Aprovado em 1° lugar (Cotas) no concurso EMATER-DF para o cargo de Extensionista Rural - Engenharia Agronômica
Concursos Públicos“Meu conselho é não perder a fé em Deus. A empolgação te faz começar, mas será a disciplina que te trará a aprovação!”
Confira nossa entrevista com Vithor Matteus Amaral de Alcantara, aprovado em 1° lugar (Cotas) no concurso EMATER-DF para o cargo de Extensionista Rural – Engenharia Agronômica:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Vithor Matteus Amaral de Alcantara: Olá a todos, meu nome é Vithor, tenho 26 anos e sou natural de Paraopeba, uma pequena cidade no interior de Minas Gerais. Sou analista e desenvolvedor de sistemas, além de engenheiro agrônomo formado pela UnB.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Vithor: Durante minha adolescência no interior de Minas Gerais, não tinha muita noção das possibilidades que existiam fora do setor privado. O serviço público da cidade era formado apenas pela prefeitura e por um ou outro escritório estatal de água e energia.
Quando entrei na faculdade pelo Enem, tive a oportunidade de estagiar na Procuradoria Geral do Distrito Federal (PGDF) e pude acompanhar de perto a realidade dos profissionais peritos e analistas do órgão, com quem trabalhava diariamente. Nesse tempo, percebi como situações corriqueiras que acontecem no dia a dia das pessoas e são enfrentadas como problemas e motivos de preocupação para funcionários da iniciativa privada, como licenças médicas, inflexibilidade no agendamento das férias ou até mesmo a gravidez, não são vistas da mesma maneira no serviço público. O órgão propiciava todas as necessidades de seus funcionários sem críticas improdutivas, pressões desproporcionais ou a própria sabotagem entre eles. Essa realidade “segura”, com garantias e confortos que essas pessoas vivenciavam e que não as limitavam a viver para trabalhar, mas sim a trabalhar para aproveitar a vida, abriu meus olhos para essa possibilidade!
Com a minha colação de grau e, por consequência, o término do meu contrato de estágio, fiz algumas entrevistas de emprego na área de agronomia. No entanto, as entrevistas não focavam no aspecto técnico da área, mas eram muito mais baseadas em “fui com sua cara” ou “quem te indicou para a vaga?” do que no meu conhecimento. Essa foi a decisão final para que eu me tornasse um verdadeiro concurseiro e focasse meus estudos!
A prova testa seu preparo e não o seu networking! Essa foi a principal diferença que me trouxe até aqui.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Vithor: Sim, durante os dois últimos anos da graduação, eu estudava em tempo integral na UnB, estagiava todos os dias na PGDF e cursava Análise e Desenvolvimento de Sistemas a distância. Mas, como diria minha mãe: ‘Tem tempo de sobra, o que você faz da meia-noite às 6 da manhã?’ Brincadeiras à parte, minhas rotinas de estudo para concurso nunca foram muito organizadas. Como grande parte do meu dia eu passava dentro de ônibus indo para as aulas, estágio e casa, sempre aproveitava para ouvir áudios de aulas e assistir a vídeos quando conseguia um lugar para sentar. Como tinha o objetivo de ser concursado, dediquei cada momento de minha rotina para conciliar tarefas do dia a dia (lavar louça, cozinhar, me exercitar, limpar a casa, esperar o ônibus no ponto) com os estudos — aproveitava os intervalos entre as aulas e até mesmo os minutos enquanto tomava banho e me arrumava para a aula para colocar vídeos de direito administrativo para tocar. Cada minuto contava.
Uma das dicas mais importantes que alavancaram meu desempenho, sem dúvida, foram as Revisões de Véspera! Sem merchan ou qualquer coisa assim, mas como eu tinha muito pouco tempo para estudar, sempre foquei em conteúdos mais resumidos e tentei expandir esse conhecimento, interpretando e imaginando como o conteúdo poderia ser aplicado em casos concretos durante a prova. Eu apostava todas as fichas em estudar pesado nas Revisões de Véspera porque, ao longo da preparação, quase não havia tempo para revisar. Focava em vídeos gigantes e completos, assistindo em velocidade 2x para as partes que eu já me lembrava, com o foco em tentar terminar todo o vídeo na véspera. Quando cheguei na prova, não precisava me lembrar de algo que tinha estudado três meses antes, pois eu havia revisado e tinha acabado de ter contato com o assunto no dia anterior, e estava tudo bem fresco.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Vithor: Eu tive duas aprovações dentro das vagas: Extensionista Rural na Emater-DF, 1° lugar nas cotas PPP, e Técnico Agrícola na Novacap, também 1° lugar nas cotas PPP. Além dessas, estou aprovado no cadastro de reserva do Ministério Público de Goiás para o cargo de Analista Ambiental, em 1° lugar nas cotas PPP. Anteriormente, também fui aprovado como excedente no Core-DF, em 6° lugar nas cotas PPP.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Vithor: Praticamente inexistente! Foi um sacrifício que eu sabia ser necessário, mas faria o que fosse preciso para que fosse o mais breve possível. Minha mãe entendeu meu propósito e, inclusive, me ajudou com os materiais. Como o investimento já estava feito, ela confiou no processo e me manteve focado até lá.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Vithor: Quando eu entendi a vida pública, quis compartilhar essa jornada com o ‘pote de ouro’ no final, levando o máximo de amigos e familiares possível. Por isso, enfatizei a oportunidade para vários amigos que, assim como eu, não conheciam a carreira pública e todos os benefícios e vantagens de determinadas áreas. Todos estão estudando até hoje!
