Aprovado em 1° lugar no concurso Câmara de Maceió para o cargo de Analista Legislativo
LegislativoConfira nossa entrevista com Felipe Otavio de Castro Almeida, aprovado em 1° lugar no concurso Câmara de Maceió para o cargo de Analista Legislativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Felipe Otávio de Castro Almeida: Olá, meu nome é Felipe Otávio, sou de Maceió-AL. Tenho 36 anos e sou formado em Direito.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Felipe: Tive que tomar duas decisões de estudo na minha vida.
Nasci em uma família com vários servidores: minha mãe e meus avôs são da segurança pública, minha tia é Auditora Fiscal da Sefaz-AL. Eu percebia que trabalhavam bastante, mas tinham a famosa estabilidade, o que permitia ter um estilo de vida relativamente tranquilo, com horários estáveis, tempo para a família, lazer e viagens, enquanto familiares e colegas da iniciativa privada, além de trabalhar bastante, tinham que lidar com incertezas de mercado, cobranças absurdas de chefia, medo de demissão, falta de tempo, entre outras situações.
Portanto, a minha primeira decisão de estudar para concursos depois da faculdade foi relativamente fácil. Porém, ainda não levava o estudo tão a sério, não tinha rotina nem um bom método de estudo.
Minha segunda decisão foi quando, já exercendo meu primeiro cargo público por 6 anos, prometi para mim mesmo que iria casar com minha então namorada, Rhuanne! A partir de então só pararia de estudar quando estivesse numa boa situação para nós! O estudo sério começou. É a partir daqui que considero o começo de minha jornada, por volta de 2017-2018.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Felipe: Sim, preciso conciliar trabalho, estudo, família, exercício, lazer, etc. Num dia normal, eu tentava fazer toda minha rotina sem parar em casa, pois senão eu ‘relaxava’ (rsrs).
Acordava geralmente às 05:30 para passear com os cachorros, preparar meu café e minha mochila, deixar minha esposa no trabalho e já seguia direto para o meu. Chegava 1h antes do meu horário e já começava a estudar enquanto tomava meu café.
Saía do trabalho às 14h e ia direto para academia, terminava por volta de 15:30, tomava banho lá mesmo e já ia para o Centro de Inovação e Tecnologia (espaço público similar a uma biblioteca), era minha segunda casa! Ficava por lá até 19:30 e depois estava livre até dormir, às 22h.
Nos fins de semana estudava de manhã cedo até por volta das 15h, e depois estava livre! Às vezes trabalhava no sábado, então tinha que esticar até a noite.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Felipe: Fui aprovado aos 24 anos no meu primeiro cargo, Agente de Fiscalização de Trânsito Municipal, o qual exerço até hoje. Foram 200 vagas e fui um dos últimos! Na época, eu não tinha uma boa base de estudos ou rotina.
Recentemente, fui aprovado para Auditor de Controle Externo do TCDF (CR) e também para Analista de Controle Externo do TCE-AL (CR).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Felipe: Minha preparação para concursos passou por várias fases. Na fase inicial, achei que quanto mais horas estudasse, mais rápido passaria. Fazia uma média de 6 horas diárias (líquidas), às vezes chegando a 8h. Esse ritmo foi muito pesado, me distanciei de família e amigos, e isso gerou muitos problemas de ansiedade, problemas de coluna, dermatológicos, entre outros. É algo que não faria de novo.
Na fase atual, estudo 3 horas por dia. É uma rotina mais tranquila, então tive que fazer poucas concessões na vida social. Tinha tempo de fazer visitas à família, aos fins de semana saía para ver amigos, almoçar, passear, etc. Foi uma preparação tranquila.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Felipe: Sou abençoado de ter pessoas que sempre me apoiaram e incentivaram para estudar. Minha família sempre me incentivou, desde novo, me mostrando os benefícios do serviço público, me mostrando concursos que estavam aparecendo, etc. Minha esposa me ajudou muito também, apoiando em casa e sendo paciente comigo, principalmente na fase inicial, pois eu estudava muito e não tinha tempo pra fazermos várias coisas. Serei eternamente grato a eles!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Felipe: Comecei a estudar um pouco depois que saiu o edital, cerca de 2 meses de estudo. Eu nunca tinha feito concurso para área legislativa, mas como sou da área de controle e é uma área muito abrangente, eu vi que já tinha estudado todas as matérias do edital, só precisava estudar alguns assuntos novos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Felipe: Estudei por PDF, meus resumos e sites de questões. Acredito ser a forma mais eficiente de estudar para provas objetivas.
