Descubra como superar a preguiça e dê um gás nos seus estudos.
Olá, concurseiro.
Semana passada, foi publicada a parte I do artigo “Preguiça no estudo para concursos”, no qual se buscou demonstrar o quanto a preguiça pode estar atrapalhando os seus estudos, de forma significativa, mesmo sem você perceber.
Em seguimento, hoje serão abordadas algumas dicas para auxiliar você, concurseiro, a deixar de ser o grande preguiçoso (que, até então, você nem achava que era) e dar um gás nos seus estudos.
Depois de identificar que você está sendo afetado pela preguiça, em forma de diferentes desculpas, como a “falta de tempo” e a “busca pelo equilíbrio”, é preciso refletir sobre o que se deve fazer para sair dessa posição.
Nesse momento, muitos podem opinar: é preciso agir! Pois bem… será mesmo? Será que o que se contrapõe verdadeiramente à preguiça é uma ação e, quem sabe, uma postura agitada?
Na verdade, de nada adianta a proatividade ou o movimento contínuo de um sujeito que nem mesmo parou para decidir, de fato, aonde ele quer chegar.
Para vencer a preguiça, é preciso um passo atrás: parar e discernir se realmente o estudo está direcionado para o seu real objetivo; se o seu cronograma de estudos está mesmo abrangendo o conteúdo necessário para sua prova; se o seu horário de estudos vai ao encontro das suas reais possibilidades cotidianas, e por aí vai.
Ou seja: se você não está certo do caminho, de nada adianta correr.
Portanto, questiono você, leitor concurseiro, e sugiro que pare um pouco para pensar:
Feitos esses questionamentos iniciais, vamos ao próximo passo: a organização. Mas será ela suficiente?
Você já deve ter dito para si mesmo: “o que está faltando é eu me organizar melhor”. Certamente, a ORGANIZAÇÃO é importante. Porém, mais do que uma agenda ou uma lista de pendências, para se organizar, você precisa primeiramente ter DISPOSIÇÃO.
Você deve estar disposto a encaixar as suas metas no seu dia, a gastar um tempo razoável para refletir sobre sua semana e, então, discernir quais os melhores horários para determinadas atividades. Você deve querer, de fato, que todos os compromissos caibam no seu cotidiano. É aquela velha história: quem quer, dá um jeito.
Além disso, atente-se para não parar no simples planejamento. De nada adianta um cronograma bem feito se você não chegar à execução. Tire da cabeça e ponha no papel (ou no Excel), mas, além disso, tire do “papel” e coloque em prática.
Enquanto você preenche sua agenda e organiza seus horários, surgirá uma sensação de bem-estar, fugaz, com a qual você não deve se satisfazer.
Por outro lado, o que fará diferença, de verdade, é enquadrar o cotidiano no seu planejamento, é viver o dia-a-dia cumprindo suas metas. Nessas horas, muitas vezes não haverá bem-estar: haverá desafios e alguns incômodos. Isso é normal – não desista nesse momento. Acostume-se com o incômodo (ele faz parte da vida) e estude com e apesar dele.
Com o tempo, a fase de “sacrifício” passará e você nem o perceberá mais no seu cotidiano. Nesse momento, você terá adquirido um hábito.
Você pode enfrentar situações difíceis, na sua rotina, e estudar pode ser realmente um desafio. Porém, reclamar não mudará esse quadro. Quando reclamamos, nos colocamos em uma posição de vítima da situação e, com o tempo, a tendência é que nosso olhar se torne viciado: passamos a ver problemas em todas as situações. Desse modo, extrair uma motivação fica ainda mais difícil.
Todos terão problemas: enumerar os seus não te concederá nenhum privilégio. Pelo contrário. Dessa forma, você enfraquecerá cada vez mais a sua força de vontade (e também a sua própria confiança). Assim, queira se diferenciar focando em tudo aquilo que você pode fazer, e não naquilo que você não pode mudar.
Os concurseiros de 10 anos atrás limitavam seus estudos aos livros. Concurseiros de 5 anos atrás se dedicavam quase que exclusivamente às videoaulas. Além disso, muitas dessas pessoas, assim como você, enfrentaram rotinas pesadas, dividiram o tempo de estudo com o tempo em família, trabalharam e concomitantemente estudaram, enfrentaram doenças, crises e reprovações.
Perceba: são as mesmas situações que acontecem hoje em dia, embora com pessoas e em circunstâncias diferentes. Atualmente, porém, você ainda pode optar: existem diferentes livros e PDFs, inúmeras videoaulas, plataformas de questões, salas VIPs (do Estratégia Concursos), Trilha Estratégica, Passo Estratégico, etc.
