Aprovado no concurso CGU em 30º lugar para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle, Contabilidade Pública e Finanças - DF
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“Sempre usei muito as videoaulas especiais do Estratégia nesse período: Reta Final, Hora da Verdade e Revisão de Véspera são materiais importantíssimos nesse processo de ativação da memória pré-prova.”
Confira nossa entrevista com Murilo Hinojosa, aprovado no concurso da Controladoria Geral da União (CGU) em 30º lugar para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle, área Contabilidade Pública e Finanças – DF:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Murilo Hinojosa: Olá pessoal, eu sou o Murilo Hinojosa, formado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 2009, tenho 37 anos e sou natural de Vitória – ES (apesar de ser mais paulistano do que capixaba, vivi lá por 2 anos somente e já estou em sampa desde 2003, rsrs).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Murilo: Eu estava frustrado com minha carreira. Desde que me formei trabalhei em uma só empresa, sempre me dediquei bastante e, apesar de ter aproveitado oportunidades de crescimento, viagens internacionais, desafios e tudo o mais, sentia que faltava um reconhecimento financeiro. Além disso, temia pelo futuro, já que via muitos colegas mais velhos (nos seus 50 anos) sendo demitidos.
Também houve influência da família de minha esposa: meus sogros são funcionários de carreira do Banco do Brasil e meu cunhado servidor da Secretaria do Tesouro Nacional (coincidentemente, mesma carreira da CGU!) desde 2012.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Murilo: Sim, sempre trabalhei em minha trajetória de concurseiro. Em 2018 e 2019 eu estudava para área de tribunais do judiciário e consegui conciliar razoavelmente bem, estudando no trem a caminho e no retorno do trabalho e de final de semana (passei no TRF-4 e no TRF-3 para técnico nessa época). Porém, em 2020 a coisa começou a apertar: virei gerente na empresa, veio a pandemia, veio minha segunda filha e tudo junto me levou a um burnout.
Para minha sorte, no fim de 2020 me nomearam no TRF-4, e, junto com minha esposa, tomei a difícil decisão de largar minha carreira de 12 anos na engenharia para assumir como técnico judiciário, com uma redução de 35% do salário.
Hoje vejo que foi o melhor que eu poderia ter feito, pois com isso minhas responsabilidades no trabalho diminuíram bastante e pude dedicar mais tempo para o estudo, além de paulatinamente recuperar a sanidade mental. Entre 2020 e meados de 2022 estudei para área de controle trabalhando de home office: estudava pelas manhãs (antes do expediente da Justiça), de noite (entre 20 00 e 00 00, hora que as meninas estavam dormindo) e fins de semana (pouco, pois precisava dar atenção para minhas filhas, hoje com 2 e 4 anos).
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Murilo: Olha, não foram muitos não, rsrs. Eu sempre fui meio exigente com concurso, queria algo em São Paulo (próximo da minha família) ou em Brasília (próximo da família de minha esposa). Em 2018 e 2019, época em que eu estudava para tribunais, bombei no STM, ABIN, STJ, TRANSPETRO, TRT-02, MPU e SLU-DF, depois passei no TRF-4 (técnico, 2º lugar Blumenau) e TRF-3 (técnico, 57º lugar São Paulo).
Entre 2020 e meados de 2022, quando estudei para controle, bombei no TCDF (não fiz o mínimo nas discursivas por 0,7 pontos de 50!), estou aguardando TCU (fiquei em 56º na primeira fase para auditor) e estou nas vagas na CGU (tomei outro susto aqui, caí de 3º para 30º para auditor contabilidade e finanças após o resultado das discursivas).
Se pretendo continuar estudando? Não sei, tem um tal de concurso do Senado aí que dá uma coceirinha, rsrs, mas estou esperando os próximos passos com a CGU antes de tomar alguma decisão.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Murilo: Bom, tomei a decisão de estudar para concursos quando minha esposa estava grávida de 4 meses de nossa primeira filha, então podemos dizer que a vida social já não existia, rsrs. Vou deixar para dar mais detalhes da família na próxima pergunta!
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Murilo: Essa foi, de longe, a parte mais difícil de minha preparação: conciliar a família (que crescia!) com os estudos. Honestamente, eu não achava que fosse demorar mais de 4 anos para passar no meu concurso “final” (considero os tribunais como concursos “escada”): o tempo foi passando, veio a segunda filha, a pandemia, o burnout e quase parei de estudar no meio do caminho por dificuldade em lidar com todas as coisas ao mesmo tempo.
No fim, após muitas conversas em família, acabou que eu segui adiante, mas remodelei minha rotina de estudos para poder dar atenção às crianças e ajudar nas tarefas de casa.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Murilo: Foram dois anos e meio estudando para a área de controle. Comecei focado no TCDF (foram umas 1200 horas de estudo), depois direcionei para o TCU (mais umas 1500 horas). Na realidade, só estudei para a CGU especificamente por 1 semana, após a prova do TCU e antes da prova da CGU, buscando os assuntos específicos que eu ainda não havia visto. Mas é claro, toda a bagagem que trouxe desde a época do TCDF me ajudou a conquistar um bom resultado na CGU.