Os PDFs são a melhor forma de estudar o conteúdo pela primeira vez, pois podemos fazer marcações e rapidamente encontrar informação caso nos esqueçamos de algo.
Acredito que o estudo por questões é o primordial. É assim que entendemos a tendência atual da banca, como ela pensa em questões polêmicas, além de encontrar palavras-chave para identificar os erros das assertivas.
Por último faço um resumo conciso, com esquemas e palavras-chave, além de algumas questões selecionadas, conexões com outras matérias, o que ajuda muito nas últimas revisões antes da prova.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Felipe: Conheci através do Facebook, estava bem no começo da preparação e não sabia de muita coisa, comecei a frequentar algumas comunidades de estudos por volta de 2017. Foi quando comecei a ver o pessoal falando sobre o Estratégia, e estou utilizando até hoje!
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Felipe: Antigamente, estudava através de apostilas que comprava pela internet e cursinhos presenciais. Não consigo prestar atenção em aulas presenciais, portanto sentia que perdia muito tempo. As apostilas da internet continham basicamente a lei, não explicavam muita coisa, não tinham muitas questões (maioria desatualizada)
Depois encontrei o material de um outro curso on-line e gostei bastante, mas não tinha todas as matérias que precisava.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Felipe: Sim, apesar de utilizar um material que não era o mais efetivo, consegui aprovação no meu primeiro cargo, em 2012. Como já tinha (pouca) bagagem por ter cursado Direito, consegui entrar nas últimas vagas.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Felipe: Sinto que o Estratégia revolucionou os estudos de todos, de um modo geral na época, pois trazia algo muito bem organizado com PDFs de assuntos e questões, aulas separadas por assunto, resumos e ainda a possibilidade de tirar dúvidas com o professor. Depois que vi aquilo, sabia que era o melhor material e não parei mais de ser aluno (rsrs).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Felipe: Uso o estudo por ciclos, porém um pouco diferente da maioria. É um ciclo “fluído”, pois não tem uma ordem rotativa comum, o meu objetivo é chegar ao final da semana com todas as matérias estudadas, não importando a ordem. Pra mim isso é ótimo, pois eu não ‘me obrigo’ a estudar nenhuma matéria, se hoje seria dia de português e eu não estou nem afim, eu coloco uma matéria que estou mais empolgado para estudar e jogo português para outro dia.
Assim, eu defino a quantidade de horas semanais (total) e quantas horas para cada matéria. Para essa preparação eram 8 matérias, defini no mínimo 24 horas líquidas semanais, fazia 3h de segunda a sexta e 5 horas no sábado e no domingo. Aloquei as horas a depender da minha afinidade com a matéria (poucas horas para português, por exemplo, e mais para Administração).
Reforço que esse é um método muito pessoal, pois conheço muito bem minhas preferências de matérias e sei que vou terminar todas ao final do ciclo!
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Felipe: Como já estudo há um bom tempo, minhas horas de estudo são basicamente dedicadas a revisões. Se uma matéria for grande, como administrativo, separo a matéria em 3 ou 4 cadernos de questões e giro entre eles. Se for uma matéria menor, fazia questões da matéria toda e alimentava meus resumos quando necessário, e raramente voltava no PDF.
Para assuntos que não estudei ou não concluí, eu fazia um levantamento prévio das questões cobradas e estudava apenas os capítulos relativos à elas no PDF. Quando chegava a 25% da matéria, fazia uma revisão do que já foi estudado até então. Quando chegava a 50%, fazia outra, e por aí vai. Após concluir, incluía na mesma regra que citei no parágrafo anterior.
Não utilizo revisões fixas (24h, 48, 72h…), nunca consegui adaptar para meu estudo, pois não sou tão organizado pra isso! Trabalho melhor com metas.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Felipe: A resolução de questões é primordial para uma preparação de alto nível. É importante fazer muitas questões para criar aquela ‘memória muscular’ onde você identifica o erro de uma questão em segundos, assim eliminamos revisões. Porém, também é importante fazer uma análise detalhada e minuciosa de como a banca pensa, pois podemos diminuir muito o tamanho das revisões que precisamos fazer para aquele assunto.
