Comentários prova FCC para a CLDF! (cargo: arquiteto)
Oi pessoal! Segue o restante da prova comentada! Boa sorte!
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Em 1958, Joaquim Cardozo – poeta, calculista e historiador pernambucano − escreveu o texto Forma Estática − Forma Estética no qual destaca que Oscar Niemeyer, em três edifícios projetados para Brasília, utiliza os elementos externos de sustentação da cobertura de uma maneira nova e original. Esses pilares externos se abrem em leque, procurando a laje do primeiro teto: no Palácio do Alvorada o contato com a laje se faz no sentido longitudinal, eliminando a viga de contorno; nos Palácios do Planalto e do Supremo Tribunal, é feito transversalmente. Observe abaixo desenhos e imagens dos pilares dos três palácios.
Do ponto de vista da avaliação dos projetos (arquitetônica, técnica e econômica), constata-se que
(A) os dois tipos de solução reduzem a forma estética a uma consequência da forma estática.
(B) a expressão modernamente aceita para a forma é a que manteria o equilíbrio com a menor quantidade de matéria, sendo o problema estético reduzido a um problema de economia.
(C) ainda que a forma projetada pelo arquiteto seja uma forma estabelecida a priori, ela sempre será condicionada e resultante a posteriori de uma questão de estabilidade.
(D) as três obras consideram como formas mais puras da arquitetura moderna as que resultam exatamente da estabilidade das construções.
(E) as duas soluções são conseguidas esteticamente com superabundância de material construtivo.
Comentários
Foi a partir das obras de Brasília que os edifícios de Niemeyer não mais se exprimiram “por seus elementos secundários, mas pela própria estrutura, devidamente integrada na concepção plástica original”. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/14.160/5486 Com o início dos trabalhos de Brasília, em 1956 (ano do projeto do Palácio da Alvorada, de Oscar Niemeyer), e seu desenvolvimento até 1960, Cardozo busca explicar de modo mais direto os valores em jogo em seus projetos, em seu texto Forma estática – forma estética.69 Descreve a premência dos valores estruturais como elementos definidores de valores estéticos. Mencionando Adolf Platz70 e Moisei Ginzburg,71 Cardozo fala da insegurança de julgamento estético (…) pela descoberta de novos materiais,72 o que justificaria juízos como o de Curt Behrendt,73 para quem a engenharia teria se mantido em estreito contato com seu tempo.74 Cardozo, porém – corroborando Wolfgang Paalen75 –, explica: Mas essa contribuição do engenheiro no conservar o espírito real e intrínseco da arquitetura tem sido, muitas vezes, exagerada; tem-se mesmo, freqüentemente, considerado como formas as mais puras da arquitetura moderna as que resultam exatamente da estabilidade da construção, ou, melhor dizendo, as dos perfis de igual resistência, reduzindo assim a “forma estética” a uma conseqüência da “forma estática”. E como esta última, na sua expressão modernamente aceita, é a que manteria o equilíbrio com a menor quantidade de matéria, o problema estético se reduziria ainda a um problema de economia, o que é absurdo. Pelo menos do ponto de vista estético-especulativo. O que existe de verdadeiro é o ser a forma projetada pelo arquiteto uma forma estabelecida “a priori”, apenas “condicionada” a uma questão de estabilidade, mas nunca resultante “a posteriori” desta última.76 https://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/simposios/158/158-670-1-SP.pdf
É essa adesão irrestrita de Cardozo à arquitetura moderna que, talvez, justificasse todo e qualquer empenho seu em realizar estruturas de exceção, sem receio das críticas que disso pudessem advir. O excesso de material em suas seções resistentes, duramente questionado em pareceres técnicos emitidos por outros profissionais, como Aderson Moreira da Rocha, contratado para examinar os cálculos do Tribunal de Contas e do Iate Clube de Brasília, não parecia ao calculista uma questão de mérito frente aos resultados plásticos alcançados. Ao comentar, por exemplo, a riqueza arquitetônica dos elementos externos de sustentação, da cobertura propostos por Niemeyer para os Palácios da Alvorada e do Planalto, e para o Supremo Tribunal, declara, sem constrangimento, que as soluções estruturais “são conseguidas esteticamente com superabundância de material construtivo”. http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/165/artigo67588-3.aspx JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) MATOSO, Danilo e SOBREIRA, Fabiano (org.). Forma Estática – Forma Estética: ensaios de Joaquim Cardozo sobre arquitetura e engenharia. Brasília: Edições Câmara, 2009. |
Gabarito: alternativa E |
Observe os diagramas e a imagem abaixo e considere o partido urbanístico de Brasília resumido nas palavras de Lúcio Costa: o monumental e o doméstico entrosam-se num todo harmônico e integrado.
