“[…] Passa em concurso quem acumula conhecimento. Portanto, eleja uma área com um núcleo de disciplinas, domine-as e preste quantos concursos forem possíveis com editais compatíveis. Detecte seus erros e tenha resiliência […]”

Confira nossa entrevista com Thiago Sales de Souza Loureiro, aprovado em 1° lugar no concurso APS para o cargo de Especialista Portuário – Administrador:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Thiago Sales de Souza Loureiro: Olá a todos! Meu nome é Thiago Loureiro, tenho 42 anos, nasci em São Paulo mas adotei como meu “berço” a cidade de Santos/SP, onde moro há 38 anos. Sou bacharel em Administração, tecnólogo em Gestão Pública e Especialista em Educação.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Thiago: Minha história não é muito diferente de muitos que partem para a carreira pública: recém-formado, poucas oportunidades na iniciativa privada, onde temos como única certeza a incerteza. A carreira pública, no meu ponto de vista, é a única que seleciona o candidato exclusivamente por seus méritos, sem julgamentos subjetivos, além de, na minha visão, ser uma maneira que tenho de tentar retribuir à sociedade pelo que ela espera do Poder Público.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Thiago: Sim, creio que a grande maioria das pessoas não pode abrir mão de trabalhar para se dedicar aos estudos em tempo integral. Por isso, somos obrigados a fazer uma gestão de tempo, com horários bastante regrados para cada tarefa, mantendo constância e intensidade. Todos os horários vagos que tinha eram usados para estudar, seja com leitura, questões e até videoaulas.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Thiago: Sou servidor da Prefeitura de Santos há 18 anos, ingressando no cargo de Oficial de Administração; aprovações vigentes, além da APS, conquistei o 8º lugar para Administrador na Prefeitura de Santos e estou no Cadastro de Reserva da Câmara de Cubatão (Especialista Legislativo – Área de Gestão Pública).

Pretendo continuar estudando, mas com foco na área de Controle, em especial o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Thiago: Procuro não abdicar de compromissos sociais com pessoas mais próximas, especialmente com meu filho Lucas e minha namorada Ana Cristina, que me apoiam muito nessa jornada. Óbvio que a maior parte do tempo é direcionada para o estudo, mas não acho saudável uma renúncia tão rigorosa, salvo em retas finais.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma? 

Thiago: Sim, apoiam! Especialmente meu filho e minha namorada. Inclusive, explico os conteúdos para eles, o que é até uma forma divertida de estudo ativo e um incentivo para que ambos trilhem o mesmo caminho.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Thiago: Fiquei 12 anos sem estudar para concursos, embora o meu dia a dia de servidor me colocasse em contato com diversas disciplinas. Mas, a exigência de cobrança é diferente.

Retomei meus estudos em 2023, sempre com foco na mesma área, com um ciclo de estudos constante, independente de editais abertos. Na verdade, eu buscava editais que se amoldavam no meu ciclo de estudos.

O pulo do gato é manter a constância, se apaixonar pelo processo.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? 

Thiago: Acho que a minha combinação é a mais contraditória que existe: videoaulas e questões, buscando explicações amiúde nos PDFs e livros apenas em casos de erros. O meu caderno de erros se transformou num glossário do tema (risos).

Sei que a turma prefere PDFs para estudar e videoaulas para tirar dúvidas, mas eu me dei melhor invertendo essa ordem.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Thiago: Quando eu voltei aos estudos, percebi que o nível da concorrência estava substancialmente maior do que quando ingressei no serviço público e que seria necessário buscar apoio externo. Ao pesquisar no YouTube, encontrei alguns professores com uma didática muito boa, em especial o Rodrigo Rennó, o Gilmar Possati e a Elisabetete Moreira (minha queria Tia Bete S2) que, com uma linguagem simples, conseguiram incutir raciocínios complexos na minha mente. Vi que, em comum, todos faziam parte do corpo docente do Estratégia Concursos e o resto é história: pelo desempenho dos alunos, pode-se aferir a qualidade do curso preparatório.

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente? 

Thiago: Não, sempre fiz um estudo que pecava pela baixa eficiência: resumos manuscritos, de próprio punho, que eram excelentes para memória de curto prazo, mas que tomavam muito tempo para um baixo ganho marginal. Quando resolvi buscar apoio, já encontrei o Estratégia logo de cara.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? 

