Artigo

Comentário sobre a prova de Português para PM-PA (Oficial e Praças)

Olá, guerreiros!! Grande satisfação!!!

Vamos falar sobre o que a Fadesp trouxe para os candidatos na prova da PM-PA!!

Vamos começar pela prova para OFICIAIS. Usei a amarela para a análise que virá a seguir.

Veja a prova: LINK

A banca apresentou aos candidatos um texto escrito pelo jornalista Lucio Flávio Pinto para abrir o blog dele, denominado. Trata-se de um texto em tom reflexivo introduzido por m pequeno trecho narrativo. As questões de 1 a 5 são referentes ao texto.

1. Julgue os itens abaixo com base nas ideias desenvolvidas no texto.
I – O tom com que o jornalista expõe o episódio de que foi vítima é de indignação.
II – O principal propósito de Lucio Flávio Pinto é denunciar a fragilidade do sistema de segurança pública nos grandes centros urbanos.
III – No cerne da crítica feita pelo jornalista, está a agressividade gratuita que tem caracterizado o comportamento das pessoas nas grandes cidades.
IV – Ao aludir à sabedoria popular por meio do ditado “quem sai na chuva se molha” (l. 30 e 31), o autor admite não se surpreender com os problemas decorrentes de sua atuação como jornalista.
São corretas as afirmações que constam dos itens
(A) II e IV.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) I, III e IV.

Comentário:
A afirmativa II é a única que não encontra respaldo no texto, pois, segundo podemos inferir, o principal propósito do autor é chamar a atenção para a banalização da violência e chamar os cidadãos amazônidas ao combate, como consta no trecho: “Creio que podemos escrever também a história e, nessa escrita, sair da trilha dos colonizadores e da camisa de força em que nos colocaram os dominadores. Para isso, é preciso saber o que acontece e como fazer acontecer. Espero que este blog contribua para o livre-arbítrio do manipulado cidadão amazônida. Ao bom combate, pois”. O fecho desse parágrafo, inclusive, retoma o título do texto.
Gabarito: D

2. No final do texto, o autor deixa claro o objetivo de seu blog. Entre seus propósitos, não consta o de
(A) colaborar para que o cidadão amazônida possa tomar decisões e fazer escolhas com autonomia.
(B) manipular, a distância, o destino manifesto que se impõe a todos aqueles que se preocupam com a Amazônia.
(C) informar o cidadão amazônida e incitar ações capazes de provocar mudanças no destino da região amazônica.
(D) ser porta-voz do cidadão da região e dar-lhe voz para que se torne personagem ativo da sua vida e da história.

Comentário:
Dentre as alternativas, a que não traz um dos propósitos do autor é a que consta na letra B. A intenção não é manipular. Segundo o texto, a intenção é levar os cidadãos a utilizarem seu livre-arbítrio, ou seja, incentivá-los a botar em prática sua liberdade.
Gabarito: B

3. A descrição, quanto à estrutura e à organização do texto, está correta no seguinte enunciado:
(A) O último parágrafo (l. 50 e 51) apresenta sequências contrastivas explícitas que retomam partes do assunto tratado.
(B) Prevalece no conjunto do texto a organização expositivo-informativa, visto que se estrutura com base em estatísticas e análise de dados.
(C) Predomina, no início do texto, entre as linhas 5 e 20, o modo de organização narrativo, visto que nesse trecho o autor coloca em cena uma ação e personagens em lugar e momento determinados.
(D) Se descrever implica qualificar atribuindo características, apresentando um julgamento de alguém, pode-se considerar a passagem “Incidentes do tipo desse, em que fui inadvertido coadjuvante de um boçal na padaria, se repete infinitamente em todos os lugares, aqui e agora, em antes e sempre” (l. 23 e 24) uma sequência descritiva.

Comentário:
Analisando as alternativas:
A – errada – No último parágrafo: “A messe é grande, mas enfrentá-la nos pode retribuir com o que é mais nobre e humano nas nossas vidas: fazer uma história que nos sirva, honre, enriqueça e nos faça feliz.”, não constam sequências contrastivas, há apenas uma oração que traz ideia contrária à da oração anterior, mas nas demais há ideia de adição.
B – errada – não há análise de dados estatísticos, o texto é de natureza argumentativa.
C – correta – entre as linhas 5 e 20, há a narração de um fato, há um relato.
D – errada – não há descrição no texto destacado, além disso, o “julgamento de alguém” não é característica de uma descrição.
Gabarito: C

4. Analise os itens a seguir com base nas noções de morfossintaxe.
I – Os termos sublinhados em “gesto de selvageria” (l. 16) e “acidentes da natureza” (l. 44) têm função adjetiva.
II – Há um desvio quanto às regras de concordância verbal em “Incidentes do tipo desse, em que fui inadvertido coadjuvante de um boçal na padaria, se repete” (l. 23 e 24).
III – Em “Por que tanta agressividade na manhã que mal começava” (l. 21), o vocábulo “mal” funciona como advérbio, com o sentido de “apenas”.
IV – Os verbos sublinhados, em “Se se vive por uma causa, espera-se morrer por ela” (l. 25 e 26), encontram-se na voz passiva sintética, imprimindo um tom de objetividade ao texto.
São corretas as afirmações que constam dos itens
(A) I e IV.
(B) I, II e III.
(C) I, II e IV.
(D) II, III e IV.

