Como fui aprovado em 2º Lugar no ICMS-PE – Minha Trajetória
Como fui aprovado em 2º Lugar no ICMS-PE – Minha trajetória
Olá futuro servidor público! Tudo bem? Meu nome é Eduardo da Rocha e sou Auditor Fiscal do Tesouro Estadual de Pernambuco e Coach do Estratégia Concursos.
Resolvi escrever esse artigo para contar um pouco da história e da minha trajetória até chegar ao cargo que, com muito orgulho, ora ocupo.
O início de tudo
Minha trajetória nos concursos públicos comecou em 1998 quando me interessei em ingressar no Colégio Naval, instituição de nível médio da Marinha do Brasil sediada em Angra dos Reis-RJ. Faltando poucos dias para o encerramento das inscrições, ao conversar com um amigo, descobri que a Marinha fazia anualmente concursos para selecionar candidatos para estudar em suas fileiras. Era uma oportunidade ímpar: estudaria e ainda seria remunerado para tal. Sendo assim, não tive dúvidas e logo me inscrevi. Eu tinha certeza que passaria afinal sempre estive entre as melhores notas da minha sala. Ledo engano…Como não havia estudado nada (literalmente nada), saí da prova me sentindo o mais burro do planeta! Voltei da prova sabendo que não havia passado e, atônito, comecei a procurar livros e apostilas para me preparar para o concurso vindouro. Foram então quase 12 meses em que estive mergulhado em livros para sentir o primeiro gostinho de aprovação. Eu estava feliz! Também , pudera! Foram quase 16 mil candidatos e lá estava eu aprovado entre as 236 vagas!
Mudança de planos – A decisão de sair da Marinha
Anos se passaram e percebi que a Marinha não me daria a satisfação profissional e, principalmente, financeira que eu acreditava ser capaz de conquistar. Foi quando conversando com amigos me interessei pela área fiscal. Os excelentes salários e a flexibilidade de horário me faziam passar horas planejando uma vida menos sofrida do que a que eu possuía na Marinha.
Em meados de 2006, tentei começar a estudar para concursos mas, como quase todos os concurseiros, cometi diversos erros. Nesse tempo eu era muito jovem e não conseguia focar nos estudos. Passei por volta de 2 meses estudando – ou me enganando rs – míseras 5 horas por semana (sim, por semana!) e logo desisti.
Em 2010 tentei novamente recomeçar porém mais uma vez sem sucesso. Me enganei por mais 2 ou 3 meses e novamente desisti.
Um pouco depois tentei voltar a estudar. Pensei em fazer a prova do BACEN e lá fui eu novamente estudar 3 meses “daquele jeito”…
Foi a primeira prova que fiz para concursos desde 1999 quando havia sido aprovado no Colégio Naval e, por óbvio, não obtive êxito.
A mesma coisa ocorreu no concurso do ICMS-RJ em 2014. Fui para a P1 sem sequer saber as matérias que caíam rs. Fui tão mal que nem voltei pra fazer a P2 no dia seguinte.
A virada
Mas tudo mudou. Após o carnaval de 2014 decidi voltar aos estudos. Sentei pra conversar com minha esposa, uma das grandes incentivadoras na minha caminhada e diretamente responsável pela minha aprovação. Ouvi algumas verdades que eu precisava escutar. Ouvi que nunca passaria estudando “mais ou menos”. Ouvi que se eu decidisse estudar, que fosse de maneira dedicada, abrindo mão de coisas prazerosas da vida por um curto período de tempo. Ouvi também que ela me apoiaria até o fim e isso tudo mexeu com meu ego e inflamou o meu eu competitivo.
A partir de então passei a estudar de maneira insana. Apesar de não haver concursos com edital na praça, eu estava focado no meu objetivo que era o ICMS RJ. Em um belo dia eis que surge o edital do ICMS PE e, acreditem, quase não fiz por achar que não sabia nada! Somente com muito incentivo da família e de amigos é que resolvi fazer. E deu no que deu.
A minha rotina
Minha rotina era bem corrida. Por questões profissionais, eu estava morando no Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia. Criava meu filho de 5 anos sozinho (primos me ajudavam em alguns afazeres). Tarefas como banho, café da manhã, arrumar pra escola, dever de casa, dar almoço e jantar, levar para o futebol e levar pra brincar eram todas realizadas por mim concomitantemente com o estudo das milhares de páginas de livros e apostilas.
Foi uma época muito difícil pois precisava me dividir em três: pai, mãe e concurseiro. Lembro com lágrimas nos olhos de frases que até hoje me emocionam: “Pai, por que os pais dos meus amigos não estudam?”, “Pai, quando você fizer essa prova você vai poder jogar mais vezes comigo?”. “Pai, marca qualquer letra e vem dormir comigo”.
Por diversas e diversas vezes passei horas estudando com meu filho no colo. Era um paradoxo incrível: ao mesmo tempo que meus braços e minhas pernas doíam, a cada vez que eu o olhava me sentia mais forte para prosseguir.
Como muitos sempre me perguntam, exponho abaixo minha rotina diária:
06h | Acordar, tomar banho e café com meu filho. |
06h45 | Levá-lo na escola. |
07h as 08h | Estudar. |
08h as 11:30h | Trabalhar. |
11h30 as 13h | Almocar (em 15 min) e estudar no restante do tempo. |
13h as 17h | Trabalhar |
17h as 18h | Buscá-lo na escola/Futebol do meu filho. |
18h as 19h | Banho, lanche/jantar. |
19 as 01h ou 2h | Estudar. |
Com isso, estudava por volta de 8h por dia durante a semana. Nos finais de semana eu acordava por volta de 10h e estudava até meia noite mais ou menos, o que me gerava umas 12h líquidas contando pausas para almoço/jantar.
A tão sonhada aprovação
Chegou o dia da prova. Pela primeira vez eu me sentia bem e tranquilo pois havia seguido a risca todo o planejamento de estudos. Havia feito mais de 1000 questões da FCC de cada matéria (obviamente algumas matérias não possuíam 1000 questões disponíveis).
Ao terminar a prova peguei o telefone e liguei para minha esposa. “E aí? Estou curiosa”, disse ela. “Prepare a mudança, viremos morar no Nordeste”, eu disse. Ela, um tanto quanto descrente, ficou sem reação. Expliquei que sabia tudo que havia caído e que muito provavelmente estaria entre as 25 vagas. Não deu outra. Ao sair o resultado tive a grata surpresa de ser o 2º colocado! Que sonho! Que orgulho de mim mesmo!
Lições
Diante de toda essa história podemos tirar diversas lições, as quais passo a descever:
1) Nunca se superestime nem se submestime! Você é tão capaz como qualquer outro.
2) Não importa o tamanho da sua dificuldade, você sempre achará que os seus problemas são piores que o dos outros. Não são. Cada concurseiro enfrenta problemas de magnitudes diferentes que, na média, possuem a mesma complexidade que os seus.
3) Use suas dificuldades como combustível para sua motivação. Quanto menores as dificuldades para chegarmos a nossos objetivos, menor é a importância que damos para o feito.
4) Faça seu tempo render. Desculpas do tipo “não tenho tempo” são para os que não vencem. Rearranje sua agenda e arrume mais tempo do que você tinha ontem.
Por fim, deixo algumas indagações como reflexão para você que me lê.
– Se eu quero algo que a maioria não tem, estou fazendo o que a maioria não faz?
– As minhas dificuldades são realmente impeditivas para minha aprovação ou simplesmente obstáculos transponíveis?
– Eu quero realmente passar nesse concurso? O que eu tenho feito para atingir esse objetivo?
Espero que tenham gostado.
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