Aprovada em 1° lugar (Cotas) no CNU (Bloco 1 - FUNAI) para o cargo de Especialista em Indigenismo
Concursos Públicos“[…] Meu conselho é que você faça um plano a longo prazo, escolha uma área que você goste ou pelo menos tenha afinidade, estude muito as disciplinas genéricas como Administração Pública, Direito Constitucional, Português […]”
Confira nossa entrevista com Felipe de Almeida Rodrigues, aprovada em 1° lugar (Cotas) no CNU (Bloco 1 – FUNAI) para o cargo de Especialista em Indigenismo – Engenharia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Felipe de Almeida Rodrigues: Sou natural de Cuiabá – MT e tenho 30 anos. Sempre estudei em escola pública e nunca fiz nenhum cursinho particular. Fiz o curso técnico em meio ambiente integrado ao ensino médio no IFMT e decidi prosseguir na área ambiental. Me formei em Engenharia Florestal pela UFMT em 2019.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Felipe: Eu fui aprovado em um concurso municipal ainda durante a graduação. A remuneração era baixa, mas foi o suficiente para que eu conseguisse concluir a faculdade. Foi uma casualidade, eu não pensava em ser concurseiro. Eram mais de mil vagas e como o cargo não era atrativo a concorrência foi pequena. Me preparei somente depois do lançamento do edital. Após me formar e me inserir no mercado de trabalho, percebi que não tinha perfil para área privada. Não tenho carisma e nem network. Além da baixa remuneração e alta carga de trabalho. Foi depois disso e do incentivo de alguns amigos que realmente comecei a estudar para concursos, em meados de 2021.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Felipe: Sim, desde que comecei a estudar para concursos sempre precisei conciliar com o trabalho. Meu foco maior era ter constância e apostar numa evolução de longo prazo. Fazia muitos resumos a mão e conseguia estudar poucas horas por dia. Demorei um pouco para ser um candidato com chances reais de aprovação. Mas foi a melhor maneira que enxerguei de ter uma evolução contínua e que me desse chances reais. Foi preciso muita disciplina e dedicação.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Felipe: Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá – MT (2015), cargo: Técnico em Manutenção e Infraestrutura – vigilante, 8ª colocação geral.
Ibama (2022), cargo: Técnico Ambiental, cadastro reserva.
Semace (2023), cargo: Fiscal Ambiental/Engenharia Florestal, 1ª colocação geral.
CNU (2024), cargo: Especialista em Indigenismo/Engenharia, 1ª colocação para pessoas negras.
Atualmente estou estudando para as provas do ICMBio e Ibama. Não pretendo continuar estudando para concursos após essas provas. Meu objetivo sempre foi sair da pindaíba e ter uma vida tranquila. E estudar para concurso definitivamente não faz parte de uma vida saudável rs.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Felipe: Como eu comecei me dedicar aos concursos depois da pandemia, todo mundo já estava um pouco recluso. E eu sempre apostei numa estratégia de longo prazo, então nunca deixei de sair com meus amigos e minha família, de assistir filmes e séries. Mas tentava dar prioridade aos estudos. 1 a 2 horas por dia, tentando manter a sequência sem falhar muitos dias seguidos. Somente na reta final de estudos, por conta da ansiedade e da proximidade da prova, que é inevitável deixar de fazer muitas coisas para focar na prova.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Felipe: Minha família é um pouco alheia a essa questão. Nunca foi algo que fez parte da nossa vivência. Mas sempre tentaram contribuir com a maneira deles. Meu maior suporte foram meus poucos amigos concurseiros, um em especial. Esse amigo sempre insistiu muito para que eu estudasse, compartilhava dicas e materiais. Sempre compartilhou comigo tudo que pudesse me ajudar. Sempre foi um apoio quando eu fraquejava, principalmente quando os resultados eram negativos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Felipe: Eu me inscrevi no CNU somente porque eram muitas vagas. Não pensava que eu tinha chances reais. Escolhi o bloco de exatas porque tinha mais vagas, apesar de eu vir estudando para a área ambiental a alguns anos. Quando houve o adiamento da prova enxerguei ali a oportunidade para me preparar com seriedade. Estudei um pouco mais de 2 meses, praticamente todos os dias, de duas a quatro horas por dia. Pela situação da minha vida foi fácil manter a disciplina. Eu havia acabado de me mudar para outro estado, sem minha família e sem nenhum amigo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Felipe: Fui beneficiado pelo fato de ter muitos resumos feitos de outros concursos. Vários assuntos eu só precisei revisar. Estudei somente por PDFs. A vantagem foi que consegui passar pela maioria do edital, mesmo que superficialmente. A desvantagem é que por conta disso acabei não indo tão bem na discursiva.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Felipe: Nunca havia comprado nenhum material de estudo para concursos, mas havia estudado alguns materiais gratuitos de diferentes cursos. E sempre gostei mais dos materiais do Estratégia. Assim que tive dinheiro para investir, fiz a assinatura premium do Estratégia.