Comentário:
Apenas a afirmativa IV está incorreta, pois o “se” nessas duas ocorrências é índice de indeterminação do sujeito. Na afirmativa II, que pode causar dúvida, o verbo repetir está no singular, quando deveria estar no plural para concordar com o sujeito “Incidentes”, portanto, há um desvio de concordância.
Gabarito: B

5. Observe a partícula “se” no enunciado “os mesmos raros lugares onde se pode tomar um café da manhã” (l. 2). Ela ocorre com a mesma função em
(A) “viver se tornou uma roleta russa” (l. 36).
(B) “quem sai na chuva se molha” (l. 30 e 31).
(C) “o ‘destino manifesto’ que se impõe à região” (l. 42).
(D) “Se tivesse ouvido, talvez me tivesse agredido” (l. 19 e 20).

Comentário:
No enunciado o “se” está funcionando como índice de indeterminação do sujeito. O mesmo ocorre na alternativa C.
Na letra A, o “se” é parte integrante do verbo tornar: tornar-se. Em B, “se” é pronome reflexivo e, em D, é conjunção condicional.
Gabarito: C

Foi uma prova sem grandes dificuldades, não é? Vamos agora ver as questões que vieram na prova para FORMAÇÃO DE PRAÇAS. Usei também a prova amarela.

Veja a prova: LINK

A Funcab apresentou um texto como base para as 10 questões. Vejam:

  1. A relação entre as formas verbais destacadas e o tempo/modo em que estão flexionadas não foi corretamente indicada em

(A) “para os jovens enfrentarem as incertezas” (l. 5-6) = futuro do pretérito.
(B) “um relógio que o pai presenteou” (l. 12-13) = pretérito perfeito.
(C) “nenhum candidato a presidente prometa” (l. 38) = presente do subjuntivo.
(D) “reduzirá o nível de consumo e o bem-estar” (l. 28) = futuro do presente.

Comentário: A relação tempo/modo verbal não está corretamente marcada na letra A, pois a forma verbal “enfrentarem” está no tempo futuro do modo subjuntivo.

Gabarito: A

  1. Para se evitar a repetição do sintagma “estabilidade monetária” (l. 21 a 23), poderíamos propor a seguinte reformulação:

(A) o que vai acontecer no país se não conseguirmos a recuperar.
(B) o que vai acontecer no país se não lhe conseguirmos recuperar.
(C) o que vai acontecer no país se não conseguirmos recuperá-la.
(D) o que vai acontecer no país se não conseguirmos recuperar-lhe.

Comentário:
Para evitar a repetição de “estabilidade monetária” no trecho: “Eles cresceram acostumados à estabilidade monetária e agora temem, com razão, o que vai acontecer no país se não conseguirmos recuperar a estabilidade monetária.”, a alternativa correta é a letra C, já que o verbo “recuperar” é transitivo direto e que o “lhe”, na função de complemento verbal, só pode ser objeto indireto (o que elimina as alternativas B e D) e, ainda, porque não há condição para que ocorra a próclise (o que elimina a letra A).
Gabarito: C

  1. No período “os jovens estão com medo de desemprego, sem um sistema educacional capaz de enfrentar os desafios criados pelo avanço tecnológico” (l. 8-9), a relação lógico-semântica existente entre as orações é de natureza

(A) temporal.
(B) causal.
(C) condicional.
(D) concessiva.

Comentário: há uma ideia de causa na oração “sem um sistema educacional capaz de enfrentar os desafios criados pelo avanço tecnológico” em relação à oração principal: “os jovens estão com medo de desemprego”.

Gabarito: B

  1. Para estar em conformidade com a norma culta, o enunciado “Os jovens têm medo de andar nas ruas, usar tênis da moda ou um relógio que o pai presenteou.” (l. 12-13) deveria ser reescrito como

(A) “Os jovens têm medo de andar nas ruas, usar tênis da moda ou um relógio de que o pai os presenteou.”
(B) “Os jovens têm medo de andar nas ruas, usar tênis da moda ou um relógio que o pai lhes presenteou.”
(C) “Os jovens têm medo de andar nas ruas, usar tênis da moda ou um relógio que os foi presenteado pelo pai.”
(D) “Os jovens têm medo de andar nas ruas, usar tênis da moda ou um relógio com que o pai os presenteou.”

