“Meu conselho para os futuros colegas é simples: SENTA E ESTUDA. Dê o seu máximo, mas sem comprometer sua saúde mental. A chave é a consistência – haverá dias em que você não vai querer abrir o livro, mas estude mesmo assim […]”
Confira nossa entrevista com Fernando do Prado, aprovado no 42º Exame de Ordem Unificado:
Conte-nos um pouco sobre você, para que as pessoas que nos assistem possam te conhecer melhor.
Fernando do Prado: Me chamo Fernando do Prado Stocco, tenho 31 anos. Sou de Cuiabá – MT. Sou formado há 5 anos.
Durante seus estudos para o Exame de Ordem, você trabalhava, fazia faculdade e estudava para o Exame, ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Fernando: Bom, durante meus estudos eu trabalhava em home office então foi uma conciliação tranquila. Eu estudava em média 2 a 4 horas por dia mais as demandas do serviço.
Foi a primeira vez que prestou o Exame de Ordem?
Fernando: Não, foi a minha quarta vez prestando o exame.
Qual foi sua sensação ao ver que havia sido aprovado?
Fernando: “FINALMENTE”! Sempre batia na trave nos exames passados, então a aprovação na primeira fase já foi um susto pra mim. Após a segunda fase do exame ficava paranoico pensando nas minhas falhas e achando que não ia passar. Quando o resultado final finalmente chegou eu corri pro abraço, lá no final da copa do mundo.
Os seus colegas de faculdade e amigos que também estavam estudando também conseguiram aprovação?
Fernando: Meus colegas de faculdade e amigos são caso a caso, a maioria dos que mantinha contato já tinham passado em exames anteriores. Outros colegas desistiram da carreira por causa do exame, e buscaram outros caminhos ou outras formas de atuar. Quanto ao meu diferencial, é a consistência. É necessário estudar todos os dias para não perder o ritmo. O exame de ordem demanda um conhecimento pleno da matéria, então não importa o que aconteça pelo menos uma horinha por dia de estudo.
Como era sua vida social durante a sua preparação?
Fernando: Quanto a festas e curtição com amigos, ZERO, postura radical, curtir e beber só depois da aprovação. Agora pra família tive uma postura mais amena, uma ida no shopping no final de semana, uma vez ou outra um churrasquinho em casa. Essas ocasiões são necessárias para não afundar na ansiedade e paranoia do exame, eles mantêm a sua saúde mental, que também é muito importante.
Que materiais você usou em sua preparação para o Exame?
Fernando: Eu sou uma pessoa que aprende ouvindo, então utilizei mais as vídeo aulas no portal e as aulas telepresenciais sempre animadas dos professores, mas tudo foi utilizado ao menos um pouco. Também o Vade-mécum do estratégia é quase obrigatório, pois ele oferece vantagens e atalhos essenciais principalmente na segunda fase, onde se utiliza bastante as súmulas e artigos associados.
Como conheceu o Estratégia Concursos?
Fernando: No Youtube e buscando no google. Na época estava me preparando para a primeira fase do exame, e assistia muito as aulas que eram postadas no Youtube. Quando tive êxito na primeira fase fui direto no curso de mentoria para segunda fase.
Uma das principais dificuldades de todo candidato é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo?
Fernando: É humanamente impossível assimilar todo o conteúdo exigido no edital do Exame de Ordem. Por isso, é necessário ser inteligente e focar nas disciplinas que rendem mais pontos. Já foram aplicadas mais de 40 edições do exame, e os conteúdos mais recorrentes já foram mapeados pelos professores. Ou seja, já existe uma metodologia consolidada. No meu caso, na primeira fase, foquei nos temas mais cobrados das disciplinas mais “frutíferas” do exame. Para mim, a utilização responsável da IA para fazer resumos das matérias, resolver exercícios (sim, a banca repete muitas questões) e assistir a muitas videoaulas foi essencial para a aprovação. Afinal, os professores conhecem a metodologia da banca examinadora e suas “malandragens”, por assim dizer. Na segunda fase, eu havia adquirido a mentoria do estratégia, então eu tive acesso a todo um plano de estudo com exercícios e simulados. O caminho foi trilhado para mim.
