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Depois de ter feito a minha primeira prova de auditor, eu tomei dimensão do tanto que eu deveria estudar para ser aprovado algum dia. Na época eu fiz um cursinho presencial e vi que não ia me levar a nada, então fui atrás dos nomes dos melhores classificados nas provas recentes e ver o que eles fizeram, na época eram aprovados da Sefaz/GO, SC e RS, todos alunos do Estratégia; eu não tive dúvidas de que iria me tornar um coruja a partir de então.
Estratégia: Qual diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Victor: A primeira diferença que eu notei foi a experiência que os professores passavam em suas aulas, eu percebi que ali era coisa séria, muito diferente do que eu tinha experimentado no curso presencial. A segunda diferença foi a qualidade e organização dos materiais, pra quem tava caindo de paraquedas nesse mundo foi como uma lanterna no escuro.
Estratégia: Recomendaria o Estratégia para um amigo que está começando os estudos?
Victor: Eu não só recomendo, como recomendei todas as vezes que fui perguntado sobre material e direcionamento. Eu acho que minha trajetória seria mais longa se não fosse a corujinha.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Victor: Meu coach me passava todas as orientações de como melhorar meus estudos, porém a gente é ensinado a acreditar que só aprende se tiver um professor na frente. Eu fui bastante relutante em deixar de usar as videoaulas, mas sempre tive a sensação de que apenas aumentar a velocidade da aula para 2 vezes não era otimizar meus estudos. Foi quando me entreguei aos estudos do PDF e vi que era a forma que eu mais absorvia as matérias. Claro que quando tinha algumas barreiras, por exemplo empresarial, eu recorria à aula em vídeo, mas isso se tornou raro conforme eu fui aprendendo a gostar da leitura.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Victor: Desde o início eu tive um senso de responsabilidade com meus estudos, já que eu ia poder ficar em casa estudando, iria tomar isso como meu trabalho. Então conversando com o coach defini que seria uma meta diária de 6 a 8 horas desde o primeiro dia. Nos primeiros meses não foi fácil de manter, estudar 8 horas é diferente de trabalhar 8 horas, mas eu sempre tentava bater a meta.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Victor: Durante quase toda a minha preparação eu fazia resumos à mão, pequenas anotações, apontamentos sobre a matéria ou listas de coisas pra decorar. Tive vários cadernos, todos organizados por matéria, isso me ajudava nas revisões. Mas chegou um momento que eu percebi que era inviável ter tanto papel e só consumia meu tempo e energia, só nos últimos meses que tomei essa consciência, então migrei para o método de fazer marcações nos PDFs, foi a melhor decisão que tomei. Meu coach e eu organizamos meus estudos para cobrir cerca de 5 matérias por dia, uma vez que eu dominava a teoria eu partia para as questões e quando sentia dificuldade em um assunto específico voltava para a teoria. Foi essa inda e vinda que estabeleceu a minha base de conhecimento.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Victor: Minhas maiores dificuldades foram sem dúvidas direito empresarial (a mais difícil), direito civil, administração financeira e orçamentária (AFO) e economia. Matérias com pouco exemplo prático no meu dia a dia, eu não conseguia visualizar a aplicação, o que me gerava um bloqueio enorme. Como sou de exatas, só consegui superar o bloqueio depois de entender que era a minha má vontade em estudar essas matérias que piorava o aprendizado, quando eu comecei a “gostar” e desenvolver curiosidade por elas foi quando tudo mudou.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Victor: Tenho um namorado e moro com minha mãe, avó e irmã, todos sempre me apoiaram desde o início e isso facilitou demais minha vida. Principalmente minha mãe, minha maior apoiadora (e financiadora), não canso de ser grato a ela.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Victor: Contanto que eu tivesse estudado o que tinha estipulado, eu sempre me permiti ter vida social. Saia pra comer, malhar, andar de skate, saia com os amigos nos finais de semana, ia à praia quando dava, mas claro que quando chegava a época de pós-edital eu apertava um pouco para ganhar horas de estudo ou horas de sono, até porque naturalmente vai chegando a prova e eu ia estudando cada vez mais horas por dia. Então faltando um mês e meio eu já não saía aos sábados à noite para poder descansar aos domingos e voltar a estudar 100% nas segundas. Nem sempre dava para concluir a meta do dia, mas em certos casos eu precisava sair de casa e dar uma espairecida a ter que me forçar a continuar estudando sem ser produtivo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Victor: Eu acho que vai de cada um, eu tive a oportunidade de poder me dedicar a um concurso “fim”, não precisei fazer um concurso escada no meu caminho, mas eu sei que tive muita sorte de ter as condições ideais para isso, muita gente não tem, então é uma coisa a se pensar em cada caso. Quando eu comecei a estudar em 2019 tinha o boato de que iria autorizar o concurso da Sefaz de Sergipe a qualquer momento, era esse que eu queria desde o início. No meio do caminho vi outros e fiz porque eram na mesma área, foi o que me preparou para fazer o ISS Aracaju, e dou graças a Deus que tomei essa decisão de me dedicar 100% no passado, agora estou pronto para fazer o concurso da Sefaz Sergipe no próximo mês.