Thiago: Os professores, sem dúvida, são um diferencial inigualável. Tanto pela didática como pela experiência, já que direcionam o esforço para coisas específicas das bancas, com dicas valiosíssimas. Em especial, cito um conflito doutrinário em “Gestão Por Competências” apontado pelo Professor Rennó que caiu nessa prova e que na hora eu me lembrei e foi crucial para eu acertar a questão. Além do clássico mnemônico do Professor Herbert sobre os princípios da licitação (“Jovem, sempre licite com planejamento pro país desenvolver sustentavelmente”), coisas simples e que se fixam na nossa memória de longo prazo. Trabalhar na memória de longo prazo é importantíssimo, já que concurso é um projeto de longo prazo.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? 

Thiago: Uso o método de ciclo de estudos, com enfoque nas disciplinas com maior cobrança, seguidas daquelas com maior dificuldade. Somando tudo, creio que umas 4h líquidas por dia, de 2ª a 6ª feira. Como vou para a casa da minha namorada, que mora em outra cidade, aos sábados, uso o tempo da viagem para resolver provas anteriores.

Estratégia: Como fazia suas revisões? 

Thiago: Antigamente por resumos, atualmente por questões (de todos os tipos e fontes possíveis e imagináveis) e caderno de erros.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Thiago: Resolução de questões, seja por meio de banco de questões, simulados e provas anteriores é de EXTREMA IMPORTÂNCIA. As questões são o indicador de desempenho mais fidedigno de que dispomos.

Creio que tenha resolvido em torno de 8 a 10 mil, embora conheça casos onde aprovados resolveram mais de 50 mil.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Thiago: Além das disciplinas de exatas, aquelas ligadas à área de finanças, como AFO e Contabilidade. Em exatas, a chave foi a prática intensiva, em AFO o segredo foi ter humildade para rever os conteúdos, pois toda vez que repassamos em uma segunda ou terceira leitura, as dúvidas que surgem em um primeiro momento são naturalmente dirimidas.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Thiago: Foco total em conteúdos específicos do edital que não estavam presentes no ciclo de estudos, como a Lei 13.303/2016 e regulamentações da ANTAQ, assim como resolução de provas de anos anteriores e de outras Autoridades Portuárias, como a Companhia das Docas do Estado da Bahia –  CODEBA. Isso ajudou a dar uma ideia de como poderia vir formulada a prova.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Thiago: Meu principal erro, que felizmente corrigi rapidamente, foi insistir num método que deu certo lá em 2006 – leitura, cópia manuscrita e resumo manuscrito – mas que se mostra ineficiente e ineficaz hoje em dia, num cenário de concorrência acirrada. Hoje, a absorção de conteúdo precisa ser dinâmica. Seja com PDF ou com videoaula, você precisa internalizar aquele conteúdo o mais rápido possível e testá-lo constantemente.

Creio que o acerto foi perceber isso e reconfigurar a minha rotina. Nesse ponto só tenho a elogiar o Estratégia, pois tem um material bastante objetivo e professores diferenciados que auxiliam nesse processo.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Thiago: Não! Confesso que já me assustei com editais prolixos e que já me senti desanimado com algumas reprovações. As mais dolorosas, sem dúvida, foram na SPRegula, onde não consegui concluir a prova por inexperiência – perdi muito tempo em uma questão de RLM – e na CGM de Santos, onde a nota de corte foi altíssima e, mesmo um desempenho “ok”, não foi suficiente para figurar na lista de aprovados.

Apesar desses desafios, nunca pensei em desistir, e o motivo é muito simples: o serviço público, para mim, é uma vocação. Sinto que tenho uma missão, e acredito que ela será cumprida como Auditor de Controle Externo. Então, todo sacrifício vale a pena, minha motivação é intrínseca – é o propósito que me move, o que dá sentido à minha caminhada. Mais do que salários e estabilidade, que são fatores higiênicos, encontrar um propósito na função do cargo que está pleiteando é a maior motivação que existe.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Thiago: Persista! Vale a pena o esforço! Não existe fórmula mágica, atalho ou técnica secreta. Tenha em mente que se trata de um processo no qual cada reprovação — que fatalmente ocorrerá — será uma pedra para erguer o seu castelo, e cada edital que você vencer lhe dará mais bagagem para enfrentar outros, mais difíceis. Passa em concurso quem acumula conhecimento. Portanto, eleja uma área com um núcleo de disciplinas, domine-as e preste quantos concursos forem possíveis com editais compatíveis. Detecte seus erros e tenha resiliência, pois o resultado é fruto de disciplina, constância, intensidade e experiência.