Para articular os domínios público e privado, o partido adota diversos fatores de conectividade, entre eles o seguinte: o conjunto das proporções das partes entre si, e com relação ao todo, é engendrado pelo módulo “Superquadra”, que, multiplicado, estrutura e ordena a trama urbana harmonicamente conferindo-lhe caráter sistêmico. A faixa arborizada configura a área de vizinhança como entidade plástica que visa “garantir a ordenação urbanística” pela modulação e pela proporcionalidade que resulta das dimensões, “grandes quadriláteros”. Esse fator de estruturação plástica chama-se
(A) Eurritmia.
(B) Ubiquidade.
(C) Modenatura.
(D) Comodulação.
(E) Axialidade.
Comentários
Vamos à Cartilha do IPHAN, citada na aula sobre Patrimônio, “A Invenção da superquadra”: (Ferreira & Gorovitz, 2008) http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/PubDivCol_InvencaoDaSuperquadra_m.pdf 3.1.3 Fatores de estruturação plástica • Partido Lucio Costa resume o partido urbanístico: “O monumental e o doméstico entrosam-se num todo harmônico e integrado” (COSTA, 1995, p. 308). O sentido geral que prevalece nas disposições plásticas adotadas se objetiva na coesão das partes, pelo que são apreendidas como um todo ordenado. O uno no diverso qualifica esteticamente o objeto e aprimora o olhar do sujeito. Para articular os domínios público e privado, o partido adota os seguintes fatores de conectividade: axialidade, eurritmia, simetria e comodulação. • Axialidade Pelo princípio da axialidade, as UVs são apreendidas como conjunto ao longo do eixo residencial arqueado. O risco alternativo no processo de elaboração prevê habitações envolvendo o centro cívico (fig. 10). O confronto com a solução definitiva evidencia as razões da linearidade adotada: faculta identificar, pela criação dos eixos, as diferenças de caráter do setor habitacional em relação ao setor cívico e evidenciar o modo como são articulados. • Eurritmia Alinhadas, as UVs combinam-se numa seqüência regular que as harmoniza num ritmo cadenciado – de modo eurrítmico. Esclarece o autor: “Embora autônomas, se encadeiam umas às outras, permitindo às pessoas encontrarse, conversar, conviver e compreender-se” (COSTA, 1962, p. 306). • Comodulação e Proporção O conjunto das proporções das partes entre si, e com relação ao todo, é engendrado pelo módulo “Superquadra”, que, multiplicado, estrutura e ordena a trama urbana harmonicamente conferindo-lhe caráter sistêmico (fig. 11). A faixa arborizada configura a UV como entidade plástica que visa “garantir a ordenação urbanística” pela modulação e pela proporcionalidade que resulta das dimensões, “grandes quadriláteros”; o duplo sentido estético e utilitário é lembrado por Lucio Costa no relatório do plano piloto: A criação destas quadras, ou seja, contorno de alamedas de árvores alinhadas em grandes quadriláteros, teve de início por finalidade primeira articular a escala residencial com a escala monumental e garantir deste modo a disposição geral da estrutura urbana […] A importância atribuída a esses grandes quadriláteros verdes resulta de que, além de contribuir para o resguardo das quadras, eles garantem, por sua massa e dimensão, a integração da escala residencial na escala monumental (COSTA, 1991, p. 23-24). Disposição que apresenta a dupla vantagem de garantir a ordenação urbanística mesmo quando varie a densidade, categoria, padrão ou qualidade arquitetônica dos edifícios, e de oferecer aos moradores extensas faixas sombreadas para passeio e lazer, independentemente das áreas livres previstas no interior das próprias quadras (COSTA, 1991, p. 28). fig 11 – Traçado regulador JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) FERREIRA, Marcílio Mendes; GOROVITZ, Matheus. A invenção da superquadra: o conceito de Unidade de Vizinhança em Brasília. Brasília, DF: Iphan / Superintendência do Iphan no Distrito Federal, 2009. |
Gabarito: alternativa D |
Observe abaixo desenhos e imagens da Câmara Legislativa do Distrito Federal (1989-2011), em Brasília, DF, projeto do escritório Projeto Paulista de Arquitetura.