A questão da disciplina eu já trago desde minha época de escola, então ajudou bastante em me manter estudando. Mas acho que levei bastante tempo para chegar ao amadurecimento necessário para passar devido à minha baixa carga horária, média de 3 horas líquidas por dia, além de todos os fatores externos que mexeram muito com meu psicológico.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Murilo: Olha, depois de quase 5 anos estudando, a gente acaba experimentando um pouco de tudo, rsrs. Mas a espinha dorsal de minha preparação foram os pdfs (grifados por mim ou pelos aprovados, conforme o caso), complementados pelas videoaulas, as quais eu usava bastante para revisar enquanto fazia atividades diversas como lavar louça, tomar banho etc…
Acho que hoje em dia, fazer aulas presenciais e usar livros cabe somente em casos muito específicos de concursos de alto nível, em matérias que você tenha dificuldade, mas, regra geral, não acho que vale a pena, pois exige uma dedicação maior do concurseiro, que tem o tempo muito escasso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Murilo: Pela internet, fazendo pesquisas sobre materiais para estudos. Contratei uns cursos avulsos para o BACEN no finzinho de 2017 (comecei estudando para o BACEN, e meu sonho à época era trabalhar aqui na unidade da Av. Paulista a 15 minutos de casa), mas o primeiro pacote completo comprei em abril de 2018 para o TRT-02, ou seja, levei uns meses para me convencer de que precisava de ajuda profissional para passar, rsrs.
Com o tempo acabei contratando a assinatura e mais adiante aproveitei a promoção da assinatura vitalícia, uma ótima aquisição! Quando comecei a estudar firme para a área de controle, contratei a Platinum, para ter acompanhamento de Coaching (para minha grata surpresa, foi então que conheci o grande Túlio Lages, que me levou a um nível profissional de estudo!).
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Murilo: Apesar de ter começado meus estudos praticamente pelo Estratégia, lembro-me que nos meses anteriores à minha primeira contratação eu estudava de forma muito avulsa e perdida. Hoje em dia, a concorrência nos concursos está altíssima, e ter o acompanhamento qualificado de um curso como o Estratégia não é mais um diferencial, mas sim uma necessidade básica.
Em geral, o que sempre gostei dos materiais foram os pdfs. É claro que todos os recursos que temos hoje (materiais resumidos, mapas mentais, grifos, etc…) ajudam, mas o segredo (se é que pode se chamar de segredo) é sentar na cadeira e estudar o conteúdo. Para isso, nada melhor do que os próprios pdfs (das aulas e do Passo Estratégico, que ajudam muito nas revisões, pois mostram outro ponto de vista dos mesmos assuntos estudados antes).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Murilo: De forma geral, usei o ciclo de estudos, mas como eu sou muito sistemático, eu tentava seguir um cronograma ou calendário (ou seja, já definia o que faria segunda, terça, etc…). Todo domingo eu sentava e planejava o que faria durante a semana, e procurava, quando possível, deixar alguma gordura para acomodar eventuais imprevistos. Assim, eu media minhas metas por semana.
Quando estava estudando o edital pela primeira vez, estudava 2 a 4 matérias ao mesmo tempo, cerca de 3 horas líquidas por dia, na média. Eu procurava girar as matérias para não cansar a cabeça, por exemplo estudava uma de direito e uma de exatas em um dia, depois outra de direito e outra de línguas em outro dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Murilo: No começo, eu usei a metodologia 24h/7d/30d, quando estudava para tribunais. Porém, quando comecei a estudar para área de controle, adaptei um pouco, fazendo basicamente 24h/7d.
Eu comecei o estudo fazendo resumos, mas logo vi que seria inviável (principalmente quando me voltei para a área de controle). Não abandonei a técnica completamente: como estudei por muitos anos (devo ter visto direito constitucional e administrativo umas 10 vezes completos, sem contar as revisões), acabei criando uns esquemas em forma de mapa mental, com palavras-chave e conceitos que eu tinha dificuldade.
Mais recentemente em minha preparação, as revisões consistiam basicamente em rodar o material completo grifado + meus esquemas próprios + exercícios marcados (que eu errei ou achei de difícil compreensão).
Com relação a simulados, como minha carga horária de estudo era pequena, eu tinha que fazer com parcimônia. Nesses 2 anos e meio que estudei para a área de controle, eu devo ter feito um simulado a cada dois meses, na média.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Murilo: Questões são imprescindíveis. O desafio é saber usá-las (questões de fixação vs questões de revisão) e também marcá-las (erradas e difíceis) para revisá-las mais adiante. Foram cerca de 19.000 questões estudando para o TCDF e 15.000 questões estudando para o TCU/CGU.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Murilo: Quando comecei a estudar para a área de controle, apanhei muito de contabilidade. Superei esse trauma depois de 1 ano estudando, passando mais de uma vez pelas aulas e amadurecendo o conhecimento pouco a pouco, com paciência. Aí veio o outro trauma: análise de dados (TI), que não caiu para a CGU mas caiu para o TCU.