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Victor: Fiz 3 anos de concurseiro agora em fevereiro de 2022. Na verdade eu tive primeiro contato com concursos em novembro de 2018, mas ainda trabalhava e não tinha me dedicado muito, só em 2019 que eu assumi o cargo de concurseiro profissional. Como a prova de Aracaju foi suspensa em 2020 e depois eu ainda fiz CE e AL, não sei estimar exatamente quanto tempo, mas deve ter sido ao todo 1 ano direcionado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Victor: A primeira coisa que eu fiz foi gritar “O quê??” bem alto. Depois fiquei atualizando a página para ver se não era um erro de digitação da banca. Quando eu digeri a realidade liguei para minha mãe e falei “mãe, seu filho vai ser auditor!”. Foi uma sensação louca, chorei muito no dia. A ficha foi caindo aos poucos, a verdade é que o sentimento de alívio só vai vir pra mim quando eu assinar o termo de posse, eu acho. Mas hoje em dia já me olho no espelho e sinto aquela sensação “você cumpriu sua missão”. É muito bom isso, as vezes me pego sorrindo sozinho e pensando na minha conquista, é a realização de um sonho, indescritível.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Victor: A reta final do ISS Aracaju foi a pior que eu tive em todas as provas, estudei tanto um dia que fui parar no hospital porque as costas não estavam aguentando. Minha rotina era basicamente dormir entre 5 a 6 horas e estudar o máximo que pudesse durante o dia. Faltando acho que 3 semanas eu já não saia de casa, não ia malhar, não me distraia com muita coisa, não porque eu não quisesse, mas meu interesse e foco só me permitiam estudar, então foi bem natural, apesar das consequências. Na véspera da prova foi igual, estudei até às 21 horas da noite, mas me forcei a parar para comer e dormir cedo. Não deu em nada, passei a noite em claro e quase não dormi, tive muita insônia e pensei em todas as possibilidades de erro possíveis, não foi um dia muito bom para mim.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor: Eu aconselho muito fazer testes em casa, pelo menos uma redação por semana. É importante saber as respostas das questões objetivas, mas na hora de tentar explicar um conceito as palavras não saem da boca, o exercício de fazer discursivas ajuda bastante tanto a aprender mais sobre o assunto, quando se preparar para a prova. Eu fazia uma questão por semana e sentia que aprendia muito. Meu erro foi não ter feito um curso específico de discursiva, um que tivesse avaliação de algum professor para redação, por causa disso minha nota não foi tão boa, apesar de eu saber as respostas da prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Victor: Os meus principais erros foram perder tempo demais fazendo muita anotação, não fazer revisão diária e não ouvir as orientações do coach Diogo – eu até ouvia, mas era um pouco teimoso em seguí-las – isso certamente me prejudicou. Já os acertos eu não sei listar, tem muita coisa que a gente vai pensando ao longo do tempo que foi uma decisão correta, mas certamente a principal foi ter desenvolvido o senso de disciplina com os estudos bem cedo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Victor: O mais difícil de ser concurseiro é que é uma caminhada solitária e não se sabe quando ela vai acabar, essa dúvida constante me consumia a cada prova que eu fazia e não passava. Pensei sim em desistir, mas eu sabia que já tinha apostado demais para voltar atrás e acreditava piamente que eu era capaz, só precisava me dedicar mais e mais. Então quando comecei a ver os resultados melhorando nas provas vinha aquela fagulha de possibilidade dizendo “está acabando, continue”, e eu continuava.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Victor: A minha principal motivação foi minha mãe, eu queria dar a ela a retribuição por tudo que ela sempre fez para mim, então pensar em tudo que iríamos fazer depois dessa caminhada me estimulava a pensar positivo e levantar para estudar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Novato, não vai ser fácil. Vai passar por muitos altos e baixos, vai ter expectativas não cumpridas, mas também vai ter surpresas. Vai ser cansativo demais, vai ter dias que você vai pensar “vale mesmo tudo isso?”, “quando isso vai acabar?”, “será que eu sou capaz de ser aprovado?”, mas também você vai amadurecer muito como pessoa e descobrir o quanto somos capazes de aprender e quanto somos fortes e decididos. O ponto chave é ser constante nos estudos, não tem fórmula secreta, tem que estudar, tem que se dedicar, tem que querer muito isso, mas tem que ter paciência. Eu deixaria de conselho o seguinte: estude no seu tempo, faça sua leitura no seu tempo, faça revisões sempre, e nunca, nunca se compare com outras pessoas. Você vai ver que se persistir, vai chegar o dia em que você vai se olhar no espelho e sentir o orgulho que eu senti por ter confiado em mim mesmo e não ter desistido. Vale a pena!