Nesse sentido, há cada vez mais recursos para direcionar o seu estudo. Pare de focar na sua dificuldade atual, perca o hábito de reclamar e mude o foco: seu olhar deve estar voltado ao que está ao seu alcance, em tudo aquilo que você pode fazer, HOJE, para aprender mais e ser aprovado. Convenhamos: há muito a ser feito e você sabe disso.
Uma das maiores aliadas da preguiça é a procrastinação. Quantos concurseiros se deixam contaminar por ela! Uma boa sugestão para evitar que isso aconteça é: pare com esse diálogo interno, que surge repentinamente e te incute ideias como: “dá para fazer depois”, “na verdade, não estou tão atrasado”, “se eu me esforçar mais tarde, será possível fazer tudo”.
Pare com isso. Depois de você ter planejado, em um momento de “lucidez”, tudo aquilo que você conseguiria fazer, não deixe que novas ideias da sua própria mente te façam postergar. Assim, simplesmente entenda que um mecanismo psicológico está acontecendo e, se você ceder, vai novamente se “boicotar”.
Além disso, busque sempre a ANTECIPAÇÃO: faça o quanto antes aquilo que você deve fazer. Sinta-se verdadeiramente comprometido consigo mesmo ao iniciar a meta programada e para concluir a tarefa iniciada. Não arranje desculpas para isso, não deixe para o final do dia, para após determinado evento… não espere “horas cheias” para começar. Se são 15h45min, inicie. Não espere pelas 16h00min. Traga o comprometimento para todas as situações.
Por fim, outra forma de vencer a preguiça é a RENÚNCIA: você terá de abrir mão de algumas coisas mesmo e está tudo bem. Não se pode conquistar um grande projeto sem abrir mão de certas atividades menos prioritárias que o tomam tempo; sem um esforço verdadeiro para se opor às distrações e aos acessos constantes às redes sociais; sem o discernimento correto para dizer “não” a algum convite, ou mesmo a algum favor que, na ocasião, não lhe é possível cumprir.
Enquanto estudamos, não podemos dizer sim para todas as nossas vontades, como a vontade de descansar, de dormir até mais tarde ou a vontade de estar presente em todos os eventos. Nesse sentido, devemos educar as nossas intenções para canalizarmos energia para o que realmente vai contribuir para a nossa aprovação.
Nesse ponto, fica o questionamento:
Se não for possível, para você, abrir mão de um jogo de futebol ou de uma festa, ao compreender que, naquele dia, eles não se enquadrariam bem à sua rotina de estudos, me diga: o que será possível para você? A decisão de renunciar a pequenas atitudes do cotidiano em prol de um objetivo maior é o que também lhe trará força para manter o seu sonho a médio e a longo prazo.
Acrescento, ainda, que muitas vezes o entusiasmo e a motivação não estarão presentes em você. Nesse momento, renuncie à vontade de que eles estivessem e estude mesmo assim. A motivação vai e vem, mas a disciplina deve permanecer.
Muitos esperam, ao ler um artigo sobre preguiça, pelas famosas dicas práticas de como vencê-la. Certamente, elas também são bons conselhos. Mas, não se enganem: na hora em que mais falta disposição, “a maior inimiga” é a nossa própria mente. Assim, tomar consciência do que mencionei acima pode ser realmente o que lhe falta para sair dessa estagnação.
Feita essa observação, vamos às dicas:
• Deixe o despertador longe da cama e desative o “soneca”. Além disso, antes de dormir, mude pensamentos como “Nossa, amanhã será difícil acordar” por “Amanhã farei o dia ser produtivo”.
• Inclua uma atividade física pela manhã. Liberar um pouco de endorfina logo cedo pode te ajudar a conservar a motivação e o foco durante o resto do dia, além de manter seu corpo mais resistente (para as tantas horas de estudo e, em muitos casos, de trabalho também).
• Procure manter uma constância nos seus horários de estudo. Nesse sentido, se possível, não estude um dia pela manhã, no outro à noite e, no terceiro dia, à tarde.
• Faça pelo menos um planejamento semanal de estudos. Saiba, com antecedência, o que você estudará na quinta-feira, por exemplo, ao iniciar a semana. Ter uma previsão desse modo diminui a ansiedade e também permite que outros compromissos se encaixem na rotina sem que interfiram no estudo já planejado.
• Divida metas grandes em várias metas pequenas: não se apegue à quantidade imensa de conteúdos que você ainda não estudou. Divida a matéria em várias partes e veja o quanto você pode avançar a cada dia e a cada semana. Desse modo, quando você menos perceber, estará concluindo o conteúdo.
