Aprovado no concurso DPE-SP
Concurso DPE-SP Defensor: Bruno Damasco
“O mais importante para mim foi picotar toda aquela gama de matérias para metas diárias. Cada dia uma meta nova, uma carga de estudo pré definida. Se terminasse antes eu descansava, ia encontrar com amigos ou namorada. Então para mim era um dia de cada vez. Não tentava antecipar o cronograma, nem deixava a matéria acumular muito. Esse foi meu maior acerto”
Entrevista aprovados Concurso DPE-SP Defensor: Bruno Damasco
Confira nossa entrevista com Bruno Damasco, aprovado no concurso DPE-SP para o cargo de Defensor:
Estratégia Concursos: Olá! Qual a sua idade? De onde você é? Em que ano se formou?
Bruno Damasco: Meu nome é Bruno Damasco, tenho 29 anos, fui aprovado no VIII Concurso da Defensoria Pública de São Paulo em 2019, e me formei no ano de 2016 na Universidade Federal Fluminense – UFF.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a Defensoria Pública? O que te atraiu nessa carreira?
Bruno: A decisão de começar a estudar para concursos foi tranquila porque vi nas carreiras jurídicas de Estado a melhor forma de me realizar profissionalmente, tanto pela contribuição social que eu poderia proporcionar, quanto pela remuneração.
Nesse sentido, o cargo de Defensor Público sempre me atraiu. Estagiei na Defensoria Pública da União e vi de perto a beleza do cargo e o impacto social que a instituição proporciona. Assim que me formei, foquei em realizar concursos que não exigiam prática jurídica de 3 anos, como de analista de tribunal e procuradoria municipal, e depois comecei a fazer provas de Defensorias que não exigiam os 3 anos de prática. Isso fez com que eu me adaptasse às matérias típicas da Defensoria. Mesmo depois de adquirir os 3 anos de prática jurídica, como já tinha uma boa base, foquei nos concursos para Defensoria Estadual e consegui a aprovação no concurso DPE-SP defensor.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Sempre conciliei trabalho e estudo. Assim que me formei, passei na prova de Residência Jurídica da PGE/RJ e conciliava os estudos com a residência. No início de 2018 tomei posse como Analista no TRF2 e tive que adaptar meus estudos para as 8 horas diárias de trabalho, além do tempo no trânsito, uma hora para ir e uma hora para voltar.
Organizava meu cronograma diário de acordo com o trabalho. Escutava aulas no ônibus indo e voltando, se conseguisse concluir meu trabalho mais cedo, estudava ali mesmo, usava a hora de almoço para estudo. O importante é você ter uma meta diária, semanal e mensal e encaixar na rotina do trabalho.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Fui aprovado para Procuradoria Municipal de Paraty em 5º lugar, Analista Judiciário do TRF2 em 25º e Oficial de Justiça do TRF2 em 9º, além da Defensoria Pública de São Paulo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Impossível abdicar da vida social, não é saudável, nem recomendável. Associar uma rotina de trabalho e estudo a uma vida sofrida e sem nenhum tipo de prazer vai fazer com que seu cérebro rejeite aquele estilo de vida.
Durante a semana eu estudava e trabalhava normalmente. Falava com meus amigos por whatsapp, tinha redes sociais e separava sexta ou sábado a noite para sair com amigos ou namorada. Domingo almoçava com a família normalmente. Sem edital na praça, reservava um dia da semana para descanso, e se alguma prova estivesse distante, me dava o luxo de viajar por 3 ou 4 dias.
O mais importante na minha preparação foi ter feito programações. Mensal, semanal e diária. E dentro dessa programação encaixava os momentos de lazer e vida social. Se houver um plano de estudos traçado dá para conciliar tudo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Namorei desde o início da faculdade e morava com meus pais até o momento que fui aprovado na DPE/SP. Eu poderia ter ido morar sozinho quando tomei posse como Analista, mas achei melhor contribuir financeiramente em casa tendo suporte da família do que montar um apartamento e desperdiçar o pouco tempo que eu tinha com afazeres domésticos.
Graças a Deus eu tive essa escolha e minha família sempre me deu apoio nessa caminhada. Claro, algumas demandas familiares não podiam ser atendidas por conta dos estudos, mas eles compreenderam e sabiam que lá na frente a recompensa seria maior.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Vale a pena fazer outros concursos que não seja o seu foco, mas não é recomendável fugir muito das matérias.
No meu caso específico, eu foquei nas carreiras jurídicas estaduais (Magistratura, Ministério Público e Defensoria). Abdiquei da carreira policial e das carreiras jurídicas federais, além das procuradorias estaduais. Se eu focasse nessas carreiras desvirtuaria muito o meu foco e eu não conseguiria me aprofundar nas matérias.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Bruno: Iniciei os estudos para o concurso ainda no final da faculdade, em 2014. No entanto, para as provas da Defensoria, iniciei os estudos em setembro de 2017, quando abriu edital para a Defensoria Pública de Pernambuco. Realizei provas de Defensoria Estadual nos anos seguintes, até ser aprovado em novembro de 2019 para a DPE/SP.