Em relação aos princípios e características dessa arquitetura, constata-se que
(A) a complexidade do programa é resolvida configurando duas praças em diferentes cotas que reforçam o caráter público do conjunto e amarram as edificações que compõem a obra.
(B) a praça rebaixada apresenta o plenário como edifício simbólico, criando um espaço de encontro e convívio das pessoas nas suas atividades cotidianas.
(C) auditório e outros volumes secundários localizam-se no nível do Eixo Monumental, relacionando-se diretamente com o público e funcionários da Câmara.
(D) a simplicidade volumétrica resultante confirma a unidade modernista, característica marcante de Brasília, não permitindo muita atenção à situação urbana específica.
(E) a lógica arquitetônica moderna, simbólica e de grande atenção às funções de cada bloco, prevalece sobre a lógica urbanística orientada a partir da criação de praças públicas.
Comentários
A área definida para a implantação da nova Câmara se encontra ao longo do Eixo Monumental junto à Praça do Burití, ao Palácio do Burití (Poder Executivo) e ao Palácio da Justiça (Poder Judiciário) configurando a Praça dos Três Poderes no âmbito distrital. Trata-se, portanto, de uma situação urbana muito específica, onde é onipresente uma lógica urbanística e arquitetônica modernista e simbólica. A implantação geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal se dá segundo a criação de duas praças públicas separadas por um muro diagonal. Uma de caráter cívico, aberta para o Eixo Monumental, apresentando o plenário como edifício simbólico. A outra rebaixada e preservada, cria um espaço de encontro e convívio das pessoas nas suas atividades cotidianas, abrigadas da linha do horizonte da extensa paisagem da capital. O edifício organiza-se em diferentes volumes que expressam os diferentes conjuntos do programa. O plenário acomoda-se em um volume semi-circular implantado na cota mais alta da praça de acesso, dominando o conjunto. Os escritórios e gabinetes dos deputados localizam-se em uma lâmina longa e horizontal que se relaciona volumetricamente com a estrutura urbana do entorno e funciona como suporte visual para o volume do plenário, interligado por uma galeria transparente. A galeria estabelece a ligação dos acessos de público (pela praça cívica) e de deputados (pela rua posterior) para o plenário, e as circulações, diferenciadas, são resolvidas em diferentes níveis. Comissões, auditórios e outros volumes secundários localizam-se no nível dos pilotis ou da praça rebaixada, relacionando-se diretamente com o público e funcionários da Câmara. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.125/3602
JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) Interpretação da concepção do projeto, que pode ser consultado em: PORTAL VITRUVIUS. Câmara Legislativa do Distrito Federal. Projetos, São Paulo, ano 11, no 125.04, Vitruvius, maio 2011 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.125/3602>. |
Gabarito: alternativa A |
Observe abaixo imagens e desenhos da Transformação da Torre Bois-le-Prête (2005-11) em Paris, França, projeto do escritório Lacaton & Vassal.
A crítica frequentemente destaca que antes de se transformar em objeto ou monumento, cada uma das realizações de Lacaton & Vassal cria um “evento”; e observa que sua obra oferece rara oportunidade de se considerar a apreensão sensível da arquitetura como inseparavelmente ligada à sua concepção. Em relação aos princípios e características dessa arquitetura, constata-
se que
(A) o que se busca é uma monumentalidade onde o tempo se fixa em termos de espacialidade, evitando que o projeto expresse a vida do espaço: a dimensão temporal do espaço.
(B) o espaço é considerado matéria plástica e sua modelagem é o objeto central do projeto.
(C) um novo corpo diáfano − espécie de edifício estreito onde varanda e jardim de inverno coexistem – substitui a antiga fachada e, justapondo-se ao edifício existente, transforma-o na sua totalidade.
(D) o enfoque estrutural, com liberdade simbólica fora das limitações funcionalistas, define a espacialidade do edifício.
(E) a particular submissão da forma da envolvente em relação ao protagonismo do que é envolto aparece como um dispositivo fundamental.
