Aprovada em 1º lugar no concurso CAGEPA para o cargo de Administrador
Concursos Públicos“[…] Faça do estudo uma prioridade inegociável durante esse período. Todo o esforço vale a pena.”
Confira nossa entrevista com Débora Dayanny de Freitas Facundes, aprovada em 1º lugar no concurso CAGEPA para o cargo de Administrador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Débora Dayanny de Freitas Facundes: Sou formada em Administração, tenho 33 anos, sou natural de Niterói e atualmente moro em João Pessoa, na Paraíba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Débora Dayanny: Comecei a estudar para concursos porque, durante o estágio em uma empresa privada na época da graduação, percebi a facilidade com que as pessoas eram demitidas. Assim, busquei, inicialmente, a estabilidade que o serviço público oferece.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Débora Dayanny: No início, eu dedicava o dia inteiro aos estudos, dividindo-o em dois turnos, geralmente manhã e tarde, com pequenos intervalos de 15 minutos entre uma disciplina e outra. No ano passado, assumi o cargo que ocupo até o momento e, a partir daí, minha rotina de estudos passou por algumas modificações. Passei a acordar mais cedo para estudar antes do trabalho, ouvia trechos de aulas durante o deslocamento para o trabalho, aproveitava o horário de almoço para revisar e, ao final do expediente, corria para casa para estudar mais.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Débora Dayanny: Passei em concursos em diversas áreas: administrativa, controle e fiscal. Na área fiscal, fui aprovada para o cargo de Auditor Fiscal, ficando em 5º lugar no concurso para o ISS de Extremoz. Na área de controle, passei em 37º lugar para Auditor de Controle Interno no CGE-RN. Na área administrativa, fui aprovada em 9º lugar para Técnico do Ibama, em 12º para Analista em Administração da Ebserh-HUAC, em 5º lugar para Analista de Departamento Pessoal da PB Saúde, e em 4º lugar para Administrador da UFERSA, cargo que ocupo atualmente.
Eu pretendo continuar estudando, mas agora focado na área de controle, especificamente para cargo de auditor.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Débora Dayanny: Sempre fui uma pessoa de sair pouco, mas, sempre que necessário, deixei claro que os estudos eram minha prioridade, especialmente durante os períodos pós-edital, que são os mais cruciais para o estudo.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Débora Dayanny: Minha família sempre foi meu alicerce nessa jornada. Passei por momentos em que, mesmo quando eu já não acreditava na minha aprovação, eles continuaram acreditando em mim. Pude contar com o apoio moral, financeiro e espiritual deles ao longo de toda a trajetória. Com meus amigos mais próximos, não foi diferente. Eles me entendiam e me apoiaram, especialmente com orações, para que eu alcançasse essa aprovação.
Posso dizer, com segurança, que sou a soma das pessoas que tenho ao meu redor. São apoios que sem os quais eu não teria conseguido chegar a lugar algum.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Débora Dayanny: Estudei exatamente 9 meses. Quando saiu a autorização e os cargos prováveis, o meu não estava na lista. Estudei “no escuro”, sem saber se o meu cargo seria contemplado, mas como eu queria muito voltar para casa, senti que precisava apostar. Foram, então, 6 meses de estudo após a autorização do concurso, sem saber se meu cargo seria incluído, seguidos de mais 3 meses após a publicação do edital.
O período mais difícil para manter a disciplina foi justamente aquele em que eu não sabia se meu cargo seria contemplado. Mas, como era algo que eu realmente queria, preferi arriscar. A minha disciplina sempre foi mantida com base em um defeito que tenho que é a teimosia, rs. Consegui transformar algo ruim em algo bom.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Débora Dayanny: Minhas principais ferramentas de estudo são videoaulas, resolução de questões e revisões feitas à mão. Algo que sempre insisto em dizer é que a pessoa precisa se conhecer. Sempre fui uma pessoa visual; ao ler livros, por exemplo, imaginava o rosto dos personagens e me perdia em divagações. Por isso, PDFs nunca foram uma boa opção para mim, pois eu facilmente perdia o foco. Já as videoaulas me ajudavam a manter a atenção. Para evitar que o estudo se tornasse passivo, eu anotava as principais informações ditas pelo professor e, assim, ia criando meu próprio resumo. A resolução de questões servia para consolidar o que eu havia ouvido e escrito, além de me ajudar a entender como as bancas cobram os temas.
