Aprovado em 25º lugar no concurso CGU para Auditor Federal de finanças e Controle, Contabilidade Pública e Finanças – DF
Concursos PúblicosControladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“Independentemente de onde você está hoje e aonde quer chegar, saiba que existe um caminho. Com um bom planejamento e disciplina para colocá-lo em prática todos os dias, você se espantará com o que é possível fazer em um ano. Cada um tem sua jornada e suas próprias condições, não se compare com o próximo, mas tenha a certeza de que está dando o seu melhor todos os dias e é isso que importa!”
Confira nossa entrevista com Guilherme Azevedo, aprovado em 25º lugar no concurso CGU para Auditor Federal de finanças e Controle, Contabilidade Pública e Finanças – DF:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Guilherme Azevedo: Sou formado em engenharia civil pela Escola Politécnica da USP, tenho 26 anos e nasci em Goiânia.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Na verdade, eu nunca tinha pensado em fazer concurso público até dois meses antes de me formar. Eu estagiava no mercado financeiro e tinha boas perspectivas de carreira. Mas a carga horária extremamente alta, que girava em torno de 12 horas por dia e podendo chegar até mais, além dos incontáveis finais de semana no escritório me fizeram repensar se eu realmente queria trilhar esse caminho.
Por um momento vi minha saúde degradada e meus horários de lazer inexistentes. Foi então que de repente apareceu uma propaganda do Estratégia no meu Instagram, perguntando se gostaria de trabalhar no Banco Central e ganhar 20 mil por mês!! Eu como não sou bobo nem nada fui ver do que se tratava.
Apesar de ter dois pais concursados, nunca tinha me interessado por concursos até ver aquela propaganda. Foi meu primeiro contato com o mundo dos concursos. Descobri que existia um mundo que eu podia ter boas remunerações atreladas a uma excelente qualidade de vida. E era tudo o que eu precisava no momento. Passei duas semanas maturando a ideia. E após boas pesquisas e conversas com meus pais, resolvi pedir demissão e começar a entrar de cabeça no mundo dos concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Guilherme: Eu estudava, apenas. Comecei com uma meta de 6h líquidas por dia. Nem sempre conseguia e geralmente tirava um ou dois dias por semana de folga. Após o edital eu aumentei a meta para 8h líquidas por dia e descansava quando sentia necessidade, que era mais ou menos um dia a cada duas semanas.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Guilherme: Por enquanto estou classificado em 25º das 30 vagas para a área de Contabilidade Pública e Finanças na CGU, no resultado preliminar, e realizei a segunda fase do concurso do TCU com boas esperanças. Além disso estou classificado em 4º lugar no concurso do SEAD GO para a área de Orçamento e Finanças.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Guilherme: Minha vida social era quase inexistente. Mas isso foi uma escolha minha. Desde muito cedo, quando ainda prestava vestibulares, senti a dor que é receber uma reprovação e ver todos seus amigos entrando na universidade dos sonhos e você ficando para trás. Após essa reprovação, que na época foi no vestibular da Fuvest, decidi que no cursinho todo tempo que teria seria destinado ao estudo, porque eu não queria chegar lá na frente no dia da prova sabendo que poderia ter feito mais e não fiz.
Foi a mesma lógica que eu usei quando comecei a estudar para concursos. Eu iria estudar o máximo que conseguisse, abdicando-me de tudo que era possível para conquistar uma vaga no menor tempo disponível. Acredito que cada pessoa tem seus métodos de como lidar com o tripé da vida concurseira (social/estudos/saúde). Eu me equilibrei apenas nos estudos e na saúde, deixando o social um pouco de lado na jornada.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Guilherme: Não sou casado e não tenho filhos. Eu realmente podia passar o dia todo estudando, sem ter que me preocupar muito com as coisas ao redor ou as tarefas domésticas e acho que isso foi um privilégio enorme, pois eu não precisava dividir o meu foco.
Minha família apoiou imensamente minha jornada e fazia de tudo para me ajudar. Sou extremamente grato a eles, pois sem eles não seria possível. Meus amigos me apoiaram também, mas nunca entenderam direito o porquê de eu ter parado de sair com eles para me dedicar integralmente aos estudos. Acho que a única pessoa que entende um concurseiro é outro concurseiro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Guilherme: Iniciei minha jornada convicto em passar no BACEN. Era 5 de janeiro de 2021. Como tinha uma carga horária muito elevada, em meados de maio eu havia terminado todo o edital do concurso e sem nenhuma perspectiva de ele sair. Foi a mesma época que saiu a autorização do TCU e, então, resolvi mudar de concurso e de área, descobrindo a área de controle.
