“Primeiro de tudo, acredite que você é capaz. Corra atrás, faça a sua parte. Um bom material já é meio caminho andado, mas você precisa aprender a estudar de verdade e a fazer questões […]”

Confira nossa entrevista com Arcyleu Martins Brito Junior, aprovado em 1º lugar no concurso CBM TO para Aluno-Praça:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua idade, formação e cidade natal? 

Arcyleu Martins Brito Junior: Sou o Arcyleu Júnior, tenho 31 anos e sou formado em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pelo IFPA e também em Licenciatura em Matemática pela UEPA. Nasci em Conceição do Araguaia, no estado do Pará, onde tive a honra de passar no meu primeiro concurso público, ainda com 17 anos. Atualmente moro em Palmas – TO.

Estratégia: Conte o início da sua trajetória, o que te levou a iniciar os estudos para concursos?

Arcyleu: Na verdade, se trata de um reinício de estudos para concursos. No período de 2008 a 2015, eu já havia passado em vários concursos (13 para ser mais específico, desde municipais a federais), dentre os quais o do cargo que ocupo hoje: Perito Criminal da Polícia Civil do Tocantins. 

No início de 2023, depois de quase 8 anos sem fazer concurso, resolvi recomeçar. Algo em mim dizia que por mais que eu colecionasse esse tanto de aprovações, eu não seria capaz de ser aprovado em concurso hoje em dia, pois, segundo essas vozes da minha cabeça, naquela época era bem mais fácil e a concorrência era bem menor. Eu estava com sintomas do que hoje é conhecido como “Síndrome do Impostor”. 

Decidi, então, fazer um experimento: prestar o concurso da GMP (Guarda Metropolitana de Palmas), e já durante os estudos decidi conciliar com o do CBM TO, que seria três semanas antes.

No final das contas, fiquei em 1º lugar no CBM TO e em 2º lugar na GMP.

Estratégia: Como você conheceu o Estratégia Concursos e porque tomou a decisão de se tornar nosso aluno?

Arcyleu: Em 2015, no que até então tinha sido meu último ano de concurso antes de aposentar minha caneta preta, quando resolvi fazer o concurso da Assembleia Legislativa de Goiás, precisava estudar a parte de conhecimentos regionais do Estado de Goiás. Como eu não era desse estado, não conhecia quase nada da história e da geografia de lá. Daí, pesquisei por algum cursinho online que tivesse essa matéria isolada e acabei encontrando o Estratégia Concursos. Adquiri o material e passei em 2º lugar para o cargo de Analista de Redes e Comunicação de Dados.

Estratégia: Como era sua rotina e plano de estudos? 

Arcyleu: Nesse recomeço eu não fiquei tão focado em cronometrar o meu tempo de estudo, mas acredito que estudava de 3 a 4 horas líquidas por dia estudado. Falo dia estudado porque às vezes eu precisava trabalhar de plantão e não conseguia estudar. Geralmente eu estudava não mais que duas matérias por dia. Entretanto, ao chegar mais perto do dia da prova, costumava aumentar a quantidade de matérias e diminuir o tempo de cada uma, de tal forma que eu conseguisse rodar por todas as matérias em menos tempo.

Algo que acredito que fez muita diferença para mim foi o uso de uma ferramenta que apelidei de Edital Interativo, em que eu controlava todos os pontos do Edital que deveriam ser estudados, praticados e revisados. Esse era o meu plano de estudos. Sempre antes de iniciar uma sessão de estudo, abria meu Edital Interativo e via o que faltava para bater todo o conteúdo, escolhia um ponto para estudar. Logo que finalizava aquele ponto, dava um “check” no Edital Interativo.

Estratégia: Você trabalhava e estudava?

Arcyleu: Sim. Trabalhava e estudava. Desde o primeiro concurso que fiz, eu já trabalhava e precisava conciliar as duas coisas. Inclusive, bem no meu início, eu conciliava trabalho, duas faculdades simultâneas (sendo uma presencial e a outra Ead) e o estudo para concurso. Fácil definitivamente não é, mas com certeza é possível.