Você tinha mais dificuldades em alguma disciplina? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Fernando: Sim, tive dificuldades em várias matérias: Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito de Família e, por fim, Direito Tributário – justamente a minha matéria de segunda fase, haha! Para superar, não tem outro jeito: é necessário paciência e estudo. Ninguém gosta de estudar o que não sabe, então é preciso enfrentar esse atrito inicial. É natural ter dificuldades no começo, mas, com o tempo, acabamos pegando gosto pela matéria, e o estudo se torna mais fácil. No final, há até um certo orgulho de ter passado por todo esse processo com sucesso. É como escalar uma montanha, marcar aquele gol sofrido ou finalmente derrotar aquele chefe impossível no videogame.
A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Focava mais na releitura, em resumos, em exercícios, etc?
Fernando: Na reta final foquei mais nos exercícios e releitura das peças mais exigidas no exame. Os simulados também ajudaram bastante para orientar como as perguntas seriam na prova e o nível de dificuldade.
Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos. Por outro lado, também vemos aqueles que preferem desacelerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Fernando: Na semana da prova, é essencial que o cronograma de estudos já esteja concluído ou, pelo menos, próximo disso. Nesse momento, o foco deve ser apenas na revisão do conteúdo e no preparo emocional para o exame. Não adianta se matar de estudar nessa reta final – isso só aumenta a ansiedade e pode te desgastar mentalmente. Na hora da prova, o mais importante é estar calmo, até para conseguir lembrar tudo o que foi estudado. Calma é a palavra chave na prova, afobação demais e é possível ser vítima de uma questão pegadinha, excesso de dúvida e se erra uma questão fácil que te aprovaria.
Para a segunda fase, optou por criar uma peça de qual área do direito? Qual foi sua estratégia na hora de tomar sua decisão?
Fernando: Na segunda fase optei pelo direito tributário. Não tinha muita estratégia, eu já trabalhava na área contábil e pretendia seguir essa prática, então precisava do conhecimento jurídico. Mas se eu fosse ser estratégico nesse ponto eu me manteria longe de Direito civil e direito penal, pois são matérias muito amplas e as que mais reprova na segunda fase do exame de ordem. Escolheria entre Direito Constitucional, Empresarial e Tributário, que tem melhores índices de aprovação.
Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação, quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Fernando: No meu julgamento, meus maiores erros foram não ter estudado tanto quanto deveria – mantive uma média de 2 a 4 horas por dia. Além disso, não fui tão calmo quanto poderia; ficava conjecturando possibilidades na minha cabeça e me estressando quando, na verdade, precisava de tranquilidade. Por outro lado, meu maior acerto foi a consistência. Não importava o cansaço, o horário ou o estresse – pelo menos 30 minutos ou uma hora de estudo por dia eu fazia. Isso fez toda a diferença no final.
O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Fernando: O mais difícil foi manter o foco e a tranquilidade. Minha segunda fase aconteceu bem no período de Carnaval, e resistir às tentações não foi fácil. Há mil e uma coisas que podem te distrair nesse período, mas, no fim, deu tudo certo. Minha principal motivação sempre foi exercer plenamente a advocacia. Existe aquele estigma de ser apenas bacharel, e, vindo de uma família de advogados, isso pesou mais do que deveria. Além disso, o fator financeiro também foi um grande incentivo. Como já trabalhava na área contábil, via diversas oportunidades escaparem por não poder advogar. Agora, com a aprovação, poderei capitalizar melhor essas chances e expandir minha atuação.
Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para o Exame da OAB? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Fernando: Meu conselho para os futuros colegas é simples: SENTA E ESTUDA. Dê o seu máximo, mas sem comprometer sua saúde mental. A chave é a consistência – haverá dias em que você não vai querer abrir o livro, mas estude mesmo assim. Pequenos esforços diários fazem toda a diferença no longo prazo. Na hora decisiva da prova: CALMA, RESPIRE FUNDO. Leia cada questão com atenção, não deixe nada em branco e, acima de tudo, confie em si mesmo. Se, em algum momento, bater o desespero e você achar que já está reprovado, NÃO DESISTA. Como bem diz o professor Rodrigo (Mentor Tributarista), a prova da OAB é uma batalha – lute até o fim! Sigam com fé, determinação e boa caminhada a todos!