Quer interpor recursos contra o gabarito do concurso SEGER ES para o cargo de Analista do Executivo – Direito? Confira as possibilidades neste artigo!
O concurso SEGER ES teve suas provas aplicadas no último domingo, 22 de janeiro. Recentemente, foram divulgados os gabaritos preliminares.
Agora, fica aberto entre os dias 24 e 25 de janeiro o prazo para interposição de recursos contra os gabaritos preliminares. Todo o processo deve ser feito no site da banca, o Instituto Consulplan.
Para te ajudar, nossos professores analisaram os gabaritos provisórios e identificaram algumas possibilidades de recursos. Confira abaixo:
QUESTÃO 12
GABARITO PRELIMINAR: LETRA B
GABARITO PRETENDIDO: ANULAÇÃO
O Manual de Redação da Presidência da República traz a seguinte orientação: “A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo. Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo no corpo do correio eletrônico”. A partir disso, podemos, sim, dizer que anexos são facultativos, a partir do termo “possibilidade”.
O Manual também diz ser “desnecessária” a informação de local/data, uma vez que o próprio sistema apresenta essa informação. Com isso, não podemos dizer que tal informação seja proibida no e-mail, e sim meramente dispensável, o que também podemos entender como facultativo.
Diante do exposto, por haver dois gabaritos possíveis, solicito a anulação da questão.
Referência: Manual de Redação da Presidência da República (2018).
QUESTÃO 18
A banca considerou a opção (E) como gabarito oficial.
Entretanto, o enunciado começa citando “Os amigos Ana, Beto, Carla e Daniel…” e, posteriormente, cita no enunciado e em quatro opções, um personagem chamado Bruno, que não havia sido citado anteriormente. Portanto, o enunciado substitui o personagem Beto pelo personagem Bruno, o que, obviamente, gera confusão e inviabiliza uma correta solução do problema.
Diante do exposto, pede-se a anulação da questão.
QUESTÃO 47
Gabarito preliminar oficial: D. Gabarito igualmente possível: E
O enunciado da questão 47 é lacônico e possui como referência APENAS a Constituição da República. Não permite aos candidatos inferir que a contribuição previdenciária se refere a uma contribuição pós instituição do Fundo de Previdência Complementar dos Servidores, que, uma vez instituído, terá como parâmetro máximo para as aposentadorias, o teto do Regime Geral de Previdência Social do RGPS, conforme previsão do art. 40, §16 da CF88, o que, naturalmente, limitaria a incidência da contribuição apenas ao valor correspondente ao TETO DO RGPS.
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Além disso, faltou no enunciado a menção ao valor do teto do RGPS, pois exigir que os candidatos o conhecimento deste (atualmente no valor R$ 7.507,49), significa EXTRAPOLAR O EDITAL PARA O CONCURSO no âmbito do Direito Constitucional.
Ou seja, diante do enunciado sem as especificações necessárias, os candidatos poderiam interpretar como resposta correta, tanto a letra D, como a letra E.
D) SE SUA CONTRIBUIÇÃO FOR DE R$ 3.000,00, SUA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SERÁ INTEGRALMENTE VERTIDA PARA O REGIMENTO PRÓPRIO. Afinal, estaria abaixo do TETO DO RGPS, sendo o pagamento da contribuição necessária ao recebimento da aposentadoria abaixo do teto do RGPS integralmente descontada de seu contracheque.
E) SE SUA REMUNERAÇÃO FOR DE QUALQUER VALOR, SUA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SERÁ INTEGRALMENTE VERTIDA PARA O REGIMENTO PRÓPRIO. Afinal, teria o valor integral da contribuição necessária ao recebimento do teto do RGPS igualmente descontado de seu contracheque.
Questão 31
A banca Consulplan atribuiu como gabarito correto a alternativa “a”.
No entanto, temos a esclarecer que a análise, diagnóstico ou a avaliação da situação estratégica, segundo Chiavenato (2003, p. 108), “é um processo de busca de “vantagens competitivas”, constituído da” localização, recursos, capacidades, e competências que são criadores de valores raros no mercado e difíceis de serem copiados pelos concorrentes.”
Ou seja, Chiavenato (2003, p. 111) define que “a melhor maneira de fazer um diagnóstico estratégico da organização é começar pelos seus recursos organizacionais, e (…) “a vantagem competitiva será a consequência da aplicação conjunta de vários recursos na capacidade da organização.”