Às vezes nós trabalhamos com alguma coisa que mesmo na hora de folga consome nossa energia. É grupo de trabalho no WhatsApp, é chefe mandando mensagens ou ligando. Isso atrapalha o estudo de tal forma que alguns nem imaginam. Fui radical, mas foi preciso. Assunto de trabalho só seria tratado no horário de trabalho. Chegou mensagem fora desse dia/horário, já ia automaticamente para a aba “Arquivadas”. Ligação? Já ficava no silencioso. Com isso eu conseguia me concentrar mais nos estudos.

Estratégia: Quais ferramentas do Estratégia você mais utilizou em sua preparação e quais eram os diferenciais de cada? 

Arcyleu: Olha, eu sou do time do PDF. Para mim, o estudo por meio dos PDFs flui bem mais, consigo compreender e reter mais conteúdo gastando menos tempo. É o que mais se assemelha com a prova que eu iria fazer. A prova nada mais era que um PDF impresso!

Não é que eu seja contra a videoaula, mas acredito que ela deve ser utilizada em momentos específicos e bem pontuais. Geralmente quando tenho alguma dificuldade em algum assunto ou alguma matéria como um todo. É bom pontuar que para a disciplina de Português adotei uma estratégia diferente, foquei nos estudos por meio de um curso completo em videoaulas.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? 

Arcyleu: Pouco menos de dois meses. Quando resolvi fazer esse concurso, as inscrições já estavam se encerrando, então eu não tinha muito tempo. É lógico que eu sei que o ideal é começar a estudar antes do Edital ser publicado, mas às vezes precisamos tomar uma atitude. Mais vale fazer a inscrição e se preparar com o que tem, do que não fazer nada e deixar a oportunidade passar.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Arcyleu: Eu não diria que era a disciplina que eu tinha mais dificuldade, mas é uma que muita gente tem dificuldade e tira muita gente das vagas: Língua Portuguesa. Dediquei bastante tempo a essa disciplina, a ideia era aprender de verdade e não errar nenhuma questão dela. Não deu outra, acertei todas e com convicção.

Estratégia: Qual sua estratégia de reta final? 

Arcyleu: A reta final para mim é sinônimo de muitas questões. Aumentar o número de questões, revisar o que não tá muito bom e checar se o edital estava pelo menos próximo de ser batido. Minha revisão basicamente era feita por meio das questões e de resumos em mapa mental, estes produzidos por mim durante a fase de estudo teórico.

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi a sua rotina de estudos para esta importante fase do certame? 

Arcyleu: Para ser sincero, eu não treinei discursiva para esse concurso. Mas isso não quer dizer que não me preparei. Estudei bastante a disciplina Português, aprofundando mesmo no tema e dei uma estudada boa nas estruturas discursivas. 

Interessante destacar que quando vi minha nota na discursiva e comparei com a dos demais candidatos, vi que não tinha ido tão bem quanto esperava. Daí, pensei: “Rapaz, ou eu sou muito ruim ou o examinador pesou a mão na hora de corrigir minha discursiva.” E aí fui analisar meu espelho da discursiva e vi que eu não era tão ruim assim, e resolvi elaborar 6 recursos e apresentar à banca. Dos seis, quatro foram deferidos integralmente, um foi deferido parcialmente e apenas um foi indeferido. Assim, consegui aumentar minha nota na discursiva em 16,7%, recuperando o primeiro lugar no certame.

Como fui eu mesmo que elaborei meus recursos, essa majoração na nota só foi possível porque eu tinha aprendido de verdade as regras da gramática e pude argumentar com propriedade neles.

Estratégia: De que forma sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada?

Arcyleu: Sou casado e tenho uma filha. Inclusive uma das coisas que escuto muito é que é mais difícil para quem é casado e tem filhos. Quando dos outros concursos que eu já havia feito e passado, eu ainda não era casado, então eu não sabia se isso que eu ouvia era verdade.

Estudar para concurso depois que você já é casado e tem filho pequeno não é a mesma coisa de quando você é solteiro e não tem um pinto pra dar água. As coisas são muito mais complicadas, os desafios são maiores.

