“Se é isso o que você quer, comece agora! Não deixe para depois, porque pode sair um edital excelente e você perder a oportunidade, por ser impossível preparar-se a tempo. Pense em longo prazo e vá devagar, mas aproveitando bem seu tempo.”
Confira nossa entrevista com Ricardo Bioni, aprovado em 1° lugar no concurso ISS Aracaju para o cargo de Auditor de Tributos Municipais:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Ricardo Bioni: Sou pernambucano, tenho 31 anos e sou formado em matemática, área em que fiz mestrado e doutorado no Rio de Janeiro.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ricardo: Fiz estágio de docência e publiquei artigos, mas decidi que não queria seguir a carreira de professor universitário. Aproximadamente, no carnaval de 2020, tive a ideia de ingressar na carreira burocrática. Imediatamente pesquisei por cursinhos específicos, para saber como começar essa jornada.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Ricardo: Alguns dias antes da ideia de estudar para concursos públicos, vi uma tabela das profissões mais bem remuneradas no Brasil. No topo encontravam-se carreiras jurídicas, que exigem formação específica, mas vi que auditores fiscais também possuem uma boa posição, além de haver um grande número de vagas. Inicialmente optei por estudar para a Receita Federal, tendo em vista que levaria um longo tempo para a publicação do edital.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Ricardo: Não precisei trabalhar, mas já vi estatísticas que mostram que é possível conciliar trabalho e estudos sem comprometer muito estes.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Ricardo: Solteiro e feliz assim. Não tenho filhos. Moro atualmente com meu irmão e com minha mãe, que não entendia bem como funcionam os concursos atualmente, mas me apoiou.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Ricardo: No início conseguia ver amigos com uma pequena frequência. Mas fiquei bastante isolado nos últimos meses antes da prova.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Ricardo: Esse foi meu primeiro concurso de área fiscal (Auditor de Tributos Municipais de Aracaju), e consegui o primeiro lugar. Algumas semanas antes, fiz a prova do Banco do Brasil, em que consegui o segundo lugar em Alagoas.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Ricardo: Eu tenho mais de um concurso “dos sonhos”, ligeiramente diferentes entre si, o que me traz alguma flexibilidade para fazer concursos intermediários. No entanto, evito fazer provas antes de sentir ter chances de conquistar uma vaga, pois acredito que não valha a pena fazer provas “por experiência”, exceto para tratar fobia ao ambiente de prova. Por outro lado, acho interessante pegar cargos intermediários, se for possível conseguir aprovação sem desviar muito do foco.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Ricardo: A prova foi remarcada, então tive, aproximadamente, quatro meses de estudo antes da suspensão, a qual me fez mudar a direção de estudos, e mais um mês após a retomada.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Ricardo: Um susto! Fiquei arrepiado. Sabia que tinha chances, mas não tinha certeza se conseguiria. Como a lista vem em ordem alfabética, ordenei numa planilha eletrônica e tive outro arrepio ao ver que me encontrava em primeiro lugar.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Ricardo: Sim, sempre vi os estudos como um projeto de longo prazo. É possível ler o material em pouco tempo, mas a assimilação é lenta. Ter uma rotina de estudos me traz tranquilidade e a mantenho, com ou sem previsão de editais.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ricardo: Fiz uma pesquisa rápida na internet por cursinhos de área fiscal e encontrei referências ao Estratégia, que tinha (e continua tendo) os melhores resultados.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Ricardo: Nunca estudei direito ou contabilidade antes, então usei as videoaulas para o contato inicial, pois acredito se tratar de um canal mais rico de comunicação, que permite compreender melhor o espírito das matérias. Após essa introdução, passei a aprofundar e revisar pelo PDF e, por fim, acrescentei o estudo da legislação.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Ricardo: Eu me preocupava mais com a qualidade dos estudos do que com a quantidade de horas. Aumentava ou reduzia a carga conforme meu rendimento e progresso nos estudos. Quando me encontrava muito focado, conseguia superar 10 horas líquidas, mas não sustentava tal carga por muito tempo. Estimo, em média, 8 horas líquidas de estudo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Ricardo: Eu alternava as matérias, seguindo a Trilha Estratégica, e procurava um equilíbrio entre teoria, legislação e questões. Embora não fizesse resumos, criava tabelas para organizar informações dispersas na legislação.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Ricardo: Tive muita dificuldade em direito comercial no meu primeiro contato, pois não me adaptei à didática do professor, mas consegui superar um pouco com outro.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Ricardo: Foi uma loucura! Peguei todo o meu caderno de erros dos simulados do Estratégia e procurei consertar esses pontos, além de continuar na Trilha Estratégica e na leitura da legislação. Vi também algumas videoaulas de reta final. Na véspera de prova, precisei viajar e não estudei coisa alguma.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ricardo: Eu me sentia muito inseguro em relação a discursivas, cheguei a comprar um livro específico para treinar isso. Fazia, toda noite, uma questão discursiva e comparava ao padrão de resposta. As videoaulas de reta final, assim como as questões discursivas dos últimos simulados, ajudaram-me bastante. Aconselho fazer muitas discursivas, à mão como na prova, pois isso contribui não só para o desempenho nessas questões, mas também para o aprendizado como um todo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Ricardo: Diversos erros, como não revisar a teoria o bastante, não dar valor à leitura da legislação, não começar cedo a treinar para as discursivas. O maior acerto foi perceber e consertar os erros! Mas buscar, desde cedo, um bom cursinho e fazer simulados foi fundamental.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Ricardo: O mais difícil foi suportar certas pressões, para isso procurei pensar que tudo isso iria passar, mesmo que não parecesse. Às vezes pensei em desistir, levantei alternativas, mas não me trariam independência financeira. Imaginei um futuro melhor e segui em frente.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Ricardo: Ter independência financeira, mas sem ser “consumido” pelo trabalho, como acontece em tantas profissões.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ricardo: O conselho que dou é: se é isso o que você quer, comece agora! Não deixe para depois, porque pode sair um edital excelente e você perder a oportunidade, por ser impossível preparar-se a tempo. Pense em longo prazo e vá devagar, mas aproveitando bem seu tempo.