Somos um grupo de 4 integrantes. Quando nos unimos nesse propósito, fizemos até uma promessa: quando um de nós passasse e recebesse o primeiro salário do cargo, iria ‘financiar’ um rodízio de comemoração para todos os outros; e assim por diante até que o último entrasse. Essa seria nossa tradição e a comemoração pelos resultados dos sacrifícios feitos! Eu tive a sorte de ser o primeiro entre eles.
A jornada do concurseiro é inevitavelmente solitária e afeta muito o psicológico de quem se dispõe a passar por ela, mas, sabendo disso, sempre fiz o máximo para motivar meus amigos e vice-versa, para conseguirmos chegar inteiros até o final!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Vithor: Essa é uma resposta complexa. O concurso para o qual eu verdadeiramente estudei e passei foi o da Emater-DF, para o qual gastei algo como 3 meses focados. Sempre tive muita dificuldade em me manter concentrado e, por mais engraçado que pareça, grande parte do meu “tempo de estudo” era perdido (vendo vídeos de pessoas que trabalhavam no órgão falando sobre o dia a dia delas; procurando no Google Maps onde ficavam os prédios dos órgãos para os quais eu estava estudando; abrindo o portal da transparência e gastando mentalmente os salários que estavam ali kkkk). Tudo isso me fazia retomar os estudos com mais força!
Eu acredito que a disciplina é o caminho mais certeiro para alcançar o resultado, mas, pessoalmente, segui o caminho da motivação. Parece bobo e, realmente, é vergonhoso falar sobre isso, mas foi esse o caminho que funcionou para mim.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Vithor: Durante a preparação, adquiri a vitalícia do Estratégia e usei bastante os materiais e ferramentas que estavam ali. Apesar disso, algumas delas eu ainda não sei usar bem até hoje. Porém, depois de testar um pouco de tudo, percebi que não precisaria e nem deveria usar todas as ferramentas disponíveis; isso poderia até mesmo atrasar minha preparação, pois, no meu caso, o fator mais limitado era o tempo. Uma metáfora seria tentar usar todas as ferramentas de uma oficina de ponta que conserta carros esportivos, sendo que você quer apenas regular o freio de uma bicicleta com uma chave de fenda (kkk). Encontrei no Estratégia a minha chave de fenda nos mapas mentais, nas Revisões de Véspera e no banco de questões comentadas! Todavia, entendo que, com mais tempo de estudo e para os meus próximos passos, buscando concursos cada vez melhores na carreira de concurseiro — que não pretendo encerrar tão cedo —, vou precisar usar ferramentas mais elaboradas, como a Trilha Estratégica, entre outras ferramentas poderosas disponíveis na plataforma!
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Vithor: Tive contato com professores que admiro através das aulas gratuitas no YouTube. Vendo que o material era excelente, resolvi adquirir a Assinatura Vitalícia. Daí para frente, recomendei para todos os meus amigos que estão na vida bandida de concurseiros que fizessem o mesmo.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Vithor: Comecei os estudos em outra plataforma com banco de questões, mas as videoaulas eram bem desatualizadas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Vithor: Fui aprovado na Seagri-DF, mas fiquei muito longe das vagas imediatas e até mesmo do cadastro de reserva. No concurso para Auditor Fiscal de Atividades Urbanas, fui eliminado pela redação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Vithor: Sim, após me tornar aluno do Estratégia, percebi uma diferença significativa na minha preparação. O material didático oferecido é muito bem estruturado. Fiz uso dos podcasts, dos mapas mentais e, claro, das Revisões de Véspera, que sempre me garantiram algumas questões.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Vithor: A estrutura dos meus estudos é algo que sinto que poderia melhorar bastante. Eu não tinha uma organização bem delimitada; verticalizava o edital, encontrava as matérias que menos conhecia e focava nelas. Nas raras vezes em que sobrava algum tempo, eu revisava as matérias que já conhecia, mas normalmente sempre utilizava as questões comentadas para fazer essas revisões.