Perdi as contas de quantas vezes fui colocar minha filha para dormir ninando-a com uma mão e resolvendo questões no celular com a outra. Minha filha, na época, estava com cinco meses. E só quem já teve bebê em casa, sabe o quanto eles demandam dos pais.

Minha esposa compreendeu muito bem e me apoiou durante os estudos. Várias vezes ela se virava sozinha com a neném enquanto eu estava estudando. Mas isso não me permitia deixar de dar atenção à minha filha e fazer minha parte das tarefas de casa. Era preciso balancear as coisas. Sem apoio em casa, com certeza seria muito mais difícil.

Estratégia: Qual a sensação de ter sido convidado para o Baile dos Primeiros do Estratégia Concursos? 

Arcyleu: Primeiro pensei se tratar de um golpe. Como um bom Perito da área de TI, desconfiei se tratar de algum tipo de golpe mais elaborado, daqueles que utilizam estratégias de Engenharia Social. Ora, o resultado dos concursos é algo público, todos podem ter acesso. Sem falar que a chance de algum aprovado ser ou já ter sido aluno do Estratégia Concursos é muito grande. Então um golpe que usasse essas informações e as emoções de um aprovado teria grandes chances de dar certo.

Depois de checar as informações e ter certeza de que não era golpe, veio a alegria. Senti-me honrado com o convite. Veio novamente a sensação de que o estudo vale a pena.

Estratégia: Durante sua preparação, ouviu falar sobre o Baile dos Primeiros? Imaginou que um dia estaria nesta confraternização?

Arcyleu: Nunca tinha ouvido falar do Baile dos Primeiros. Acho que se eu já soubesse disso antes, teria um estímulo a mais para estudar. Passar em concurso já é muito bom, se for em primeiro lugar, ótimo. Mas poder comemorar com outros primeiros colocados dos principais concursos do Brasil com tudo pago pelo Estratégia Concursos com certeza é ainda melhor.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Arcyleu: Conhecer bem a estrutura de prova e a forma de cobrança da banca foi um acerto e tanto. Mas tem uma coisa que acredito ter sido ainda mais importante: vi o resultado do concurso anterior do CBM TO e foquei no resultado do primeiro colocado. Pensei assim: “se esse cara conseguiu, isso mostra que é possível”. Então fiz minha preparação pensando no primeiro lugar. Eu tinha certeza de que ficaria em primeiro? Lógico que não. Mas eu iria tentar. E deu certo.

Quanto aos erros, posso destacar um: não ter treinado discursiva. Por mais que eu tenha recuperado uma boa parte da nota com os recursos, eu poderia ter tirado uma nota ainda melhor e ter me poupado da etapa de recurso.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? O que você diria para a sua versão de 5 anos atrás?

Arcyleu: Várias vezes. Quanto mais se aproximava da data da prova e eu via que ainda tinha muito conteúdo a ser estudado, mais eu pensava: “por que não comecei a estudar antes? Não vai dar tempo”. Mas ao mesmo tempo eu pensava: “Não vou desistir agora, depois de já ter estudado isso tudo.”

Eu diria para minha versão de 5 anos atrás: recomece os estudos logo, pois você tem potencial para ir ainda mais longe!

Estratégia: Por fim, deixe sua mensagem para todos aqueles que estão começando e almejam chegar aonde você chegou!

Arcyleu: Primeiro de tudo, acredite que você é capaz. Corra atrás, faça a sua parte. Um bom material já é meio caminho andado, mas você precisa aprender a estudar de verdade e a fazer questões. Se você acha que precisa de ajuda, procure. Contrate se for necessário.

Provavelmente o caminho vai ser longo e árduo, mas não desanime. Não dê ouvidos para aquelas pessoas que só querem te desmotivar e não perca seu tempo contando seus planos para pessoas que não se importam com você.

Se você já tem alguém ao seu lado, você vai precisar dessa pessoa durante sua jornada. No meu caso, essa pessoa é a minha esposa, Bruniely, que me apoiou e me apoia incondicionalmente nos meus projetos. E aqui vai um recado para ela: Amor, muito obrigado por estar sempre ao meu lado.

Por fim, não desista. Até a aprovação!