Nesse sentido, a arquitetura organizacional, que constitui a estrutura que proporciona “um arcabouço para conter e integrar todos os órgãos, pessoas, tarefas, relações, recursos e competências em um sistema global” (…) “funciona como um esqueleto e representa o esquema de coordenação de todos os elementos vitais para o funcionamento da organização” (CHIAVENATO, 2003, p. 116).
Vale ressaltar, ainda, que a “vantagem competitiva” não pode ser considerada um componente da análise, diagnóstico ou avaliação da situação estratégica, conforme solicitado no comando da questão.
Na realidade, a vantagem competitiva é um referencial, um processo de avaliação competitiva e “de busca de vantagem competitiva” formada pelo estudo de seus componentes, entre os quais se incluem estruturas, estratégias vigentes, missão e desempenho.
Neste ponto, vale ressaltar que a questão apresenta dubiedade de interpretação, pois “vantagem competitiva” não é um componente, mas um processo, um referencial que analisa vários componentes e fatores, conforme solicitado na questão.
Nesta linha de pensamento, Oliveira (2007) define 04 fases básicas para elaboração e implementação do planejamento estratégico. Cita que a primeira fase, denominada “diagnóstico estratégico” é dividida em cinco etapas básicas, compostas da identificação da visão; valores; análise externa, análise interna e análise dos concorrentes.
É na etapa da análise interna que Oliveira (2007, p. 49) cita, expressamente, a análise da estrutura organizacional, como um dos fatores ou componentes a serem considerados na análise da situação estratégica.
Acrescenta Oliveira (2007, p. 50) que é na segunda fase da análise e concepção da estratégia que se deve estabelecer a “Missão da empresa”. Ou seja, o estudo da missão, de acordo com essa metodologia, seria realizado na segunda fase, após o diagnóstico estratégico, fase I, que envolve a análise da estrutura e do desenho como um dos fatores importantes. Nesse caso, por ordem de importância, conforme comando da questão ora analisada, a análise interna da estrutura organizacional é realizada na primeira fase; logo, mais importante que a missão, cuja análise ocorre na segunda fase.
Nesta mesma linha de raciocínio, os demais elementos citados na referia questão, podem ser considerados principais na análise da situação estratégica, pois as “estratégias vigentes” e a “análise do desempenho” fazem parte da metodologia estratégica do citado autor, que ocorre nas fases sucessoras do diagnóstico estratégico.
Neste caso, não é possível prosperar que a alternativa “a” seja a resposta correta, pois a análise da estrutura é, sim, considerada um dos componentes principais na análise da situação estratégica, de suma importância para o alcance dos resultados e do desempenho organizacional. Aliás, todos os componentes citados na questão são principais e importantes na análise da situação estratégica.
Por isso, solicitamos a anulação da questão por apresentar várias respostas corretas.
Referências:
Chiavenato, Idalberto. Sapiro, Arão. Planejamento estratégico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
Oliveira, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias e práticas. São Paulo. Atlas, 2007. 23. Ed.
Questão 38
A banca Consulplan atribuiu como gabarito correto a alternativa “a”, todas corretas.
No entanto, a assertiva II não pode ser considerada correta, sobretudo quando afirma que se corre o risco de mensurar apenas características superficiais, “em razão de os instrumentos não serem adequados para descobrir as suposições tácitas compartilhadas mais profundas que definem a essência das culturas.”
A assertiva IV, na mesma linha, não pode ser considerada correta ao afirmar que as “suposições culturais não podem ser reveladas por um questionário”.
Alguns autores sustentam que uma maneira de avaliar a cultura de uma empresa é entrevistando os colaboradores.
(…)
O objetivo é observar os comportamentos e os padrões de interação entre eles, assim como ouvir o que eles têm a dizer sobre a empresa.
Como, geralmente, é difícil para as pessoas colocarem em palavras como é a cultura da empresa, você obterá mais sucesso na coleta de informações fazendo perguntas indiretas. (siteware, 2019)
Ou seja, claramente a entrevista mostra-se, em algumas situações, um instrumento adequado.
Na mesma linha, há autores que afirmam que o diagnóstico da cultura organizacional pode ser realizado periodicamente por questionários anônimos, que avaliam dimensões através de indicadores situacionais e que indicam a satisfação dos colaboradores (NAVAS, 2021)
Isto posto, as alternativas II e IV não podem ser consideradas corretas, pois afirmam contundentemente que os questionários não podem ser utilizados para mensurar suposições básicas da cultura.
Referências
Siteware (2019) https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/como-avaliar-cultura-organizacional-empresa/
Navas (2021) https://www.pulses.com.br/blog/diagnostico-cultura-organizacional/
Saiba mais: Concurso SEGER ES
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