Comentários
A FCC gosta muito dessas questões interpretativas. É impossível se prever o que pode ser cobrado, a dica que dou é procurar, entre as alternativas, alguma que você consiga visualizar, nas imagens da questão, ser verdadeira. A alternativa (C) é a única que a questão nos dá subsídios para sabermos que é verdadeira. Note, nas imagens abaixo, varandas e jardins de inverno justapostos nas fachadas existentes, transformando o edifício: JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) Interpretação da concepção do projeto, que pode ser consultado em: El Croquis 177/178. Lacaton & Vassal, 1993 − 2015: horizonte post-mediático. Madri: El Croquis Editorial, 2015. Item Cuerpos Diáfanos: Los personajes del proyecto. |
Gabarito: alternativa C |
Divisórias de ambiente são componentes importantes na configuração de um projeto de arquitetura para ambientes de escritórios.
De acordo com a NBR 15.141/2008 – que especifica as características físicas e dimensionais e classifica as divisórias modulares removíveis tipo piso-teto para escritório – a “divisória em que a operação de montagem e desmontagem, independentemente de uma face do módulo, não interfere na outra face e/ou módulos adjacentes” é classificada como divisória
(A) com placas independentes.
(B) modular dupla.
(C) totalmente reutilizável.
(D) parcialmente reutilizável.
(E) com saque frontal.
Comentários
NBR 15.141/2008: |
Gabarito: alternativa E |
Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc (1814-1879) é um autor sempre presente quando se aborda o tema do restauro. Entre suas mais conhecidas formulações sobre restauração, pode ser citada a seguinte, de grande atualidade: agir somente em função das circunstâncias, pois princípios absolutos podem levar ao absurdo. A respeito de suas ideias, é correto afirmar:
(A) O respeito pela matéria original deve ser absoluto, levando em consideração as transformações feitas em uma obra no decorrer do tempo, sendo a atitude a tomar a de simples trabalhos de conservação, para evitar degradações.
(B) Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento.
(C) As edificações deveriam atravessar os séculos de maneira intocada envelhecendo segundo seu destino, lhe admitindo a morte se fosse o caso. Pequenos trabalhos de intervenção são permitidos para que se evitem quedas prematuras das edificações.
(D) É necessário fazer o impossível, é necessário fazer milagres para conservar no monumento seu velho aspecto artístico e pitoresco.
(E) É necessário que os complementos, se indispensáveis, e as edições, se não podem ser evitadas, demonstrem não ser obras antigas, mas obras de hoje.
Comentários
Frase famosa. Vamos à “Cartas de Restauro” – Fundamentação Teórica do Restauro https://5cidade.files.wordpress.com/2008/04/fundamentacao-teorica-do-restauro.pdf TENDÊNCIAS ROMÂNTICAS Segue-se, então, um período que vai desde a primeira metade do século XIX até ao primeiro decénio do século XX, dominado por dois teóricos de tendências românticas opostas, Eugéne Viollet-Le-Duc e John Ruskin. Com Viollet-Le-Duc chega-se ao considerado restauro estilístico, em que se convida o restaurador a penetrar na mentalidade do arquitecto original e a executar projectos que, talvez, o construtor medieval nunca tivesse concebido. Viollet-Le-Duc desenvolve desenvolvidamente as suas ideias em 1858 no seu Dictionnaire raisonnè d’architecture em que se exprime dizendo “Restaurar um edifício não é, de facto, mantê-lo, repará-lo o refazê-lo, é o seu restabelecimento num estado completo que pode mesmo nunca ter existido num dado momento”. Tais princípios levaram frequentemente a operações de restauro totalmente arbitrárias e à falsificação de numerosas obras de arte em que os seus elementos originais foram, por vezes, sacrificados sem quaisquer escrúpulos. JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Restauração. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2006. |
Gabarito: alternativa B |
Segundo a NBR 13.133/1997 – que fixa as condições exigíveis para a execução de levantamento topográfico –, todo levantamento topográfico, em qualquer de suas finalidades, deve obedecer à regra básica da geodésia, que estabelece que cada ponto novo determinado deve ser amarrado ou relacionado a todos os pontos já determinados, para que haja uma otimização da distribuição dos erros. É importante a hierarquização, em termos de exatidão dos pontos nos levantamentos topográficos, pois cada ponto novo determinado tem exatidão sempre inferior à dos que serviram de base a sua determinação, não importando o grau de precisão desta determinação. Essa noção ou fundamento topográfico denomina-se:
(A) nivelamento trigonométrico.
(B) rede de referência cadastral.