Comentário:
O verbo “presentear” é bitransitivo e rege a preposição “com” no seu complemento indireto (quem presenteia presenteia alguém com alguma coisa). Sendo assim, a alternativa que está de acordo com a norma culta é a letra D.
Gabarito: D

  1. O fragmento em que há um desvio quanto à regência verbal é

(A) “uma vida mais longa vai exigir reformas que lhes obrigarão a trabalhar por mais tempo” (l. 18-19).
(B) “Estamos deixando aos jovens o medo do desequilíbrio ambiental” (l. 29).
(C) “Sofrem com o medo da recessão econômica, que diminuirá a renda per capita que lhes caberá” (l. 26-27).
(D) “Medo de que em 2018 nenhum candidato a presidente prometa e ofereça […] os caminhos para assegurar aos jovens que eles terão um país sem medo” (l. 37 a 39).

Comentário:
A alternativa que contém desvio de regência é a letra A, pois o verbo “obrigar” é bitransitivo e está acompanhado no trecho “uma vida mais longa vai exigir reformas que lhes obrigarão a trabalhar por mais tempo” por dois objetos indiretos, que foram negritados. A frase correta seria: uma vida mais longa vai exigir reformas que os obrigarão a trabalhar por mais tempo, em que o “o” seria o objeto direto e “a trabalhar por mais tempo” seria a oração que tem função de objeto indireto.
Gabarito: A

6. O enunciado em que a palavra destacada ocorre com função morfológica diferente dos demais é

(A) “Medo do trânsito que ameaça a vida por acidentes” (l. 33).
(B) “usar tênis da moda ou um relógio que o pai presenteou” (l. 12-13).
(C) “o medo da recessão econômica, que diminuirá a renda per capita que lhes caberá” (l. 26-27).
(D) “para assegurar aos jovens que eles terão um país sem medo” (l. 39).

Comentário:
Nas alternativas, a função do “que” destacado é:
A – pronome relativo porque retoma “trânsito”.
B – pronome relativo porque retoma “relógio”.
C – pronome relativo porque retoma “recessão econômica”.
D – conjunção integrante porque inicia uma oração substantiva objetiva direta.
Gabarito: D

  1. Em relação ao tema tratado no texto, a palavra que não pertence ao mesmo campo semântico é

(A) “recear”.
(B) “temer”.
(C) “assegurar”.
(D) “assustar”.

Comentário:
Os termos “recear”, “temer” e “assustar” fazem parte do mesmo campo semântico do medo, mas “assegurar”, que significa garantir algo a alguém, não se encaixa nesse campo.
Gabarito: C

  1. No segundo parágrafo (l. 5 a 11), o autor menciona algumas causas que estão na origem dos temores dos jovens brasileiros em relação ao futuro. Entre essas causas não se inclui

(A) as inovações tecnológicas.
(B) o fomento à economia.
(C) as restrições na oferta de trabalho.
(D) a precariedade do sistema educacional.

Comentário: no trecho: “Por força das transformações no mercado de trabalho, devido ao avanço técnico, os jovens estão com medo de desemprego, sem um sistema educacional capaz de enfrentar os desafios criados pelo avanço tecnológico; e ainda estamos provocando desemprego conjuntural, devido à recessão econômica criada pela incompetência e irresponsabilidade do governo atual.”, estão sinalizadas as alternativas A, C e D, portanto a que não consta é a letra B.
Gabarito: B

  1. Do cardápio de que fala Cristovam Buarque não faz parte o medo do (a)

(A) deflagração de uma guerra.
(B) degradação ambiental.
(C) desemprego conjuntural.
(D) precariedade do sistema de saúde.

Comentário:
O medo da “deflagração de uma guerra” não consta no texto. Já as demais alternativas:
B – “degradação ambiental” consta no parágrafo que compreende as linhas 29 a 32.
C – “desemprego conjuntural” consta no segundo parágrafo.
D – “precariedade do sistema de saúde” consta no terceiro parágrafo.
Gabarito: A

  1. Da leitura do texto “Cardápio de medos”, depreende-se que o autor, Cristovam Buarque, pretende

(A) acusar os jovens de falta de coragem.
(B) divulgar o corte de verbas para a saúde e a educação.
(C) responsabilizar os atuais governantes pela estabilidade monetária.
(D) criticar as mazelas do país.

Comentário:
Há uma clara crítica à situação atual do país e ao comportamento da sociedade como um todo, uma vez que a violência no trânsito e a degradação ambiental são exemplos de erros provenientes da própria sociedade. O autor teve a intenção de “criticar as mazelas do país”, como consta na letra D.
As demais alternativas:
A – errada – o autor denuncia o fundamento do medo dos jovens na atualidade.
B – errada – há uma pequena citação ao corte de verbas na saúde e na educação, mas se trata apenas de mais um argumento para a sustentação da verdadeira tese do autor.
C – errada – segundo o autor, ocorre o contrário: o Brasil está passando por uma instabilidade monetária e esse é um outro medo que persegue a sociedade, representada pelos jovens no texto.
Gabarito: D

Provas bem dentro do esperado para a banca! Mas se ainda restaram dúvidas, não pensem duas vezes, mandem para o meu e-mail que eu terei imenso prazer em ajudar.

E-mail: [email protected]

Forte abraço para todos!!

Rafaela Freitas.

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