Concursos Públicos

Concursos da área fiscal: como ter bom resultados nas provas de TI?

Confira a experiência de Pedro Ribeiro, aprovado na SEFAZ/BA que superou as dificuldades com a disciplina de TI

A área fiscal é considerada uma das mais desafiadoras no contexto dos concursos públicos: a grande variedade de disciplinas e a necessidade de conhecimentos em áreas como Contabilidade e Estatística, por exemplo, são alguns dos fatores que tiram o sono dos concurseiros. 

No entanto, ao longo dos últimos anos, uma outra disciplina ganhou destaque nos planejamentos de estudo para a área fiscal: trata-se da Tecnologia da Informação (TI). Em outros tempos, as questões de informática para concursos de Auditor eram bem mais simples e envolviam apenas conhecimentos básicos para a área. 

O que temos visto é uma transformação na cobrança de temas de TI nas provas: isso acontece sobretudo devido às mudanças nos próprios órgãos públicos nos quais o futuro servidor atuará. Com alto investimento em novos sistemas e projetos de TI, a Administração Pública busca facilitar e otimizar o trabalho na área fiscal, com automações e uso de inteligência artificial, por exemplo. 

Dessa forma, faz sentido que os concursos públicos comecem a ser mais exigentes em relação aos temas de TI. O aprovado precisa ter um conhecimento aprofundado e consistente em assuntos cada vez mais inovadores, como arquitetura da informação e engenharia de software, por exemplo. É claro que esses temas vão variar de acordo com o certame e também com o cargo, no entanto, é importante ter essa visão estratégica ao desenvolver os seus estudos.

Entrevista com aprovado na área fiscal

Para ajudar você a entender melhor o impacto da disciplina de TI no seu concurso da área fiscal, nós conversamos com Pedro Ribeiro (@pedrotribeiro.xls), aluno do Estratégia aprovado na SEFAZ/BA. 

Para ajudar você a entender melhor o impacto da disciplina de TI no seu concurso da área fiscal, nós conversamos com Pedro Ribeiro (@pedrotribeiro.xls), aluno do Estratégia aprovado na SEFAZ/BA. 

Nós acreditamos que conhecer a trajetória e as estratégias dos aprovados é uma das melhores maneiras para superar desafios na preparação para concursos públicos. Confira a entrevista:

1) Nos conte um pouco sobre a sua trajetória de aprovação! Em qual (is) concurso (s) você foi aprovado? O que te motivou a escolher a área fiscal?

Comecei a estudar em 7 de maio de 2018, para o concurso de Perito Engenheiro Civil da Polícia Federal.

Em 22 de julho, no meio da preparação, fiz uma prova para Engenheiro Civil da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA) em que obtive um bom resultado, fiquei em 9º lugar, o concurso tem 7 vagas e tenho boas chances de ser chamado. Um resultado tão bom em pouco tempo me deu otimismo para as provas seguintes.

Em 16 de setembro foi a prova da PF, para quatro meses de preparação consegui um resultado excelente da prova objetiva, fiquei em 2º lugar, mas infelizmente a discursiva veio numa dificuldade bastante superior à esperada por mim e fui eliminado.

Após o resultado insatisfatório na PF tive de decidir qual seria o rumo a seguir. Na área de Engenharia Civil são raras as boas oportunidades como a da PF. Dei uma pesquisada, conversei com algumas pessoas e optei a começar a me dedicar à área fiscal, principalmente porque já havia um edital aberto (SEFAZ-RS) e a perspectiva de vários outros por vir. Em 22 de outubro de 2018 recomecei de fato a estudar.

A prova da SEFAZ-RS aconteceu aproximadamente 3 meses depois, eu sabia que não estava preparado suficiente para disputar vagas, não tinha conseguido nem terminar de estudar todo o edital, mas fiz a prova com seriedade do mesmo jeito. Obtive um resultado satisfatório, na minha opinião. Fiquei próximo à 200º colocação, foi bom para comparar em quais matérias meu desempenho é bom e em quais são ruins, comparando com os candidatos mais bem colocados, e adaptar o estudo.