Prepare-se com o melhor material e com quem mais aprova em Concursos Públicos em todo o país.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Sim. Na verdade eram raros os momentos que não havia algum edital na praça ou na eminência de sair, então não havia muito tempo de respiro. Mas quando não tinha edital, estabelecia cronogramas de estudo. Estipulava uma meta mensal, uma meta semanal e uma meta diária. Se conseguisse bater a meta do dia mais cedo que o previsto ganhava o resto do dia de descanso. Se conseguisse bater a meta da semana antes do previsto, ganhava um dia de descanso, e se fosse no mês, ganhava alguns diazinhos.
Trabalhava comigo mesmo um sistema de metas e de recompensa. Se por acaso não conseguisse cumprir com uma meta, no final do dia eu reprogramava o cronograma para encaixar a matéria que ficou acumulada. Esse sistema de planejamento com metas e com recompensas diárias fez com que meu cérebro lidasse melhor com o ritmo intenso de estudo e trabalho.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Bruno: Quando terminei a faculdade, fiz um curso de videoaulas de carreiras jurídicas completo, e para cada matéria eu fiz um resumo no Word.
A partir daí era só atualizar o resumo com os informativos do STF e STJ que saiam ou com alguma coisa nova que eu lia, alguma doutrina ou tese. Assim, pouco a pouco eu ia enriquecendo o meu resumo e sempre mantendo eles atualizados.
Quando saia Edital com alguma matéria que eu não tinha profundidade, eu recorria aos PDF`s e os resumos que já vinham prontos de cursos que eu adquiria.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Conheci o Estratégia através dos PDF`s pós-edital, quando eu tinha que recorrer a alguma matéria nova e peculiar de um Edital específico. Todas as provas que eu fiz havia alguma matéria peculiar que me fazia recorrer aos PDF`s do Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todos que estudam para concurso público é a quantidade de assuntos para memorizar. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: Planejamento de estudos é algo muito particular. No meu caso eu fiz meus próprios resumos assistindo videoaulas das matérias e ia atualizando com informativos e novas doutrinas e teses que ia lendo.
Quando meus resumos já estavam prontos e já atualizados, eu separava um período de dias para ler os resumos e ir acompanhando com o vade mecum.
Exemplo: Edital foi publicado e a prova é daqui há 3 meses. Eu pegava as matérias do Edital e separava uma carga de dias para cada matéria, de forma a se enquadrar nos 90 dias que eu tinha. Dentro desse planejamento havia os dias livres e os momentos de lazer, mas havia um cronograma estabelecido, com meta mensal, semanal e diária.
Não gostava muito de fazer exercícios para a prova objetiva, porque já tinha traquejo com esse tipo de prova desde os tempos de vestibular, e o meu melhor método era realmente a leitura dos meus resumos. O mais importante era que eu confiava no meu material, nos meus resumos. Eu tinha em mente que se eu dominasse o conteúdo do meu próprio material eu passaria em qualquer prova objetiva, e assim foi feito. Depois de um tempo era certo passar na prova objetiva, o obstáculo maior era a prova discursiva.
Eu não estabelecia uma quantidade de horas de estudo por dia, mas uma quantidade de páginas que eu tinha que ler do meu resumo. Exemplo: se meu resumo de processo penal tinha 500 páginas e eu tinha 10 dias para estudar processo penal, significava que eu teria que ler 50 páginas por dia. Não interessava se eu faria isso no ônibus, no trabalho, em casa, almoçando ou jantando, minha meta era as 50 páginas do meu resumo. Se terminasse antes do final do dia eu descansava, me dava esse presente. Se não conseguisse ler as páginas que eu havia estipulado, encaixava elas na meta do dia seguinte.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Normalmente a semana final antes da prova é reservada para revisão, fazer exercícios, assistir aulões de reta final dos cursos que compramos. Na semana da prova objetiva era tranquilo. Na semana da prova discursiva já era mais tenso. Mas sem dúvida, a semana antes da prova oral foi a mais estressante.
O certo era continuar com uma rotinha normal de estudos e descansar a cabeça na véspera. No entanto, eu particularmente não conseguia e mantinha o meu ritmo de estudos na semana e no dia da véspera.
Ir para a prova com a sensação que você cumpriu com o seu cronograma feito lá trás, e que conseguiu abarcar os temas do Edital é a melhor sensação antes de fazer a prova, porque diminui a sua ansiedade. Você sabe que se você não souber as questões ou tiver dúvida é sinal de que todos terão a mesma dificuldade, afinal a sua parte você fez.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: Quando chegou a prova discursiva eu sabia que eu já tinha base e noção das matérias. Não havia o que ser revisado ou aprendido de novo. Eu comprei um curso específico para a prova discursiva, fazendo muitas questões e peças, simulando a prova várias vezes. Aqui foi um estudo completamente diferente da prova objetiva porque eu focava quase 90% do meu estudo em simular a prova e fazer as questões.
