Fala, pessoal. Tudo bem? Meu nome é Gustavo Terra, sou coach aqui no Estratégia e gostaria de compartilhar com vocês o que eu fazia naquela hora da prova da FCC em que precisava vestir a camisa de atacante e sair chutando, para tentar conseguir uns pontinhos a mais (que podem ser fundamentais para a aprovação).
Antes de começar, gostaria de dizer que o que vou apresentar serve para aumentar as chances na hora do chute, mas ainda depende de sorte e de um bom conhecimento de cada disciplina.
Quero deixar claro que estou falando do que é mais provável acontecer, portanto, não é algo exato, que sempre acontece. Contudo, como estamos falando de chutes, o melhor a se fazer é considerar o que é mais provável.
Ainda, quanto mais questões você conseguir resolver com certeza dentro de uma disciplina (70% estaria bom), maiores são as chances dessa técnica de chute dar certo, podendo fazer você gabaritar a disciplina.
Além disso, aproveito para dizer que a banca do concurso do TRF-4 foi confirmada: e vai ser a FCC! Então, se pretende fazer esse concurso, espero que possa te ajudar.
Então, o que eu fazia? Primeiramente, notei que a FCC distribui as respostas das questões de forma igualitária, ou quase, entre as alternativas em cada disciplina. Como assim?
Em uma disciplina com 5 questões na prova, a média de respostas corretas por alternativa seria 1 (5 questões dividido por 5 alternativas, cada questão terá como resposta 1 alternativa diferente).
Para exemplificar, coloco abaixo um gabarito hipotético que traz uma resposta em cada alternativa:
Exemplo:
Questão 1 – Reposta d
Questão 2 – c
Questão 3 – a
Questão 4 – b
Questão 5 – e
Entretanto, tenho observado que é frequente na FCC um desequilíbrio, sendo que uma das alternativas virá como resposta correta uma vez a mais que a média, resultando em outra alternativa vir como resposta correta uma vez a menos que a média.
Assim, alternativamente, pode acontecer o seguinte:
Exemplo:
Questão 1 – Resposta b
Questão 2 – c
Questão 3 – b
Questão 4 – a
Questão 5 – d
Nesse último exemplo, reparem que não houve resposta na alternativa “e”, pois tivemos duas “b” como respostas.
Ficamos então com uma distribuição de 1/1/1/1/1 respostas corretas entre as alternativas ou 2/1/1/1/0 respostas corretas entre as alternativas. Só para deixar claro, quando eu falar em distribuição do tipo 2/1/1/1/0 entre as alternativas, seria a mesma coisa que escrever 1/2/0/1/1 ou 1/1/1/2/0 ou 2/0/1/1/1, ou qualquer outra ordem, não importa. O que importa é que uma das alternativas será a resposta correta duas vezes, uma não será a correta nenhuma vez, e as outras três aparecerão uma vez como resposta.
É relevante pontuar que, nesse caso de 5 questões, se você tiver marcado alguma alternativa como correta 3 vezes ou mais, sinal de alerta. Será improvável que todas estejam certas, reveja para ter certeza absoluta antes de passar para o gabarito.
Eu aplicava esse raciocínio em disciplinas com diferentes números de questões na prova, geralmente múltiplos de 5, como 10, 15, 25 questões.
Imagine que, por exemplo, sua prova de Direito Constitucional tenha 10 questões. Como são 5 alternativas para escolher em cada uma das 10 questões, teríamos que cada alternativa seria a resposta correta em duas questões, em média.
Considerando o pequeno desequilíbrio que mencionei, eu diria que são muito boas as chances das disciplinas com 10 questões trazerem um gabarito que contenha, por exemplo: a – 2 vezes a resposta correta, b – 2 vezes a correta, c – 1 vez a correta, d – 3 vezes a correta, e – 2 vezes a correta. Reparem, uma alternativa destoou da média de 2 respostas corretas uma vez para baixo (c – 1 vez a correta) e outra alternativa uma vez para cima (d – 3 vezes a correta).
Mas atenção, isso é só um exemplo, não quer dizer que sempre a alternativa “c” é a resposta de somente uma questão desse grupo de 10 questões, poderia ser também: a – 1 vez a correta, b – 3 vezes a corretas, c – 2 vezes a correta, d – 2 vezes a corretas, e – 2 vezes a corretas.
Para ilustrar, poderíamos ter um gabarito assim:
Questão 1 – b Questão 6 – b
Questão 2 – c Questão 7 – e
Questão 3 – e Questão 8 – d
Questão 4 – b Questão 9 – c
Questão 5 – a Questão 10 – d
O que importa são as distribuições 3/2/2/2/1 ou 2/2/2/2/2 respostas corretas entre as alternativas “a, b, c, d, e”. Nesse caso de 10 questões, se você marcar alguma alternativa como correta 4 vezes ou mais, sinal de alerta. Ainda, se alguma alternativa não tiver sido marcada por você como resposta, também é um sinal de alerta. Portanto, revise e só passe para o gabarito se tiver certeza absoluta.
No caso de 15 questões, o gabarito mais provável trará uma distribuição de 4/3/3/3/2 entre as alternativas. A distribuição igualitária também costuma acontecer, ou seja, 3/3/3/3/3 para cada alternativa.