Um mês após essa prova, fiz uma outra para auditor fiscal de Petrolina (PE), era uma banca bem pequena, prova com pouquíssimas questões, e sabia que além de conhecimento era necessária muita sorte para conseguir entrar, fiquei próximo a 100º colocação, bem longe das vagas.

Depois dessa prova, comecei a estudar para a prova da SEFAZ-BA, que o edital já tinha saído. Já tinha bastante assunto estudado da época da prova do RS mas, claro, algumas novidades. Nos três meses de preparação consegui fechar o edital e me sentia bastante preparado para a prova. Na ampla concorrência, são 16 vagas imediatas e 4 para cadastro de reserva, na prova objetiva fiquei em 3º lugar, na prova discursiva consegui não ser eliminado (hehe) mas caí para 10ª posição. Com a prova de títulos caí para 11ª posição, atualmente estou aguardando a nomeação. Mais uma vez a prova discursiva me atrapalhou, se tivesse mantido minha colocação da objetiva já estaria nomeado.

Durante a preparação para a prova da Bahia, também fiz uma prova para Engenheiro Civil aqui da PGE-PE, eram 2 vagas + CR, fiquei em 2º lugar na objetiva e caí duas posições na discursiva.

No final de semana em que recebi a notícia da aprovação (e comemorei feito um adoidado) fiz outro concurso, para Analista Censitário – Métodos Quantitativos do IBGE, fui aprovado em 1º Lugar e nomeado algumas semanas depois, mas optei por não assumir.

2) Você teve dificuldades ao estudar TI para o seu concurso da área fiscal? Se sim, quais temas dessa disciplina foram os mais difíceis para você?

Sim, tive um pouco. Considero TI uma disciplina muito ampla, que teve seu estilo de cobrança modificado nos últimos anos. Principalmente lá em 2018, quando estudei TI pela primeira vez, os materiais ainda estavam se adaptando a essa nova realidade, na minha visão não devíamos esperar que um PDF de TI abordasse todos os assuntos possíveis de caírem na prova, os professores ainda não tinham dados suficientes para elaborar um material sintetizado e completo, então eles acabam sendo ou extensos demais, ou não abordavam todo o necessário.

Me recordo que tive mais dificuldades em COBIT / ITIL / PMBOK.

3) Quais foram as estratégias que você utilizou para melhorar o seu desempenho nas questões da área de TI?

Como disse, considero os assuntos de TI muito extensos. É inviável decorar todos os pontos específicos e minúcias de cada parte da matéria. Para enfrentar esse problema, procurei sempre ter uma visão mais holística do conteúdo, tentar entender as coisas como um todo e para que elas servem.

A maioria dos assuntos de TI (banco de dados, BI, COBIT, ITIL, PMBOK etc) possuem muita relevância “no mundo real”. Ao mesmo tempo que eu estudava PMBOK para meu concurso, por exemplo, um amigo de faculdade fazia uma especialização em PMBOK para aplicar esses conhecimentos na empresa em que trabalhava, outro lia e relia o PMBOK pois queria melhor desenvolver sua própria empresa.

Considerando este exemplo, apesar de estudar o PMBOK com o material voltado para concurso eu buscava entender como tudo o que eu estava lendo poderia ser aplicado no “mundo real”, em nenhum momento tentei decorar todos as áreas, grupos e processos que existem simplesmente por decorar. Eu tentava entender aquilo como se eu realmente fosse utilizar essa ferramenta. Para um conteúdo tão amplo e complexo, acredito que essa abordagem seja muito mais proveitosa.

Obviamente em paralelo a este “estudo crítico” eu fazia muitas questões de TI, eu percebi que por mais que não tivesse decorado praticamente nada, muita coisa eu acertava por entender a lógica da situação.

4) Você já tinha estudado TI antes da sua prova para a área fiscal? Se sim, ter uma base prévia te ajudou nos seus estudos?

Tive um pequeno contato com PMBOK na faculdade, que não serviu de muita coisa.