(C) poligonal principal (ou poligonal básica).
(D) princípio da vizinhança.
(E) apoio topográfico planimétrico.
Comentários
Há um erro material no enunciado, a NBR é de 1994. Fizemos uma questão igual a essa na nossa aula sobre Noções de Topografia. (página 189/240) NBR 13.133/1994: (ABNT, 1994) 3 Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.41. 3.35 Princípio da vizinhança Regra básica da geodésia, que deve ser também aplicada à topografia. Esta regra estabelece que cada ponto novo determinado deve ser amarrado ou relacionado a todos os pontos já determinados, para que haja uma otimização da distribuição dos erros. É importante a hierarquização, em termos de exatidão dos pontos nos levantamentos topográficos, pois cada ponto novo determinado tem exatidão sempre inferior à dos que serviram de base a sua determinação, não importando o grau de precisão desta determinação. |
Gabarito: alternativa D |
Arquitetura de Interiores é a intervenção detalhada nos ambientes internos e externos que lhe são correlatos, definindo uma forma de uso do espaço para adequação às necessidades de utilização. A respeito desse tipo de intervenção, considere as informações a seguir:
I É um arranjo do espaço interno sem alteração do espaço arquitetônico original, sem modificação nas instalações hidráulicas e elétricas ou ar condicionado.
II É um arranjo do espaço interno criado pela disposição de mobiliário não fixo, obras de arte, cortinas e outros objetos de pequenas dimensões.
III. Implica em alterações como modificação na estrutura.
IV Implica em alterações como modificação na divisão interna com adição e retirada de paredes.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) IV.
(C) II e IV.
(D) I, II e III.
(E) III e IV.
Comentários
NBR 16636-1:2017: (ABNT, 2017) 3.102 projeto de arquitetura de interiores atividade de intervenção em projetos em ambientes internos ou externos de edificação, definindo a forma de uso do espaço em função de acabamentos, mobiliário e equipamentos, além das interfaces com o espaço construído, mantendo ou não a concepção arquitetônica original, para adequação as novas necessidades de utilização NOTA Esta intervenção arquitetônica acontece nos âmbitos da comunicação visual; estrutural; das instalações; do condicionamento térmico, acústico e luminoso; dos materiais, texturas e cores; e do mobiliário; não interferindo na diminuição de desempenho dos sistemas. JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) Tabelas de Honorários de Serviços de Arquitetura e Urbanismo no Brasil. Módulo II: Remuneração de Projetos e Serviços Diversos. CAU/BR − Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Item 4.1. Projeto de Arquitetura de Interiores. |
Gabarito: alternativa E |
Observe abaixo desenhos e imagens do Museu do Pão (2005-07) em Ilópolis, RS, projeto do escritório Brasil Arquitetura.
Em relação às questões do patrimônio histórico, ambiental e arquitetônico, aos princípios e às características dessa arquitetura, constata-se que
(A) na intervenção museológica, o objeto expositivo é independente da estrutura dos edifícios, preservando os fechamentos arquitetônicos intactos na solução de nichos para exposição e controle de luz.
(B) os dois volumes novos, abrigando o museu do pão e a escola de confeiteiros, proporcionam ao moinho um contexto atual e o afirmam como documento arquitetônico, técnico e cultural do passado.
(C) a contraposição entre uma arquitetura espetacular, típica da cultura da imagem, e a cidade vernacular aparece como último recurso de um planejamento urbano de borda.
(D) não são utilizadas técnicas consagradas, materiais da região ou referências da cultura imigrante que pudessem “alimentar” e dar forma ao novo conjunto.
(E) uma clara separação entre tradição e invenção, bem como entre museografia e arquitetura, evitando que a presença física e simbólica da construção centenária “contaminasse” o museu e a escola.