O segredo para superar as dificuldades é ter calma e persistência. Não é na primeira vez que você vir as 10 ou 20 aulas do professor que você estará preparado para fazer uma prova. Tem que passar e repassar o material várias vezes, fazer muitas questões, assistir videoaulas e, se for o caso, consultar cursos de outros professores. Vejo o estudo para concursos como apreciar uma obra de arte: dependendo do ponto de vista (do material que usa), você pode ter diferentes interpretações e isso ajuda a conectar e consolidar o conhecimento.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Murilo: Tensa, rsrs! Na maioria das vezes eu não consegui tirar férias (tinha acabado de entrar no TRF-4, depois fui nomeado para o TRF-3), então tive que estender o estudo até as primeiras horas da madrugada e dar um jeito de contratar babá ou ter ajuda da família nos finais de semana.
Mas, como é de praxe dizer, esses dias finais são muito importantes (se não os mais importantes!) na preparação: como dizem por aí, o segredo para passar não é acertar as questões difíceis, mas sim deixar de errar as fáceis, e a revisão de véspera ajuda muito a ativar a memória de curto prazo para não perder questões simples na prova (e mesmo assim, às vezes acontece, rsrs).
Além disso, sempre usei muito as videoaulas especiais do Estratégia nesse período: Reta Final, Hora da Verdade e Revisão de Véspera são materiais importantíssimos nesse processo de ativação da memória pré-prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Murilo: Algo muito importante que tive que focar na área de controle foram as discursivas. Como disse, bombei no TCDF por causa de 0,7 pontos (de 60, ou seja, menos de 1% na nota) nas provas discursivas, e depois disso passei a me dedicar muito a produzir redações. Fiz mais de 80 questões em 1 ano (entre discursivas e peças técnicas), metade no pré-edital do TCU e metade depois que fiz a prova da CGU, mirando na segunda fase do TCU.
Outra coisa que fiz muito foi ler lei seca. Ajuda bastante para conseguir captar o vocabulário e a terminologia jurídica que muitos concurseiros que não são da área de direito precisam desenvolver.
Finalmente, uma técnica que adotei também foram os Flashcards (Anki), que me ajudaram bastante a deixar meu estudo mais ativo. Uma coisa é você ler uma questão e julgar se estar certa ou errada, outra coisa é você ser instado a trazer lá da memória um conceito ou uma lista de conteúdos. Acho que o Anki me ajudou nisso, o que foi muito importante para as discursivas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Murilo: Meu principal erro foi subestimar o processo de estudo para concursos. Como sempre fui bom aluno na época da escola e da faculdade, achei que em 1 ou 2 anos já teria conquistado a vaga almejada. Esse erro acabou afetando várias coisas, principalmente a família, que teve que arcar com minha ausência e ansiedade por muito tempo, em um momento crítico, com filhas bebês em casa e uma pandemia para piorar. Demorou um pouco para eu assumir uma posição de humildade e entender que o processo de estudo seria de longo prazo.
O principal acerto foi a persistência (ou devemos chamar de teimosia, rsrs?). Esse é outro clichê conhecido no mundo dos concursos: só não passa quem desiste. Outro acerto foi ter contratado um Coach. A jornada do concurseiro é bastante solitária, e o Coach acaba sendo, além de um mentor para as técnicas, uma válvula de escape para desabafar (coitado do Túlio, rsrs).
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Murilo: Sim, várias vezes, mas não porque o conteúdo que tinha que estudar era difícil, mas sim porque a família estava sofrendo com minha ausência. Pensando racionalmente hoje, acho que escolhi a pior hora para começar a estudar (quando minha esposa estava grávida de nossa primeira filha), pois justo nesse momento ela estava precisando de mim e eu acabei assumindo um projeto que consumiria muito meu tempo.
É claro que a pandemia só veio para piorar as coisas (ficar em casa por quase 2 anos com 2 crianças foi muito difícil, mesmo com a ajuda dos meus sogros), mas a realidade é que acabei me afastando justo quando devia me aproximar da família.
Claro que esse preço que pagamos no curto prazo foi pensando no longo prazo. Poder dar uma vida confortável e estável para minha esposa e minhas filhas sempre foi o que me moveu adiante, e acho que, mesmo com todos os percalços, o balanço será positivo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Murilo: Não subestimem o desafio que vocês estão encarando! A humildade é o primeiro passo para tomar a decisão de estudar sabendo que pode ser um projeto que levará vários anos. Converse muito com a família, principalmente quem é casado e tem filhos! A comunicação aberta e transparente pode ajudar a reduzir um pouco o problema da ausência.
Apoie-se em quem entende! Não hesite em contratar uma assinatura do Estratégia e assistir as dicas do YouTube sobre técnicas de estudo. Estude, estude, estude! O material é importante, mas nada substitui o tempo sentando na cadeira se dedicando aos estudos.
Por fim, aproveito para agradecer minha esposa, pela paciência; meus sogros, que nos deram uma força enorme com nossas filhas; minha família, por entender minhas escolhas; os amigos mais próximos, pelo apoio incondicional mesmo sem saberem muito bem onde eu tinha me metido; o Túlio, pelo apoio técnico e moral; e toda a equipe do Estratégia, por produzir tanto material de qualidade para a preparação!