• Deixe um dia reservado para a resolução de pendências: sejam elas relacionadas à vida pessoal ou ao cronograma de estudos. Possuir pendências é normal, às vezes surgem imprevistos e isso faz parte do jogo. Não permita, porém, que elas se acumulem, pois isso pode te desorganizar (inclusive mentalmente) e te desmotivar. Deixar, por exemplo, o dia de sábado para realizar as revisões que não foram concluídas durante a semana, é uma ótima ideia.
• Caso você se lembre, enquanto estuda, de algum compromisso pendente, anote. Assim, você tranquilizará sua mente de que aquela preocupação será resolvida em breve (mas não naquele exato momento). Deixe esse bloco de notas ao seu lado e apenas transfira para ele esses “lembretes” inoportunos que vêm à mente.
• Procure manter o ambiente de estudos limpo e organizado: evite uma mesa cheia de distrações. Além disso, se possível, solicite a outra pessoa que está no ambiente para atender ao telefone durante aquele período e, quanto ao seu celular, deixe ele em outro ambiente, ou então na sua bolsa. Não confie tanto no seu autodomínio neste momento: ao ver uma notificação, a tentação de verificá-la “rapidinho” pode fazer com que você perca muito tempo de estudo.
• Ao estudar um PDF, interrompa a leitura e perceba se você captou a ideia do último parágrafo lido, isto é, se conseguiria, de forma resumida, explicar para alguém o que acabou de ler. Não precisa fazer isso a cada parágrafo, mas, eventualmente, confira se você efetivamente está absorvendo o conteúdo, ou se está apenas passando o olho no material, sem conseguir internalizar o aprendizado.
• Faça grifos estratégicos, selecionando o núcleo principal de cada tópico: só de pensar que você terá de fazer tal grifo, você já ficará ainda mais concentrado, a fim de captar qual frase resume melhor o conteúdo recém estudado. Além disso, os grifos o auxiliarão bastante em uma revisão futura.
• Por fim, ao realizar questões, analise alternativa por alternativa, o porquê de cada uma estar certa ou errada. Ao acertar algum exercício, não se satisfaça apenas com isso: busque a fundamentação, no gabarito. O motivo pelo qual determinada alternativa estava certa pode ser diferente daquele que levou você a acertar a questão. Isso ajudará você a manter o foco.
Deixe de transferir a responsabilidade.
Você pode ler artigos de diferentes pessoas e receber um cronograma de um ótimo professor, mas, no fim das contas, só depende de você.
Nesse sentido, reflita sobre essas dicas e perceba quais podem se encaixar na sua rotina.
Planeje, mas não deixe de executar.
Antecipe-se, determine-se e conclua o planejado.
Vai valer a pena – acredite.
Concurseiro, bons estudos.
Até a próxima.
Confira um pouco da minha trajetória de estudos.
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Ver comentários
Nathália, eu li a pouco a parte 1 do artigo sobre "preguiça" e agora finalizei a parte 2 e não sabia que você iria falar sobre procrastinação, como mencionou no começo deste artigo, mas no fim acaba convergindo para tal procrastinação. De novo. como comentei no seu artigo parte 1, muito obrigado, de coração. Na verdade, como você bem colocou, o estudante concurseiro está esperando uma dica fenomenal, algo assim diferente, mas na verdade é um dia após o outro, um dia após o outro e parar para se atentar o real motivo do estudo para concurso, o porquê? Tenho inúmeros motivos, mas o principal e a falta de qualidade de vida que a iniciativa privada exige do contador que quer ganhar acima da média, ao mesmo tempo não se tem vida pessoal, vida familiar, saúde, etc, ao longo da semana e as vezes até nos finais de semana, por isso decidi abandonar tudo e estudar, mas confesso que há dois meses não tenho estudo praticamente nada... Obrigado Nathália. Confesso que não leio praticamente nenhum artigo do estratégia, lia alguns quando meu irmão (Raphael Lacerda, o Balboa, auditor do SEFAZ RJ) escrevia, mas não sigo muito tendências motivacionais como ele, kkk... mas tenho ele como exemplo e mesmo assim tenho vacilado no quesito disciplina. Foi inspirador ler seu artigo, simples didático, direto, sucinto e objetivo.
Que Deus continue abençoando sua vida e parabéns pela aprovação.
Olá, Bruno! Muito obrigada por esse feedback tão bacana! Espero seguir auxiliando vocês nessa caminhada com as minhas publicações! Sei que muitas vezes é difícil, mas vai valer a pena! Força por aí e bons estudos!