Havia muitas matérias que não havia estudado e o tempo era curto para um concurso de tão alto nível, mas decidi entrar de cabeça. Sempre controlei minhas horas de estudo líquidas em uma planilha de Excel. Dessa planilha tenho que comecei a jornada do Bacen em 05/01/2021 e terminei 26/05/2021, tendo estudado 446 horas líquidas.
Já a jornada para o TCU foi longa e exaustiva. Começou logo após o término dos estudos para o BACEN dia 26/05/2021 e terminou apenas dia 22/05/2022, com a prova discursiva, somando um total de 1.519 horas líquidas. O concurso da CGU eu fiz com a bagagem que eu tinha, estudando para o TCU. Resumindo, eu estudei focado apenas para dois concursos, BACEN e TCU.
A disciplina, na minha opinião, é como se fosse um músculo. Para que você tenha uma disciplina “forte” é necessário treinar todos os dias. Do mesmo jeito que você deve recusar uma sobremesa quando está de dieta, você deveria recusar uma festa no final de semana ou desistir de maratonar uma série no Netflix para poder estudar.
A disciplina significa fazer exatamente o oposto do que você mais desejaria fazer naquele momento e fazer isso todos os dias. Ao longo do tempo, se você praticar constantemente e regularmente, isso vira um hábito, uma rotina e as coisas tendem a ficar mais fáceis do que no início. Mas o grande segredo da disciplina e que talvez nem todos estão atentos é o motivo, o porquê de você estar fazendo aquilo que se propôs. Tenha um motivo claro e definido e que te manterá no caminho mesmo nos dias mais difíceis.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Guilherme: Usei somente os PDFs, lia todos eles e fazia as questões no final, além de várias outras nos sites de questões. A exceção foi no mês anterior a prova, em que eu priorizei videoaulas da “hora da verdade”, de jurisprudência em vídeo e as revisões de véspera. Acredito que os PDFs te permitem evoluir muito mais rápido e facilitam para quem gosta de grifar ou fazer resumos. Mas na retal final, as dicas dos professores em vídeo são fundamentais.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Conheci o Estratégia através de uma propaganda no meu Instagram falando sobre o concurso do BACEN.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Guilherme: O que eu achei de mais diferenciado no material do Estratégia foram as trilhas estratégicas. No começo dos meus estudos elas foram fundamentais, pois eu estava totalmente perdido e não sabia nem como começar e a trilha meio que te pega pela mão e anda junto com você. Foi muito importante para eu aprender a como montar um ciclo de estudos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Guilherme: O plano de estudos é excelente para te guiar, mas acredito que ele não deve ser rígido durante toda a jornada. Quando comecei do zero no mundo dos concursos, a meta era aprender o básico, então eu estudava 4 matérias por dia com 1,5h líquidas para cada. Depois, com o avanço nas matérias básicas, incluí mais 2, estudando 6 matérias por dia, 1h líquida para cada.
Quando saiu o edital do TCU, estudava 8 matérias por dia, com 1h líquida para cada. No mês anterior ao da prova eu não segui nenhum plano muito fixo, eu escolhi os assuntos mais relevantes de todas as matérias que eu precisa dominar e fiz uma revisão geral e meu parâmetro não era mais o tempo que eu gastava em cada matéria, mas sim se eu tinha dominado o assunto ou não.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Guilherme: Eu gostava de ver a matéria toda uma vez para depois voltar revisando. Como muitas matérias eram novas para mim, eu gostava de ter um primeiro contato geral com a matéria, lendo todos os pdfs e entendo o contexto geral. Depois que eu aprendia o que era mais importante, voltava revisando.
Nessa segunda lida pelo material eu adotava a seguinte tática: ficava com o pdf aberto e um word e simplesmente fazia pequenos prints do pdf naquilo que eu julgava mais importante, montando um resumo do pdf, mas de maneira super rápida e eficiente. Muitas vezes eu printava apenas algumas questões resolvidas para fazer esse resumo do word. Fazia isso para todos os pfds.