Como não tinha um horário livre garantido no meu dia, às vezes não conseguia estudar nem 15 minutos, apenas resolvendo uma ou duas questões para não perder o hábito. Nos últimos dois dias antes da prova, eu assistia aos vídeos de Revisão de Véspera por inteiro, mesmo que o vídeo tivesse mais de 10 horas — como é muito comum. Se necessário, colocava em 2x para ganhar tempo nas matérias já consolidadas. Portanto, eu não tenho um número exato de horas líquidas por dia, mas, se tivesse que fazer uma média global, seria algo em torno de 1 a 2 horas, com dias extremos em que não conseguia estudar e dias em que não fiz nada além de estudar.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Vithor: Minhas revisões foram feitas utilizando apenas questões e os vídeos disponíveis de Revisão de Véspera. Meu foco era revisar o máximo de conteúdo possível logo antes da prova, para chegar com o conteúdo bem fresco na cabeça. Como o tempo era muito escasso, acabei nunca escrevendo um resumo sequer; apenas baixei os mapas mentais, quando disponíveis, para revisar o mais rápido possível.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Vithor: Toda a importância possível. Para mim, a forma que mais fixa o conteúdo é errando questões. Quando erro uma questão, ela não sai mais da minha cabeça, pois fico irritado com ela, e isso, de certa forma, é muito bom para os estudos!
Quanto ao número de questões resolvidas até a minha primeira aprovação, dentro das vagas, posso afirmar que passei facilmente de 1.500 questões resolvidas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Vithor: Minha maior dificuldade com as disciplinas sempre foi com aquelas matérias muito extensas, em que se estuda por muito tempo e se vê pouca melhora, como Português e Direito Constitucional. Essas matérias exigem muitas horas de estudo para chegar a um nível competitivo, o que me deixava sem paciência e com a sensação de que o estudo não estava rendendo. Observando minhas notas de prova, percebi que eu ia muito bem nas disciplinas específicas, enquanto nas básicas, nem tanto. Porém, coloquei na minha cabeça que a matéria era extensa, mas não era infinita. Então, o pouco que eu fazia a cada dia me aproximava mais da aprovação, mesmo que não parecesse, e que, em algum momento, eu aprenderia a maior parte da matéria. Revisar seria muito mais fácil do que aprender do início, e assim foi.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Vithor: Esse período considero o mais importante da preparação, pois foi nele que eu estava muito próximo da prova e conseguia sentir a motivação necessária para usar cada minuto disponível e focar ainda mais nos estudos. Como nesse período a maior parte do que eu estudava não era perdida para o esquecimento, eu realmente me dedicava ao máximo para revisar a maior quantidade possível de matéria logo antes da prova, buscando materiais cada vez mais resumidos à medida que a data da prova se aproximava. Foi nesse momento que entrou a maratona da Revisão de Véspera, que sempre me ajudou muito a relembrar assuntos que já não estavam tão frescos e garantir que eu chegasse à prova com o maior conhecimento possível.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Vithor: Sim, eu realizei algumas discursivas nesse período. Para treinar a discursiva, é importante deixar de lado a preguiça e entender que ela tem grande peso nas provas. Além disso, é preciso ter uma estratégia para estruturar um tema e correlacionar as ideias.
Para me preparar, busquei estruturas genéricas de redação bem avaliadas e tentei me basear nelas para redigir minhas redações. Outra técnica, mais relacionada à execução da prova, é que sempre levo três canetas pretas: não apenas como backup, mas também porque cada uma delas tem um tamanho de ponta específico. Uso a mais fina para preencher a redação e conseguir escrever com letra menor, aproveitando melhor as 30 linhas sem que o texto fique sobrecarregado. A caneta de ponta grossa (1,6 mm) é usada para preencher o gabarito mais rápido. A caneta de ponta média não é ideal para nenhuma das situações, mas também não é ruim caso alguma das outras falhe.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Vithor: A princípio, meu maior erro foi tentar aplicar exatamente a rotina de estudos que funcionou para outra pessoa também. A minha realidade, no momento, é totalmente diferente, assim como minha forma de aprendizado! Eu queria ler todos os PDFs, mas acabava perdendo a atenção muito rápido devido ao TDAH que tenho, o que dificultava a absorção do conteúdo da melhor forma. Apesar do tempo restrito, as videoaulas e a resolução de questões se mostraram as melhores formas de aprendizado para mim. Por isso, acredito que cada um deve testar o que funciona melhor para si e não perder tempo forçando uma rotina ou metodologia de estudos que não condiz com sua realidade, só porque alguém diz que deve ser assim.
O caminho para o sucesso no mundo dos concursos não é único, mas a única certeza é que todos eles requerem esforço, dedicação e perseverança.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Vithor: Várias vezes! Foi Deus quem não deixou! Como estava contra a parede, sem alternativas, tive que me obrigar a fazer o que precisava ser feito. Todos os dias em que eu pensava em desistir, apelava para músicas motivacionais e outros métodos que funcionaram para mim.
Às vezes, uma oração, uma xícara de café e um vídeo motivacional brega são tudo o que você precisa para voltar para a cadeira e focar nos seus objetivos!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vithor: Meu conselho é não perder a fé em Deus. A empolgação te faz começar, mas será a disciplina que te trará a aprovação!