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Felipe: Estudei materiais de diversos cursos por um tempo, mas só me lembro de pensar que pelos materiais do estratégia eu ficava com menos duvidas e conseguia evoluir mais rápido. Principalmente nas disciplinas básicas, como Administração Pública, Direito Constitucional etc.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Felipe: Sim, consegui ser aprovado estudando com materiais diversos. Mas foi um caminho bem mais trabalhoso. Eu procurava muito material na internet, de universidades, livros, apostilas etc. Só que era preciso ter uma leitura crítica para avaliar se o conteúdo era bom ou não, se era muito aprofundado ou muito superficial. Quando a disciplina era algo muito distante do que eu conhecia, era uma dificuldade grande e muitas vezes ficava sem solução. Atrasou muito minha evolução.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Felipe: Eu já me sentia bem preparado, mas pensava que perdia muito tempo e energia procurando materiais e avaliando se a qualidade era suficiente ou não. Com o estratégia eu pude me concentrar apenas em estudar e absorver o conteúdo. Isso me fez evoluir muito mais rapidamente no edital do concurso. O bizu estratégico foi essencial para a minha aprovação, em função do pouco tempo para preparação. Estudei essencialmente através dele e do material base do estratégia para o CNU.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Felipe: Montei meu plano a partir da análise estatística do estratégia de quais eram os assuntos mais importantes. Fiz um ciclo com várias matérias (8 a 12) ao mesmo tempo, estudava 1h de cada e seguia a sequência. Tentava estudar entre duas a quatro horas líquidas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Felipe: Para o CNU ainda continuei fazendo resumos a mão para os assuntos que eu considerava importantes. De 15 em 15 dias fazia uma revisão de todo material. Não fiz nenhum simulado pois como o edital era novidade, pensei que não seria tão preciso. Mas tentei resolver exercícios com frequência.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Felipe: Nunca fui capaz de resolver muitos exercícios. Em algumas preparações para provas eu nem resolvia exercícios. No CNU eu fiz exercícios com bastante frequência, para entender como a banca abordaria os assuntos, mas nada muito volumoso. Isso me ajudou muito.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Felipe: Eu tenho bastante dificuldade em raciocínio lógico. Por sorte essa disciplina não foi cobrada no CNU. Foi uma prova peculiar. Nas disciplinas que tenho mais domínio fui mal, e nas disciplinas que estudei pela primeira vez fui muito bem. Faz parte da estratégia escolher editais mais favoráveis para os seus pontos fortes e evitar provas que explorem seus pontos fracos.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Felipe: Sempre foco em tirar algumas dúvidas pontuais, ler resumos e tentar relaxar. Chegar descansado e tranquilo na prova é fundamental.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Felipe: Sinto que não me preparei da melhor forma. Não fiz um estudo dedicado a este tópico e confiei que cobrir grande parte do edital seria suficiente. Acontece que a discursiva exige conhecimentos um pouco mais aprofundados que as questões objetivas. Acabei tirando apenas 60% da nota. As melhores dicas que tenho são: ler textos em jornais, isso ajuda a construir uma referência de como escrever e fazer resumos com os principais conceitos e legislações que possam cair na discursiva, para que você tenha conteúdo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Felipe: Meus principais erros foram não fazer um estudo específico para a discursiva e não ler pelo menos uma vez toda a legislação da prova na íntegra. Meus principais acertos foram ter estudado os assuntos abordados com mais frequência nas provas, ter resumos já elaborados e resolver questões para todos os assuntos estudados.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Felipe: Não pensei em desistir nenhuma vez. Às vezes eu parava de estudar por um período para me recompor, mas nunca pensei em desistir. Minha principal motivação era a falta de perspectiva no mercado privado, a má remuneração e a alta carga de trabalho. Sempre depois de um dia de trabalho estressante minha motivação para persistir era reforçada.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Felipe: Eu só decidi fazer concursos porque queria ter estabilidade financeira. Nessa situação podemos ser um pouco imediatistas, mas em questão de concurso público isso só atrapalha. Mesmo se você for aprovado no seu primeiro concurso, e dentro das vagas, pode demorar anos até você ser nomeado. Meu conselho é que você faça um plano a longo prazo, escolha uma área que você goste ou pelo menos tenha afinidade, estude muito as disciplinas genéricas como Administração Pública, Direito Constitucional, Português etc e faça várias provas. É muito importante que você não retire todas as suas fichas em apenas uma prova. Quando você começar a ter seu nome na lista de aprovados, sua confiança vai aumentando. A cada quase, apesar da tristeza, vem também a certeza de que a aprovação está chegando. Persista.