Na terceira passada pelo material eu lia apenas os resumos que havia feito no word. Desse jeito eu conseguia fechar o edital muito rápido, em torno de 3 semanas, revisando os pontos mais importantes. Depois que saiu o edital, eu fazia simulados todos os domingos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Guilherme: A resolução de exercícios é o principal na vida do concurseiro. É com certeza a parte mais importante, é o principal parâmetro para você controlar sua performance. Eu não tenho contabilizado o número de questões que resolvi, pois eu me controlava só pelas horas líquidas. Mas na reta final, em que eu praticamente revisava por questões, não me assustaria se eu estivesse fazendo umas 300 a 350 questões por dia de múltipla escolha.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Guilherme: As matérias de direito, em especial o direito civil e o processual civil, eram meu grande desafio. Sou formado em engenharia civil e exatas está no meu sangue, logo aprender Direito não foi natural para mim. Para superar essa dificuldade não teve segredo, estudar uma vez, depois outra e outra até que as coisas vão se encaixando. Quando parecia ser impossível ler o pdf, eu assistia às videoaulas.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Guilherme: Na semana anterior a da prova até quinta-feira foi tudo normal, mas com maior foco nas videoaulas. A partir de sexta-feira eu tirei o pé do acelerador e sábado, para o concurso da CGU eu acompanhei a revisão presencial e foi um diferencial para mim. No concurso do TCU, como as provas eram de tarde, eu dei uma bela caminhada no sol para pegar uma vitamina D e espairecer um pouco. Não gosto muito de estudar até o último minuto, gosto de tentar ir bem tranquilo para a prova, acreditando que o que deu pra fazer foi feito já.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Como eu estudei focado no TCU e nesse certame as provas discursivas foram separadas da objetiva, eu comecei a me preparar para discursivas apenas depois da objetiva do TCU. Por causa disso eu fui para a prova da CGU sem ter escrito nenhuma redação, foi quase um improviso ali na hora. Essa façanha quase me tirou das vagas. Na preliminar da objetiva da CGU estava em 2º lugar e após o resultado das discursiva eu caí para 25º.
Para o concurso do TCU eu fiz uma preparação focada em discursivas e consegui ver a diferença que isso faz na hora de se escrever um texto para concursos. É fato que a maior parte dos pontos de uma discursiva está no conteúdo e estudando as matérias normalmente você está se preparando para as discursivas. Mas o que eu percebi é que, quando você estuda uma matéria, pensando em como você escreveria sobre aquele assunto, é muito diferente de se preocupar apenas em marcar o “x” no lugar certo, as coisas mudam e muito. Então, o conteúdo é o mesmo, mas o enfoque muda e o concurseiro deve se atentar para isso.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Guilherme: Acho que meu principal acerto foi ter aprendido com os erros dos outros. Antes de começar a estudar para concursos de fato, eu assisti todas as entrevistas possíveis com os aprovados, todos os vídeos possíveis que tinham do Estratégia ensinando como estudar, como montar um ciclo, um planejamento. Isso me fez começar do jeito certo desde o início e me economizou tempo.
Meu pior erro foi querer abraçar todas as matérias de forma igual. É impossível saber tudo sobre todas as matérias, ainda mais nos editais dos grandes concursos. Na área de controle, por exemplo, você deve priorizar algumas matérias estratégicas, mesmo que isso signifique não ir bem em outras. AFO, Contabilidade Pública, Auditoria e Controle Externo, por exemplo, são matérias que devem ser dominadas pelos concurseiros de Controle, pois com certeza o seu concorrente irá dominá-las.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Guilherme: Eu jamais pensei em desistir, tinha muito claro qual era meu objetivo e estava disposto a fazer o que fosse preciso e por quanto tempo fosse preciso até alcança-lo. A minha principal motivação era querer mudar de vida, isso me empurrava para cima todos os dias. É claro que os dias ruins vêm, aquele dia que parece que tudo vai cair, que concurso não é pra você e você fez a decisão errada. Mas lembre que esses dias são exceções.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: O que eu realmente queria deixar como mensagem é: acredite, é possível!! Independentemente de onde você está hoje e aonde quer chegar, saiba que existe um caminho. Com um bom planejamento e disciplina para colocá-lo em prática todos os dias, você se espantará com o que é possível fazer em um ano. Cada um tem sua jornada e suas próprias condições, não se compare com o próximo, mas tenha a certeza de que está dando o seu melhor todos os dias e é isso que importa! E um dia todos nós chegamos lá!