As vantagens desse método são claras: ele permite que o aluno realmente aprenda o conteúdo. O professor, pela experiência, sabe o que é essencial, algo que, no PDF, se a pessoa se distrair facilmente como eu, pode acabar deixando de lado. A principal desvantagem é que esse método exige mais tempo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Débora Dayanny: O Estratégia está comigo desde o começo da minha caminhada. O primeiro vídeo que assisti foi um gratuito no YouTube, sobre como montar um planejamento de estudos, algo que apareceu, de maneira aleatória, na minha busca pelo assunto. Como sempre havia aulas e eventos gratuitos, eu tentava ao máximo aproveitar essas oportunidades para entender melhor os assuntos e aprimorar minhas técnicas de estudo. Tanto os professores quanto os coaches me ajudaram desde o início, e alguns deles nem sabem o impacto que tiveram na minha trajetória.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Débora Dayanny: Comecei meus estudos com o Estratégia e, ao longo da minha trajetória, adquiri materiais de outros cursos. No entanto, o que mais me incomodava e, ao mesmo tempo, sempre me fazia voltar ao Estratégia era a assertividade na maneira como os professores abordam a cobrança dos assuntos pelas bancas. Quando a Nelma diz: “Tomara que caia na sua prova” e, de fato, o conteúdo cai, isso me passa uma sensação de segurança, pois ela demonstra ter estudado a fundo a banca e entender como ela costuma formular as questões. Esse tipo de confiança é fundamental para o concurseiro.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Débora Dayanny: O Estratégia sempre foi fundamental para o meu aprimoramento ao longo dos estudos. Quando o Estratégia lançou o “Reta Final” e “Hora da Verdade”, foi um salto enorme no meu rendimento, pois esses materiais geralmente são disponibilizados mais próximos da prova. Nesse período, quando a prova se aproximava, eu começava a ficar mais cansada e a duvidar do planejamento que havia feito, deixando a ansiedade tomar conta aos poucos. Esses eventos, no entanto, nos ajudam a revisar a disciplina como um todo, sempre com base na cobrança da banca.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Débora Dayanny: Quando eu estudava exclusivamente, conseguia ver 5 ou 6 disciplinas por dia. No entanto, quando comecei a trabalhar, foi necessário reduzir para 3 disciplinas. Para evitar a monotonia e não perder o foco, eu variava frequentemente as matérias. Assim, estudava 1 hora para cada disciplina e, quando precisava revisar, acrescentava mais 30 minutos de revisão. Dessa forma, minhas horas líquidas de estudo ficavam, em média, 7 horas por dia quando eu não trabalhava e entre 4 a 5 horas quando comecei a trabalhar.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Débora Dayanny: Costumo montar um caderno com 90 questões de cada assunto, mas respondo 30 questões por dia. Assim, ao finalizar o caderno, ou seja, após a terceira sessão, reviso os erros que cometi e analiso se aquele tema precisa de uma revisão rápida (caso o percentual de acertos seja bom) ou de uma revisão mais aprofundada (se o percentual estiver baixo). Sempre anoto no caderno os pontos que não compreendi bem, para consultá-los sempre que necessário. Assim, fico em constante revisão dos pontos que errei.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Débora Dayanny: A resolução de questões é fundamental, pois cada banca examinadora tem uma forma diferente de abordar os mesmos temas. Além disso, cada banca costuma se basear em autores específicos, então resolver questões é essencial para compreender o perfil da banca e se familiarizar com suas preferências.
Quanto ao número de questões resolvidas, fui conferir para fornecer esse dado com precisão, rs. Até agora, resolvi um total de 77.478 questões, acumulando 9.366 horas de estudo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Débora Dayanny: As disciplinas da área de controle em que encontro mais dificuldades são Auditoria Governamental e Administração Financeira e Orçamentária (AFO), sendo que esta última costumava ser um dos meus pontos fortes.
Na Auditoria Governamental, o entendimento básico da disciplina é relativamente rápido, mas o que complica são as inúmeras Instruções Normativas (IN), os detalhes das ISSAI e as normas de decisões que estão em constante atualização. Uma maneira eficaz de superar esses obstáculos é resolver muitas questões para se familiarizar com as mudanças.