Como disse, antes de começar a estudar para área fiscal, estudei durante 4 meses para a prova de Perito da PF, os assuntos de TI são bastante semelhantes e certamente esta base foi de grande ajuda.

Ao longo de 1 ano de preparação, eu estudei TI completamente (todas as videoaulas, todos os PDFs e muitas questões) 3 vezes, cada vez as coisas faziam mais sentido e meu rendimento melhorava.

5) Qual é a sua opinião pessoal sobre o aumento do nível de cobrança de TI nas provas da área fiscal nos últimos anos?

Meu estudo de TI durou um ano (2018-2019), neste período não percebi muita mudança no nível de cobrança. Entretanto, ao longo da preparação fiz milhares de questões, e percebi que o nível e estilo de cobrança dos últimos 5-10 anos para cá evoluiu bastante. Vejo isso como algo positivo, as questões atuais exigem mais dos candidatos, isso facilita a vida das pessoas que levam o estudo com seriedade.

6) De acordo com a sua experiência como concurseiro (e agora aprovado!), qual é o conselho que você dá para os alunos que querem ser aprovados na área fiscal e têm dificuldade com essa disciplina?

Cada pessoa possui um jeito mais eficiente de estudo. O que deu certo para mim não necessariamente dará certo para as demais pessoas. Mas para os que estão com dificuldades e tem esse pensamento de que “é tudo decoreba” e “isso aqui não serve para nada”, sugiro que tentem ter essa visão mais ampla da disciplina, tentando entender para que as coisas servem.

Isso seria um conselho mais geral. De forma mais específica, também vou recomendar algo que deu certo comigo: organização e controle do estudo. Sempre que estudar algum assunto pela primeira vez, já se programe para fazer revisões dele, eu costumava fazer com 24 horas, 7 e 28 dias. Sempre anote, por assunto (aula), quantos exercícios você fez e quantos acertou. Fortaleça seus pontos fracos. Certamente dentro de TI há assuntos que seu desempenho é menor do que em outros, esses assuntos precisam de maior atenção e carga horária de estudo.

7) Em relação aos concursos da área fiscal de forma geral, qual você acredita que é o principal desafio para quem busca a aprovação nesse tipo de certame? Como você fez para superá-lo?

Entendo que a maior dificuldade é a quantidade de conhecimentos e informações, dos mais diferentes tipos, que você precisa entender e armazenar. Para superar esse desafio, entendi que o estudo para concurso não é uma luta contra o tempo, procurei estudar de uma forma bastante metódica, controlando aula por aula meu aproveitamento em questões, sempre realizando revisões e balanceando minha carga horária dedicada a cada assunto de acordo com todas as informações que eram geradas pela planilha em que eu realizava meu controle. Por mais que fossem assuntos que eu dominasse, não deixava de fazer as revisões programadas, nem que fosse para fazer apenas algumas questões, bem rapidinho. Nas aulas em que eu tinha mais dificuldade, as revisões eram mais demoradas, com frequência eu fazia algumas revisões “por fora da programação”.

Estudar para concurso exige consistência. Como disse, ao longo de um ano de preparação passei várias vezes pelas mesmas aulas, mas sempre evoluindo. Principalmente no começo, gaste o tempo que for necessário para entender bem cada aula. Em meu estudo, as “horas líquidas” em cada matéria foram muito mais consequência do que planejamento (é preciso bom senso, claro). Com o tempo as coisas vão ficando cada vez mais fáceis, e você conseguirá estudar mais em menos tempo.


Como você já sabe, o Estratégia investe constantemente no desenvolvimento de novos cursos e soluções na área de qualificação profissional para formar indivíduos preparados para o mercado de trabalho privado e também para serem aprovados nos melhores concursos públicos do país. 

Teremos uma grande novidade para área de TI que será lançada em 2021 e que será essencial para aprimorar os seus estudos na área. Fique de olho aqui no nosso blog e também nas nossas redes sociais para mais informações sobre isso! :) Temos muitos conteúdos incríveis preparados para impulsionar a sua carreira e os seus estudos!

Júlia Branco

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