No caso da Defensoria de São Paulo era fundamental simular os dias de prova porque o manejo do tempo era essencial. Eram 4 horas e meia para fazer oito questões discursivas de 30 linhas e uma peça. Então, como treino, foi preciso fazer exercícios e submeter a uma nota final de um examinador.
Estratégia: Como foi sua preparação para a prova oral?
Bruno: A minha preparação para a prova oral também foi diferente da prova discursiva, já que na prova discursiva nós temos o auxílio do Vade Mecum.
Então eu foquei em revisar as matérias e conciliar isso com o treino da prova oral. Confesso que especificamente na DPE/SP eu foquei mais em revisar as matérias do que propriamente fazer o treino da prova oral, porque eu sabia de antemão que seriam 10 minutos de arguição para cada matéria, então se eu me mantivesse calmo e tivesse o conteúdo na mente, era só responder as perguntas despejando toda a informação eu tinha sobre os assuntos abordados.
A prova oral da DPE/SP é diferente de todas as outras, então a preparação para ela também foi diferente. Em provas orais que não há muito tempo de arguição é fundamental simular a prova e treinar a arguição.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Meu maior erro, sem dúvida, foi não ter controlado melhor minha ansiedade. Abdiquei de exercícios físicos na minha trajetória e a ausência de controle da minha ansiedade me prejudicou muito, tanto na minha concentração nos estudos quanto em problemas de saúde, como gastrite etc.
Meu maior acerto, sem dúvida, foi ter feito meus próprios resumos em que eu poderia atualizá-los e enriquecê-los com o tempo e ter feito cronogramas de estudo, com meta mensal, semanal e diária. Quando você faz o cronograma, com metas e recompensa, o seu cérebro materializa aquele imensa carga de estudo em pequenas cargas diárias e tudo fica mais tranquilo. Quando você vê leu 50 páginas em 1 dia, 500 páginas em 10 dias, leu 1.500 páginas em 30 dias, e em 3 meses revisou todas as matérias do Edital.
O mais importante para mim foi picotar toda aquela gama de matérias para metas diárias. Cada dia uma meta nova, uma carga de estudo pré definida. Se terminasse antes eu descansava, ia encontrar com amigos ou namorada. Então para mim era um dia de cada vez. Não tentava antecipar o cronograma, nem deixava a matéria acumular muito. Esse foi meu maior acerto.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: Lembro que cheguei à prova oral da Defensoria de Pernambuco em junho de 2018 e fui eliminado. Foi minha primeira prova oral. Foi muito triste, mas eu sabia que ainda estava no começo da trajetória. Apesar do baque eu continuei firme. Se eu cheguei em uma prova oral significava que eu poderia galgar coisas maiores e que eu estava no caminho certo.
Em junho de 2019, eu estava no meio dos estudos da prova discursiva da Defensoria de São Paulo e meu corpo simplesmente chegou à exaustão. Eu não conseguia mais estudar. Meu cérebro não dava mais conta. Eu sabia que tinha que parar por uns 10 dias pelo menos, pedir férias do trabalho e ficar olhando o tempo. Já eram 4 anos sem férias, com ritmo de estudos muito intenso.
O problema é que eu não tinha esse tempo. Acabei fazendo a prova discursiva da DPE/SP sem ter estudado o tanto que eu gostaria. Quando acabou a discursiva da DPE/SP me dei um tempo e fiquei esperando o resultado. Quando eu vi que tinha passado para oral eu ganhei forças de onde eu nem sabia que tinha. Sabia que aquilo era o meu passaporte para o fim dessa trajetória de concursos, já que era o cargo que eu sempre almejei. Seria mais 1 mês e meio de intenso estudo para uma recompensa de uma vida toda depois.
Eu não desisti e não desistiria, mas tive momentos de tristeza profunda e muita exaustão.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Bruno: Maior alegria da minha vida até então. É indescritível. Beber uma cerveja sem nenhum peso na consciência de que deveria estar estudando é algo maravilhoso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Planejamento, planejamento e planejamento. Planeje sua trajetória de acordo com a rotina, seu estilo de vida e as peculiaridades da sua vida. Faça cronogramas, estabeleça metas. Encaixe nesse cronograma momentos de lazer e descanso. Não abdique JAMAIS da sua vida social, família e amigos. Seu cérebro não vai se adaptar nunca a um estilo de vida que seja sofrido, ainda mais se pensarmos em uma trajetória de anos. Não se compare com outras pessoas, outras trajetórias. Esqueça a sua idade. Não importa se você passa com 25, 28, 35 ou 40, no final o cargo é o mesmo, a remuneração é a mesma. Haverá abdicações, é claro, mas é fundamental que o estudo seja SUSTENTÁVEL no tempo. E se você se frustrar ou fracassar, pode ter certeza que está no caminho certo. Só fracassa quem se esforça e tenta, e essa é a chave do sucesso posterior.
Faça como o Bruno Damasco e siga a Carreira Jurídica estudando com quem mais aprova!
Prepare-se com o melhor material e com quem mais aprova em Concursos Públicos em todo o país.