No caso de 25 questões em uma disciplina, o gabarito mais provável trará uma distribuição 4/4/5/6/6 respostas corretas entre as alternativas. Como nesse caso o número de questões é maior, quatro alternativas costumam destoar da média, sendo duas para mais (trazendo a resposta correta 6 vezes) e duas para menos (trazendo a resposta correta 4 vezes).
Com isso, se houvesse um tempo razoável depois de já ter feito toda a prova, eu voltava em cada disciplina que continha questões que eu teria que chutar (todas na verdade.. haha) e anotava bem rapidamente no canto da prova minhas respostas em cada questão da disciplina, marcando as que eu tinha certeza bem ao lado direito do número da questão e, um pouco mais distante, as que eu estava em dúvida.
Depois, contava as alternativas que eu tinha certeza e, a partir daí, fazia um “joguinho” tentando fazer com que minhas respostas ficassem mais ou menos nas distribuições que eu apresentei acima.
Em uma disciplina com 10 questões, ficava algo parecido com o exemplo abaixo. Nesse caso, eu buscaria as distribuições 2/2/2/2/2 ou 3/2/2/2/1 (preferencialmente). Destaquei em negrito as alternativas que eu marcaria como chute depois de analisar o que eu já tinha feito com certeza na prova.
Certeza Dúvida entre Contagem das “Certeza”
11 – e a – 2 vezes
12 – c, e b – 1 vez
13 – c c – 1 vez
14 – b d – 0 vezes
15 – a e – 3 vezes
16 – e 2/1/1/0/3 antes de chutar
17 – e
18 – b, c, d
19 – a, b, e
20 – a
Conseguiram entender o motivo de ter escolhido chutar 12 – c, 18 – d, 19 – b?
Bom, esse é só um dos inúmeros casos que podem acontecer, o importante é buscar as distribuições que apresentei para tentar melhorar sua pontuação. Mas lembre-se, se você não tiver certeza no que está respondendo na maioria das questões, esse método não dará certo.
Fazer isso demanda um tempinho, então eu sempre ficava entre os últimos a sair da sala de prova. Assim, se você terminar a prova com um bom tempo de antecedência, sugiro que tente fazer essa análise em pelo menos alguma das matérias, em vez de chutar sem nenhum critério e sair da prova mais cedo.
Procure realiza-la naquelas disciplinas em que você está mais seguro quanto às respostas já marcadas, pois é justamente nelas em que essa técnica de chute costuma funcionar melhor, e/ou nas disciplinas com menor número de questões (fazer isso com mais de 10 questões é complicado).
Já quando eu não tinha tempo de fazer as anotações ou o número de questões era muito grande, passava o que tinha certeza para o gabarito e tentava encontrar, dentro de cada disciplina, as alternativas menos marcadas. Para isso, mentalizava no gabarito onde estava o bloco de questões da disciplina (já que o gabarito não vem dividido por disciplinas), e ia olhando na linha vertical de cada alternativa quantas vezes ela foi marcada. Rapidamente, conseguia contar que marquei, por exemplo, zero vezes a letra “a”, ou só uma vez a letra “d”, indicando que os chutes deveriam ser focados nessas alternativas menos escolhidas.
Entretanto, cuidado. Não olhe só para o gabarito, volte na questão para ter certeza que não vai marcar uma alternativa que você já excluiu anteriormente. Acreditem, eu dei essa bobeira uma vez. Por causa da pressa, só olhei para o gabarito, sem olhar a questão novamente, e chutei na única alternativa da questão que eu sabia que não era a correta. Muito perna de pau.
É isso pessoal. Espero que não tenha ficado muito confuso, o intuito mesmo é fazer com que vocês sejam mais criteriosos na hora de chutar.
Agora, bora estudar para ter que chutar o menor número de questões possível,
Abraços.
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Prof. Gustavo!
Parabéns pelos resultados em sua vida. Com certeza, é uma pessoa muito inteligente, como são todos os professores do Estratégia!
Apliquei a sua técnica em 2016 no Concurso da ANAC em Floripa. Sou de SC e tentei uma vaga, mas não a consegui e até hoje estou na luta. Na época era receoso em RL, hoje sou bem mais confiante na matéria e, então, deixei as 5 questões dessa matéria para resolver no fim da prova. Acontece que não tinha tempo hábil para respondê-las, pois estava acabando o tempo da prova e eu, também, não sabia muito da matéria. Na realidade, 2 eu acertei, mas as outras três nem tentei resolvê-las pelo escassez de tempo.
O que eu fiz então? Como duas das alternativas que eu tinha certeza tinham sido b e d, eu chutei as outras três em a, c e e , não necessariamente nessa ordem, conscientemente. E não é que deu certo? Gabaritei todas as questões daquela matéria tão temida por mim na época!
Moral da estória: a técnica dá certo, sim, como pude comprovar pela própria experiência. Não consegui a aprovação, mas essa estória me marcou!
Um forte abraço, professor!
Alexandre.
Boa, Alexandre! Mandou muito bem! A concorrência é grande, então não dá pra chutar de qualquer jeito. Cada pontinho vale muito, e você já está mais perto de alcançá-los.
Boa sorte na próxima prova,
Abraço.
Genial, prof! Gostei da ideia! Obrigada pela dica!
Que bom! Espero que você não precise usá-la e já saia gabaritando a prova. Mas, se precisar, boa sorte!
Muito Obrigado, professor!
Abraço,
Alexandre.