Já em AFO, houve uma mudança drástica na forma como a disciplina vem sendo cobrada, com um foco cada vez maior em Contabilidade Pública. Para superar essas dificuldades, é essencial estudar mais profundamente o MCASP (utilizando a edição mais atual, já que as alterações costumam ser cobradas) e também resolver o máximo de questões atualizadas disponíveis.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Débora Dayanny: Na última semana antes da prova, eu estava muito ansiosa, então decidi parar de resolver questões. Em vez disso, recorri às minhas anotações e às tão valiosas revisões de reta final oferecidas pelo Estratégia. Esse é o método que encontro para evitar paralisar completamente e, ao mesmo tempo, conseguir revisar todas as disciplinas de forma abrangente.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Débora Dayanny: No meu concurso, houve duas provas discursivas de conhecimentos específicos, que tiveram um grande peso na nota final. Por isso, não negligenciei de forma alguma o treino para a discursiva. Como eram duas questões, todas as semanas eu treinava escrevendo duas discursivas sobre temas específicos da área. Criei um caderno exclusivo para discursivas, com os temas mais recentes cobrados pelo CESPE, e desenvolvia dois temas por semana, sempre escrevendo à mão. Isso me ajudou a treinar a habilidade de escrever para que, no dia da prova, eu não perdesse tempo e estivesse habituada ao ritmo.
Depois de escrever, analisava o espelho de correção fornecido pela banca e, em um outro dia, tentava corrigir minha própria resposta como se eu fosse a banca. Também recorria ao ChatGPT: apresentava os critérios, compartilhava minha resposta e pedia uma avaliação para identificar pontos de melhoria.
No dia da prova, fiz uma última revisão na porta da sala relendo todos os temas. Como Administração é uma disciplina bastante subjetiva, que pode abordar o mesmo tema de diversas maneiras, minha estratégia foi revisar pensando em como o CESPE poderia cobrar o assunto de forma diferente. O resultado foi excelente: minha nota na prova discursiva foi a mais alta. A pontuação máxima era 20, e eu consegui 19,01.
Eu aconselho praticar, no meio de tanta tecnologia, a gente se habitou a digitar e não escrever, o que acontece com isso é nossa letra vai ficando não compreensível, nossa mão vai cansando de escrever e podemos até errar a gramática em pontos cruciais. Assim, treinem, à mão, a discursiva. Vale a pena.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Débora Dayanny: Meus principais erros foram, em alguns momentos, deixar a ansiedade tomar conta e, principalmente, abandonar a prática de exercícios físicos, que ajudam bastante a controlar essa sensação.
Já meus maiores acertos foram mesclar o estudo na tela com o uso do caderno. Retomar o hábito de escrever à mão, além de me ajudar a manter o foco, também reduziu o excesso de tempo em frente à tela, que estava causando dores de cabeça e prejudicando meu rendimento. O método de estudo mais tradicional funcionou muito bem para mim.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Débora Dayanny: Pensei em desistir muitas vezes. Cheguei a dizer às pessoas mais próximas que, se soubesse o quanto sofreria estudando, talvez nem tivesse começado. O que me fez continuar foi a minha teimosia. Eu já havia dedicado muito tempo ao estudo e não podia simplesmente voltar atrás.
Ainda bem que não desisti, porque, depois que a gente passa, esquece rapidamente todo o período de angústia e incerteza que o estudo prolongado para concursos provoca.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Débora Dayanny: Acredito firmemente que três pilares foram essenciais para eu chegar até aqui: minha fé em Deus, o apoio das pessoas (família e amigos) e minha disciplina. Para mim, é crucial depositar nossa esperança em Deus, que pode realizar muito além do que podemos imaginar. Minha família e meus amigos mais próximos sempre foram os meus maiores incentivadores, acreditando, muitas vezes sozinhos, que eu chegaria até aqui. Quanto à disciplina, foi ela que continuou nos momentos em que a motivação faltou.
Portanto, tenha fé em Deus, escolha cuidadosamente as pessoas que estarão ao seu lado, pois elas podem tanto te impulsionar quanto te atrapalhar, e mantenha o foco. Faça do estudo uma prioridade inegociável durante esse período. Todo o esforço vale a pena.