Comentários
Fizemos muitas questões desse tipo na aula sobre patrimônio e nas provas comentadas, aliás, a FCC gosta muito de explorar os projetos do escritório Brasil Arquitetura nas suas provas. Com essa prática, já tínhamos ideia de que o referido escritório tem como marca misturar o novo com o antigo de forma harmônica. descrição o moinho colognese data do começo do século passado e foi construído inteiramente em madeira (araucária angustifolia) por uma família de imigrantes italianos do vêneto. após a morte do moleiro no final da década de 1990, o moinho foi abandonado. em 2004 fundou-se num ato primário a associação dos amigos dos moinhos do alto taquari. foram comprados o moinho e o seu terreno e iniciou-se o projeto do moinho de ilópolis com patrocínio da nestlé brasil. ele foi então restaurado em convênio com o iila (istituto Ítalo latino americano), recuperando seus elementos e funções originais a fim de reincorporá-lo à vida cotidiana desta pequena cidade. os dois volumes novos, abrigando o museu do pão e a escola de confeiteiros, proporcionam ao moinho um contexto atual e o afirmam como documento arquitetônico, técnico e cultural do passado. serviu como serena referência o antigo moinho: sua arquitetura, seus materiais, sua maquinaria, a produção, a transformação. nesta união de tradição e invenção, a museografia nasce junto à arquitetura. as primeiras “peças” do museu: o velho moinho colognese que voltou a funcionar, o museu e a escola, “contaminados” pela presença física e simbólica da construção centenária. tudo contribuirá como objeto expositivo: a estrutura dos edifícios, os fechamentos, o controle de luz, os passadiços, os materiais empregados, os suportes para exposição, as peças expostas (ferramentas da culinária, documentos, fotografias coletadas na região). a partir desta primeira iniciativa, o projeto ganhou nova força visando a valorização da riqueza cultural e histórica da região e ampliando seu circuito: anta gorda, arvorezinha, putinga e outras cidades vizinhas deverão ser “contagiadas” e juntamente formar o “caminho dos moinhos”. http://brasilarquitetura.com/# JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) FERRAZ, João Grinspum (coord.); KON, Nelson (fot). Museu do pão: caminho dos moinhos. Ilópolis, RS: Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale do Taquari, 2008. |
Gabarito: alternativa B |
Denomina-se recalque a deformação que ocorre no solo quando submetido a cargas. Essa deformação provoca movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, pode resultar em sérios danos à superestrutura. Existem solos de grande porosidade, formados tanto por areias como por argilas e que apresentam a característica de ter suas partículas unidas por uma espécie de cimentação, proporcionada por materiais como o calcário. Esses solos, ao entrarem em contato com a água, têm rompida a ligação entre suas partículas, sofrendo perda imediata da sua estrutura, o que ocasiona recalque bastante drástico e perigoso. Esse tipo de deformação é conhecido como recalque
(A) por efeito de termo-osmose.
(B) progressivo e autoacelerante.
(C) por solapamento em consequência de infiltrações.
(D) em solos colapsíveis.
(E) provocados por rebaixamento do lençol freático.
Comentários
Segundo Rebello (2008 ), os recalques naturais, causados devido às características naturais do solo, são de três tipos: Ø Recalque elástico que é a deformação apresentada pelo solo quando submetido a uma carga, sendo maior em solos não coesivos; Ø Recalque por escoamento lateral, quando ocorre a migração de solo da região mais solicitada, para a menos solicitada; e Ø Recalque por adensamento que é a diminuição do volume aparente, devido à redução dos vazios existentes no solo. De acordo com Hachich et al. (1998), existem outras causas que conduzem a recalques, que são devidas as ações externas e devem ser consideradas. São elas: Ø Recalque devido ao rebaixamento do lençol freático, que ocorre na execução de infraestrutura de um edifício, ou mesmo da fundação. Esse procedimento, caso haja a presença da camada de solo compressível no subsolo, ocorre o aumento das pressões geostáticas nessa camada que provoca o recalque sem o aumento de carga na fundação. Ø Recalque em solos colapsíveis, que são os solos que apresentam grande porosidade, formado pelas areias ou argilas, que tem suas partículas cimentadas entre si por materiais ligantes. Este solo ao entrar em contato com a água, seja por penetração pela superfície ou pela elevação do lençol freático, rompe a ligação das suas partículas e sofre perda imediata da sua estrutura, o que ocasiona um recalque bastante drástico e perigoso. Ø Recalque devido às escavações adjacentes às fundações, onde as escavações tendem a desestabilizar o maciço, pois o solo que sustenta a fundação tende a migrar para a região escavada, fazendo com que ocorra o recalque. https://www.passeidireto.com/arquivo/36542546/revista-de-patologias-nas-fundacoes JUSTIFICATIVA DA RESPOSTA CORRETA (BANCA) REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Fundações: guia prático de projeto, execução e dimensionamento. São Paulo: Zigurate Editora, 2008. |
Gabarito: alternativa D |
Abraços, Moema Machado