Para este concurso, eu não fiz tantas questões (cerca de 2.000 nos dois meses), pois já criei essa ‘memória muscular’, então me aprofundei em como a banca cobra as matérias que não são da minha área, como Administração Geral e Pública. Valeu muito a pena! São PDFs enormes, mas a banca cobra apenas certas partes, era nisso que eu focava.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Felipe: Definitivamente Administração e Gestão de Pessoas, pois são matérias muito grandes e abrangentes e não sou da área. Para superar isso, aloquei uma grande parte da minha meta semanal para elas, estudava praticamente todos os dias. Felizmente não são difíceis, mas tem bastante decoreba. Muitas questões foram feitas e analisava minuciosamente como a banca cobrava e colocava no meu resumo o que eu deveria prestar atenção.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Felipe: Geralmente, a semana anterior, para mim, é muito estressante. Fico pensando que sempre estou esquecendo algo. Curiosamente, nesse concurso foi muito tranquila! Estudei menos do que normalmente estudava, cerca de 2h por dia, pois sentia que já tinha visto tudo. Foi a primeira vez que tive esse sentimento! Fiquei feliz, pois posso ver que os anos de experiência estão se pagando.
No dia anterior apenas revisei algumas teorias de Administração, e descansei. Fiz um pouco disso antes da prova também. Fui bem tranquilo e sem muita expectativa, sem muito peso de passar, isso ajudou muito na hora.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Felipe: Discursiva sempre foi um calcanhar de Aquiles para mim, estava um pouco traumatizado da prova do TCDF porque não fui bem. Minha letra é feia (rsrs) e às vezes me embaralho ao explanar as ideias. Porém, no concurso da Câmara tive uma das maiores notas!
A redação é constituída de duas partes, estrutura e conteúdo. Na minha jornada estudei bastante as aulas teóricas de redação, que ensinam como estruturar os parágrafos, como fazer introdução, conclusão, quais conectivos, o que a banca gosta que escreva etc.
Tendo isso dominado, fiz um apanhado das redações da banca e apenas escrevia um esqueleto com algumas palavras-chave usadas e tentava pensar no maior número de argumentos e os enumerava em tópicos, depois conferia com o espelho se deixei de colocar algo ou se errei. Deu certo!
Como a redação da Câmara era um tema geral (não era peça técnica), acredito que com essa forma desenvolvemos uma resposta mental rápida do que escrever. Quando escrevemos uma redação inteira, penso que demora muito e estamos vendo apenas um tópico muito específico.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Felipe: Graças a Deus, tive muitos acertos nessa preparação. Acredito que o principal foi manter um equilíbrio em minha vida, a preparação deve conter muito estudo, mas também diversão, socialização, outras atividades! É assim que chegamos ao dia seguinte com gás para estudar, e não nos privando e sofrendo pelo isolamento. Devemos acabar com o estigma de que estudo para concursos será um período de sofrimento na vida.
Com relação a erros, eu tenho a tendência de ir para o “tudo ou nada” nas provas de certo e errado, não deixo questões em branco. Talvez eu conseguisse uma nota melhor se marcasse apenas as que tinha certeza, Anda não defini bem a minha estratégia nesse tipo de prova.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Felipe: Depois que prometi a mim mesmo que iria casar com minha esposa, nunca mais pensei em desistir. Ao estar perto dela e de minha família, me lembro constantemente que faço isso por eles. Faço para dar exemplo para meus irmãos, faço para dar orgulho à família e faço para poder ter qualidade de vida e tempo com minha esposa e futuramente nossos filhos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Felipe: Estudem bastante, mas também aproveitem a vida bastante. Não vivam só para estudar. Não se punam por não ter conseguido estudar determinado dia, ou não se sentir motivado, ou errar aquela questão. Mantenha-se firme e faça os ajustes necessários, você irá superar. A vida já nos castiga bastante, não se torne o seu próprio carrasco, cuide de si mesmo!
Encontrem seu próprio estilo de estudo, sua própria rotina, suas preferências, não tenham medo de inovar. Identifique seus pontos fortes e fracos, o estudo para concurso é uma grande forma de você se autoconhecer! Aprendi muito sobre a vida, sobre acreditar que sou capaz, sobre dar importância aos momentos. Posso dizer que sou outro Felipe após essa jornada e levarei as lições para toda minha vida.